sábado, 20 de abril de 2013

12. TEMA 10 - IMORALIDADES CONTRA SI MESMO: ONANISMO, PEDERASTIA, MUTILAÇÃO E SUICÍDIO


 

Caros Alunos,
Após ler o texto: "Das razões para o Suicídio" de L. A. Peluso, disponível em:

https://docs.google.com/document/d/1519-HiMqeYuxRmHbJInoJAmwdb7ig-vDRYSo8Lr6VCA/edit?hl=en#
e examinar o material disponível em:

http://youtu.be/0FtS5hvB9Fc






http://youtu.be/lBf2uaiN7u4





elabore seus comentários e envie para postagem. Vc. tem até as 24hs. do dia 14 de maio para realizar essa tarefa.

323 comentários:

  1. Essas praticas: Onanismo, Pederastia e Mutilação, não acredito que são imoralidades contra si mesmo, pois as pessoas que assim os praticam, não fazem a força nem muito menos por obrigação, fazem porque querem, porque tem prazer em sentir dor, (no caso de mutilarem seus corpos) sentem-se bem de não precisarem de outra pessoa para lhes causar a sensação de prazer, ou seja, praticando o Onanismo. Gostam de pessoas do mesmo sexo, para se satisfazerem, através da pederastia.
    Já no caso de cometerem suicídio, me parece ser mais um ato de covardia do que imoralidade contra si, na maioria das vezes, muitas pessoas tiram suas próprias vidas, por diversos motivos, mas na verdade parecem não quererem mais enfrentar os problemas, que eles mesmos criaram, um exemplo recente, é o da Grécia que está em crise financeira, as pessoas estão cometendo suicídio, por não terem dinheiro para pagar suas dividas.

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  2. Os quatro tipos de "imoralidade" contra si mesmos envolvem um ganho/perda muito maior ao próprio individuo do que para outros individuos não relacionados a ação.

    Não existem argumentos para considerar imoral o onanismo. Não existe perdas para ninguém, muito pelo contrário. O onanismo não é imoral pois só gera prazer, sem nenhum sofrimento de forma direta ou indireta.

    A pederastia é outra ação considerada imortal de forma erronea. Não existe nenhum sofrimento, só prazer para os envolvidos. Um “grande problema” que apontam para a pederastia, e para a homossexualidade/transsexualidade como um todo, é que poderia não haver mais nascimentos e o ser humano seria instinto. Entretanto, esse argumento não possui sentido algum já que até os próprios atenienses, conhecidos por seus atos de pederastia, tinham filhos com suas esposas.

    A terceira prática “imoral” é a mutilação. Creio que não estejamos mais falando de ética, mas sim de estética, quando falamos sobre a “imoralidade” da mutilação. Éticamente, em uma abordagem utilitarista, a grosso modo, a mutilação é um ato perfeitamente aceitavel desde que seja escolhida pela própria vontade do individuo. Mas como já mencionei, o problema é estético. O argumento contra a mutilação é a destruição do próprio corpo, o que o tornaria feio. Mas se o individuo sente prazer ao “sentir dor”, desde que a dor seja somente em si mesmo, nem mesmo um valor estético deveria proibi-lo de o fazer.

    O suicidio, ao contrário das outras três práticas, tem grande influência na vida de outros individuos que não estão relacionados a ação. Por mais que o individuo possa encontrar um alivio para a dor na morte os familiares e amigos sofreram com esse ato. Poderiamos talvez calcular esse dor da familia e compara-la com a do suicida, determinando se foi ético ou não o ato de tirar a própria vida. Mas não podemos analisar caso a caso ou calcular com precisão a dor da familia ou do individuo. Qualquer razão para ser ou não ser são válidas, mas tornar o suicidio imoral é uma conduta moralmente necessária.

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  3. Antes de iniciar o comentário capítulo faço uma colocação. Acredito que a discussão moral sobre suicídio, que foi a temática do meu trabalho para o curso, não se encaixa muito bem no debate sobre a moralidade de pederastia, onanismo e mutilação. Por isso vou deixar o tema suicídio de lado e comentar as outras temáticas.

    Nos capítulos anteriores vimos à busca de autores para criar regras de julgamento das condutas humanas. Com uma leitura atenta dos autores é possível acharmos que estamos prontos e suficientemente embasados para fazer julgamentos éticos. Porém, quando nos deparamos com as condutas humanas, com questões de fato com as apresentadas neste capítulo e nas discussões em aulas, vemos como é difícil apontar e principalmente argumentar se tal conduta é moral ou imoral. Sem bons argumentos não podemos falar se algo é bom ou ruim, aceitável ou não, por isso as avaliações demandam sempre uma grande análise do tema.

    Mutilação por exemplo é um termo muito amplo. Em algumas sociedades e grupos sociais a mutilação é algo cultural, e sempre temos que valorizar e aceitar as diversidades culturais buscando não classificar como imorais comportamentos só porque são diferentes dos nossos. Mas vamos falar de um dos casos de mutilação que mais chama a atenção e é alvo de polêmica nos dias de hoje. Em muitos países da África e alguns da Ásia é realizada uma prática denominada mutilação genital feminina, que consiste na amputação do clitóris da mulher (quando nova) de forma que ela não possa sentir prazer no ato sexual.

    O tema é polêmico e existem muitos grupos que tentam provar que a prática é imoral, já que atenta aos direitos humanos e, apesar de ser um costume sócio-cultural, causa danos físicos e psicológicos irreversíveis as mulheres e ainda leva a morte de muitas meninas -principalmente pelos “métodos cirúrgicos” utilizados, com os cortes feitos muitas fezes sem anestesia e com instrumentos nem um pouco apropriados. Considero também esse tipo de mutilação como um ato totalmente imoral, e coloquei esse tema para mostrar como costumes culturais causam polêmica e como é difícil provar que algo é aceitável ou não. Considerando esse tipo de mutilação que você está negando a cultura de outro grupo.

    Quanto ao onanismo acredito ser sim um ato moral, principalmente na sociedade atual, apesar de que esse é meu ponto de vista e acredito que existam muitas pessoas que tenham argumentos interessantes para tentar provar que tal prática é imoral. Possivelmente em muitas sociedades ou em algumas religiões o onanismo seja um ato condenável.

    Quanto à pederastia tem se primeiro que chegar a definição do que se está falando. O termo que surgiu na Grécia antiga era utilizado para tratar a relação entre um homem e um menino, o que dependendo do caso considero como imoral. Modernamente o termo é utilizado para descrever a relação homossexual, e hoje cada vez mais os debates tendem a considerar isso como aceitável.

    A conclusão que chego neste capítulo é que falar sobre a “ética” muitas vezes parece fácil, porém quando nos deparamos com casos específicos e temos que julgar se algo é ou não moral a situação fica muito mais complicada. Temos que analisar diferentes casos de um mesmo tema, considerar opiniões diversas e atentar para o contexto e época da discussão.

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  4. Em minha opinião, onanismo, pederastia e a automutilação do corpo, advém da eterna luta entre o consciente, subconsciente e inconsciente no cérebro humano. Neste sentido, tenho a pretensão de dizer que algumas ações do consciente são fortemente influenciadas pelos hormônios que são controlados pela amídala, pelo tálamo e pelo hipotálamo ( entre outros) pertencentes a uma parte interna, inconsciente e muito primitiva da historia do desenvolvimento de nosso cérebro. É nesta região que encontramos o que podemos chamar de inconsciente. Herdamos estes componentes de nosso cérebro de criaturas ancestrais antiguíssimas cujos cérebros não passavam de alguns neurônios. Mas não se iluda! Esses poucos neurônios são poderosos. Um simples sinal proveniente de um deles pode fazer você sair correndo em disparada, ao levar um susto por exemplo, antes mesmo que a sua consciência saiba do que está correndo. Emoções como afeto ou ódio, instintos de sobrevivência e controle dos demais órgãos do corpo, todos, sem exceção, tem origem nesta região. A maioria das drogas alucinógenas atuam nesta região e é por isso que viciam tanto, por exemplo, se um destes neurônios solicita uma dose de crack, esta pessoa não fará outra coisa até satisfazer esse desejo. Portanto, masturbação, pederastia e mutilação são, para mim, nada mais do que ações do consciente para atender as “ordens” do inconsciente. Estaria nesta região a origem dos impulsos emocionais de que Hume falava?
    Quanto ao caminho que leva uma pessoa a praticar suicídio, acredito que tenha origem na mesma região. Entretanto, trata-se de uma doença, uma disfunção hormonal conhecida como depressão. Devido a falta de alguns neurotransmissores (serotonina), a razão (ou consciência) é induzida a tirar falsas conclusões do mundo exterior levando a pessoa a experimentar um forte sentimento de angústia e muita infelicidade. Desta forma, a vida fica sem sentido e de que não há razão para continuar a sofrer. Normalmente a pessoa doente não tem noção, ou não admite, que está com depressão e se não procurar ajuda médica, psicológica, religiosa, filosófica, pode, infelizmente, interromper sua própria vida para por fim a dor da sua existência.
    Edson Rodrigues.

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  5. Penso que temos duas discussões em jogo sobre a imoralidade dos atos de onanismo, pederastia, mutilação e suicídio.

    A primeira, inconscientemente estabelecida na maior parte da população brasileira, tem caráter religioso. Neste caso, todos estes atos mencionados são condenados pela igreja católica há séculos e considerados imorais. Tanto é, que para a esmagadora maioria da sociedade brasileira – país com o segundo maior número de católicos no mundo – o suicídio é considerado extremamente abominável. Entretanto em um dos países com o maior IDH mundial e com minoria católica, o Japão, o suicídio não é considerado um ato condenável, ao contrario, é visto como a conduta q deve ser tomada em caso de desonra do indivíduo.

    Entretanto, neste curso não podemos tratar tais assuntos como tabus. Devemos analisar essas condutas no contexto filosófico ético. Ao inserirmos essas condutas na discussão ética, não vejo imoralidade. O onanismo, a pederastia e a mutilação, por exemplo, são condutas que buscam prazer para os indivíduos atuantes, mesmo que este prazer venha através da dor, como no caso da mutilação. O suicídio deve ser olhado com maior atenção, visto que a morte não traz dor apenas ao envolvido, mas também aos familiares, amigos, conhecidos, etc. Além disso, todo o tratamento pós-óbito pode provir do sistema público de saúde, lesando-se todos os contribuintes da União.

    Não penso que tais condutas tenham restrita relação cognitiva, há um profundo fator psicológico que pode independer do nosso conhecimento, além de questões como a estética.

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  6. Questões como onanismo, pederastia e suicídio levantam posições adversas quanto a suas aceitações, em especial o suicídio. Ações como as apresentadas nos vídeos, excetuando o suicídio, são em sua grande maioria motivadas pelo desejo de diferenciação e pelo sentimento de liberdade que é presente na sociedade contemporânea, isto é perceptível em escolas de ensino fundamental e médio, onde os jovens, por questões talvez biológicas de cunho hormonal e também pela necessidade de se tornarem diferentes e assim serem mais atraentes ou melhores que os outros os induzem a realizar certas ações, tais quais mudanças de estilo, tatuagens, e outras representações simbólicas também chamadas de rebeldismo.

    Discussões sobre temas que envolvem o convívio da sociedade, são muitas vezes difíceis de se realizar, haja vista o repudio por parte da sociedade sobre certas atitudes que ferem e agridem a existência do próximo e da sociedade como um todo.

    Desta forma, discussões sobre tais assuntos assumem diferentes abordagens. Há a perspectiva da pressuposição do indivíduo frente a certos temas, que por viver em sociedade, repudiam atos que possam vir a agredir as constituições desta sociedade e há também a perspectiva que se insere no estudo desta disciplina, que é entender estas ações a luz do contexto filosófico.

    Onanismo, pederastia e mutilação são atos que dizem respeito somente àqueles que o praticam, sendo a repulsa exercida pela sociedade um ato discriminatório e excludente. Porém o suicídio, mesmo sendo um ato particular no que se refere a sua realização, é coletivo do ponto de vista dos impactos causados, sendo assim posto em questão a sua moralidade.

    Desta forma, vejo neste tema questões difíceis de discutir e entender do ponto de vista ético, haja vista a nossa própria pré-formação ideológica sobre o assunto, uma vez que a mente como tabula rasa, como o próprio Popper já destacou, é impossível de alcançar.

    Somos seres socialmente disciplinados, e essa socialização reflete-se em grande parte as nossas posições sobre certos assuntos.

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  7. Sinceramente, não vi as questões da mutilação, da pederastia e do onanismo como os chamados hard cases. São na verdade práticas encaradas com uma dose de preconceito pelo senso comum, o que acaba por gerar certa polêmica. No entanto, não há objeções bem estruturadas o bastante para considerar tais ações imorais. Do ponto de vista filosófico – e mais especificamente, utilitarista – tais práticas não têm desdobramentos significativos e maléficos àqueles não diretamente envolvidos no ato, e nem mesmo nos próprios praticantes, dado que eles estejam agindo por livre e espontânea vontade.
    Porém, a discussão torna-se problemática no caso do suicídio. E isso se deve principalmente ao fato de o suicídio ter implicações relevantes à coletividade, e não só àquele que optou por tirar a própria vida. Um ato desse tipo deve ser cuidadosamente examinado, levando em consideração dois pontos principais: as condições psicológicas do suicida – antes de simplesmente taxá-lo como covarde - e as proporções que terão as consequências de sua morte (ou tentativa de morte) para as pessoas que o cercam. É claro que estabelecer um peso para cada um desses fatores é extremamente complicado. Por isso trata-se de um hard case.

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  8. Primeiramente eu acho que é valido haver nas universidades, conhecimentos discrepantes ao mesmo tempo, pois é de teorias mitas vezes opostas que na discussão, há o progresso. Mesmo não sabendo de onde e quando isso partiu. Achei interessante também no texto do professor Peluso, a parte que diz que "não escolhemos existir", ou seja, existimos e pronto.
    Pode parecer um absurdo o que eu vou dizer, mas eu me pergunto se o suicídio não poderia se encaixar na mesma visão que se tem sobre a mutilação. Eu explico isso partindo da noção de que um indivíduo faz uma tatuagem para mostrar à sociedade que ele é diferente, podendo assim se destacar na multidão, mesmo sabendo que tal prática lhe trará dor. Da mesma forma que uma tribo se utiliza da mutilação para se identificarem frente a outra tribo, mesmo novamente da existência da dor. Assim sendo, o suicídio não seria semelhante? Utilizando o testamento de Getúlio Vargas, vejo que há uma clara intenção por parte dele em se fazer ser visto, ou seja, ele poderia se suicidar sem escrever tal carta, e mesmo assim, as pessoas se lembrariam dele sem que isso fosse necessário. Será que até para a morte existem pessoas querendo se destacar?
    No caso da pederastia, creio que a pessoa já nasça com essa visão de que ela está um pouco "fora" dos padrões, e acho que a pessoa tem a necessidade não de se destacar, mas apenas de dizer ao mundo que pessoas como elas existem e não devem sem desprezadas pela sociedade. Apesar de que a pederastia não se relaciona com o suicídio e a mutilação no que se refere à dor física, a dor psicológica deve ser considerada nesse caso.
    Acho que não apenas, como estudiosos dizem, que só entenderemos a existência humana se compreendermos a consideração do "não ser", mas também é necessário compreender que agimos e pensamos diferentemente.

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  9. Penso que não é possível classificarmos como moral ou imoral estas açoes citadas de uma forma generalizante, em cada caso estão envolvidos diversos fatores que podem nos levar a julgamentos distintos, as circunstancias, a finalidade, a cultura, os motivos pessoais, as consequências e os atingidos devem ser analisados em cada caso de forma particular. Penso que o mais relevante nestes casos é o fato de que se a ação gera prazer prazer para os agentes e nenhuma conseguencia danosa àqueles que estão fora dela, não deve ser considerado imoral, no entanto isto não pode ser adotado como regra determinante.

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  10. Eu acho que nesse grupo o único que realmente não se enquadraria seria o suicídio, as razões que fazem a pessoa cometer suicídio, não seria a mesma que os três, nesses três a pessoa buscaria o prazer, uma sensação que fizesse ela se sentir melhor, mesmo que não seja aceito pela sociedade. O suicídio acho que seria uma coisa mais difícil de responder, há diversos motivos que levaria uma pessoa a cometer o suicídio, raiva, ódio, desapego a vida, decepção seriam meios diferentes de atingir uma "tal sensação boa", as causas do suicídio são completamente diferentes dos outros 3.
    Outro ponto na minha opinião que deveria ser visto é se isso é alguma imoralidade contra si mesmo porque hoje em dia, a pessoa "tem livre escolha" se quer ou não fazer, cada um faz o que deseja com seu próprio corpo, a vida que a pessoa possui é direito dela, mesmo que ela não tenho escolhido nascer.

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  11. Para mim em qualquer uma das “imoralidades contra si mesmo” supracitadas, assim como dito pelo Renan Viana, o individuo com maior “perda” ou “ganho” é aquele que as faz. O sujeito que pratica o onanismo, a mutilação, a pederastia ou o suicídio não faz contra suas próprias vontades.

    Entretanto essas práticas afetam indiretamente terceiros que podem julga-las como imorais ou não dependendo de sua educação e formação pessoal, influenciadas pela sociedade em que foram criados.

    Deve-se considerar os diversos fatores que participam da iniciativa de cada uma dessas ações nos diversos casos. Já que diferentes motivos levam as pessoas as realizarem e esse pode ser o ponto crucial para julgar se um ato é imoral. Mas, é claro a luz de uma visão sem preconceitos.

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  12. Para o meu comentário me restringindo a falar sobre uma análise democrática ocidental moderna, pois como já foi citado no comentário de André Battistini sobre a mutilação genital feminina, naquele tipo de sociedade, assim como em várias outras o individuo não tem poder de fazer o que quiser com o próprio. A partir desse momento o direito que o ser humano tem sobre o próprio corpo, mostra-se alienável.

    No comentário de Renan Costa Viana que se eu estiver enganado me corrija, ele tenta colocar um olhar utilitarista sobre o assunto, e discordo que tenha tido sucesso, porque o argumento que ele usa para combater a moralidade do suicídio também serve para combater a moralidade do onanismo, da pederastia e mutilação, afinal essas ações e comportamentos afetam aqueles que estão próximos do indivíduo que dependendo do caso provocam dor e sofrimento. Quem não ouviu comentários de pessoas como:

    - Eu prefiro ter um filho morto que um filho viado...

    Julgando o comentário é possível levar em conta que seja uma mentira, mas pode ser que seja verdade.

    Em minha opinião aquilo que fazemos com o nosso corpo pode influenciar a felicidade daqueles que estão a nossa volta. Ao próprio individuo existem variadas forma e motivos para a pratica de sua atividade, assim como no suicídio de Getúlio Vargas, o onanismo, a pederastia e a mutilação pode ser praticado por outros interesses que não seja a busca pelo próprio prazer podendo até ser o oposto disso. Não considero nenhuma dessas práticas imoralidades em si mesmas, mas a forma como são utilizadas pode ser imoral.

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  13. O texto impõe um dilema intelectual,muitas vezes arrogante (não que este o seja), mas por má utilização, de que quando se vai ao mais profundo das capacidades lógicas e racionais não se estabelecem padrões de conceitos, o questionamento vem a todo momento como uma implicação necessária. Então depara-se com a questão da moralidade em seus atos não definidos e a todo momento questionáveis, onde portante encontra o mesmo obstáculo,sofrendo portanto dos mesmos sintomas. Tudo isso de uma forma romanticamente exposta.
    Não creio que a valorizas-são do não ser seja uma conduta onde não se implica o questionamento moral, porém o questionamento moral ao meu ver não seria capaz de impedi-lo. Seja pela consequência da imoralidade final ou seja pela simples aceitação do benefício partindo do ato do suicídio.
    Acredito que a discussão sobre a auto-mutilação gira em torno do mesmo conceito, porém de uma forma aparentemente não tão extremada mas que pode servir como a mesma resposta ao questionamento do indivíduo com esta atitude.

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  14. Não enxergo imoralidade nas ações provocadas pelo indivíduo, que resultem em prazer para o mesmo e não prejudiquem outrem. Há, sim, um choque de valores pessoais ou determinantes num grupo que julgam um comportamento x ou y aceitável. A ética, a meu ver, age no campo das interações entre os indivíduos. Nesse caso, dizer que alguém que faz voluntariamente algo que lhe dê prazer, objetável aos olhos dos outros, mas que não os prejudica, é no mínimo condenável.

    Se for ético buscar o prazer, seja ele a dor, a notoriedade, o barulho, a estética... é moralmente aceitável a mutilação, o onanismo, o homossexualismo. A liberdade sobre o nosso próprio corpo a meu ver é inalienável. Sobre a própria vida, não saberia dizê-lo. Acho que sobre o suicídio, por exemplo, cada caso não é um caso. Pode o suicídio, como qualquer outra coisa, ser um comportamento patológico, psiquiátrico, covarde, desesperado. É imoral? Pode ser.

    O suicida afeta uma pirâmide de envolvidos, nesse caso ele se diferencia de outras práticas motivadas a si mesmo. Acredito, porém, que não porque eu existo, se não quero mais existir, eu deva sê-lo. As críticas ao suicida na muitas vezes tangem a uma moralidade que não a própria vida que lhe foi dada, mas em sua função solidária com os que o entornam. Nesse caso, acho que a crítica ao suicídio pode não estar defendendo propriamente a vida.

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  15. Após ler os textos e assistir aos vídeos considero difícil classificar Onanismo, Pederastia, Mutilação e suicídio como práticas imorais ou não, pois cada sociedade possui uma cultura que valoriza ou repudia essas práticas. Contudo já refleti e debati muitas vezes sobre Onanismo e Pederastia em minha opinião não vejo essas ações como imorais, pois são atos que beneficiam ou prejudicam apenas aquele que a prática. Sendo assim livre de julgamento externo. Sobre mutilação e suicídio, ainda não tenho uma opinião formada, pois seria necessário analisar a razão que leva uma pessoa a cometer tais atos as motivações podem ser diversas.

    Cristina Gomes Firmino

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  16. Acredito que o dano e a dor causados a si próprio tem de ser levado em consideração ao se investigar a moralidade de um ato, ainda que não causem impacto na vida de terceiros. Entendo que qualquer ação que deliberadamente cause sofrimento e traga danos ao ser humano, ainda que apenas a aquele próprio que efetuou a ação, poderia ser classificada como imoral. Vou discorrer item por item.

    Quanto ao onanismo, não vejo como caracterizá-lo como imoral, já que por si só ele não causa dano algum a ninguém, a não ser que haja outras questões envolvidas que possam trazer sofrimento ao indivíduo(onanismo compulsivo; direcionado a pensamentos considerados imorais, etc). Vejo lógica semelhante na pederastia: não a considero imoral por si, mas ela o seria a partir do momento que fosse fonte de dor para o indivíduo (ferindo suas suas convicções pessoais e/ou religiosas, por exemplo).

    A mutilação, por outro lado, por si só é um ato danoso ao indivíduo, mesmo que no curto prazo lhe gere prazer. Exemplo: se alguém tivesse prazer em amputar seu próprio braço, isso poderia ser considerado moral? Nenhum terceiro é atingido, aquilo resulta em prazer para que o faz... Mas o fato é que aquele ato lhe trará sofrimento, e não apenas dor física no momento, mas sérios prejuízos a sua vida no futuro. A mutilação vista nos vídeos segue lógica semelhante à desse exemplo, mas em uma escala menor. Explicando melhor: a mutilação fere o corpo do indivíduo e pode trazer dor a ele no futuro, ainda que gere prazer no presente. Além disso, se feita em desacordo com a cultura vigente, torna a pessoa repulsiva perante as demais, podendo lhe trazer mais sofrimento, motivo pelo qual acredito que tal ação seja uma imoralidade contra si próprio.

    Quanto ao suicídio, também acredito que seja imoral, não só por afetar dramaticamente e de forma negativa a vida de terceiros, mas porque representa a abdicação de um indivíduo de vir a obter qualquer forma de prazer futuro. Assim, eu só consideraria o suicídio moral em uma situação onde fosse possível inferir com precisão que a vida que se deixaria de viver e os prazeres que poderiam ser obtidos nela não são grandes o suficientes para compensar a dor que a mesma traria. Mas como tal análise normalmente é feita por uma mente perturbada e depressiva que só enxerga a dor e não vê mais possibilidade de se obter felicidade, é difícil considerar, na grande maioria das vezes, o suicídio como não imoral.

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  17. Concordando com a opinião de alguns amigos, a mutilação é um termo muito abrangente. Se a modificação corporal provocada, mediante a escolha própria é imoral então todos somos imorais, já que nos modificamos, seja com brincos, cortes e tingimento de cabelos, maquiagem, marquinha de sol, depilação.
    Se entendi direito uma discussão filosófica colocaria todas as modificações corporais ao mesmo nível, sendo imorais ou morais, independente de lugar ou tempo onde são situadas. O que é uma ideia muito dura para se aceitar. Não consigo aceitar essa discussão do ponto de vista filosófico(talvez só do sociológico o que não é pertinente agora)
    O suicídio também é algo que não entendo só como o ser se tornando um não ser, por vontade própria. Se for só isso e encararmos que a vida é um bem inalienável ou que não é ético fazer o que se quer consigo mesmo, então o suicídio é imoral (se bem que não acho que um suicida se importe em ser ou não imoral, o que ele espera é não ser, não mais existir).
    Sobre onanismo acredito que seja algo intrínseco de vários seres e os motivos que nos levam a julgar como imoral são culturais e não filosóficos.
    Discutir o direito do ser de fazer o que se quer com sua vida ou corpo é algo difícil, para se fazer uma discussão filosófica sobre tal assunto seria necessário abstrair valores culturais, o que engloba valores familiares e religiosos.
    Mesmo assim se desviar de interpretações como a de Wittgenstein que abertamente coloca que se não consegue ser o melhor no que se faz a solução seria o suicídio, não sendo isso imoral, mas sim a solução ética.
    Chego à conclusão que não consigo se mutilação, onanismo e suicídio sejam imorais se ainda não consigo me abstrair, descontaminar meus pensamentos do fato que vivemos numa sociedade religiosa, por vezes machista e patriarcal. Não sendo a nossa a única sociedade que oprime, seja homem ou mulher, mas oprime, não permitindo o desenvolvimento das vontades e até do pensamento livre. Acredito que as ações de imoralidade a si (citadas à cima) são uma forma de resposta às opressões, sendo validadas sociologicamente. A vontade de ser livre é algo que penso ser aprovável pela visão da ética, afinal é isso que segundo Kant faz com que escolhamos entre agir ético ou sermos escravos das nossas vontades primitivas.

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  18. Não considero imoral nenhuma das ações descritas e analisadas neste tema. Inclusive, considero (em minha opinião) assuntos sobre a prática do Onanismo e da Pederastia temas felizmente já academicamente ultrapassados mediante aos poucos argumentos que ainda restam às suas realizações. (restam posições retrógradas de organizações sociais que não permitem o ser humano se desenvolver).

    Separando os temas como assim fizeram meus colegas, coloco estes dois em específico separadamente, pois o acontecimento destes em praticamente nada afeta a vida, dignidade e/ou liberdade de outros indivíduos. Dizem respeito apenas às suas próprias vontades e satisfação de seus próprios prazeres. Não há um único argumento que não venha de ordem “revelada” por livros e mitologias religiosas, que represente qualquer dano a sociedade como um todo, na sustentação do Onanismo (entendi como masturbação) e da Pederastia (entendi como hommossexualidade). Não só defendo a moralidade destas como defendo a masturbação e a descoberta sexual, seja ela hetero ou homossexual parte das necessidades, de adultos e jovens em sua busca pela felicidade e prazer. Ou seja, devem ser incentivadas! (Muito bom e engraçado o link da Ana Carolina!).

    Já sobre tema da mutilação genital em muito me preocupa o abuso infantil ocorrido diversas vezes, citado em exemplos de outros colegas, onde a tradição, amparada no conceito de pluralidade e talvez liberdade religiosa fere a dignidade infantil, como as das ainda adolescentes tribais que tão sua genitália mutilada (e para não sentirem prazer sexual, para o resto da vida). Pergunto-me sobre a legitimidade da liberdade de escolha destas meninas, por exemplo, para com a ação em seu corpo. Atitudes como esta, em minha opinião devem sofrer pressão internacional, para que seja impedido qualquer atitude em relação ao menor sem o devido respeito com o menor de idade. O tema que escolhi para analisar em meu “PAPER” foi exatamente este: a inserção outorgada pelos pais da religião e de tradições na educação infantil e sua impossibilidade de liberdade de escolha, interferindo muitas vezes não apenas na felicidade da mesma, como também em risco de morte. Em relação a mutilação do corpo de pessoas adultas, que tenham tido educação formal e possam decidir sobre o que fazem com seus próprios corpos (aqui incluo desde brincos e piercings, até a implantes e tatuagens quaisquer que sejam), sou absolutamente a favor pelos mesmos motivos dos dois primeiros temas.

    Já sobre o 4º e ultimo tema, o do suicídio, revelo que analiso sim com certa parcimônia, apesar de acrediatr que estamos muito “crús” e cheios de tabus sobre o conceito de morte. O argumento de que o suicídio não causa sofrimento e dor apenas para aquele que o comete, mas também a todos que os cercam, não acredito ser forte o suficiente para concluirmos qualquer coisa. Em relação a qualquer outro argumento, não vi tamanha lógica, mas sim uma paixão de todos nós pela vontade de viver, darwiniana, aliás! Claro que assistimos todos os dias pessoas que em pequenos impulsos tentarem o suicídio (o que é muito fácil de se obter vide a fragilidade da pessoa humana), e nesse caso realmente devemos lutar pelo convencimento através da medicina tornar a vida destas pessoas melhor, fazendo-as desistir do suicídio. Mas será que para aqueles que deliberadamente, após possíveis trâmites legais, tenham o desejo de se suicidar, não deveria haver liberdade de escolha?

    Em relação a eutanásia, eu acredito que uma pessoa ainda em vida poderia decidir sobre qual decisão ser tomada em caso de falência das faculdades intelectuais dela mesma. Não vejo qualquer atitude como esta como pecado, pelo contrário, mas alívio de todas as pessoas que as cercam, e talvez dela mesma, e penso que a simples liberdade de escolha deveria ser dada a essas pessoas.

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  19. Para buscar o prazer ou a auto satisfação o ser humana se vale de atitudes levadas por alguma influencia como religião, sociedade, nacionalidade entre outras, muitas delas extremas, por não enxergar no próximo o seu semelhante, ou por não estar de acordo com crenças que são consideradas absurdas.
    Os casos estudados demostram a posição da maioria da sociedade, ou pelo aquelas que se dizem desenvolvidas ou em desenvolvimento, de repudia aos casos de Onanismo, Pederastia, Mutilação e Suicídio.
    A primeira posição na discussão dos casos seria identificar primeiramente quem é o prejudicado na tomada de umas destas ações, se seria a sociedade, grupo ou apenas a pessoa que comete tal ato. Levando-se o caso de que é absurda a ideia do suicídio cometido pelos homens bombas, diferenciando a eutanásia que pode ser colocada como suicídio de pacientes que sofrem de uma doença terminal.
    Portanto seria imoral no caso de alguma destas atitudes primeiramente prejudicar um indivíduo. E respeitada se está atitude atinja apenas o executor da ação.

    Ricardo Seiti Kinoshita (rkinoshitaufabc@gmail.com

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  20. Alguns seres-humanos apresentam uma determinada tendência ao interesse por certos prazeres que não são adquiridos com as práticas costumeiras e pré- determinadas. Deste modo, são classificados como seres e grupos excêntricos ou até mesmo exóticos.
    Os vídeos demonstram um conjunto de pessoas que realizam certas práticas para conseguir uma possível satisfação prazerosa individual por meio da mutilação diversificada de seus corpos, utilizando alguns instrumentos específicos que muitas vezes podem ocasionar extremas lesões e degradações. Demonstram desta forma inusitada que podem estar satisfeitos e felizes realizando práticas incomuns, as quais apresentam a finalidades similares: Adquirir prazer, bem estar e satisfação, não importando como, onde e o quão diferente e repugnadas elas são. Por conta da prática destes atos, estas pessoas geralmente apresentam uma forte rejeição diante da sociedade. São socialmente marginalizadas, descriminadas e consequentemente em suas vidas pessoais e até mesmo profissionais ( isto é, em determinadas áreas específicas) são prejudicadas devido a despadronização de seus estilos comportamentais.
    Uma mudança física tão radical, talvez, apresente um cunho ideológico revolucionário que podem ser identificados quando se tem acesso às possíveis ideologias, por meio das quais estes grupos buscam identificar-se. A liberdade e o desprendimento das regras de moralidade do sistema em vigência costumam ser as mais frequentes. São ditos livres e desprovidos de determinados preconceitos que fazem parte da sociedade contemporânea e que portanto, criam seus próprios conceitos para caracterizar boas a más práticas das ações humanas.
    Já o vídeo da cantora Ana Carolina, apresenta um cunho de satisfação sexual individualizada. Pode ser uma alusão a outras formas de aquisição do prazer feminino sem que para isto, haja a necessidade de um homem para suprir o que a mulher possivelmente necessita para atingir o seu mais alta grau de prazer sexual. Portanto, pode sim, ter acesso a ele, sozinha.
    A descrição de Getúlio Vargas em sua ' CARTA TESTAMENTO' faz referência ao seu suicídio ( com extremo sensacionalismo político ) como meio de obtenção de reconhecimento, sucesso e marco histórico. Talvez, desta maneira, Getúlio tenha encontrado um enorme teor de satisfação, ao imaginar o quão abalado ficaria o povo ao receber a notícia de sua morte, ocasionada pela ''tristeza'' que sentiu, devido às constantes calúnias ( as quais deixa claro, não ser verdadeiras ) que recebeu ''injustamente''.Sendo assim, através da morte, encontrou a possibilidade de satisfação.

    As três realidades citadas acima, demonstram determinadas práticas diferenciadas e individualizadas para a aquisição de felicidade, prazer, bem estar e realização pessoal. São elas morais? imorais? eis a questão. Mas todas apresentam o mesmo objetivo, mesmo que de maneira errada e inviável para muitos.


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  21. Afinal, Ana Christia, Existem, ou não existem, atos imorais nos quais o único envolvido é o agente? Existem, ou não existem imoralidades contra si mesmo? Por que? Vc. considera que os atos de mutilação são imorais? Vc. acha que usar piercing é imoral? E a escarificação? E a cirurgia plástica? Vc. se suicidaria? Por que?

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    1. Não considero imorais os atos nos quais os únicos envolvidos são os próprios agentes. Cada indivíduo tem livre arbítrio para fazer consigo o que bem entende, mas considero algumas práticas PREJUDICIAIS à vida destes, porque podem afetar a saúde (referindo-se às praticas de mutilação) a vida profissional (certos departamentos não aceitam corpos extremamente tatuados ou com inúmeros piercings) e até mesmo a vida social ( infelizmente, o preconceito ainda é demasiado) entre outras coisas.

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  22. Existem inúmeras ações realizadas pelo homem voltadas apenas para ele mesmo, uma dessas seria o suicídio; o grande questionamento acerca dessas atitudes é a natureza moral ou imoral dessas. Partindo-se da idéia de Kant de que os indíviduos são livres para praticar suas ações, inicialmente nos depararíamos com a ideia de que sendo assim o suicídio seria moralmente correto, entretanto, ao tirar sua vida o sujeito destrói seus atos futuros de liberdade e acaba por negar seu próprio 'eu' .
    Usando-se da teoria Metafísica de Kant é possível notar que a 'máxima' (ação moral universal ) considerada pelo homem ao praticar tal ação é a de terminar com a sua própria vida, uma vez que viver origina mais sofrimento do que prazer àquele, identificando essa 'máxima' com o 'amor próprio' . O questionamento consiste, entretanto, no fato de avaliar se a ação ( suicídio) pode ou não ser encarada como uma lei universal da natureza. Ora , caso consideremos tal ação como uma 'máxima' iremos notoriamente constatar uma contradição nessa lei que fundamenta o princípio de que a vida deve ser destruída por intermédio do sentimento, uma vez que , a função específica dessa, ao ser definida como 'amor próprio' é promover o aperfeiçoamento da existência humana. Sendo assim, inferimos que tal ação (suicídio) não pode ser universalizada e, portanto, desrespeita uma das máximas definidas por Kant : '' Age somente em concordância com aquela máxima através da qual tu possas ao mesmo tempo querer que ela venha a se tornar uma lei universal". Segundo Kant, portanto, o suicídio é imoral.
    Vale, entretanto, analisar a questão do suicídio a partir de outras teorias. Dentro das visões Humeniana e Utilitarista, o suícidio significaria o desejo do homem de ser aliviado do tipo de existência que tem trazendo a esse, portanto, um certo tipo de 'prazer'; partindo-se desse princípio , o suicídio pode ser considerado moralmente correto uma vez que se baseia no desejo e traz satisfação àquele que pratica tal ato se constituindo como um direito do ser. Segundo o Utilitarismo, corrente consequencialista, a morte ofereceria uma fuga ao sofrimento do indivíduo, trazendo consequências menos desagradáveis à esse, nesse caso, tal ação pode ser considerada moralmente correta. Um dos exemplos que servem como base para essa visão é o da carta-testamento de Getúlio Vargas, o qual escolhe abdicar de sua vida , imersa em desprazer, em prol do 'bem estar social' , sendo, portanto, sua morte um alívio não só para ele como para a sociedade em geral , uma vez que, essa se encontrava em turbulência devido aos ataques realizados contra Getúlio; segundo esse, sua morte traria a 'libertação' popular e portanto, era o melhor a ser feito. É possível fazer uma analogia com a figura de Jesus Cristo, a qual foi utilizada pelos utilitaristas a fim de exemplificarem o conceito da abnegação, segundo o qual o indivíduo moral possui a qualidade intrínseca de se sacrificar pelo 'outro' através da recusa a um determinado prazer em prol da satisfação alheia.
    Os vídeos desponibilizados nos trazem alguns exemplos de ações praticadas a si mesmo pelo sujeito e que levantam questionamentos acerca da moralidade dessas. Alguns dos exemplos expostos consistem no onanismo, exemplificado pela música da cantora Ana Carolina que retrata exemplos de 'masturbação feminina' ; na visão de Kant tal ação é imoral pois desrespeita a seguinte máxima : "Age por forma a que uses a humanidade, quer na tua pessoa como de qualquer outra, sempre ao mesmo tempo como fim, nunca meramente como meio". Para Kant, portanto, o onanismo é antiético ao passo que leva puramente à obtenção de prazer ao invés de servir como um fim, o qual seria a procriação. Já segundo Hume, tal prática , uma vez que fornece 'prazer' e 'satisfação' ao homem pode ser considerada uma ação moralmente correta.

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    1. Outro exemplo abordado de ações praticadas a si mesmo é a mutilação física , exposta nos vídeos através do uso de piercings e tatuagens ; por meio também da prática conhecida por escarificação e por intermédio de cirurgias plásticas radicais. Embora de fato a cultura social influencie o sujeito a praticar tais atos as teorias morais procuram definir de forma universal a moralidade ou não de tais ações. Nota-se no vídeo algumas mutilações físicas realizadas por povos de origem asiática e africana; é de conhecimento geral que tais práticas nem sempre se fundamentam no livre-arbítrio do indivíduo, ao contrário disso, muitas pessoas são levadas desde a infânica a se sujeitarem diante de tais ações, ferindo, portanto, o direito social dessas. Segundo Kant "Direito é o conjunto de condições pelas quais o arbítrio de um pode conciliar-se com o arbítrio do outro, segundo uma lei geral de liberdade". Tendo em vista que a moral e o direito devem caminhar juntos a supressão do direito individual torna uma ação imoral, independentemente da cultura envolvida, uma vez que a ética é universal.
      Já nos casos de mutilação voluntária vale definir o conceito de autonomia defendido por Kant; tal conceito postula que o sujeito é autônomo frente ao seu destino final . No entanto para que uma ação seja considerada autônoma são necessárias três condições básicas : 1- intencionalidade 2- o conhecimento, 3- a não-interferência. Tendo em vista que a moralidade Kantiana se fundamenta na capacidade do sujeito de determinar-se segundo máximas postuladas por si mesmo , desde que tais máximas estejam em conformidade com a lei moral expressada pelo 'dever', o cumprimento de todas as condições expostas anteriormente torna uma ação moralmente correta. Entretanto, segundo umas das leis já abordadas de Kant , o homem não é uma 'coisa' e , portanto, não pode ser utilizado simplesmente como um meio; partindo-se desse princípio, infere-se que o sujeito não pode dispor da sua pessoa a fim de exercer atitudes como a mutilação contra si mesmo, simplesmente pela busca de prazer. Nota-se, com isso, uma contradição dentro de uma mesma teoria a fim de definir uma ação como moralmente correta ou imoral. Visto isso, tomo a liberdade de considerar as ações de mutilação voluntária como morais, como postula o princípio da autonomia, uma vez que o homem ao ter consciência, apercepção, intenção e liberdade das ações que pratica , torna-se autônomo e transforma suas ações não só em uma forma de obtenção de um 'prazer' material ou biológico, mas utiliza suas ações com uma finalidade de auto-determinação ou inclusão social.

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  23. Denis Henrique de Miranda20 de junho de 2013 às 15:20

    A ética utilitarista é voltada ao prazer e a ausência de dor, caso tenha entendido corretamente o assunto. É concebível para mim que pessoas não sintam exatamente dor ao buscar o prazer. Essa dor que os utilitaristas relatam não deve se referir a dor física, mas sim a uma dor interior, uma dor que mais lembre uma decepção que uma mutilação.

    Partindo dessa perspectiva, a dor que leva algumas pessoas ao pico do prazer, em rituais masoquistas, por exemplo, faz o ser caminhar a um lado diferente da dor dos utilitaristas. Veja bem, o prazer é atingido, e a satisfação também! Não há dor com si próprio, há felicidade. É um exemplo que pode ser falho, visto que nunca me submeti a tais práticas, porém tendo em vista o número de praticantes, é uma interpretação provável. Enquanto o indivíduo não pensa no que a sociedade espera dele, o ato não é imoral. Porém a preocupação surge quando ele se vê como parte do coletivo, e pensa em como aquele papel desempenhado há pouco poderia (ou não) contribuir para si próprio, para a sociedade e para como a sociedade o enxergaria.

    No âmbito do público, daquilo que é visível na pele exposta ou no rosto, como piercings e tatuagens, a partir do momento que o indivíduo opta por perfurar ou marcar, ele já está assumindo que aquilo não atrapalha sua vida tampouco a dinâmica da sociedade. É uma manifestação própria de gosto e, porque não, de arte. Só é imoral se for feito com a intenção de ser imoral, com a intenção de prejudicar alguém ou se prejudicar. É um assunto que cai em paradoxos, porque se for feito com a intenção de se prejudicar, acaba atingindo o objetivo do indivíduo, logo, se torna algo moralmente aceitável para ele, porque se vê satisfeito em cumprir seu objetivo.

    Não enxergo grande mal em práticas que outros considerem imorais e somente prejudiciais, porém o suicídio é algo que não compreendo, em especial o suicídio espontâneo. Eu desejo fazer tantas coisas antes de morrer, e se fosse para me matar, eu faria muitas delas antes, em especial gastar todo o dinheiro que tenho em viagens e em concertos no exterior que o medo da volta sempre me impediram de comparecer. Entretanto, quem sabe um dia eu não enxergue que tudo o que pensamos conhecer é uma mentira, um vazio, que nunca existiu de verdade? A chance de eu me matar na primeira oportunidade é enorme, então não cabe aqui um julgamento sobre o suicídio ou qualquer uma das práticas aqui citadas é moral ou imoral. Não cabe um julgamento de mim como aluno, porém eu, como indivíduo, não julga imoral aquilo que só afeta o praticante da ação. Posso expressar meu ponto de vista no momento, que vai variar a cada situação, caso minha opinião seja requisitada, porém a decisão de fazer ou não fazer cabe ao outro.

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  24. Devemos analisar cada uma das situações em questão por partes, e em primeiro lugar lembrar brevemente das teorias de Hume, Kant e dos utilitaristas. Hume acredita em uma moral definida pelas paixões, afecções, com a importância da razão sendo quase descartável, e um ato moral seria aquele que tivesse aprovação da maioria. Kant acredita em um ser humano mesquinho e egoísta, no qual a razão e o sentimento de 'dever' são fundamentais para sobreposição do ser moral em relação ao ser natural, Kant ainda determina três máximas para que uma ação sejam moral. Os utilitaristas acreditam na busca pelo prazer e no máximo possível de ausência de dor, e uma ação deve ser vista não só pelo agente individual que a comete e sim por todos relacionados a tal ação.

    O suicídio pode até ser encarado como moral nas teorias de Hume e Kant, se entendermos o suicídio como uma ação extrema na tentativa de evitar a dor e buscar o alívio, a solução. Se pensarmos pela moral de Hume, creio que a maioria seria a favor de um ato para evitar a dor, deixando de lado quesitos importantes na prática como religião, crenças, fé e outros.
    Agora pela moral de Kant, o ato de fugir da dor não entra em desacordo com as três máximas propostas, fugir da dor extrema pode ser considerada como lei universal, afinal ninguém quer sentir dor. A segunda máxima também não entra em conflito com a ação, não tratando nem a si mesmo nem aos outros como meio, e a última também não, os seres racionais certamente não desejarão manter o sofrimento e, para evitar isso, pode ser considerada uma lei universal.

    Entretanto, na visão utilitarista o suicídio, a busca pelo fim da dor, não poderia ser considerada moralmente correta. Afinal as ações transcendem o individual, importando o coletivo relacionado a tais ações. Um suicídio pode ser bom para o indivíduo mas nada garante que não gerará dor para os envolvidos na questão, caso gere é uma ação imoral.

    A mutilação ou onanismo, deixando preconceitos e qualquer tipo de crenças de fora, não podem ser consideradas como imoral. Considerando a mutilação como algum ato voluntário no corpo do próprio agente. Temos que o indivíduo é responsável pelos seus atos corporais e sem dúvidas todos, ou a imensa maioria, acontecem na busca pelo que é considerado perfeito. E ao deixarmos de lado os preconceitos gerados por fé, religião, cultura e outros, vemos que cada indivíduo pode ter um definição diferente do que é a perfeição, portanto, cada um pode agir em seu corpo como desejar, não sendo um ato imoral.

    A pederastia pode ser vista de diferentes maneiras ligadas a moral, se pensarmos na Grécia antiga, a prática era comumente praticada e vista como algo normal. Entretanto, se considerarmos uma ação como moral ou ética a partir do momento em que segue um código de conduta, tal ação poderá ser imoral, é o caso brasileiro, no qual tal prática é considera crime militar.

    Por tanto, se pensarmos nos temas com relação as teorias morais, encontraremos divergências no sentido moral na prática do mesmo ato, havendo ações consideradas moralmente correta por uma teoria e imoral por outra. Também podemos notar que, ao deixarmos de lado preconceitos e crenças, algumas ações serão consideradas moralmente corretas sem que haja muito sentido contestar.

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  25. A sociedade é moldada por crendices, por conceitos do que é aceitável ou não, por atos que são vistos como normais ou anormais, pelo certo e o errado. É como se fosse um artista que pinta um quadro e todos se acostumam com este e com o estilo dele, é como se fosse tido como algo estático e quando há uma mudança de estilo é notado imediatamente e, muitas vezes, essa mudança é vista com estranheza.
    Penso que é dessa forma que ocorre na sociedade, quando certos assuntos são tratados barreiras imediatas são encontradas, e muitas vezes são taxados como imorais, anormais e inaceitáveis, as pessoas então que os praticam são vistas com “monstros”.
    Dentro desses assuntos acredito que encontramos o onanismo, o homossexualismo, como também o bissexualismo, o sexo anal, os piercings, as tatuagens, os alargadores, ou seja, qualquer modificação que seja feita no próprio corpo. Porém eles são imorais? Há como determinar se são certos ou errados?
    Tanto quanto a práticas ou preferências sexuais que são citadas nas músicas da Ana Carolina, ou as modificações corporais vistas nos vídeos disponibilizados. Digo que não são imorais, o que eu acredito é que somente não são vistas como ações normais pela sociedade , que possui uma visão “tradicional” e “conservadora” a respeito desses atos. São vistos com estranheza pela sociedade, pois conceitos e crenças foram absorvidos por esta, e estes acabam por taxa-los como atos errados. Não acredito que pode se dizer que são imorais se elas (as ações) buscam satisfazer a pessoa, e consequentemente a levar a felicidade (baseando os argumentos nos pensamentos de Mill, que diz que as ações estão corretas quando tendem a produzir a felicidade).
    Porém não posso me isentar do fato de pertencer a essa sociedade, eu mesma por mais que eu acredite que não há problema nessas ações, algumas delas ainda me causam estranheza e desconforto. Não posso negar que conversar com alguém com diversas modificações no corpo não me incomode, porém não possuo o direito de dizer que o ato é imoral, já que acredito que ele não é, somente não é normal, não estamos acostumados por conta das crenças que estão presentes em nós.
    Já sobre o suicídio não acredito que seja um ato correto, acredito que é necessário que a pessoa encontre razões para viver, acredito que enfrentar os problemas e superar as dificuldades seja o melhor caminho, porém não acho que terceiros possam determinar se a sua decisão sobre viver ou morrer seja certa/ errada ou moral/ imoral.

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  26. Não há razões indiscutíveis para viver ou para morrer. Há uma determinação moral, no entanto, a própria autodestruição possui alicerce e amparo intelectual. Esse alicerce e amparo podem ser explicados na medida em que pensamos em instituições que transmitem conhecimentos submetidos ao julgamento de uma “maquinaria” que nos dirá se tal conhecimento é criterioso ou não, aceitável ou não.

    Quando pensamos em conhecimento intelectual, pensamos em métodos que nos permitem avaliar se determinado conhecimento é criterioso/aceitável. No entanto, essa maquinaria de avaliação e construção de conhecimentos baseados na “aceitabilidade” possui um problema.

    Heráclito já dizia: Nada é permanente, exceto a mudança.

    Não podemos julgar ideias de forma definitiva justamente pelo fato de que nossa maquinaria não nos permite tal ação. E mais, os conceitos indesejável/desejável passam por um processo de consenso, já que sem ele (consenso) a maquinaria não faria sentido. Seria o consenso algo imodificável? Penso que não. Além disso, construímos nossos conhecimentos. Talvez o que temos como “verdade” pode a “mentira” de amanhã.

    Segundo o professor Peluso:

    “Ser um intelectual significa possuir a capacidade de agir num contexto de interpretações representativas do mundo em que, somente em alguns casos, nem sempre freqüentes, podemos estar seguros de suas inaceitabilidade.”.

    Como já foi dito, o próprio ato de abdicar à vida é algo sustentado em argumentos intelectuais, no entanto, esses argumentos não são definitivos. Quem opta por “não ser”, faz uma escolha baseada em critérios. Esses critérios mostram ao agente da ação que tal procedimento seria o melhor a ser tomado naquela circunstancia. Para exemplificar tal raciocínio cito fragmentos da Carta de Testamento de Vargas.

    “Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo, para defender o povo, que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar, a não ser meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida.”.

    Segundo essas palavras, podemos afirmar que Vargas tinha a concepção de que praticar o ato do suicídio seria o “melhor” a se fazer.

    Podemos fazer um paralelo do assunto aqui abordado com o vídeo “African body modification project”. Durante o vídeo, vemos a apresentação de várias imagens que nos mostram modificações que são feitas por seres humanos em seus corpos. Tais modificações foram, certamente, justificadas pelos indivíduos submetidos a elas. Esses argumentos podem ser os mais diversos, mas constituem uma forma de “maquinaria” da construção de “símbolos” e “ideais” aceitáveis para aqueles que passam pelas transformações.

    Muitos consideram a “modificação corporal” um ato imoral, no entanto, como já havíamos discutido sobre o suicídio, o agente da ação/transformação possui uma cadeia de raciocínio que, ao ser colocada sobre a maquinaria da formulação de julgamentos, é tida como aceitável, no ponto de vista de tal indivíduo. Portanto, o que consideramos “imoralidades contra si mesmo” depende de um consenso e esse consenso nem sempre é universal, como vimos acima.

    Estamos inseridos em sistemas de crença e tais sistemas nos auxiliarão na análise sobre a moralidade dos atos. Há vários sistemas de crença no planeta e cada sistema orientará seus “seguidores” em uma direção.

    Sabemos que no estudo sobre a Ética, teorias são construídas para auxiliar na construção de ideias universais sobre a moralidade e a imoralidade, e que quanto “mais universal” for a aplicabilidade de tal teoria, melhor.
    Segundo Kant, temos que agir pelo Dever. Será que a preservação do corpo é um dever? Será que viver é um Dever? Como diz o professor Peluso, “Talvez intelectuais sejam aqueles que vivem para descobrir razões para viver ou morrer”.


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  27. Ana Jacqueline O. R. Nunes - 2106791220 de junho de 2013 às 16:55

    A partir de agora em nossos comentários, ao entrarmos em uma parte mais prática do curso,tendemos a expressar melhor nossos juízos de valor, muitas vezes mesmo sem a fundamentação teórica. Sobre o que nos foi apresentado, chego a conclusão que os temas propostos aqui se resumem, ao final, como expressão de valores ou de culturas.
    Para explicar melhor, vamos detalhar os casos. Quanto à mutilação: se pensarmos no papel que os "piercings", tatuagens e escarificações tem em nossa sociedade, não vejo explicação para tê-los que não seja "expressão de minhas vontades". O processo para que se "mutile", neste sentido, em geral envolve dor. Ora, nenhum ser humano em plena consciência aceitaria passar por isto por qualquer motivo aparente que não seja expressar-se ou pelo simples fato de que isso lhe proporciona prazer. As tatuagens tem significados, assim como os piercings e outros.
    Quanto às mutilações de expressão étnica, tais como as escarificações de tribos africanas, ou mesmo a mutilação genital, fazem parte de um conjunto cultural e, ao possuí-las, o ser nada mais faz do que expressar esta cultura. Neste ponto, não podemos ver os atos como ruins ou questionáveis já que estes são assim por partir de uma doutrina. Soaria tão estranho quanto questionar e por a prova qualquer um dos filósofos estudados anteriormente.
    Se falarmos, então, do onanismo e aqui falando somente do caso específico expresso nas músicas de Ana Carolina, "Homens e Mulheres" e "Ela goza com o sabonete", se trata de uma expressão de valores pois finalmente, após séculos e séculos, a mulher tem assumido um papel distinto em sociedade. Manuscritos antigos, datados muito anteriormente do que se possa imaginar, já colocavam a mulher como um objeto de prazer masculino, cuja principal função era a reprodução humana. Nestas músicas podemos ver que a mulher pode sim sentir prazer com o ato sexual, ou até mesmo sozinha e tem hoje a liberdade para "gostar de homens e mulheres". O mesmo princípio é válido para a pederastia: a homossexualidade tão exposta atualmente é resultado de anos de repressão. Vivemos na era das vontades, onde um ser gay é protegido pelas leis (assim como qualquer outro ser humano) e não pode ser discriminado por isso.
    O suicídio me aparece muito mais como uma expressão de vontades do que qualquer outro dos temas abordados. Baseando-me no texto do Prof. Peluso e também na carta de Getúlio Vargas, ao meu ver fica óbvio que, embora a vida nos tenha sido dada sem nosso consentimento, tirá-la é de nossa própria vontade. Getúlio se suicidou pois sua vontade era de ter glória e respeito. Pessoas "comuns" se suicidam por terem vontade de fugir dos problemas que as aflingem (embora pudessem encontrar respostas e soluções no campo da psicologia). O suicídio seria considerado imoral por Hume e os Utilitaristas, já que um ato deve trazer o maior prazer/felicidade para o maior número de pessoas e este claramente não é o caso.
    Enfim, sob minha perspectiva, nenhum dos casos é IMORAL. Se tratam apenas de expressões de vontades, valores ou culturas que, em geral, não afetam a sociedade e seu funcionamento e sim somente aos indivíduos que as cometem, derivando somente de nossas paixões, vontades ou "afecctions".

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  28. O tema dessa semana é bastante interessante e complexo, já que apresenta situações corriqueiras as quais diversas vezes podem passar despercebidas. Temos o costume de julgar o que é diferente para nossas concepções, de modo que tais atos opostos ao nosso agir, sejam rotulados como imorais, entretanto, ao ler o texto e analisar os vídeos, chego a conclusão, possivelmente pela formação que o curso de Conhecimento e Ética até agora me proporcionou, de que não é possível rotular algo como algo indubitavelmente imoral.

    Sobre o suicídio, o texto apresenta que assim como outros casos, se integra àqueles indecidíveis. Já que apesar de haver muitas razões para o não ser, essas não são decisivas.

    O autor, pontua no texto um fato de que não escolhemos viver, não sabemos portanto, as razões pelas quais somos; E apesar de nos ser possível a realização do suicídio, não conseguimos encontrar razões suficientes para justificarmos nossa autodestruição. Encontrar tais motivos para o ser e o não ser passa ser uma função tão delicada, criteriosa e complicada, que o autor sugere que talvez seja uma busca destinada aos verdadeiros intelectuais.

    Como o próprio texto explanou, há grande dificuldade para atingirmos um consenso sobre o que é indesejável para um ser humano, isso porque uma ideia, crença ou teoria satisfazer certo critério de aceitabilidade, não justifica que seja inteiramente aceitável.

    O fato é que toda e qualquer ação realizada para si mesmo, incluindo todos os exemplos citados no tema de hoje e os vídeos sugeridos, tem seus motivacionais, os quais diferem de ser para ser. Seja por uma crença, padrões de beleza, por busca do prazer ou pela cultura a que se insere. Dessa forma, não é possível rotular de maneira concreta o que é ou não é imoral, já que depende claramente do indivíduo (sua formação, bagagem histórica e visão do que é o Mundo) que realiza tais atos contra o próprio corpo e o ser.

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  29. Fernando Santiago Moraes da Rocha20 de junho de 2013 às 17:55

    Quais seriam as razões para um suicídio?
    Parto de um princípio de que as ações do homem, em geral, sempre afetam a outras pessoas. Somente em casos muito específicos as ações envolvem somente aquele que a faz, como, por exemplo, uma pessoa que já não tem mais companhia e decide se matar. Neste caso, partindo de que a pessoa é totalmente solitária, ninguém sentirá sua falta. Como dito, um caso muito específico.
    Mesmo partindo de tal princípio, não posso evitar chegar a um impasse. Se um sujeito X comete suicídio e esse sujeito tem outras pessoas próximas a ele, ele as afeta. Mesmo que seja uma pessoa que diga que prefere ver o sujeito X morto do que vivo, ela será afetada. Porém, uma ação deve ser tomada por uma pessoa visando o que essa pessoa considera o mais correto a se fazer. Se por seus próprios motivos o sujeito X decidiu se matar, ele tem uma autonomia para fazer isso, afinal a vida é dele e só ele pode decidir sobre o que fazer com ela. Este é o dilema no caso do sujeito X decidir se suicidar: fazer o que ele acha mais correto e tirar sua própria vida, ou pensar na consequência desse ato para as pessoas que se importam com ele?
    No caso de modificações corporais a situação é a mesma, mas em uma escala de consequência menor pois os efeitos de uma modificação, por mais absurda e brutal que ela seja, não chegam nem perto das consequências da morte. Consequências essas tanto para o agente quanto para as outras pessoas.
    Portanto, respondendo à pergunta feita no início, acredito que não é possível saber ao certo as razões para um suicídio, pois, tanto vendo ou não as consequências desse ato, sejam elas somente para o agente como para outras pessoas, somente a própria pessoa pode responder o que a levou a cometer suicídio. O que se pode dizer é que concerne ao agente a decisão de levar ou não em conta as pessoas ao seu redor quando se pensa em cometer um suicídio, assim como se faz com as outras ações.

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  31. Este tema em particular foi o que me exigiu mais tempo para redigir um comentário. Porque não estamos mais discutindo teorias Éticas, não estamos conhecendo as ideias de determinado autor e tentando entender como aplicá-las. Não sei se neste momento do curso eu deveria estar “filiada” aos pensamentos de um ou outro autor, e talvez seja este o motivo da minha dificuldade em redigir sobre o presente tema, mas o que vejo é que, mesmo tendo conhecido a maneira como Hume, Kant e os Utilitaristas propõem a identificação e diferenciação do moral do imoral, é difícil fazer um julgamento sobre casos, é difícil aplicar conceitos na hora de determinar a moralidade das condutas. E me parece ainda mais difícil quando estas condutas são aquelas em que o agente é o único concernido, condutas de efeito reflexivo (em que o agente é o único afetado, pelo menos aparentemente).

    Gostaria de começar analisando um trecho do “Ética para principiantes”, no Capítulo 13, que diz: “O argumento em favor da moralidade das práticas de modificações corporais tem sido feito no sentido de demonstrar que elas correspondem a práticas correntes nas sociedades contemporâneas”. Assim, modificações corporais não seriam imorais porque, grosso modo, muita gente as pratica. Eu acho que este argumento, ainda que válido, não é forte. Muitas das condutas correntes nas sociedades contemporâneas são, sim, condenáveis e imorais. Não é o fato de ser usual que torna uma prática moral.

    No contexto da modificação corporal, não vejo fundamento na argumentação a favor da sua imoralidade, e creio que a principal razão que leva as pessoas a condenar as práticas de body modification ou body art (tattoo, piercing, escarificação – que é também uma forma de mutilação) seja a visão preconceituosa, discriminatória e excludente que predomina na sociedade dos padrões tão definidos em que vivemos. Somos educados sob estes padrões estéticos, que ditam o que é “bom” e o que é “mau” para a nossa aparência, e a tendência é que reajamos negativamente quando em contato com indivíduos que fogem a este padrão.

    Não acredito, entretanto, que em algum sentido as práticas de modificação corporal sejam ofensivas contra terceiros, e acho que por isso as alegações do tipo “estas são práticas imorais” são mal fundamentadas e ideologicamente baseadas em preconceitos. Quanto ao onanismo e à pederastia, também não encontro razões para que se julguem atos imorais, condenáveis ou inaceitáveis, à medida que afetam apenas aqueles que os praticam. Não acho que sejam práticas ofensivas à própria pessoa que as comete - ou “imoralidades contra si mesmo” - e nem ofensivas contra as pessoas com quem os praticantes convivem.

    Sobre o suicídio, consiste na solução encontrada pelo agente para pôr fim ao seu próprio estado de sofrimento. Seria a última (quando não a única) saída achada pelo sujeito, que se encontra em profundo desespero, para dar fim ao seu sofrimento. O suicídio, diferentemente das outras condutas há pouco analisadas, tem uma maior interferência na vida das pessoas que convivem com quem o pratica. Entretanto, se nos basearmos na teoria de que devemos adotar as condutas que nos convêm, pensando (ainda que soe como egoísmo), apenas nas nossas vontades, não temos como condenar tal ato. Mesmo porque, de uma maneira ou de outra, o suicida será sempre o principal afetado pela sua escolha.




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  32. Em primeiro lugar, quero declarar que não concordo com a forma como foram editados os vídeos de modificação do corpo, onde aparecem juntos os resultados das práticas de tribos africanas, atitudes baseadas na cultura e nos rituais daqueles povos e que deveriam ser tratadas com o mesmo respeito que os cristãos exigem para com os seus sacramentos, e as excentricidades de pessoas que, levando em consideração seu gosto pessoal, optam por exibir, literalmente no próprio corpo, alterações que consideram atraentes, não creio que sejam imorais, e o máximo que se poderia questionar seria a estética dos resultados , mas, já diz o ditado popular, gosto não se discute....
    Nos caso do homossexualismo, não creio que ainda haja o que ser discutido, comentado, ou julgado, É UM DIREITO de cada um encontrar seu prazer onde bem entender, reproduzo aqui palavras de um grande conhecedor da vida, que dizia: "Em termos de sexo, apenas condeno a pedofilia, pois é praticada contra quem não tem discernimento para decidir e o estupro, pois é realizado sem o consentimento de uma das partes, sendo ambos, justificadamente, considerados crimes, no mais, que cada um decida e arque com as conseqüencias de suas decisões." Eu assino em baixo, homo, hetero ou bissexual, são definições culturais e não biológicas, e pra ser muito sincera, existem muitas definições culturais que trazem muito mais sofrimento e confusão do que ordem para as sociedades. A convivência com as diferenças nesse caso não é uma opção, é uma obrigação.
    Já no caso da masturbação, considero importante que o tema seja esclarecido para as pessoas jovens que correm o risco de conhecer essa prática de forma inadequada, a masturbação como autoconhecimento ou mesmo como uma declaração de amor ao próprio corpo, nada tem de errado, só se torna prejudicial quando traz consigo o sentimento de culpa ou quando essa prática, por alguma orientação equivocada, passa ser a única forma de uma pessoa encontrar prazer, ambas situações que podem ser evitadas por esclarecimentos isentos de preconceitos de preferencia feitos pelos pais ou responsáveis assim que percebam que o indivíduo inicia o processo de descoberta do próprio corpo.
    Quanto ao suicídio, não é uma prática que atinge a apenas uma pessoa, traz consequencias para os familiares e para as pessoas próximas que de alguma forma recebem reflexos dessa atitude, conheço pessoas com sérios motivos para desistirem da vida e que não o fizeram, já outras por motivos aparentemente mais fáceis de se contornar, optaram por desistir, eu acredito que não seja possível considerar o suicídio como um ato praticado por uma pessoa sã, portanto não cabe um julgamento moral.

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  33. Toda ação individual causa um impacto coletivo. Essas ações nem sempre têm uma relação de causa-efeito, ou seja, não será sempre que afetará diretamente, mas sem pode afetar indiretamente o coletivo.
    O caso do suicido ilustra bem. Muitas das vezes em que o indivíduo opta pelo suicídio é por sentir-se deslocado do coletivo ou o coletivo não lhe agrega em nada. Essa falta de harmonia pode causar desconforto tanto ao indivíduo como a todos, e uma das bases da discussão sobre Ética é a harmonia dos indivíduos quando se encontram em grupo, ou seja, todos os indivíduos precisam se sentir confortáveis com a situação em que se encontram.
    O indivíduo que busca o suicídio pode ter motivos emocionais ou racionais para essa prática, mas independentemente dos motivos o ponto é que ele não está em harmonia com o grupo. Essa prática é necessariamente maléfica? Não, pois essa falta de harmonia pode acarretar tanto em problemas coletivos como problemas individuais, e na falta de alternativas o indivíduo pode enxergar isso como a melhor escolha a se fazer.
    A questão da reciprocidade e a empatia são interessantes nesse assunto. O coletivo precisa ter empatia ao indivíduo e reconhecer que a dor pela situação em que ele passa não é desejável a ninguém e querer proibi-lo de agir e continuar nesse sofrimento pode ser considerado imoral, pois todos exigem a liberdade de acabar com seus sofrimentos e seria egoísta do coletivo achar que seu bem-estar em vê-lo vivo é mais importante do que o bem-estar do indivíduo que busca finalizar com sua existência.

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  34. A meu ver, as questões referentes ao onanismo, pederastia e mutilação estão muito mais ligadas a preconceitos das sociedades nas quais elas ocorrem do que a uma questão ética, isso porque, na maioria dos casos, esses tipos de comportamentos só impactam na vida de quem as pratica e quando fazem, é para a obtenção do prazer e da satisfação pessoal, não havendo, portanto, prejuízos a terceiros, mesmo nos casos em que a maioria julgue ser extremos. Diferentes tipos de cultura evidenciam bem essa questão através dos diferentes tratamentos que dão a elas. Já ao que se refere ao suicídio, considero a questão um pouco mais complexa, se por um lado o fato de o suicídio afetar a vida de outras (imagine um pai de família que tira a própria vida) ,portanto, abrindo espaço para uma possível discussão, por outro, acho plausível analisarmos do ponto de vista de quem se suicida, será que essa pessoa não morreu para se manter ética aquilo que acreditava ? Será que não morreu em nome de uma causa maior? Será que não morreu para deixar um legado, uma mensagem que de outra forma não seria ouvida? A carta de Getúlio Vargas me deixou com esta impressão.

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  35. Encontrei uma grande dificuldade para pode redigir este comentário, acreditava que por já ter lido uma quantidade razoável sobre os autores eu já saberia me posicionar melhor sobre problemas práticos da ética.

    Sobre os tópicos que temos a discutir, acredito que dentre eles, tanto o Onamismo quanto a Pederastia não são atos imorais, e acredito que hoje, são poucas as pessoas que pensam o contrário. A Mutilação, a meu ver, também não é um ato imoral, pois é um ato de escolha própria, de vontade pessoal; o que talvez aconteça no caso da Mutilação é talvez um certo estranhamento por parte daqueles que não estão acostumados, ou que de certa forma não concordam com tal ato. Todos os três atos não tem influência na vida de outras pessoas.

    Já o suicídio, ao contrário dos outros atos, influencia fortemente indivíduos que não estão relacionados ao ato, dessa forma acredito ser um ato imoral. As ações que são uma vez praticadas e não há a possibilidade de evitarmos suas consequências indesejáveis, se torna um ato reprovável. Utilizando-se do utilitarismo, que constitui o ato moral, como um ato que maximiza o bem estar de todos e evita-se a dor, podemos dizer que o suicídio é sim um ato imoral, pois, traz consequências não só apenas pra quem cometeu tal ato, mas também para os familiares e para as pessoas próximas que de alguma forma recebem reflexos dessa atitude.

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  36. Não vi sentido em colocar as duas primeiras práticas como imorais. O Onanismo é uma prática que traz prazer, e, usando a visão utilitarista, é benéfica. Faz com quem o indivíduo conheça o próprio corpo, sendo indicado por estudiosos do tema. A Pederastia também não me parece nada imoral. A relação sexual entre dois homens, sendo um mais velho e um mais novo, é uma simples preferência de ambos. Lembrando que estupro e pedofilia não tem nada a ver com pederastia. Não faz sentido algum pensar nessas práticas como imorais, sendo que só trazem prazer e benefícios para quem pratica.

    As práticas de mutilação, da maneira como foram apresentadas nos videos, são muito válidas, na minha opinião. Tanto as mutilações feitas por motivos religiosos/tribais, quanto as feitas por motivos culturais/estéticos. Mesmo que haja dor no processo, temos que o resultado é prazeroso para o indivíduo no quesito psicológico. Usando mais uma vez a visão utilitarista, temos que é uma ação benéfica.

    Talvez as duas últimas práticas estejam nessa discussão pelo medo que o ser humano tem do diferente. Ações que fogem do padrão são vistas com desconfiança e até hostilidade de boa parte da humanidade. Foi a única alternativa que pensei para que ações que deveriam ser tratadas com muita simplicidade estivessem numa discussão sobre imoralidade.

    A questão do suicídio é de longe a mais complexa. Discordo fortemente das práticas de suicídio que parecem ser direcionadas a alguém que não a si mesmo, como o caso do ex-Presidente Getúlio Vargas. Nos casos onde a ação é pensada somente para si, vejo algum sentido. Quem opta por isso, geralmente não vê melhor opção na vida. Sendo assim, seria uma ação que vem para terminar um estado negativo. Se está certo ou errado o que cada um acredita que acontece à partir da morte, do 'sucesso' do suicídio, não acho que me cabe discutir aqui. Mas questiono cada uma como se eu acreditasse. Para uns, após a morte há apenas o nada, e o nada é melhor que o sofrimento. Todavia, a vida é cheia de possibilidades, enquanto a morte, não dá nenhuma. Já se o indivíduo acredita que partirá pra algo melhor após morrer, penso que aí a prática do suicídio pode ser válida. Se a ação leva de um estado pior para um estado melhor, melhorando sua situação (de acordo com o que ele acredita) não vejo como ela poderia ser imoral contra si mesmo. Acredito sim que existem razões capazes de justificar uma ação de autodestruição. São alternativas válidas, mas não creio que sejam as melhores.

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  37. Esse assunto é difícil de comentar, mesmo nessa altura do curso aonde eu deveria estar munida de argumentos com todo o embasamento teórico que me foi passado até aqui.

    Porque é tão difícil classificar esses atos como imorais ou não? Penso eu que é por não dizer a respeito a mais ninguém que não o próprio indivíduo. Como me referi a uma prática que não interfere na vida do outro de maneira alguma?

    Compreendo que seja uma questão complexa a se tratar, mas que ao meu ver não considero o onanismo, pederastia e mutilação atitudes imorais. O onanismo e a pederastia embora em uma sociedade conservadora e tradicional traga mais receio, se refere apenas ao prazer do individuo. E pode o prazer ser imoral?

    A mutilação é uma questão de beleza, cultura, fé ou algum outro fator que move o agente a modificar o seu corpo. Isso vai dizer a respeito do que a pessoa se sente bem, se ela se sente bem em fazer uma tatuagem porque considerar esta ação imoral?

    No caso do suicídio, é mais delicado. A pessoa em seu ciclo social constitui laços inevitavelmente e a dor causada pela morte de uma pessoa querida é um sofrimento causado por esta ação de se matar, neste caso o suicídio, interfere na vida do outro.

    Para exemplificar o que quero dizer, uma mãe se suicidou deixando sua filha aos cuidados do pai, o pai maltratava a filha. A filha foi crescendo neste ambiente hostil e desenvolveu diversos traumas devido a isso. Essa história é real. Talvez não foi só o suicídio da mãe que fez a filha adquirir traumas em sua vida, mas acredito que certamente influenciou.
    Por isso considero o suicídio imoral.

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  38. Creio ser difícil julgar tais questões sobre os temas acimas postos desprovidos de conhecimentos e visões prévias, tentando assim abstrair-nos de todo pré-conceito que possamos tem sobre aqueles que nos foram colocados em análise. Como dito pelo colega acima, a quem possa colocar que o ato suicida seja uma ação que provém da manutenção de um bem maior. Morrer sendo a única alternativa, assim como Vargas e Sócrates fizeram. Mas há quem considere este um ato egoísta, onde a pessoa olha somente para o seu sofrimento e esquece dos que dependem dela. Quanto as outras questões (Onanismo, Pederastia e Mutilação), podem ser colocadas como necessárias a suprir os prazeres da pessoas que praticam tais atos ou colocam-os em seus corpos, porém não se pode esquecer que este serão os diferentes em uma sociedade e nem todos estão prontos ou sabem como air a fim de aceitar tais práticas.
    No meu modo de ver, e baseando a minha visão neste comentário no que Kant coloca quanto as questões éticas, creio que tais atitudes não se caracterizam como um ato moral, uma vez que não concebo os mesmo como atos que sejam unânimes ao ponto de se tornarem parte do imperativo categórico do DEVER. Creio que opiniões diferentes das minhas foram e ainda serão postas,mas ao meu ver, não são atitudes nos quais o DEVER fala mais alto, pois senão seria compreensivo que todos os que não tem ou não praticam esses atos fossem "forçados" pela ética a fazer tais coisas.

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  39. Não é possível um ser humano agir de maneira a não afetar mais ninguém com o seu ato. Mesmo indiretamente, alguém será afetado pelo ato.

    Isso pode ser colocado na questão do suicídio e da modificação corporal de modo a analisar a conduta do indivíduo que realiza uma dessas ações.
    No texto de L.A. Peluso é colocado que um ser intelectual é aquele capaz de agir num contexto de interpretações representativas do mundo em que é possível assegurar sua inaceitabilidade. O ato de se suicidar ou de alterar seu próprio corpo se sustenta por argumentos intelectuais, mas quem escolhe realizar esses atos se baseia em um questionamento de certo e errado. Logo, se uma pessoa escolhe se suicidar ou alterar seu próprio corpo, significa que ela considerou essa atitude correta, considerou que seria o melhor a se fazer em tal momento. A carta testamento de Getúlio Vargas expressa bem isso.
    Descobrir as razões para um suicídio ou para uma modificação corporal é algo que diz respeito a quem faz a ação. Para descobrir as razões, é preciso questionar essa pessoa sobre os motivos que a levaram a isso.

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  40. As ações individuais são capazes de discernimentos diferentes. Uma ação isolada pode gerar reflexos num coletivo, assim como o contrário é válido. Não se pode dizer que as ações estejam diretamente ligadas, mas é capaz de influenciar e também modificar o meio em foi inserido. É inerente pensar que as práticas individuais afetam mais a si próprio do que a uma sociedade inteira, por exemplo.
    As ações, como onanismo, a modificação corporal e a pederastia não são causas obrigatórias, cada um pratica tais atos segundo suas vontades e desejos a fim de procurar a sua felicidade e com convicção moral e racional de ser um ato moral (não cabe a culturas diferentes julgar a ação individual, uma vez que as noções de moralidade podem variar de pessoa para pessoa). As práticas colocadas em análise são difíceis para se chegar a conclusão sobre atos imorais contra si próprio, pois acredito que não é pertinente o julgamento de uma prática, a partir de um valor moral “comum”, para justificar e classificar como imoral outro ato. As causas para que isso aconteça são advindas de diversas ramificações, as religiões, a cultura, o direito, o discernimento pessoal e muitos outros. Às vezes cabe um olhar menos pragmático para aceitar atos individuais. Acredito que dessas práticas (onanismo, mutilação e a pederastia) estão carregadas de intolerância, quando determinadas como imoral. Por que não há críticas aos furos nas orelhas dos recém-nascidos? Isso é uma modificação corporal? O lado conservador e que anseia por uma resposta dirá que são ações diferentes, pois “uma escarificação é mais ofensiva visualmente do que um brinco na orelha”. Quando, acredito, que uma discussão filosófica colocaria qualquer tipo de modificação no mesmo nível.

    Entretanto, o suicídio parece não se enquadrar totalmente nesse quadro. O ato de retirar a própria vida também é uma escolha pessoal, que não deve ser julgada, entretanto acaba por desencadear consequências que afetam a terceiros. Tanto a família, quanto a sociedade. É possível citar os crescentes números de suicídios durante o período da Crise de 29, o que afeta uma sociedade inteira e diversos setores do Governo. Em uma animação francesa “A loja de suicídios” retrata que suicídios em vias públicas são multados, o que causa grande estranheza, pois é altamente entendido como imoral e punido por isso. Apesar do filme ser uma ficção, me remete a pensar o quanto a sociedade ou o Governo tem “direitos” de interferir nas escolhas pessoais, por mais que isso acarrete em danos psicológicos a terceiros e físico a si próprio, no caso.

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  41. Creio que está imoralidade contra si mesmo não existe, afinal as pessoas, por mais diferentes que sejam, possuem gostos e opiniões que devem ser respeitados individualmente, mesmo que fujam ao senso-comum.
    Cabe ao individuo julgar o que é bom para si, ou seja, o que considera moral. De modo que cada um tem a liberdade de fazer uma tatuagem, se auto-satisfazer sexualmente, ou alterar seu corpo de um jeito que se sinta bem.
    Também entra neste caso o suicídio, que em minha visão também não é imoral, mas sim muitas vezes uma demonstração de fraqueza, aonde se busca uma solução imediata para fuga de problemas, contudo outra vez é uma decisão que só cabe ao próprio ser que o pratica e não pode ser tomada como imoral.
    Não podemos saber o que se passa nos pensamentos de cada um, algumas destas atitudes são tomadas por crenças, gostos ou apenas mero impulso, nos cabe apenas aceitar o outro e formar nossa própria moralidade.

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  42. Todos os aspectos apresentados nos proporcionam diversas diretrizes, as quais são, inevitavelmente, guiadas e formadas ao longo de nossas experiências, com a influência de cultura entre outros pontos.
    Não acredito que alguém tenha algum conceito imutável sobre determinadas ações e que, sob situação alguma, acabe por mudá-lo, principalmente quando diz respeito à, única e exclusivamente, própria pessoa que cometeu/sofreu o ato (sendo o agente externo ou o próprio indivíduo que “julgará”).
    Considero um pouco distante a questão ética-moral de atos como, por exemplo, mudança corporal. Esses atos são atos que dizem respeito ao corpo (e até mesmo mente), das pessoas e em nada interfere aos outros. Se todos gostassem do amarelo o que seria do azul, não é mesmo?
    Vejo que as “mudanças”, ou seja, “diferenças”, sendo elas artificiais ou até mesmo naturais, causam, muitas vezes, espanto, estranheza. Acato esse tipo de atitude como uma questão cultural, local, muito mais do que dentro de questões de padrão “ético-moral”.
    Cada um tem a sua maneira de "sentir prazer"; algumas pessoas gostam de mudanças no corpo, tatuagens, “piercings”, entre outros exemplos e, no meu ponto de vista, não invadido o "seu" espaço, não há como haver o conceito de ético ou não ético, sobretudo nessas situações.
    Quanto a opção sexual e outros itens relacionados a sexualidades das pessoas, a mesma coisa. Mudam os assuntos, mas a essência da maneira como se vê o “diferente” continua a mesma.
    Além dos assuntos ainda muito mistificados pela nossa sociedade, há aquela sensação de estranho àquilo que não há concordância ou aproximação (falta de esclarecimento, para ser mais clara).
    Em suma, realmente não consigo “classificar” determinados atos; tenho uma opinião minimalista de que determinadas ações são simplesmente ações que dizem respeito à própria pessoa e a ninguém mais.
    A questão do suicídio já me causa mais confusão. É um ato que eu vejo como algo que implica em alguns outros fatores como, por exemplo, as redes ao redor da pessoa. De certa forma há um abalo, “choque” que esse ato traz, causa; diferente do espanto ou sensação de “estranho” que causariam as atitudes mencionadas acima.
    Falar sobre suicídio é, de certa forma, mais simples quando não se tem nenhum caso próximo ou conhecimento maior sobre o assunto, mas sabe-se que esse ato implica em diversos fatores sociais previamente, bem como posteriormente ao ato em si, não podendo ser considerado, ainda em meu ver, algo como modificações corporais ou opção, relação sexual.
    Escrevi, escrevi e escrevi e não sei se fui clara, mas devo admitir que esse comentário me causou certo “branco” na hora de começar a escrever. Relacionar teorias, trazer certos pensamentos à tona e comentá-los se distancia, substancialmente, de ações como essas vividas em nosso cotidiano.

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  43. Em todas as sociedades existem seus valores, suas culturas, no qual determinam o seu modo de se vestir, de agir, de pensar, contudo todos nascem com o livre arbítrio podendo escolher o que fazer a si próprio sem prejudicar o próximo. Assim encontramos muitas pessoas no mundo inteiro que mudam suas aparências usando pircing, cortando a língua, fazendo tatuagens, usando alargadores, entre outras coisas que assistimos nos vídeos, essas coisas são considerados diferentes, anormais. Mas não ser normal quer dizer que elas são imorais?
    Como vimos nas aulas, o consequencialismo diz que uma ação é boa, porque seus resultados são bons, não afetando os outros, com isso essas mudanças que as pessoas fazem em seus próprios corpos não é um ato imoral, são atos que eles fazem acreditando que são coisas boas, essas mudanças os deixam felizes não prejudicando o próximo. Então não podemos considerar como algo imoral, só diferente. Mesmo assim nos tempos de hoje que usar pircing, fazer tatuagem ou alargador é algo mais comum que antigamente ainda encontramos preconceitos tanto na área profissional quanto na área pessoal.
    Assim como essas mudanças nos seus próprios corpos não são consideradas imorais, também acho que homossexualismo, bissexualismo, onanismo não são imorais, são formas que a própria pessoa escolheu de ser, de viver e ser assim a torna feliz. Os utilitaristas dizem que preferimos buscar prazer invés da dor, assim essas preferências sexuais são vistas como prazer de algumas pessoas, elas escolheram seu próprio meio de prazer, então elas estão buscando a felicidade.
    Já o suicídio é um assunto mais delicado e difícil de comentar, muitas pessoas escolhem se suicidar porque não encontram uma solução para seus problemas, contudo sou contra esse ato, acho que prejudica os outros, porque quando uma pessoa decide se suicidar ela vai causar dor em inúmeras pessoas que viviam ao seu redor, familiares, amigos, portanto não acredito que essa seja a melhor solução para os problemas. Não julgo ser imoral porque cada um decide o que fazer com sua vida, só não considero correto e nem a melhor maneira de resolver os problemas.

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  44. Bárbara da Silva Miranda20 de junho de 2013 às 21:24

    Do texto existente no link disponível, podemos primeiramente concluir que o mundo acadêmico influencia a educação e transmissão de ideias e teorias que muitas vezes serão seguidas e absorvidas pela humanidade. Mas nossas crenças e ideologias certamente também irão interferir em nossas conclusões sobre atitudes, considerando-as éticas ou não.

    Ao observarmos os casos de pederastia, mutilação, onanismo e suicídio podemos tirar diferentes conclusões se nos basearmos em três teorias advindas do âmbito acadêmico.

    Primeiramente coloco Hume e sua consideração do que é moral, ou seja, são ações majoritariamente aprovada pelos seres humanos e não são determinados pela razão. Para sabermos se tais atos são morais, deveríamos então averiguar qual a “porcentagem” da sociedade o aceita nesta classificação.

    Diferentemente de Hume, Kant coloca que a razão faz parte do ser humano. Para ele, é pelo senso de dever que agimos de forma moral e este senso é imposto por nós mesmos, mas existem três máximas que classificam as coisas como morais. Se pessoas que praticam tais atos observarem a moralidade pelo âmbito kantiano, sua conclusão é de que nisto consiste moralidade. Isso se dá visto que suas ações aparentemente corretas podem ser universalizadas, podem ser praticadas por toda a humanidade e não utilizam ninguém como meio, mas a si mesmo para alcançar seus objetivos.

    Considerando um outro ponto de vista, o utilitarismo tem por caracterização do ato moral a maximização do bem estar de todos “atingidos” por tais ações e abordando de forma mais objetiva o exemplo do suicídio, ele seria considerado imoral. Pois como dito no livro “Ética para Principiantes”: “A presunção de que a morte significa alívio dos males do agente, não se justifica face ao sofrimento que haverá de gerar nos demais afetados pela ação.” Porém os utilitaristas analisam o suicídio levando em consideração os motivos que culminaram em tal ação.

    Depois de toda esta análise entendemos como opiniões divergem sobre estas ações, e tais divergências não se mantém somente nas “pessoas comuns”, mas advém também do meio acadêmico. E talvez seja exatamente por esse motivo “que as Universidades existem” e intelectuais estão sempre em busca de tantas respostas, sem esquecer a necessidade de entender quais são as razões para viver ou não.

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  45. Partindo de uma visão pessoal, não vejo nenhuma das práticas acima citadas como imorais. É necessário, contudo, que se leve em consideração alguns fatores como a cultura e a religião. As crenças que cada pessoa as levará a concluir se um ato é imoral ou não.
    O onanismo passou a ser visto como imoral a partir da criação do cristianismo que, juntamente com qualquer ato que estivesse ligado à sexualidade, foi proibido. Foi somente a partir do século passado que o onanismo deixou de ser visto como algo natural. Contudo, o tema ainda é um pouco polêmico quando abordado em diferentes setores da sociedade. O Judaísmo, o Protestantismo e o Catolicismo vêem o onanismo como pecado. Por outro lado, o Paganismo inclui tal prática em seus cultos.
    A pederastia também é discutida pela sociedade. Nos dias atuais, ela representa qualquer relação homossexual entre homens. O maior problema ocorre quando as pessoas confundem a pederastia com a pedofilia. A diferença é que a segunda envolve uma criança, e não um adolescente.
    A mutilação e o suicídio são temas que levantam discussões pelo fato de que as pessoas se perguntam “Por quê?”. Ou seja, grande parte sociedade (não todas as pessoas) deseja saber os motivos que levaram uma pessoa a colocar um piercing, a se tatuar e a se matar. São questões que podem ser analisadas sob a ótica cultural. Na África a na Ásia, a mutilação faz parte de uma cultura própria, o que faz total sentido. O suicídio, visto como pecado pelas religiões cristãs, têm uma boa conotação quando analisado sob a ótica japonesa. Ambas são práticas extremamente pessoais, mas diferem em um aspecto: a mutilação interfere somente na vida (no caso, na estética) de uma pessoa, enquanto que o suicídio afeta todas as pessoas ao redor do suicida.

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  46. Esse novo tema proposto é bastante interessante e ao mesmo tempo um pouco complexo de ser analisado por mim, devido não ser possível dizer ao certo que tal ato é algo imoral. È mais que obvio que alguns vídeos que foram sugeridos são impressionantes e até aterrorizantes, apesar das pessoas terem diversas concepções de que é aceitável ou inaceitável e do que é moral ou imoral as imagens vistas são muito perturbadoras e chocantes e em minha opinião algo anormal, longe do aceitável e imoral. Mas com que autoridade ou aval eu posso julgar esse ato de imoral? Certas palavras como moral, imoral, bom e mau etc. não devem ser encaixadas em qualquer frase ou discussão como se fosse o parâmetro mais correto de definir todos e tudo. Essas palavras são mais complexas do que pensamos ou podemos imaginar. As formas de violência contra si são um tema tanto quanto denso, sendo necessário uma analise mais minuciosa e detalhada sobre o assunto. Nós temos livre arbítrio para pensarmos e fazermos o que quisermos com nós mesmos, inclusive tirar nossa própria vida. Mas porque se tirarmos nossa própria vida será considerado um ato imoral? Os únicos motivos que talvez justifiquem esse ato como imoral seja o sentimento de dor, revolta e tristeza. Pela ótica utilitarista a mutilação seria algo ético, pois aquilo que conhecemos como dor pode proporcionar prazer, visto que seu meio e fim não trazem consequências a não serem as já esperadas por quem está praticando a ação. Em fim, ambos os assuntos levantados são densos e envolve mais de um julgamento. Talvez as motivações que levam alguém a praticar um desses atos determinem a sua condição (moral ou imoral) ou as consequências, o fato é que provavelmente não chegaremos a um consenso sobre ambos os atos, mas não devemos deixa-los de lado.

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  47. Tais questões colocadas em pauta nesse blog, por vídeos ou pelo texto, me trouxeram à uma reflexão profunda sobre tais atos e suas respectivas denominações de moralidade ou imoralidade.
    Não considero imoral a pederastia nem o onanismo, pois os respectivos atos proporcionam prazeres apenas aos praticantes, ou seja, eles não são “prejudiciais” à aqueles que não praticam tais atos. Na sociedade em que vivemos, esses dois atos podem vir à causar certo incômodo por conta de preconceitos, que normalmente não tem embasamentos, e que portanto, devem ser revistos por aqueles que incriminam.
    Ainda falando sobre essa sociedade que ainda vive com certas crenças e tabus, o ato da mutilação/alteração do corpo, também sofre diversas repreensões, pois, de acordo com os mais “conservadores”, a modificação do próprio corpo, vai contra as leis “divinas”, ou, também de maneira comum, aparece a repreensão materna, que proíbe certa alteração, pois não foi desse jeito que ela gerou tal indivíduo, e, sendo ela a genitora, somente à ela compete o direito de fazê-lo. Deixando esses tabus de lado, que tendem a ser ultrapassados, considero o ato moral, pois, é o mesmo ocorrido do exemplo anterior, onde os que sofrem as consequências, são justamente os praticantes da mutilação. Salvos os casos em que a pessoa é obrigada a tal.
    O exemplo que mais me fez pensar, é a questão do suicídio. Acredito que enquanto não houver evidências do que ocorre após a morte, a questão da moralidade sobre esse ato, acarretará em cada vez mais questionamentos e hipóteses.
    Na visão que tenho agora, considero o ato moral tomando como premissas o fato de que 1. Não temos a opção de existir, simplesmente existimos. e 2. Somos responsáveis pela própria vida.
    Da mesma maneira que optamos por escolher determinado curso para estudar, determinado emprego, seja ele lavador de pratos ou traficante de drogas, estamos decidindo pelo nosso futuro, considerando-o como existencial ou não-existencial (suicídio). Posso ter transparecido frieza, mas sei que tal assunto é bastante tenso, e MUITO mais complexo do que tratei aqui. Apenas acredito que essa atitude de cometer suicídio deve ser analisada diversas vezes antes do acontecimento (óbvio), após haver buscado diversas maneiras de retornar à sociedade, pois, até que se prove contrário, a vida é única e irreversível.

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  48. Nos tempos em que vivemos, questões tidas como anti éticas já deixaram de ser rotuladas assim, e o Onanismo é um perfeito exemplo disso. Com o avanço da ciência, certos mitos que eram colocados, principalmente pela Igreja,
    foram caindo por terra. A sociedade moderna observa a questão da sexualidade de uma forma muito menos abrangente e muito mais preconceituosa em relação a idade média. A pederastia é recriminada, corretamente na sociedade moderna. Ambos os casos, tanto da pederastia quanto da masturbação, podem estar ligados a problemas psicológicos graves, que prejudiquem o convívio do ser no meio.
    Acredito que tudo aquilo que prejudica os outros, pode ser julgado como anti ético, portanto, o onanismo, desde que controlado,não é uma prática anti ética, pelo contrário, se feito de forma controlada, é saudável. Já a pederastia, por envolver outro ser, muitas vezes um ser jovem, que pode não ter uma idéia completamente formada, e pode ser mais facilmente persuadido por opiniões de outros, pode vir sim a ser uma prática anti ética, desde que ambas as partes não estejam em comum acordo quando o ato ocorrer.
    Seguindo a minha linha de raciocínio, não considero body art como uma questão anti ética. Não é algo que prejudica ninguém
    ao seu redor. As pessoas que praticam esse tipo de ato, sabem muito bem o que estão fazendo, e colocam em seu corpo, muitas vezes o modo como olham para o mundo, deixando transparecer pensamentos obscuros através da arte. A diferença é apenas a forma como esta é apresentada.
    Já o suicídio, não representa apenas uma questão anti ética como uma ação extremamente egoísta. O egoísmo, na minha visão, é a pior característica de um ser. No momento em que alguém se suicida, este não leva em consideração seu entorno, seus entes a sociedade que ele movimenta. Outra forma de egoísmo é este querer levar consigo seu sofrimento, não dividindo-o com os outros, que poderiam muitas vezes tentar aparar, ou então, utilizar o aprendizado que este deixou, para futuros casos semelhantes.

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  49. Arthur El Reda Martins
    RA: 11002610


    Não acredito que as imoralidades citadas sejam de fato imorais. Minha visão tenderia mais para uma visão que talvez Hume teria sobre esses temas. Se a pessoa busca o prazer e tais atos lhe dão prazer, não são imorais. As três primeiras, inclusive, não têm motivos para que sejam consideradas de fato imorais porque elas nem ao menos prejudicam as pessoas ao redor. Tanto o onanismo quanto a pederastia proporcionam prazer ao indivíduo. A mutilação as vezes proporciona prazer, as vezes é consequência de transtornos sociais adquiridos, mas também não acredito que seja imoral, da ‘lista’ dos 3 primeiros é a única que eventualmente pode ser vista como doença ou síndrome e necessitaria de tratamento, pois pode prejudicar o indivíduo. O fato é que todas elas são contrárias ao senso comum, por isso a difícil aceitação.
    A análise mais problemática seria a do suicídio. Seguindo a linha de raciocínio da busca pelo prazer como sendo algo bom, o suicídio não seria imoral. O problema é que suas implicações recaem não somente sobre o indivíduo, mas também sobre as pessoas que o cercam, como parentes, amigos, e até mesmo sobre a sociedade, dependendo da maneira utilizada para se suicidar. Eu mesmo tive um colega que se suicidou. Ele estudava comigo e eu não o conhecia bem, mas quando eu soube ficava lembrando do rosto dele e do que eu poderia ter feito pra que ele não tivesse se matado, mesmo não sendo tão próximo. Ele provavelmente nunca imaginaria que me afetaria com seu ato, mas afetou. Por isso a situação é bem complicada. A depressão não patológica é sempre superável, então o suicídio raramente é uma alternativa ‘certa’ do ponto de vista ético. Não sofro de depressão mas também não tenho motivos fortes para não me suicidar, não sou religioso, por exemplo. Não me mataria, pensando fria e racionalmente, simplesmente pelo fato de que preocuparia e prejudicaria as pessoas que prezam por mim.

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  50. Com a prática de qualquer uma dessas ações “imorais”, quem se beneficia ou se prejudica diretamente é a própria pessoa que pratica, mas podendo atingir indiretamente outras pessoas. Não generalizo e acho que todas essas ações são imorais. Mutilação corporal, por exemplo, pode ser a colocação de um brinco ou piercing, e não julgo isso como imoral.

    Acho que as pessoas devem pensar nas consequências das suas ações e quem indiretamente elas podem afetar, um suicídio pode levar muito sofrimento para as pessoas que amavam quem cometeu o ato.

    É difícil classificar essas praticas como imorais ou não, cada sociedade possui a sua cultura e seus valores. Acredito que o Onanismo e Pederastia só afetam quem pratica, se a pessoa não julga imoral, e busca o seu próprio prazer sem prejudicar ao próximo, não somos nós que vamos dizer ao único afetado se é ou não moral. Mas os motivos que levaram alguém a praticar o suicídio ou mutilação devem ser analisados caso a caso, para sabermos quais as razões que levaram esta pessoa a praticar estas ações.

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  51. São tantas opiniões quanto às práticas “incomuns” à sociedade – alguns utilitaristas, alguns kantianos, alguns wittgensteinianos, e alguns somente egoístas mesmo (não necessariamente no sentido pejorativamente “ruim” da palavra, mas sim no sentido individualista) -, que eu começarei citando o questionamento do professor Peluso quanto ao comentário da aluna Ana Christia Vieira: você cometeria suicídio?


    Não, eu não cometeria. Primeiramente, porque tenho a sorte de conhecer pessoas (e parentes) que importam-se com a minha existência – de maneira objetiva ou literal mesmo - e de alguma maneira sofreriam caso eu decidisse por me suicidar. Tenho como valor pessoal que se os amo de volta, não tenho o direito de fazê-los sofrer – mesmo que o meu sofrimento fosse em alguma medida grande: sim, eu sou responsável por quem eu cativo. Em segundo lugar, sou afetada pelo que poderia chamar de “lado emotivo”: acredito na existência de Deus e na não-aleatoriedade dos eventos. Entretanto, independentemente do fator religioso (apenas uma exposição da minha opinião), pensando em bases racionais – embora sempre subjetivas -, eu acredito que uma vez consciente de que vivo em uma sociedade, devo a ela (felizmente ou não) “satisfações” – naturalmente àqueles que tentam de alguma maneira promover meu benefício –, as quais não posso permitir-me ser demasiadamente egoísta ao ponto de suicidar-me. Mas é justamente nesse momento que entra a questão principal, debatida também por Durkheim, por exemplo: ao sentir-se negligenciado na própria sociedade em que vive e à qual deve “satisfações”, um indivíduo poderia considerar abandonar a vida devido à pouca identificação e integração social a que é submetido; ou mesmo o contrário pode acontecer – quando sente-se demasiadamente integrado e responsável pelo destino de seu grupo, que “sacrifica-se” em nome dele. Quanto ao primeiro tipo de suicídio, eu certamente me oporia pois julgo como demasiadamente covardes aqueles que não têm determinação suficiente para superar os obstáculos que a vida lhes impõe; por mais difíceis que possam ser, a integração e identificação surgem com a dedicação do indivíduo em alcançá-las (lembrando novamente que a finalidade deste espaço é expor minha tão somente opinião); em especial devido ao “leque” de possibilidades de identificação social felizmente estar expandindo-se atualmente (mesmo que apenas em certa medida). Contudo, e quanto à segunda forma de suicídio, o “sacrifício”? Como eu poderia avaliá-lo?


    Admito que não fui suficientemente capaz de alcançar conclusões consistentes para expor uma opinião. Posso, no entanto, dizer que Mill e seus seguidores utilitaristas certamente aprovariam esta ação: pois acreditariam que as consequências geradas promoveriam a felicidade da maioria e, portanto, seriam justificadas.


    Entretanto, talvez eles não aprovariam algumas outras práticas individualistas, tais como a utilização de piercings e tatuagens, a realização de plásticas corporais modificadoras, além de algumas práticas sexuais: as quais não restringem-se somente à automasturbação, mas também à poligamia e ao adultério, por exemplo. Isso porquê o utilitarismo de Mill considera como “prazeres” justificáveis apenas aqueles que estejam de alguma maneira relacionados ao intelecto e ao “espírito”, ao invés do prazer físico – e egoísta também, uma vez que levam em consideração o prazer pessoal em detrimento à “felicidade da maioria”, tão defendida pelo utilitarismo.


    (continua)

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    1. Quanto à Kant – para citar alguns autores estudados -, acredito eu que ele poderia aprovar tais ações de cunho individual, uma vez que aprova aquilo que criamos como “deveres morais” racionalmente para nossa conduta; a menos, porém, que certos – outros - deveres fossem instituídos pelos ideais vigentes, o que poderia tornar o indivíduo submisso aos valores dominantes e consequentemente não livre para agir como bem lhe interessasse (seguir os “imperativos categóricos” disseminados na sociedade poderia ser o mais importante aos kantianos).


      Para finalizar, exponho minha opinião. Diferentemente do suicídio, na medida em que as práticas corporais individuais citadas acima não afetam diretamente aqueles a quem apreciamos a companhia e a quem devemos uma espécie de “satisfação” – e também na medida em que o Direito não as proíbe legalmente (afinal ao menos a grande maioria preza por sua liberdade de ir e vir, usualmente); no sentido de que a maioridade legal e a independência financeira tendem a endossar a liberdade de expressão e escolha de cada um, acredito não ser imoral que elas sejam realizadas. O que intento dizer é que na medida em que as consequências aos que nos rodeiam diminuem ou aproximam-se do irrisório - e consequentemente a necessidade de fornecer “satisfações” (explicações) a eles também -, julgar como imoral o “masoquismo” voluntário de um indivíduo consiste somente em instituir preconceitos e em interesse de manutenção dos ideais e valores vigentes e impostos. Afinal, concordo com Wittgenstein quando este afirma que não há linguagem capaz de expressar o que exatamente seria o conceito de “bom” ou “ruim”, sendo estes necessariamente pessoais. No entanto, na minha opinião, embora sejam práticas egoístas/individuais, nunca deveriam ser “restritamente” egoístas, a partir do momento em que consideramos as consequências que podemos causar àqueles indiretamente afetados (ou mesmo diretamente, como no caso da mutilação culturalmente instituída em inúmeras sociedades africanas e também em algumas asiáticas – orientais e médio-orientais). Tudo depende do grau de consequências desagradáveis (nulo ou grande) que causamos àqueles envolvidos em nossas práticas e escolhas.


      Não concordo com a noção de “imperativo categórico” de Kant e nem completamente com o utilitarismo de Mill (na medida em que este justifica determinadas ações pela suposta "felicidade" que proporcionará à "maioria"), concordo somente com o equilíbrio entre o egoísmo, o altruísmo e a liberdade de ação e expressão; ou seja, sempre na medida em que a minha “liberdade” não afeta – “tão” prejudicialmente assim – a do meu próximo (e que não é proibida legalmente), tenho o direito de considerá-la moral e por conseguinte o direito de ignorar os julgamentos e críticas da sociedade. Afinal, assim como Wittgenstein, não cabe a mim julgar as escolhas e gostos de cada um (bem como o desejo de quebrar com os “gostos” instituídos), pois não cabe a mim conhecer a “transcendentalidade” inerente às ações; assim como também não cabia ao tão célebre W. Shakespeare (e se não cabia a ele, imagine a mim), quando afirmava coisas do tipo “assim é, se lhe parece” e “ser ou não ser, eis a questão”.


      kamila.star.p@hotmail.com

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    2. Corrigindo: "na medida em que a minha liberdade não afeta a liberdade e também o bem-estar do meu próximo" (na medida em que o "equilíbrio" é capaz de proporcionar tal equidade).

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  52. Não considero imoral algo que não traz sofrimento nem prejuízos pessoais na vida dos praticantes de determinada ação nem interfira ou influencie de modo negativo na vida dos não praticantes. Seguindo nesse sentido, não vejo como um ato imoral a pederastia quando ambos estão interessados na pratica de tal ato, muito menos onanismo, pois esse envolve apenas a pessoa e, desde que em um local “apropriado”, não interfere de maneira alguma a vida de outra pessoa.
    Seguindo nesse raciocínio, não vejo a modificação corporal como algo imoral desde que esse ato não influencie na vida dos outros e seja uma atividade que traga um “prazer” ou uma sensação de bem estar e que parta da pessoa que a pratica (não por conta de uma vontade ou imposição externa). Vejo como imoral as modificações impostas por uma determinada cultura, quando uma pessoa é forçada pelo meio a fazer uma modificação que não é de sua vontade. Um exemplo que posso dar seria o caso da circuncisão imposta pela cultura judaica. Alguns pais chegam a ser contra a tal atitude, mas por conta da cultura a praticam assim mesmo (além de ser praticado em uma criança que nada tem a opinar sobre isso).
    O suicídio, apesar de ser uma pratica que parte da pessoa, interfere na vida de familiares e todos de seu circula de amizade. Muitas vezes a pessoa acredita estar fazendo o melhor para si, mas não sabemos o que tem depois da morte e essa atitude vai interferir, muitas vezes negativamente, a vida de várias outras pessoas. Por tais motivos vejo o suicídio como algo imoral.

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  54. A partir da análise dos links expostos acima, é possível fazer uma reflexão sobre a moralidade dos atos citados. No caso das práticas consideradas, ao meu ver a única que tende à imoralidade é o suicídio, não sendo as outras consideradas atos imorais.

    Não considero o onanismo como sendo uma prática imoral, pois não existe prejuízo para o indivíduo que a realiza nem para outros, apenas o prazer, que via de regra é considerado como algo bom e que o ser humano busca. Se considerarmos a visão bíblica, essa atitude é discutível, uma vez que o ato sexual e o prazer devem estar relacionados à reprodução, sendo portanto esta prática, nesse contexto, considerada imoral. No entanto, se fossemos considerar a visão bíblica, teriamos também que considerar o uso de preservativos e anticoncepcionais atos imorais e, ao meu ver, os mesmos não são imorais, principalmente se considerarmos a sociedade em que estamos inseridos. Portanto, não considero o onanismo um ato imoral, porém ele pode ser considerado do ponto de vista de alguém extremamente religioso.

    Também não considero a mutilação como sendo um ato imoral, pois quem o faz é por vontade própria e por gostar de tal, seja fisica ou estéticamente. Por ser uma atitude que envolve apenas a si próprio, não afetando outras pessoas, e feita por livre e espontanea vontade, uma vez que a pessoa que o realiza se sente bem com isso, não considero esse ato como sendo imoral.

    O suicídio, de todos os atos acima, para mim é o mais ambíguo. Embora seja um ato praticado porque a pessoa assim deseja, o fato de afetar os outros, causando sofrimento não só para si, mas para todas as pessoas ligadas à voce, sendo assim um ato de egoísmo, pode ser considerado uma atitude imoral. No entanto, não creio que viver na dor seja um ato moral, e muitas vezes quem comete suicídio é porque vive em um estado emocional de extremo sofrimento. Considerado isso e após um pouco mais de reflexão, penso que o suicídio é um ato imoral, pelo sofrimento que se pode causar aos outros e porque existem maneiras de melhorar desse sofrimento, pois ao procurar ajuda estaremos agindo de maneira a buscar o bem e a felicidade, nossa e dos que a nós estão ligados.

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  55. Após ler o seu texto e os outros materiais, como também os comentários de outros alunos, cheguei a conclusão de que todos (ou alguns) temas são apenas imorais se considerados do ponto de vista cultural e religioso, já sob um aspecto racional nenhum pode ser imoral, mas temos que considerar algumas coisas a respeito do suicídio, por ser um tema mais delicado e polêmico que os outros.

    Eu li em alguns comentários que consideram o suicídio como um ato imoral por trazer sofrimento às pessoas ao redor do suicida. Primeiramente, cada caso tem que ser tratado de uma maneira diferente, visto que pessoas podem ter diferentes motivos para chegar a se suicidar, e se realmente irá existir um sofrimento para as pessoas depois do ato. E também temos que lembrar que, mesmo que o suicídio seja considerado imoral por trazer sofrimento à outras pessoas, essas outras pessoas também foram imorais por não terem percebido que o suicida estava sofrendo e precisando de ajuda, ou até mesmo por ser vítima de ações antiéticas dos outros e culminar no suicídio.

    Ass: Helder Aires da Silva - RA 21008610

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  56. "Todas as formas de expressão do humano capazes de serem expressas em alguma forma de conhecimento criterioso do mundo tem lugar no mundo acadêmico."
    A partir de qual pressuposto podemos tomar como aceitável ou inaceitável atos que aparentemente tem um único agente envolvido?

    Inicialmente quero colocar a opinião de que ações não conseguem estar desvinculadas de mais de um agente - pelo menos no que tange ao âmbito cognitivo-, as imoralidades contra si mesmo, envolvem mais, e acredito que envolvem mais justamente por na maioria das vezes serem destoantes de todo o contexto ao qual estão inseridos.Envolvem não necessariamente no sentido físico, mas podem ser influentes nas maneiras de percepção, no âmbito cognitivo.

    Um exemplo é como a modificação corporal, em exemplo tatuagens coloridas que representam o couro de uma cobra na face, pode chocar uma população que não está habituada a se deparar com um humano com aparência de cobra. Desse modo discussões acerca daquele fato podem acontecer, afim de descobrir quais motivos o levaram a tal ação, se a ação é moral ou imoral, e isso evidencia um envolvimento que afeta a mais de um agente.

    As discussões que vão orientar a moralidade do fato não podem ser generalizadas, neste ponto entro em concordância com Wittgenstein, pois através das discussões podemos até tentar entender através da linguagem motivos que o levaram a tal ação, mas não compreender de fato e precisamente, já que a ação foi vivenciada somente pelo agente, que carrega com ele percepções e concepções próprias, e que para entendê-lo precisaríamos entrar num campo que vai além das palavras, seria necessário entrar no campo transcendental por ele citado.

    No entanto estudar a moralidade de algo, deve ser um construto racional, não me cabe a ideia por exemplo de que colocar um piercing é algo completamente moral e aceitável sob o julgamento de grande parcela da sociedade, enquanto quem decide por colocar 50 piercings é marginalizado e negativamente julgado.Aceito que pode ser algo incomum observar alguém com 50 piercings presos à carne e que talvez você não concorde em colocar em si mesmo pois não acha belo ou simplesmente legal e agradável, mas não imoral.Se considera 1 piercing moral, 50 também serão, mas se considera 1 piercing imoral, 50 também devem ser. Seria algo insólito estabelecer um número máximo aceitável -moral- de piercings, ou cirurgias plásticas, e etc.
    Imagine: " - Gostaria de colocar mais um piercing, mas já tenho 7, se colocar o oitavo serei considerado imoral."

    Para se situar de maneira clara, é importante perceber que em alguns locais as alterações corporais são comuns à sua população, assim como exibido nos vídeos sugeridos, escarificações em tribos africanas são modificações culturais, e completamente aceitas e vistas com naturalidade.Portanto a maneira com que se avalia a moralidade de ações com o próprio corpo, deve ser distinta a partir do momento em que se tem as alterações como algo pertecente à cultura do local.O corpo alterado não será destoante dos que ali com ele convivem.Por outro lado, alguém com a pele sem alteração nenhuma pode ser julgado pela própria tribo de maneira distinta à qual seria julgado a outras sociedades,por exemplo.- Percebe como a cultura é fator fundamental de influência? Se não levar a cultura em consideração pode-se cometer um erro de conduta, e julgar algo moral como imoral, ou vice-versa.

    Confirmo pela material disponível na Carta Testamento, deixada por Getúlio Vargas como forma breve de esclarecimento ao seu suicídio, o quarto parágrafo aqui explicitado.Como poderia julgar o suicídio de Getúlio algo moral ou imoral? Bom, poderia analisar que foi algo legítimo tendo em vista que sofreu uma série de injustiças. Mas qual seria a unidade de medida utilizada para verficar quão injustiçado Getúlio se sentiu a ponto de tornar seu suicídio moralmente aceito?
    Em meio a tantas posições, confesso me curvar a Wittgenstein e tomo parte de seu conhecimento: a ética encontra-se no transcendental.

    Raquel Ribeiro Rios

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  57. Se eu entendi corretamente a proposta deste comentário, as ações aqui apresentadas devem ser consideradas imorais apenas para o praticante. Assim sendo, eu não acredito que elas sejam imorais, porque se eu considerar uma conduta imoral como aquela que pode prejudicar alguém (nesse caso o próprio indivíduo), não consigo perceber nenhuma ação imoral.
    Entretanto, eu vejo um caso que se destaca dos demais, a pederastia. Esta ação se acontecer de maneira voluntária por ambas as partes não considero imoral, mas se houver um constrangimento de um ator para com o outro (provavelmente do homem mais velho para o mais novo), este caso se torna imoral. Para o sexo oposto as regras seriam as mesmas.
    Finalizando, estas práticas não são imorais para os próprios indivíduos que as praticam, mas se eu considerar que outras pessoas fora da ação podem ser afetadas, casos como o onanismo ou a pederastia praticados em público, por exemplo, se tornam imorais, pois, são ações que podem prejudicar o bem estar de quem não está envolvido e/ou acostumado com a ideia. (Talvez o suicídio também possa causar mal estar em quem presencia a ação, mas o seu fim (morte) já é uma consequência esperada por todos, apenas ocorre uma alteração da maneira do acontecimento, por isso não acredito que seja imoral.)

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  58. Tomo a liberdade de fragmentar minha análise dos temas propostos.

    Quanto ao onanismo, se partirmos da visão utilitarista de maximização do bem estar/felicidade, tal ato seria considerado imoral pela “conotação” egoísta. No entanto, com a liberdade de dissertar sobre, direciono-me ao âmbito da consciência corporal, já que como qualquer sensação que se percebe no corpo humano, esse seria só um meio de descoberta.

    Além disso, no caso das mulheres, pelo menos na atualidade mais ocidental, o onanismo acabou por “exprimir” mais um aspecto de busca por igualdade com o sexo masculino, já que tempos atrás era uma ação condenável socialmente, homogeneamente. Mas, ainda assim, em culturas como a africana, por exemplo – cairemos na MGF – o próprio órgão sexual é mutilado, e qualquer fonte de prazer é aniquilada. Logo, enxergo tal prática como uma questão cultural – até religiosa - e fragmentada quanto a opiniões.

    Sobre a mutilação, percebo que há a tendência em diferenciar atos extremos dos mais amenos. No entanto, crescemos ouvindo o que seria “bom” e o que seria “condenável” esteticamente. Por, mais uma vez, uma questão cultural, os extremos geram “estranheza” na nossa sociedade – tal qual as modificações corporais africanas, por exemplo. Acredito ser mais um âmbito de aceitação de si próprio e liberdade de “administrar” seu próprio corpo e julgamentos quanto à imoralidade de tal opção são fadados aos preconceituosos. Não vejo tais atos como danosos para o entorno.

    A pederastia, tal qual qualquer outro tipo de envolvimento erótico, não apresenta nenhum âmbito condenável, já que “busca-se o prazer e evita-se a dor”, logo, sendo consensual, não enxergo imoralidade alguma. Referente ao suicídio, uso-me de um trecho do texto do sr., Professor, que chamou minha atenção: “O fato é que se estamos vivos, decerto não sabemos por que razões. Podemos mudar isso. Mas, não existem razões capazes de justificar as nossas ações de autodestruição”. Com a leitura da carta-testamento de Getúlio Vargas, na qual nos é apresentada uma sequência de fatores interligados que motivaram seu suicídio, penso que é possível tentar justificar sim, as ações de autodestruição, mas nunca será possível estabelecer um juízo absoluto, pois este é intrínseco do “suicida”. Apesar de ser um ato que afeta um número maior de pessoas do que os anteriormente analisados, o maior dano se faz ao que pratica a ação, logo, não enxergo como imoral, pois ocorre uma “minimização do mal”.

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  59. Após visto os links disponíveis neste post, fiz uma reflexão baseada no que considero ser moral e ético, tanto para quem pratica como para quem pode ser afetado pela prática.
    Acredito que a mutilação não afete àquele que a pratica, pois ele tem um intuíto em pratica-la, com seus objetivos e crenças. Muitas pessoas acreditam que a mutilação ‘liberta’ o ser, assim você pode modificar o seu corpo da forma como você gostaria de ter nascido ou de ser. Como exemplo temos o Homem Gato, homem no qual modificou seu corpo e fez o uso de tatuagem para se parecer com um gato, no caso, ele acreditava que sua forma ‘humana’ não o traduzia, então se tornou aquilo que mais gostava, um animal felino.
    No caso do onanismo, acredito que a única razão para ser o feito, é a obtenção de prazer por si só. Dessa forma, dentro dos padrões nos quais a pessoa mantém para si mesmo a prática, não afeta e não cria dúvidas se é ou não moral. Acredito que o onanismo possa ser considerado imoral a partir do momento no qual ele é praticado com sentido ofensivo, no caso, quando se é praticado no meio de outras pessoas, em local público.
    Ao procurar o significado de pederastia, me deparei com dois significados distintos. Um significaria a relação homosexual em geral, e o outro, a relação homosexual entre um homem e um menino; Como não sei qual dos dois o sr. Gostaria que falassemos sobre, falarei sobre ambos. O primeiro significado considero ser moral, pois acredito que a moralidade é baseada naquilo que é feito e seu resultado leva apenas ao bom, ou no caso, ao prazer, de forma na qual não se está prejudicando a vida da pessoa que está participando. Já o segundo significado considero imoral, pois levo em consideração que, um relacionamento de um homem formado com uma criança não tem o mesmo peso para ambos, de forma que o homem sabe o que gosta e o que segue, e já a criança pode ser influenciada a cometer atos nos quais não sabe exatamente o que significam.
    Ao meu ver, dentre os quatro temas abortados, suicídio é o tema que considero anti ético e imoral. Acredito que a vida nos foi dada para que possamos vive-la de forma a aproveitar tudo aquilo que nos é concedido ou conquistado durante ela. A partir do momento que tiramos a nossa vida por vontade própria, estamos dando a entender que ela não nos satisfez, e o pior, estamos trazendo infelicidade para aqueles nos quais viveram a vida ao nosso lado. A partir do momento em que trazemos infelicidade para outra pessoa com nossos atos, quaisquer que sejam eles, estamos praticando um ato imoral. Porém, não podemos simplificar o suicídio apenas como um ato imoral para os outros que sofrerão, mas sim devemos entender que, da mesma forma que naõ devemos tirar a vida de outra pessoa, não deveriamos tirar a nossa própria, pois acredito que o suicídio deveria ser visto como o último dos atos a ser feito;

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  60. Creio que o Onanismo e a Pederastia podem não chegar a ser considerados imorais, pois o resultado seria o prazer para quem as pratica e não traria nenhum tipo sequer de dor ou sofrimento, no entanto na questão da mutilação, apesar de existir a dor física durante o ato, a pessoa procura por um prazer maior que será proveniente de tal ação. Também não considero que piercings, tatuagens e modificações corporais sejam imorais, as pessoas os fazem por considerarem esteticamente bonitos e por lhes causar uma sensação de prazer, já no caso do vídeo em que mostra a modificação dos africanos faz parte da cultura e o mesmo se assemelha muito com as práticas e culturas de alguns grupos indígenas brasileiros como os caiapós.
    Sobre o texto “Das razões para o suicídio”, eu estava no dia em que o professor Sandro cometeu o suicídio, alguns professores que estavam na classe comentaram sobre os problemas que ele passava como, por exemplo, o divórcio e a perda da guarda das filhas. Em minha opinião, eu acho que o suicídio já entra em um outro campo, penso que o suicídio seja o último recurso ou a última opção para a pessoa poder escapar das dificuldades que enfrenta, uma solução definitiva que encontra para acabar com a dor que o atormenta.

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  61. Mesmo depois de estudar diversas teorias sobre ética e moralidade, dizer se uma ação é moral ou imoral ainda se mostra muito difícil. Em casos como estes, onde supostamente a única pessoa afetada por tal ação é o próprio agente, isto se torna ainda mais problemático.

    Não considero o onanismo como imoral, utilizando como fundamento a teoria utilitarista, pois tal ato não causa sofrimento, pelo contrário, gera prazer à pessoa que o pratica. Pelo mesmo motivo, também considero a pederastia (no sentido do homossexualismo) como um ato moral. A mutilação ou modificação corporal, desde que feita por vontade própria, também é moral, pois apesar de a pessoa praticante desta ação se sujeitar a uma dor momentânea, posteriormente há uma sensação de realização da sua vontade, uma sensação de prazer.

    Ao contrário dos outros três atos, o suicídio pode ser visto como imoral. Como já foi exemplificado em comentários anteriores, na maioria das vezes a pessoa que decide tirar sua própria vida não é totalmente solitária. Ela deixa para trás a família, conhecidos, etc. Mesmo que o suicídio seja a melhor maneira encontrada pelo agente para acabar com seu sofrimento, as pessoas ao seu redor são afetadas de uma forma extremamente dolorosa.

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  62. A partir deste tema, entramos na aplicação das teorias sobre o que pode ser considerado moral ou não. Temas recorrentes que enfrentamos embates e opiniões controversas, tentam exprimir sua opinião acerca da ação que se pratica.
    Se analisarmos os temas que dão título a este comentário, isto é, falando de onanismo, pederastia, mutilação e suicídio, podemos ver divergências até nas teorias que já foram apresentadas no curso. Bifurcando a explicação e associando os temas sexuais e os que provocam dor a quem o pratica, tento assim explanar a minha concepção sobre estes temas.
    A partir de filósofos como Kant e a ética sexual que escreveu, que a prática sexual do onanismo, prática executada sem o objeto de prazer estar presente, é inaceitável visto que contraria os fins da humanidade, assim como a natureza animal, que utiliza o ato sexual para procriação como finalidade. Com esse tipo de ato, vemos a degradação da pessoa em si de modo mais inferior que o animal, que obedece a tal regra, mesmo que de forma inconsciente. Partindo para o tema da pederastia, vejo aqui um preconceito não acerca da relação entre maiores de idade e menores de idade, visto que na sociedade antiga, o casamento heterossexual ocorria com homens mais velhos que moças que acabavam de iniciar seu ciclo fértil, mas sim de um preconceito sobre a relação homossexual. Estudando o fim da relação sexual, temos que tal proposição rege a moralidade do mundo, com foco no desenvolvimento humano ou social, por meio da propagação da raça humana
    Partindo para o tema de provocação de dor no próprio indivíduo, me veem em mente os autores que tenho dado maior atenção, que seriam os utilitaristas. Dando enfoque maior na tese hedonista que ajuda a fundamentar o princípio da utilidade, temos que para felicidade como finalidade de toda a ação, o ser humano busca o prazer e ausência da dor. Porém Mill, como um bom liberalista, busca em seu livro “a liberdade” mostrar que o indivíduo tem o direito de agir como bem o convir, porém de forma a não prejudicar outro. Tal argumentação tem fundamento a partir do princípio do dano, que ele escreve em seu livro. No âmbito da sociedade, cabe a ela não intervir na ação do agente, mesmo que possa estar prejudicando a si próprio, sem desobedecer as regras impostas pela lei. Portanto, tanto a mutilação motivada por crenças ou como liberdade de expressão e o suicídio podem ser vistos de outros prismas, que não a condenação de suas ações, que nada infringem a lei.
    Com isso termino minha conclusão acerca desses assuntos, salientando que mesmo embasado nas teorias de filósofos que dedicaram a vida a tentar entender tais ações, estas não pode ser expressas como absolutas, visto que outras análises podem a vir a ser feitas e cabíveis de modificação. Tomo a liberdade de expressar o meu exprimir meu pensamento através do texto “das razões para o suicídio” de L.A Peluso:
    “O fato de uma idéia, teoria ou crença satisfazer os critérios de aceitabilidade não significa que essa teoria seja, definitivamente, aceitável.”

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  63. De todas as imoralidades contra si mesmo, a que considero mais grave é o suicido. Salvo a pederastia que envolve dois homens, todas as outras modalidades são resultados de escolhas individuais. A mutilação corporal, na maioria das vezes, é uma escolha pessoal que pode ser estética, social (tribos indígenas e africanas) ou religiosa (tatuagens que demonstrem sua fé, como essa http://www.mundodastatuagens.com.br/foto/2449/jesus-cristo/), que eu considero imoral a partir do momento em que a mutilação afeta a maneira com que o indivíduo é aceito na sociedade. Quanto ao onanismo, considero imoral por acreditar que relações sexuais devem ser praticadas com um parceiro permanente, não sozinho e muito menos com pessoas diferentes. Porém pederastia, onanismo ou mutilação, são escolhas individuais, não cabendo a mim julgar a conduta e escolhas de quem julga que essas práticas sejam morais.

    Sobre o suicídio, sem sombra de duvidas, acredito ser imoral. Não consigo aceitar que a escolha de por fim a própria vida possa ser “um sacrifício que manterá unida” uma nação e servirá como “chama imortal” na consciência que manterá a “vibração sagrada para a resistência”, como deixou Getulio Vargas em sua carta de suicídio. Como o suicídio pode ser símbolo para manutenção da resistência, quando o próprio Getulio afirma ter saído da vida por conta das pressões que ele não pode aguentar!? Soa como contraditório todo esse enredo de “morro para que ninguém os mate”. Ninguém escolhe quando vai nascer, da mesma forma que não pode escolher quando irá morrer.

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  64. Por mais que agora tenhamos um embasamento teórico a respeito do que é a Ética de acordo com alguns filósofos, é sempre complicado julgar se determinada ação é, ou não, moral. Mesmo quando, aparentemente, as imoralidades cometidas só dizem respeito àquele que a praticou.
    À primeira vista, o suicídio pode parecer uma ação que prejudique somente o indivíduo que opta por colocar um fim em sua própria vida. Num primeiro momento, talvez, essa afirmação seja verdadeira. Porém, segundo o Utilitarismo, uma ação deve ser considerada ética se for boa para o maior número de pessoas e não somente para quem a praticou. Portanto, deste ponto de vista, o ato de se suicidar não pode ser considerado ético, uma vez que tal atitude irá influenciar na vida de todos aqueles que fazem parte do convívio social daquele que se suicidou.
    Porém, se formos analisar a mesma ação de acordo com Hume, esta pode ser considerada ética. Pois, segundo o autor, a escolha do comportamento do homem é baseada naquilo que trará prazer livrará da dor. Quando um indivíduo opta por se suicidar é porque pensa que esta é a única maneira de por fim a dor e ao tormento que sente por estar vivo. Isto fica claro com a leitura do blog sugerido pelo professor Peluso (http://dedalus-atlas.blogspot.com.br/). Trata-se da página virtual de um professor da universidade que cometeu suicídio. Analisando o blog fica evidente que o autor do blog já não via mais nenhuma alternativa para acabar com a solidão que sentia dentro de si e ao refletir sobre o que deveria ser feito, chegou à conclusão que o melhor era acabar com a própria vida, que só assim conseguiria se livrar da dor, como ele mesmo diz em um de seus comentários: “Eu vou continuar, talvez e provavelmente, mas em outro lugar e com outro nome, se isso acontecer mesmo: eu preciso me reinventar, pois eu meio que me descriei...”.
    Em relação aos demais temas abordados (Onanismo, pederastia e mutilação), creio que tais ações somente interferem na vida daqueles que a praticam. Dessa forma, podem ser consideradas éticas tanto do ponto de vista do Utilitarismo, quanto do ponto de vista de Hume. Pois, ao decidir por qualquer uma dessas atitudes, o indivíduo está buscando aquilo que lhe causa maior prazer.

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  65. Nenhum homem é uma ilha, já dizia o poeta inglês John Donne, estamos todos conectados, cada ação traz consequências para todos, mesmo que indiretamente.
    As ações de onanismo, pederastia e mutilação não trazem consequências diretas para além do próprio ator, por isso não é imoral contra os outros. O onanismo é a prática de adiar um prazer, para depois maximalizá-lo, por isso não é um ato imoral contra si mesmo. A pedofilia é imoral, contra si mesmo e contra os outros, mas a pederastia não, a pederastia são duas pessoas, em consenso, dando prazer uma para outra. A mutilação, quando não psicopatológica, por questões estéticas e/ou socioculturais, não é imoral contra si mesmo, pois, apesar de toda a dor, no final, traz o prazer emocional.
    Já o suicídio traz consequências diretas para outras pessoas além do próprio ator, por isso é imoral contra os outros, mas é imoral contra si mesmo? Quando viver não vale mais a pena? Essa é uma questão difícil de responder. Eu faço minhas as palavras de Clarice Lispector, no livro "A Hora da Estrela": "O melhor negócio é ainda o seguinte: não morrer, pois morrer é insuficiente, não me completa, eu que tanto preciso".

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  66. Separarei o meu comentário em três partes: 1) Sobre Pederastia e Onanismo; 2) Sobre Mutilação (onde se inclui tatuagens, piercings, escarnificação, etc); 3) Sobre suicídio.

    1) É preciso definir do que estamos falando quando falamos em Pederastia e Onanismo. Entendo que aqui estamos utilizando Pederastia para falar do relacionamento sexual entre pessoas de idade muito distintas, estando geralmente a pessoa mais nova na adolescência pós puberdade (não estou considerando que esse relacionamento se dê apenas entre homens – que é ao que a palavra remete- porque também não julgo ser uma informação pertinente); e ainda acrescento que considero que a pessoa mais nova da relação tenha total capacidade de discernimento.
    E por Onanismo entendo que estamos falando sobre masturbação, independente de gênero.

    Sendo assim, não vejo possibilidade de falar em imoralidade ou moralidade desses atos (a não ser, claro, quando na pederastia a relação não é consensual). Embora as duas coisas estejam diretamente ligadas ao prazer, não estão diretamente ligadas à uma noção de bem ou mal que afete mais que os próprios indivíduos.
    Sobre a masturbação é ainda preciso dizer que sentir prazer sozinho, ou seja, causado por si mesmo, é, no mínimo, um direito e um exercício de liberdade.

    Quando alguém diz que uma destas ações é imoral, parece-me, na verdade, estar dizendo que não praticaria nenhuma das duas porque algo o faz julgar que é errado. Esse algo não é a ética, mas sim a religião, e/ou preconceito, e/ou a cultura, e/ou o tabu, etc.
    Quando falamos em ética, entendo que falamos em algo que está acima dessas coisas.


    2) Entendo a Mutilação como a liberdade sobre o próprio corpo, o direito de fazer com ele e nele o que se julgar melhor.

    Embora também tenha relação com o prazer, não me parece ter relação com a moralidade ou imoralidade, mas com inclinação. Por exemplo, quem faz uma tatuagem, sente prazer em ter o corpo pintado.
    Não me parece que as pessoas que fazem tatuagens ou colocam piercings ou fazem uma escarnificação e etc. o fazem porque acham certo, mas porque acham bonito, porque gostam. Esse julgamento – de ser ou não certo – só parece estar presente em quem não pratica essas ações, porque existem pessoas que, por exemplo, acham tatuagens bonitas, mas julgam que seja errado pintar o corpo e por isso não o fazem.

    Sobre a questão de provocar dor em si mesmo, apenas saliento que estamos acostumados a tratar prazer e dor como coisas totalmente contrárias e que não se ligam. Entretanto, diversas são as maneiras de sentir prazer, algumas pessoas sentem prazer em causar dor a si mesmo. Quando se entende como errado essa atitude é porque não de admite que dor e prazer possam ter esse tipo de relação.

    Portanto, não dá pra dizer que é moral ou imoral. Apenas se pode gostar ou não. E, em caso de não, há que se aprender a respeitar.

    E aí, a minha opinião é tal qual a do item anterior: Quando alguém diz que uma destas ações é imoral, parece-me, na verdade, estar dizendo que não praticaria nenhuma delas porque algo o faz julgar que é errado. Esse algo não é a ética, mas sim a religião, e/ou preconceito, e/ou a cultura, e/ou o tabu, etc.

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    1. 3) O suicídio, como muitos de meus colegas falaram, é, entre os quatro casos, o mais complicado.
      Mais complicado porque envolve crenças mais profundas.

      Antes de mais nada, preciso dizer que o que falarei sobre o suicídio se refere, em quase toda a sua totalidade à um suicídio racional, tomado por reflexão e não sobre um suicídio por conseqüência de patologias (onde incluo também a eutanásia), porque me parece claro que quando falamos nesse suicídio, julgamos que o agente não está em condições de discernir, nem ao menos refletir sobre o que é ou não ético.
      Dito isso, parece-me muito limitado dizer que o suicídio é imoral porque não afeta apenas o agente da ação, mas também as pessoas ao redor. De fato, a ato de se suicidar, de alguma maneira afeta as pessoas ao redor. Todavia, a modificação do corpo, por exemplo, também não afeta? A diferença é que a modificação do corpo vai afetar as pessoas ao redor de modo mais superficial, vai causar repulsa, aflição; em conhecidos, mas, parece, muito mais em desconhecidos. Já o suicídio, como muitos defendem, vai causar sofrimento – que parece ser um sentimento muito mais profundo do que o desgosto e a aflição –, e não aos desconhecidos, mas às pessoas ligadas ao suicida por laços familiares e/ou afetivos.
      Daí que muitos se valem desse ponto para usar o Utilitarismo em defesa da imoralidade do suicídio; fazem isso dizendo que o suicídio atingiria não só o próprio agente, mas também, e muito mais, as pessoas ao redor, causando dor a elas. Portanto, causaria mais dor do que prazer e, sendo assim, seria imoral. Entretanto, parece-me possível defender a moralidade do suicídio pelo mesmo ponto de vista: Manter a vida não querendo estar nela geraria um sofrimento àquele que manteria a vida e também àqueles que o são próximos – uma vez que não gostamos de ver sofrer as pessoas a quem somos próximos, e quando presenciamos esse sofrimento não sentimos prazer, mas sofrimento. Desse modo, o suicídio seria perfeitamente moral, uma vez que aniquilaria o sofrimento do agente e, a longa prazo, não causaria dor às pessoas as quais teriam para com o agente uma laço afetivo ou familiar – de fato, em curto prazo, essas pessoas sofreriam pela ausência daquele que se suicidou, porém, em contrapartida, em longo prazo não sofreriam porque não estariam em contato com o sofrimento do agente (como seria, digo novamente, caso ele mantivesse a vida).

      Para além disso, todos que defendem o suicídio como imoral me parecem partilhar da ‘opinião’ de Kant e outros, de que tirar a própria vida é imoral porque é nosso dever manter a vida (nas palavras do próprio Kant: “conservar a própria vida é um dever, [...]se deseja a morte, e, no entanto, conserva a vida sem a amar, não por inclinação ou temor, mas por dever, então sua máxima comporta valor moral”). Essa visão me parece totalmente tomada por uma supervalorização da vida e pela idéia acoplada de que a morte é algo ruim. Entretanto, como podemos supervalorizar a vida se é necessário ter um termo de comparação para isso? Esse termo seria a morte, claro; mas sobre a morte nada podemos afirmar. Tão logo e obviamente, não podemos dizer que a morte é algo ruim. Podemos sim dizer que a morte de outrem nos causa uma sensação ruim, mas não podemos afirmar absolutamente nada sobre a morte em si. Dessa forma, também me parece muito limitado defender a imoralidade do suicídio partindo-se desse ponto.

      E é também esse mesmo motivo uma das razões pelas quais acredito que o suicídio não é uma discussão de âmbito ético. Se Ética fala no âmbito do bom/bem e seus contrários, se não podemos afirmar nada sobre a morte e, se, portanto, não podemos dizer que é nosso dever manter a vida porque a morte é ruim, parece-me, então, que não cabe à ética falar sobre o suicídio.
      E ainda que coubesse à ética falar sobre o suicídio, seria no sentido de analisar e julgar os motivos que levam ao suicídio (e aqui sim cabe incluir os suicídios que são conseqüências de patologias), não sobre ele em si.

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    2. Para exemplificar o que digo: parece-me ser mais competência da ética analisar, por exemplo, as atitudes de preconceito que geram uma depressão que culmina num suicídio, do que o suicídio em si.
      Parece-me ser mais competência da ética analisar a origem e (sendo propositalmente redundante) os motivos dos motivos que levam a um desgosto racional pela vida que culmina num suicídio, do que o suicídio em si.

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  67. Não julgo como imoral o suicídio, modificação corporal, masturbação e outros atos que concernem a individualidade humana pelo simples fato de o que o indivíduo que o comete ser o único afeto pelos seus atos. Considerá-los imoral seria, em minha opinião, tirar do homem a sua mais verdadeira liberdade: a de decidir sobre si mesmo.
    Claro que este meu ponto de vista acarreta em uma visão específica sobre a ética.

    Como dito no texto de Peluso: "As Universidades são instituições que se tornam peculiares por essa tensão. É nela que intelectuais experimentam o desespero de, eliminados os preconceitos e as superstições, ter de encontrar razões para viver. Talvez seja por essa razão que as Universidades existem. Elas são agências nas quais o espírito humano busca superar o fato, o destino, que nos impõe a necessidade de existir sem razões necessárias. Talvez intelectuais sejam aqueles que vivem para descobrir razões para viver ou morrer."

    O suicídio pode ser visto, deste modo, como uma falta de posição do homem sobre si mesmo, quase que como uma perda de identidade, visto que afalta de "preconceito" leva a perda de posição. Eu discordo.

    Ao meu ver, o suicídio está mais relacionado à problemas emocionais do que problemas os racionais relacionados à "tomada de partido" perante os diversos assuntos que assombram a vida. Pode-se muito bem viver com a dúvida.

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  68. No texto proposto podemos perceber a distinção entre ações reprováveis e as aprováveis. Uma ação reprovável se configura por ter consequências inevitavelmente indesejáveis, e desta maneira, para uma ação ser aprovável ela deve ter consequências desejáveis, boas. A grande questão que, desde o início dos estudos sobre Ética vem se estabelecendo como constante é a definição de desejável, de algo bom. Este conceito é muito variável, não há um consenso sobre ele, e por mais que existam argumentemos sobre uma ação ser boa ou má, desejável ou indesejável, sempre há vários parâmetros a serem considerados e este conceito pode “mudar” de acordo com diferentes perspectivas.
    Os vídeos apresentados refletem práticas moralmente questionáveis, tais como a pederastia, o onanismo, a mutilação e o suicídio. Mas a questão é: Elas são de fato, imorais?
    Tanto o Onanismo quanto à pederastia são assuntos polêmicos há muito tempo, e que já foram considerados morais e imorais de acordo com o passar das épocas. A pederastia, por exemplo, era uma prática considerada totalmente aceitável nas polis gregas, especialmente em Esparta. Muitos guerreiros possuíam relações homoafetivas com companheiros de guerra, e essa relação era vista com bons olhos pois garantia que esses “casais” lutassem com mais fervor durante as batalhas, a fim de não só proteger a si próprio, mas ao companheiro também. Mais tarde, com a difusão do cristianismo, essa prática passou a ser condenada na Bíblia Sagrada, assim como o Onanismo, estabelecendo um novo tipo de pensamento sobre o assunto.
    Eu, particularmente não acredito que nenhuma dessas duas práticas sejam imorais, pois não trazem consequências ruins para as pessoas que as praticam e muito menos para a sociedade como um todo. Algumas pessoas se sentirão incomodadas, talvez, com a união de casais homossexuais, mas ao meu ver isto não traz nenhum malefício efetivo para a vida destas pessoas além de um mal estar passageiro, um sentimento de descontentamento. Com relação ao onanismo, as pessoas só o praticam pois sentem prazer com isso, não há nenhum malefício em pratica-lo e é uma prática privada que só concerne à pessoa em questão. Desta forma, não acredito que seja um ato imoral em sua totalidade, e sim, imoral individualmente, no sentido de que se uma pessoa acha este ato reprovável ela não irá pratica-lo, e se sentirá tão bem consigo mesma pelo fato de não pratica-lo quanto a pessoa que o pratica.
    (continuação)

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  69. A mutilação também é uma prática antiga, porém vem ganhando novos moldes na sociedade moderna. Antigamente ela era praticada devido a costumes tribais, rituais religiosos e até mesmo como punição. Hoje em dia algumas sociedades ainda continuam praticando-a com este fim, como foi visto no vídeo através das tribos africanas, porém ela é utilizada também como um elemento distintivo do indivíduo na sociedade. A maioria das pessoas ao redor do mundo que põem um piercing, fazem body modification e tatuagens não se sentem incumbidas a faze-lo por algum costume milenar e sim pela vontade de se diferenciar do restante da sociedade, e mostrar na pele, literalmente, as suas crenças e opinões. Isso de alguma maneira os liberta e os deixam felizes. Também considero essa prática moral, pois cada pessoa tem seu próprio corpo e deve ter direitos plenos sobre ele. Por mais que eu particularmente não me sinta capaz de fazer a maioria destas modificações no meu próprio corpo e até estranhe a aparência dessas pessoas, acredito que este ato seja moral, visto que a ação destes indivíduos não influem nem na minha vida e muito menos na da sociedade, e não traz más consequências para ninguém além deles mesmos, no caso de algumas situações nas quais esse comportamento seja censurado, como em entrevistas de emprego em empresas mais tradicionais, por exemplo. De qualquer maneira, foi uma escolha que a pessoa fez, e desta forma, ela tem que lidar com as suas consequências.
    O suicídio é considerado o assunto mais polêmico entre todos estes, devido ao seu forte cunho religioso, e até mesmo místico. Na Bíblia Sagrada está escrito que somente Deus tem o direito de dar e tirar a vida de alguém, e sob esta perspectiva, o suicídio é uma prática imoral. Devido à crença de que a morte é algo ruim, tida pela maioria dos indivíduos, esta pratica também seria imoral, afinal, esta pessoa estaria fazendo mal a si mesma, o que fere os princípios de busca pela felicidade e fuga da dor.
    A perspectiva nem sempre considerada é a de que o indivíduo que cogita fazer isso a si mesmo o está fazendo justamente para se sentir melhor, para de alguma forma acabar com esses sentimentos de dor, de vazio sentidos na pele, que somente a pessoa que está na situação sabe dimensionar. É muito fácil para nós, que estamos satisfeitos, nem que seja parcialmente, com as nossas próprias vidas apontarmos o dedo e julgarmos a pessoa que pretende praticar essa ação, chama-la de covarde e até mesmo egoísta, pois quando o ato se consolida, a vida de todos os familiares dessa pessoa e também dos amigos dela muda de forma radical. Eu posso até estar errada, mas acredito justamente no contrário: as pessoas que mantinham contato com o suicida e não se conformam com a sua atitude é que estão sendo egoístas, pois não estão levando em consideração a vontade dele, mas apenas a mudança que acontecerá nas suas vidas e os seus próprios sentimentos de saudade e de dor. O suicídio, por mais que não promova o bem estar geral, e que traga consequências indesejáveis, promove, de alguma maneira, o bem estar da pessoa que o praticou, pois ela está realmente acreditando que sua ação é a melhor possível para ela. Desta maneira, o suicídio é, sim, um ato moral.

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  70. Partindo da ideia de que seria uma imoralidade considerar Onanismo, Pederastia e Mutilação precisaríamos definir primeiramente o que é imoral nestes atos. Seria um uso não racional do corpo? Seriam tabus sociais? O que exatamente pode classificar estes atos como imorais ao mesmo nível do suicídio?
    Ainda deve-se acrescentar que os atos citados acima podem ser relatados a duas variantes filosóficas. De acordo com o utilitarismo, deve-se trazer a maior felicidade para o maior número. Associa-se a isso, o fato de que atos promovidos contra si mesmo trazem consequências para outras pessoas, mesmo que isso não seja regra, é muito provável q a ação humana surta resultados em outros. Considerando isto, não é viável imaginar que existem atos simplesmente contra si mesmo, pois podem influenciar na vida das pessoas. Mas se o melhor é trazer o máximo de felicidade para o máximo de pessoas, e estes atos podem trazer felicidade, então não há imoralidade! Só poderia ser imoralidade caso trouxesse infelicidade para as pessoas, e mesmo se considerar possíveis consequências ruins para outras pessoas, estes três atos não são propositalmente feitos para causar nenhuma consequência ruim a outras pessoas.
    Mas o suicídio é outra história, mesmo que seja um ato contra si, ele de fato influencia na vida das pessoas, e nos casos anteriores, as pessoas terão que sofrer as consequências de seus atos, no caso do suicídio não.

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  71. Os temas de maior ocupação do estudo da Ética, são aqueles que abrangem a conduta dos indivíduos em relação a um outro ou à sociedade como um todo, ou ainda num conjunto de indivíduos ou na sociedade influindo sobre ela mesma ou alguns elementos que a compõe. Neste âmbito, como vimos até o momento, é muito mais fácil estabelecer limites e barreiras ao estudo e à construção das diretrizes éticas do que consensualizar parâmetros para dirigirem a sociedade.
    Neste ponto de vista, é esperado que a análise do que põe o indivíduo como agente e como único receptor direto das consequências de suas ações, haja igual ou maior dificuldade em se estabelecer limites para o que se considera moral. Olhando a cultura ocidental contemporânea de forma generalizada, podemos observar que parte das ações que o indivíduo pratica são consideradas morais, outra parte imorais. Isso se dá, principalmente, pela postura social de respeito à individualidade que cresceu incentivada pelo capitalismo liberal, e assim, através da difusão cultural, obtemos os parâmetros que, de forma geral, se utiliza nessa classificação. Outro ponto de influência sobre essa análise, são as motivações e consequências da ação.
    A mutilação corporal, seja pela dor em sí ou por um motivo artístico, pode ser condenada ou aceita socialmente, assim como através de suas consequências. Conforme os teóricos que vimos anteriormente, a sensibilização pela dor do outro é um dos motivos que nos leva a atuar éticamente, por isso alguém que pratica a dor pelo prazer da dor é sensibilizado por aqueles que não entendem essa “afecção” de forma a ser condenado moralmente, pois ainda segundo os teóricos, uma das diretrizes da conduta humana é a fuga da dor. Em contrapartida, se a consequência da ação, for um produto final artístico, isso pode amenizar, ainda que não totamente, a visão reprovativa da sociedade em relação a um tipo de mutilação.

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  72. As quatro ‘imoralidades’ vão se tornar imoralidades dependendo do ponto de vista de quem está as analisando. Começarei pelo onanismo. O onanismo ou masturbação é considerado imoral, principalmente quando a pessoa envolvida no ato é pertencente ao judaico-cristianismo, principalmente neste ramo religioso, a masturbação é igual imoral, por ser comparado com o ato de Onã de ejacular fora de sua esposa, evitando-lhe a concepção e também ligado a passagem bíblica que Jesus diz que olhar para uma mulher e desejá-la mentalmente, era considerado adultério. Então, para que quem seja a risca os preceitos da religião judaica- cristã, se masturbar é imoral.
    Porém, em minha opinião é um ato normal, todas as pessoas já o fizeram ou irão fazê-lo. Não considero imoral, pelo fato de não prejudicar a si próprio e não aos outros. Para mim, o onanismo não é nada mais nada mesmo, de que busca pelo conhecimento corporal e busca pelo prazer. E por esta concepção que me baseio, em que a busca pelo prazer, seja ela apenas um prazer erótico não seja imoral, agora havendo excesso na prática do onanismo, ele será considerado como patologia e não imoralidade.
    O segundo assunto que irei abordar é a pederastia. A pederastia pode ocorrer de duas maneiras: como designação para relações homo afetiva e como para relações entre pessoas mais velhas com pessoas mais novas particularmente com pessoas de menor idade (pós-puberdade). Mas, pederastia no âmbito das forças armadas é qualquer tipo de relação entre dois militares de cunho sexual e libidinoso dentro do âmbito dos quarteis ou espaço destinado ao cumprimento de funções militares (sendo considerada crime e passível de expulsão do Exército, Marinha, Aeronáutica e afins). Da mesma forma que o onanismo, a pederastia é um tabu, mas seu enquadramento em imoralidade dependerá de quem irá analisar. Em algumas ilhas da Polinésia, por exemplo, os homens dessas ilhas costumam a ter relações sexuais com homens, e assim lhe é dado início a suas vidas sexuais, não culminando que eles se tornem homossexuais. Assim, se considerarmos nossa sociedade é amplamente aceito que um homem adulto se relacione com uma garota mais jovem. Porém, quando analisamos pelo ponto de vista, da religião judaico-cristã (que é pilar da sociedade moderna atual), a relação de pederastia homossexual é totalmente imoral, a justificação da imoralidade na Bíblia pode ser dada em uma passagem do livro de Gálatas (não me recordo qual capítulo e qual versículo), onde a prática homossexual é considerada um ato lascivo e passível de condenação eterna (Inferno).
    Em minha opinião, a pederastia em nenhum dos aspectos que nos é apresentado é imoral (exceto a nível militar), já que cada homem ou mulher tem o livre para agir da forma que bem achar sensata. Se a relação não está prejudicando aos dois envolvidos e pelo contrário está sendo prazerosa e boa para ambas as partes, não nos é imoral. Quando se trata de pederastia, envolvendo uma pessoa muito mais velha e uma mais jovem, desde que não seja pedofilia (que é uma patologia, considerada pela OMS, que para mim é imoral), também não imoral.
    Sobre a mutilação, não tenho uma opinião conclusiva sobre isso, já que por exemplos nos vídeos que o Prof. Dr. L.A Peluso nos apresentou a maioria das pessoas que mutilaram os seus corpos, ou como é dito no vídeo, fizeram a modificação corporal, o fizeram por livre e espontânea vontade. Sendo assim, não considero esse tipo de mutilação imoral.
    O único tipo de mutilação, que a meu ver é imoralidade, é a mutilação dos órgãos genitais em alguns países da África e Ásia. Considerando que a maioria dessas mulheres não deseja que este procedimento seja realizado, sendo assim considero imoral, alguém ser forçado a abdicar do seu próprio prazer para satisfação da sociedade em seu redor.
    Sobre o suicídio, gosto da abordagem Durkheimiana sobre o assunto que na minha visão é um das melhores para explicações sobre o suicídio, comprovando que o suicídio não é somente ocasionado por fatos psicológicos e mas também por fatores sociais.


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    1. Primeiramente, o suicídio para Durkheim é um ato executado pela vítima conscientemente que culmina em morte. Sendo eles, de três tipos, segundo sua etimologia: Altruísta (é aquele no qual o indivíduo sente-se no dever de fazê-lo para se desembaraçar de uma vida insuportável, exemplo: Kamikazes japoneses.), egoísta (é aquele em que o ego individual se afirma demasiadamente face ao ego social, ou seja, há uma individualização desmesurada, ex. Kurt Cobain.) e anômico (é aquele que ocorre em uma situação de anomia social, ou seja, quando há ausência de regras na sociedade, gerando o caos, fazendo com que a normalidade social não seja mantida, exemplo suicídios em massa nos EUA com o crash da bolsa em 1929.).
      Sendo assim, creio eu, que inúmeras razões levam as pessoas a praticarem o suicídio, é uma decisão totalmente pessoal, que tem motivações externas e internas para que o sujeito decida dar cabo de sua vida.
      Concluindo, creio que dentro destes temas abordados não há nenhuma imoralidade, desde que estes atos sejam cometidos por livre e espontânea vontade, uma vez que beneficia ou prejudicará alguns poucos envolvidos ou pessoas mais próximas, não chegando a atingir um grande número de pessoas. Simplesmente esta ação é uma questão de análise que irá depender de qual seu posicionamento sobre este ou determinado assunto, para chegar-se a conclusão por qual caminho agir.

      Fernanda A. Nascimento
      RA 21071312

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  73. As práticas apresentadas nas mídias e também no texto tem ligação direta com o indivíduo, no sentido de que todas elas dependem da escolha do agente.
    O onanismo não me parece imoral, na medida em que é um ato praticado por um indivíduo em busca de prazer q eu, a princípio, não afeta ninguém a não ser o agente. Existem casos, porém, de pessoas que praticam o onanismo em áreas públicas, de forma a desrespeitar o outro. Portanto, não considero o onanismo imoral, desde que praticado de forma a não ultrapassar o direito de outros.
    A modificação corporal também não me parece imoral. Os indivíduos que se submetem a essa prática o fazem por vontade própria, independente de seus motivos. No caso específico de culturas que tem a modificação corporal como formas de representação e diferenciação, a noção de imoralidade não deve nem ser posta em pauta, já que desconhecemos aspectos dessas culturas que são intrínsecos aos indivíduos.
    Deixei o suicídio por último por ser um ponto de maiores controvérsias. Minha opinião pessoal é a de que o suicídio não é imoral. Acredito que imoral seria continuar em uma vida na qual você não vê soluções e nem consegue buscar ajuda. Porém, segundo algumas teorias sobre a moralidade humana, o suicídio é considerado imoral, como é o caso da teoria kantiana (já que o suicídio não se encaixa em nenhuma das três máximas, que sugerem a universalidade e o respeito a si e aos outros) e da teoria utilitarista (que define a moralidade de um ato por meio de um "cálculo" de quantidade e qualidade do bem gerado por este ato).

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  74. Sempre ouvi pregações de como suicídio seria uma fuga da realidade do indivíduo. Porém, esta, obviamente, sem volta. Ainda, seria essa uma ação objetivando chocar um meio, ou mesmo, uma maneira de 'agressão visual'. Porém, apesar de chocante, ora, é uma escolha pessoal, que não interferiria muito no social.
    Entretanto, quando colocamos tal ação em caráter ético, temos algumas ressalvas. Mesmo com os 'critérios de aceitabilidade' impostos, como, simplesmente, classifica-la como sendo 'aceitável'?
    Implicando na psique de cada pessoa, como indivíduo único e singular; com suas subjetividades, prazeres e tormentas, não me vejo apta para classificar tal atitude moral, ou o contrario. Afinal apesar de ser esta, uma prática que cause, no geral, sentimentos negativos à Sociedade, o indivíduo pode estar em busca de aliviar sua dor. Segundo vimos nas últimas aulas, o caso da ação ética, seria fugir do desconforto, em busca do prazer.
    Segundo o autor, "há uma conduta moralmente necessária. Ela consiste em evitar ações que possuam resultados esperados indesejáveis". porém, preciso sublinhar que considero este, um assunto extremamente difícil, pois, como disse, envolvendo âmbito psicológico dos indivíduos, algo no qual não prefiro não opinar, evitando falar asneiras.
    Já, quanto as outras condutas expostas, (onanismo, pederastia e mutilação), não vejo como um ato imoral, uma vez que busca o prazer, assim como no caso do sadismo, masoquismo, etc, interferindo, unicamente, a si mesmo.

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  75. Mesmo depois de ter lido tanto sobre ética, julgar o certo e o errado continua sendo uma atitude complicada.
    Em minha opinião, nenhuma das ações presentes nesse tema pode ser considerada imoral. Mas muitas pessoas na nossa sociedade consideram essas atitudes erradas. Talvez porque a sociedade é imersa em preceitos baseados em religião, ou levada por tabus. Mas a discussão filosófica e racional é sempre necessária. Por que esses atos são ruins? Afinal, eles não afetam nenhum com outro ser além do próprio agente (com exceção do suicídio, que discutirei depois). Onanismo e pederastia são atitudes tomadas visando o próprio prazer, e não causam efeitos negativos a absolutamente ninguém. É comum hoje que homofóbicos usem como argumento contra a homossexualidade que a prática da mesma pode levar a um fim da espécie humana. Este é um argumento completamente infundado e incoerente, uma vez que ele ignora que a homossexualidade sempre existiu, e não são todas as pessoas do mundo que sentem essa vontade. O onanismo é condenado pela religião há muito tempo, e isso é um dos motivos porquê é visto como um tabu pela sociedade.
    A mutilação é outra coisa julgada erroneamente por conta de preconceitos. A prática dela é uma vontade pessoal, que não afeta à nada a não ser ideias pressupostas de estética. A indagação sobre porque tais padrões de estética existem leva a conclusão que não há uma resposta justificável. Assim, algumas pessoas sentem vontade de quebrar esse padrão. Ou sentem prazer no ato. Além disso, a mutilação pode ser presente em uma cultura; de qualquer forma, não há porque este ato ser condenável como imoral.
    O suicídio é uma vertente mais complicada de ser discutida por poder gerar mal a outras pessoas envolvidas, como familiares. Mas há de ser levada em conta a vontade pessoal. Se a existência torna-se insuportável a qualquer custo, a permanência nela apenas pra não prejudicar outras pessoas pode se tornar torturante. Acredito que em uma situação dessas, é útil o cálculo do maior bem possível (proveniente do utilitarismo).
    O texto lido nesse tema, do professor Peluso, é bastante interessante. Realmente, a vida universitária pode causar uma desilusão à vida, aos motivos da existência... É necessário o atentamento da academia à esses problemas. Imagino que uma forma da solução deste problema é a visão de que a vida intelectual gera sim muitas dúvidas, mas também muitas respostas e possibilidades. Na obra "O Utilitarismo" de Mill, ele diz que uma mente incitada ao conhecimento sempre pode encontrar encantamento com as coisas que a cerca, e assim, motivos para ser feliz. Mas, se, ainda assim, o ser preferir não existir, não lhe pode ser tomado esse direito.

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  76. Mesmo se tratando de temas igualmente controversos, a auto mutilação e a pederastia devem ser tratadas de forma distinta ao suicídio. Mesmo assim, não podemos excluir o debate sobre esses temas. Portanto, por não haver uma conclusão final, não posso defender se algo é moral, mas somente se ele não é e porque.
    Para ficar mais claro, usarei primeiro o exemplo da mutilação. Essa ação não pode ser considerada imoral quando tratamos a moralidade como algo que afeta o nosso próximo, já que ela afeta apenas quem a pratica e, portanto, se essa pessoa concorda com essa atitude, ela não está ferindo outra pessoa. Porém, também não posso concordar que é algo moral por se tratar de uma modificação física, indo contra a própria natureza do homem que, segundo J.S. Mill, busca o prazer e foge da dor, e não a torna um meio de encontrar esse prazer.

    O onanismo e a pederastia são outras atitudes que devem ser discutidas de forma delicada. Considerando a visão bíblica, que trata essas práticas como algo imoral, pois além de ir contra a natureza do homem e da mulher, também incita uma busca por prazer não normal. Mas, se eu considerar um ponto de vista secular, ou diferente da visão religiosa, que trate como moral algo que afeta as pessoas próximas a mim (e que mais convém nessa discussão), posso chegar à conclusão de que também não são práticas imorais, pois além de serem meios de se buscar o prazer não mais pela dor, não afetam o direito e a liberdade do próximo.
    Já o suicídio, a mais controversa dessas práticas, é algo que posso considerar totalmente imoral, pois enxergo essa ação como a fuga do homem de sua vida, mais precisamente de suas práticas e de sua eterna busca do prazer. Além disso, o ato de tirar sua própria vida afeta diretamente as pessoas ao seu redor e, portanto, é indiscutivelmente imoral, pois a pessoa tem consciência das consequências de sua atitude antes mesmo de tomá - la. O exemplo utilizado pelo professor Peluso, em seu texto, a respeito do antigo professor da UFABC que se suicidou, considerando que ele detinha um determinado conhecimento e, portanto, pode ser considerado vitima de niilismo, pode servir para entender claramente como isso pode afetar toda uma comunidade e seus membros. Assim, a atitude pode ser considerada inconsequente e imoral.

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  77. Na musica de Ana Carolina, ela transmiti a falsa percepção que temos da necessidade do outro, e vice-versa. Diante de um grande amor ou desilusão podemos ter a impressão de que não iremos continuar viver sem a pessoa querida, em alguns casos a angustia é tão grande; a percepção da necessidade do outro, pode fazer o individuo não querer mais viver nessa situação preferindo assim a morte. Analisando as ultimas postagens do blog do ex-professor da UFABC Sandro Silva e Costa (que se suicidou), é percebível sua carência por um amor, por alguém, que ele quer muito e que não é possível viver sem, em um trecho de seus comentários ele cita: “Ah! se tivesse um revólver nessa casa, ou se fosse um prédio, não uma casa... Eu sei que, de verdade, eu queria outra coisa, mas o que me resta, hoje, é só querer morrer.
    E nem isso eu vou conseguir, pelo menos não agora: hoje, eu sofro de um desejo absurdo de amar, que eu sei que não vai ser satisfeito, ficando no lugar dele esse desejo maravilhoso de morrer, que a minha covardia me impede de saciar”. Neste trecho, não fica claro a ausência de uma pessoa especifica, mas sim de um amor que vem acompanhado necessariamente de uma pessoa, “quem ama, ama alguém”.
    Existem também outros motivos que podem levar ao suicídio, como no caso de Getúlio Vargas que se suicidou, segundo ele “saio da vida para entrar na História”, neste caso podemos notar que diferente do professor suicida da UFABC, não realizou um ato irreversível para sua vida, por amor ou pela falta dele, mais sim para se tornar um mártir para a nação brasileira. Há diversos motivos que levam uma pessoa ao suicídio, porém, ao analisarmos esse ato não encontramos fundamentos ou definições éticas ou morais que sustentam esse ato irreversível.
    O suicídio vem carregado de uma conduta imoral, pois ele assume necessariamente um resultado indesejável. O qual vai de encontro com os princípios éticos, atrelado à inexistência de razões capazes de justificar ações
    de autodestruição.
    Em relação ao onanismo e a pederastia, acredito não serem imoralidades contra si próprio, o onanismo não causa consequências nem ao praticante nem as pessoas ao seu redor, já a pederastia deve ser mais bem analisada, se for do consentimento de ambos sem o uso necessário da mentira ou da enganação, é um ato que não vai de encontro com a moralidade.

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  78. A análise dos vídeos e dos materiais escritos sobre Onanismo – que entendo por masturbação de ambos os sexos; Modificações corporais - piercing, tatuagem, escarnificação; e Pederastia - que entendo por relações sexuais entre pessoas de idades muito diferentes, sendo que no mínimo tenham o discernimento de escolher estar naquela relação, do contrário caracterizaria outra prática que é a pedofilia que não vem ao caso; me parecem ser classificados como imoralidades por fugirem do que se entende como moral ao se tratar de relacionamentos afetivos, visto que a música da cantora Ana Carolina é sobre relacionamentos bissexuais, modificações corporais e em ultimo caso a preservação da própria vida. Na minha visão nenhuma dessas práticas é imoral, visto que para mim a moralidade reside na valorização da vida que se acredite que valha ser valorizada e busca pela realização pessoal, sem prejuízos a ninguém. As concepções da imoralidade desses assuntos são muito variadas e já passaram por muitas mudanças, visto que atualmente a tatuagem é mais aceita do que há 10 anos atrás, assim como fala-se mais sobre masturbação tanto masculina como feminina. A questão que fica entre todas essas práticas é que na minha visão elas estão no âmbito do individual, apesar de causarem impacto, seja visualmente, ou estranheza e até inconformidade por parte de outras pessoas, elas não afetam ou influenciam a vida do próximo, visto que não determina-se o caráter nem as capacidades das pessoas que ou tem relacionamento com pessoas muito mais velha ou muito mais jovem, ou se masturbam, ou possuem tatuagem no rosto, Tais práticas são visíveis, porém estão no âmbito do pessoal e individual. A questão mais emblemática fica sendo a do suicídio, visto que por muitas correntes morais valoriza-se a vida como o bem supremo, por exemplo, no conceito de Moral defendido por Kant a preservação da vida é um imperativo categórico que deve ser buscado e conservado, e essa concepção é muito forte ainda nas pessoas; além disso, a questão do suicídio, por vezes, por incluir motivações psicológicas também encontra resistência em ser classificado como ato moral. Na minha visão o suicídio que se encaixaria como ato moral é aquele motivado simplesmente pela perda de valor atribuído à vida, quando após uma análise e ponderações sobre os aspectos da vida que se leva não se tem mais porque continuar vivendo, visto que não se valoriza o que a vida pode oferecer. Não considero como ato moral o suicídio por perturbações psicológicas, sendo que elas impedem o julgamento e raciocínio completo sobre o ato que está para se fazer e todas as ponderações sobre o mesmo.

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  79. Onanismo, Pederastia, Mutilação e Suicídio são as quatro atitudes que nos foram propostas no tópico de imoralidade. É de fato difícil falar sobre imoralidade, quando o único atingido pela ação é o próprio agente da ação. Podemos considerar o que é moral ou não de várias maneiras e foi o que fizemos até o momento no curso, estudando as diversas abordagens. Ao analisar todas as abordagens, apesar de meios diferentes de se construir um sistema ético, há um certo consenso no que se refere ao fim último da ação humana, ou, em outras palavras, de qual ação deveria ser realizada pelas pessoas.

    As ações consideradas boas estão associadas ao bem. E o bem está sempre associado ao prazer ou à felicidade – e pode-se dizer que ambos são indissociáveis, já que há felicidade em sentir prazer e há prazer em sentir-se feliz. Outra coisa que pude notar ainda é que os autores estudados nunca consideram o ser humano como um ser isolado, ou seja, sempre se considera o ser humano enquanto se relaciona com outro.

    Toda ação humana é julgada e avaliada enquanto atinge, de maneira negativa (mal) ou positiva (bem) o agente da ação e enquanto atinge as pessoas com as quais ele se relaciona. Sendo assim, toda atitude que prejudica qualquer pessoa (seja o agente seja o outro) pode ser considerada imoral. Qualquer atitude que possua algo de mal não é de fato boa, pois não há ‘meio bom’, assim como não há ‘meio mal’, nem ‘meio honesto’ e nem ‘meio corrupto’.

    Partindo deste princípio, o Onanismo está longe de entrar no grupo de atitudes imorais. Não existe mal e nem prejuízo para o indivíduo que se masturba e sua atitude em momento algum atinge outrem.

    A Pederastia é a relação sexual entre um homem e um jovem. Esta atitude, por si, deve ser avaliada pelo caso. A relação sexual entre um jovem/adolescente e um homem mais velho não é de fato imoral, pois pressupõe-se que ambos possuem condições de escolher realizar ou não o ato, sem pressões e aliciamento. A ação não prejudica ninguém, mas é preciso atentar-se ao que se considera como ‘jovem’, pois ao se reduzir a idade, chega-se ao ato da pedofilia (situação em que um dos indivíduos não possuiria maturidade suficiente para escolher realizar a atitude e avaliar as consequências dela para si).

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    1. Mutilação e Suicídio são casos mais complicados. Ambas são atitudes que se comete contra si mesmo, mas que atingem indiretamente outros indivíduos. No caso da mutilação isto é menos perceptível e não chego a uma conclusão definitiva. A mutilação parece atingir apenas aquele que se mutila (e que se entenda mutilação como qualquer prática em que se modifica o corpo). Mas a modificação do seu próprio corpo, de alguma maneira afeta outras pessoas. Ao se viver em sociedade, estamos constantemente em contato com outras pessoas. Não acho suficiente a insatisfação de uns com a aparência dos outros para considerar a atitude moral, mas quando esta é feita com a intenção de AGREDIR ou CHOCAR, aí poderia haver imoralidade. Ninguém é obrigado a sofrer uma agressão estética de qualquer pessoa que seja. Mas como diferenciar ambos os casos? Como avaliar a moralidade de uma ação através da intenção, quando a ação (independentemente da intenção) pode agredir? Junto disso há o fato de que o que se sente ofendido não possui poder de impedir ou restringir que o outro modifique o seu próprio corpo pelo simples fato de se sentir incomodado. Vejo uma situação de difícil solução no caso da mutilação.

      Já no caso do suicídio, há um claro prejuízo contra a coletividade. Especialmente contra aqueles que lhe são mais próximos, como parentes e amigos. Uma pessoa que passa por muitas dificuldades e sofre muito pode optar pelo suicídio para fugir de tudo, mas não consigo conceber uma soma de coisas que sejam suficientes para que se queira dar fim à vida. De uma perspectiva Kantiana, não vejo como a lei ‘devo acabar com a minha vida e fugir às dificuldades quando as considero muitas e insuportáveis’ possa se tornar uma lei universal. Se todos fugissem e cometessem suicídio ao se ver numa situação difícil, teríamos um prejuízo grandíssimo para a coletividade como um todo.

      Finalizando, há ainda o fator cultura quando se julga estas ações, pois nas diferentes sociedades, estas ações são vistas de maneiras diferentes. O suicídio não foi sempre considerado imoral (vide o caso do Japão e do seppuku), ou das sociedades africanas e indígenas onde o bodymod é comum e expressão cultural. E a ética tem a pretensão de julgar as ações enquanto ações universais, pois como dito anteriormente, o bom é bom por inteiro, e neste sentido, há uma pretensão de se gerar uma espécie cultura do que é ‘universalmente aceito’, tópico que, por mais conveniente que seja ao se tratar do assunto, pouco convém para o pouco tempo e espaço que nos é disposto.

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  80. No ambiente acadêmico, é transmitido um tipo de abordagem de fatos distinto do que normalmente se encontra em outros ambientes. Esse tipo de abordagem tem como diferencial expor á um exame crítico os mais diversos modelos da expressão humana (idéias, atitudes, comportamentos, manifestações, etc.) e analisar os valores destas expressões, verificando o que podemos considerar como aceitável ou inaceitável.

    Porém essa análise é insuficiente para afirmarmos definitivamente em qual dos dois campos tal comportamento se enquadra; isso ocorre pois, os conhecimentos transmitidos no ambiente acadêmico não tendem á uma abordagem única, imparcial; ao contrário, são expostas diversas visões e opiniões sobre um mesmo tópico, justamente para que exercitemos a atividade da análise crítica.

    Sendo assim, mesmo que tal teoria ou abordagem encare uma atitude como aceitável ou inaceitável, na grande maioria dos casos sempre haverá um outro lado que dirá o oposto ou pelo menos alterará algum ponto do que foi dito. Portanto chego a esse ponto em que é claro dizer que, a respeito de todas as ciências que tratam do comportamento humano e seus desdobramentos e consequências não há nada que se possa afirmar com convicção, e não possa ser sujeito a debate.

    Desprezadas as idéias do senso comum (preconceitos, superstições), somos levados a nos guiar pela razão dos conteúdos cognitivos.

    A respeito das práticas propostas: Não consigo encontrar argumentos para considerar o onanismo, pederastia, mutilação e modificação corporal como imorais. O onanismo é uma prática que não prejudica a pessoa e nem terceiros, pelo contrário, confere prazer ao indivíduo que o pratica; e o mesmo ocorre no caso da mutilação (que pode ser uma prática cultural como por exemplo na África e em alguns países da Ásia) e pederastia: Essas pessoas não fazem nada forçados ou obrigados por alguém, é uma iniciativa própria. Podem ocorrer reprovações religiosas e sociais, por não seguirem um padrão pré-determinado (o padrão da estética no caso da mutilação), mas apenas isso.

    Decidi tratar do suicídio separadamente pois em minha opinião é a única prática dentre estas que pode afetar á terceiros não relacionados com o ato (familiares, amigos, etc). Vendo a partir desta perspectiva podemos dizer que é um ato egoísta, porém por outro, já estudamos nesta disciplina que viver em sofrimento é imoral, e devemos buscar a 'felicidade'. Nesse caso talvez a felicidade seja a fuga de todas as dores e sentimentos que tormentam o indivíduo.

    É impossível chegar a uma conclusão pois não conseguimos medir (como nas ciências exatas) em uma balança a dor do indivíduo e a dor dos familiares, pra ver se o suicídio pode ser legitimado. Talvez a ética seja mesmo transcendental, como dito por Wittgenstein.

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  81. E difícil de definirmos como imoralidade os atos de onanismo, pederastia, mutilação e suicídio, pois são atos que são cometidos contra si mesmo, e na maioria da vezes não envolvem ganho ou perdas para outras pessoas, talvez o suicídio entre os citados anteriormente é que mais traz algum tipo de impacto nas pessoas ao redor de quem comete tal ato, a pessoa que comete o suicídio talvez encontra um certo alivio para si, mas pode deixar graves consequências para as pessoas que o cercam.
    O que acontece os praticantes de tais atos é a questão do preconceito e tabus da sociedade que abomina essas praticas considerando a imorais.

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  82. Jessica Mayumi Tomigawa23 de junho de 2013 às 19:14

    Podemos analisar os temas de onanismo, pederastia, mutilação e suicídio sob diferentes vertentes éticas, devido aos diferentes autores estudados até aqui que possuem teorias divergentes. Como são temas mais corriqueiros, temos o hábito de julgá-los rapidamente, sem nos basear intencionalmente em teorias morais.

    Quanto aos temas de onanismo e pederastia (sendo esta relação consensual), podemos analisá-los como uma busca pelo prazer, guiada por um sentimento maior, a afecção. Nessa ótica, ambos são morais ou éticos. As músicas da cantora Ana Carolina sobre onanismo e homossexualidade só demonstram que os temas são aceitos na nossa sociedade (ou por grande parte dela) e devem ser tratados sem preconceitos.

    A mutilação, considerando-a como feita em si mesmo, por si mesmo, buscando a perfeição é moral, se entendermos como essa busca por uma perfeição como um dever que obedece a três máximas, ou que essa busca seja prazerosa para quem a pratica. Como visto nos vídeos, tatuagens, escarificações, piercings são feitos procurando, de certa forma, uma perfeição (estética ou não).

    Já o suicídio é moral se o entendermos como uma fuga de uma realidade dolorosa, evitando a dor com esse ato, exemplificando temos a carta testamento de Getúlio Vargas “Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo, para defender o povo, que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar, a não ser meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida”. Porém, se utilizarmos a teoria utilitarista, podemos questionar a moralidade desse ato extremo, visto que as consequências dele podem ser más para um grande número e aí não seguiria o princípio da felicidade do maior número.

    Como vimos, a moralidade e imoralidade dessas ações podem ser questionadas e analisadas por diversas teorias éticas, o que torna ainda mais difícil o debate ético e moral (como vimos nas primeiras aulas), fato é que mesmo assim, a análise dos temas é interessante.

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  83. Fazer a análise crítica da imoralidade das ações deixando de lado as ideias e os pré-conceitos formados pelo senso comum nos direciona para um caminho cujo embasamento teórico é racional e segui-lo nos possibilita julgar as ações considerando diferentes concepções a partir do conhecimento dos pensadores estudados até então. Neste momento do curso, não tomamos mais a posição de apenas refletir acerca das correntes filosóficas de cada um dos autores apresentados, pois agora nos vemos motivados a nos posicionar diante de problemas éticos de forma prática. Esta atividade parece mais difícil ainda quando as condutas em questão são aquelas nas quais o agente é o único concernido.

    Quanto às condutas em questão (onanismo, pederastia e mutilação) o Onanismo parece-me uma conduta moral no sentido de que afeta tão somente o agente, isto é, aquele que o pratica visa alcançar o prazer de forma individualizada. A pederastia – tomada pela definição de que se trata do ato sexual entre um homem adulto e um adolescente – pode ser considerada imoral devido a sua carga pejorativa. No caso da mutilação, há que se dizer que este é um termo muito amplo, já que em algumas sociedades a mutilação pode ser uma característica cultural e em outras algumas práticas de mutilação podem ir contra os direitos humanos. Se levarmos em conta que a mutilação diz respeito à transformação do próprio corpo em busca de atingir o bem estar, este é um ato moral; “body modification”, por exemplo, não traz danos a terceiros, mas somente ao agente. Sendo assim, percebo certa dificuldade em definir tais condutas como “imoralidades a si mesmo” pelo fato de que há que se levar em conta as ramificações possíveis que um termo possui e julgá-lo como aceitável ou não aceitável exige uma análise pontual da situação.

    A prática do suicídio, contudo, envolve não somente o suicida, mas todo o seu entorno e tem uma maior interferência na vida de outros indivíduos de alguma forma. Tal prática expressa uma vontade individual na busca pelo fim da dor. Para definir se o ato do suicídio é ou não imoral, acredito que devemos nos basear nos motivos que levaram a tal ação. Se existimos sem nosso próprio consentimento, estaríamos nós aptos a decidir pelo fim de nossas vidas? Não decidimos pelo início delas, mas nos foi concedida a liberdade de pôr fim as nossas vidas. Decidir pela morte visando o fim do sofrimento parece cabível, embora possa não ser a única solução. Talvez as razões para tal só sejam alcançadas pelos verdadeiros intelectuais, como dito no texto. No contexto da expressão de nossas vontades, não podemos condenar este ato se nos basearmos na teoria de que devemos praticar condutas que nos levem à satisfação individual, embora egoístas.

    Andrezza Gonçalves

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  84. João Lucas Moreira Pires23 de junho de 2013 às 20:25

    A morte é a possibilidade ontológica que a própria presença sempre tem de assumir, pois com a morte, a própria pré-sença é impendente sem seu poder mais próprio. Na possibilidade, está em jogo é puramente e simplesmente a pré-sença de ser-no-mundo. Sua morte é a possibilidade de não poder mais estar pre-sente (HEIDEGGER, 1989).
    Abro meu comentário com essa passagem pois por meio dela me posiciono em relação ao conceito de suicídio e coloco o mesmo como uma opção natural e ética colocando a ética de forma livre, só não pertence muitas vezes ao conceito ético pois algumas escolas filosóficas, filosofam dentro de uma série de valores preestabelecidos que tentem a ter uma linha que valoriza a vida, o suicídio, porem eu sou um estudante primário que arrisca-se a posicionar-se, talvez seja um erro talvez seja como Camus disse: Só há um problema filosófico verdadeiramente sério: é o suicídio. Julgar se a vida merece ou não ser vivida, é responder a uma questão fundamental da Filosofia.

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  85. Da análise do texto sobre o suicídio pude perceber que o autor, Professor Peluso, argumenta que intelectual é aquele que percebe que são infundados os preconceitos que impedem o ser humano a praticar as ações autodestrutivas, que podem ser razões para viver ou morrer. Porém, não há razões capazes de justificar a autodestruição. Diante disso, o mesmo concluí que é justamente na Universidade - instituição, que os indivíduos eliminam seus preconceitos e superstições, tentam se tornar intelectuais - aqueles capazes de encontrar razões para viver.

    Já nos vídeos "African body modification Project" e "Bodymod", pode-se perceber exemplos de mutilações no corpo. Confesso que sei pouco a respeito de atos como esse, mas das reportagens que já vi, de encontros que ocorrem em São Paulo de tatuagens e piercings, as razões dados por eles é extremamente cultural e estético, buscando se auto-diferenciar de outras pessoas. Talvez excessos ainda nos assustam, e não são aceitos por uma sociedade em que os melhores salários são ofertados para pessoas "formais".

    Já no vídeo da Ana Carolina, presenciamos uma clara posição da mesma com relação a sexualidade - homosexual. E, claro, isso tem se tornado a cada dia algo mais falado, principalmente devido aos excessos e discussões a respeito do Marcos Feliciano e seu posicionamento religioso.

    Analisando o texto do Getúlio Vargas, percebo alguém que colocou diversas premissas justificando seu futuro ato. As quais, segundo ele, eram aceitáveis, pois afinal era a última coisa que podia fazer.

    Creio que alguns assuntos a respeito de condutas destrutivas, são muito difíceis de se entender por aqueles que não são agentes ou realmente destituídos de preconceitos. Creio que podemos respeitar posicionamentos, autodestruições, buscar compreender essas razões e justificativas para algo como o suicídio. Porém, mesmo assim, teremos nosso posicionamento a respeito de nós mesmos, e de sermos ou não influenciados por tais posições.

    Diante disso, nossa plena aceitação e até mesmo envolvimento em mutilações com o nosso próprio corpo, questões sexuais e até mesmo de suicídio, pra mim são consequências daquilo que acreditamos ou desacreditamos. Sendo assim, podemos defender posições religiosas acreditando nas mesmas e condenar determinadas práticas como essas dos exemplos. Mas podemos também desacreditar nas mesmas ou em princípios comuns da sociedade "formal" e defender aquilo que passamos a defender ser o que nos cativa e o que nos faz satisfeitos como conduta própria.

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  86. Onanismo, Pederastia, Mutilação e Suicídio são temas considerados tabus, em maior ou menor escala, por nossa sociedade. Sobre essas ações são aplicados questionamentos do ponto de vista ético, mas até que ponto se pode analisar a moralidade desses atos, visto que todos estes só produzem efeito sobre seus próprios agentes?
    Primeiramente, devo dizer que não considero nenhuma das ações supracitadas como imorais e explicarei minhas razões mais adiante; em segundo lugar, acredito que ao ser humano não deve caber condição menor que a liberdade. Assim sendo, a decisão sobre o que fazer a si mesmo é unicamente do indivíduo. Ao dizer que esses atos são imorais estaríamos limitando e intervindo sobre a liberdade deste.
    Dando continuidade, sobre o Onanismo: a discussão sobre esse tema se dá em esferas mais religiosas, sendo alegado que a masturbação constitui uma forma, pecadora, de desperdício da “semente”, matando-a. Além disso, o sexo solitário seria a recusa egoísta da união sagrada entre o homem e mulher. Pois bem, seguindo essa linha, não poderia deixar de pensar que vivemos entre muitos genocidas que são deverás egoístas... Francamente, sabemos bem que qualquer homem saudável está em plena condição de repor seus espermatozoides diariamente, além de que essa prática não significa que o sexo propriamente dito é deixado de lado. Trata-se um ato mais que comum, pode-se tomar por prova disso a infinidade quase incomparável de termos cunhados pelo povo para designá-lo; é apropriando-me de um deles que concluo, não consigo enxergar imoralidade na inocente.
    Quanto à Pederastia, também não vejo falta de ética. Duas pessoas, mutuamente atraídas, sentem-se bem em desenvolver um relacionamento amoroso e são felizes com essa forma de viver. O fato das duas pessoas citadas serem do mesmo sexo não se sobrepõe a condição primordial que elas têm de serem pessoas. Não é um raciocínio tão complexo assim, cada um tem o direito de decidir com quem se relacionar e escolher isso de maneira que lhe traga maior felicidade e satisfação.
    Agora sobre a Mutilação prefiro utilizar as palavras Modificação Corporal. Uso esse termo para generalizar, pois falo sobre tatuagens, piercings, entre outras técnicas e apetrechos utilizados para modificar de alguma forma o próprio corpo. Nesse ponto começo a ficar repetitivo, pois meu argumento ainda é o mesmo, um indivíduo deve ser livre; o que fazer ou não fazer ao seu corpo diz respeito a ele e ponto. Sigo para o próximo tópico.
    Finalmente, o suicídio. O suicídio difere um pouco do que foi apresentado até agora porque a amplitude de suas consequências não é bem delimitada, sendo defendido por alguns que ele afeta também a família e não apenas quem optou por cometê-lo. Particularmente eu concordo que a família é sim afetada pela morte de um de seus membros, todavia há de se pesar os motivos que levaram até essa decisão; por muitas vezes o preço por continuar vivendo e o sofrimento que isso acarreta são muito grandes. Posto que para o suicida não haja mais sentido em viver, obrigá-lo a continuar vivendo também seria imoral. Não escolhemos se queremos nascer, mas podemos optar por não continuar vivendo. É uma escolha intimamente pessoal e a meu ver, muitíssimo corajosa, que está além da nossa capacidade de julgamento.

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    1. Apenas concluindo, devo ressaltar que procurei me desprender de aspectos culturais nessa analise, haja vista sociedades em que a modificação corporal é condição de aceitação, culturas em que o suicídio é um ato honroso, entre outros fatos. Não caberia uma verificação moral levando em conta essas muitas particularidades. Digo novamente que a condição de qualquer ser humano deve ser a liberdade, e sob esse aspecto o indivíduo é soberano no que tange as ações que não estendem seus efeitos a mais ninguém, isso independe de cultura, credo, sociedade e de outras especificidades. Considerando tudo isso, ressalvo que não há imoralidade nesses atos. Imoral é esperar que as outras pessoas se comportem e façam a si mesmas apenas aquilo que consideramos normal, uma vez que isso é claramente uma forma de diminuir a liberdade de cada um.

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  87. Ao discutirmos sobre atos que ferem a própria existência corpórea de cada indivíduo, primeiro, em minha concepção, devemos pensar de que maneira isso está relacionado com o âmbito social. E em seguida podemos concluir a quem fechamos as consequências de cada ato - se afeta mais o indivíduo ou os seus semelhantes. E por último, podemos definir sob que condições cada ato é adequado para padrões morais.

    Ao refletir sobre, as “imoralidades contra si mesmo” em questão, demonstram que, ao final, quem mais se sujeita a ação é quem a comete, portanto fica a encargo do ator social único qualificar se isso é ético ou não? Podemos pensar que cada ação é condicionada pelas vontades do próprio autor, mas até que ponto as mesmas vontades estão sobre influência exterior?

    De fato tais práticas acabam afetando indiretamente outras pessoas relacionadas aos autores, e as mesmas podem julgá-las como imorais ou não - fica a encargo de suas aspirações -, mas como podemos acusar um indivíduo que é produto do mesmo meio a que originamos e que foi submetido as mesmas cargas éticas de nossa sociedade convencional? Ela talvez teria falhas e não fosse tão perfeita assim, já que deixa escapar àqueles que preferem se matar - fugir de suas realidades - ou se automutilar, entre outros atos, como uma ação simbólica de desafio à ética que lhes impõe?

    Portanto, pensemos se a ética em geral não deveria abranger também sua aquilo que ela ocasiona. Ou ela não teria responsabilidades sob aquilo que facilmente taxa como imoral? Da mesma forma que não seríamos responsáveis pela interpretação daquilo que dizemos? Podemos então sempre nos remeter a taxação do incompreendido como algo imoral, pois ele fere a integridade vital, mas até que ponto nos livramos da responsabilidade do que taxamos como imoral?

    Ao considerarmos as diversos variáveis que contribuem para a constituição do "ato imoral contra si mesmo" , explicamos a índole de cada uma, e destrinchamos suas razões ou possibilidades, pois também partiram do ser racional. Diferentes motivos levam as pessoas a realizarem tudo isso, e esse pode ser o ponto crucial para julgar se um ato é imoral, ou seguindo a linha do pensamento, "produto do meio"- como taxamos boa parte dos crimes provenientes dos problemas sociais.

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  88. Dos temas apresentados, penso que o Onanismo seja o mais fácil de definir como não sendo imoral, pelo fato de ser uma busca por prazer individualizada em que o autor dela não interfere em nada na vida dos outros a seu redor, devido ao modo privado em que é feito. A mutilação em muitas regiões esta completamente inserida na cultura, portanto a sua pratica é um modo de pertencer ao grupo e atingir os objetivos associados a ela naquele grupo, o de libertação, rito de passagem e etc. Mesmo na nossa sociedade que não apoia as modificações corporais, elas são feitas com objetivo estético ou de individualização, e todas as consequências negativas desta ação, como a dor física, manutenção das joias/tatuagens e restrição de oportunidades de emprego afetam o próprio individuo, que sabia destas consequências e optou por faze-las, logo não pode ser considerada imoral. Já a pederastia a meu ver pode ser considerada imoral pela diferença de idade e maturidade, o mais jovem muitas vezes vê o mais velho como alguém mais experiente, inteligente e que admira, ao explorar essa admiração e possível ingenuidade o mais velho tem mais consciência das consequências que esta ação pode ter e comete uma ação imoral. Imagino que o suicídio seja o mais difícil de definir como imoral ou moral, pelo fato de que não pode se dizer que ele não afeta os outros indivíduos a seu redor, os familiares, amigos e pessoas que viram o ato são muito afetadas, eu particularmente não tenho um familiar que se suicidou também nunca vi um suicídio, mas tenho certeza que é algo traumático e que a pessoa vai levar para sempre em sua vida, podendo perturba-la no futuro. E quanto os motivos do suicida? Até chegar na decisão de acabar com sua própria vida , ele sofreu muito e sentiu muita carência em sua vida, pela falta de amor , cuidados e atenção e não vê perspectiva de melhora, mas mesmo assim imagino que sempre há maneiras de reverter essas carências e o suicídio é feito de maneira precipitada e é imoral pela tristeza causada nas pessoas próximas.

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  89. Jessica Raissa Oliveira Laureano24 de junho de 2013 às 16:35

    Pela analise dos materiais, entendo por pederastia, relações sexuais entre pessoas de idades muito distintas, nesse caso, com o consentimento de ambas as partes. Mutilações corporais como piercing, tatuagem, escarnificação, etc. Onanismo como masturbação feminina e masculina. E suicídio, no sentido conhecido por todos.
    Essas ‘imoralidades’ cometidas contra si mesmo, só são julgadas imorais pelo fato de fugirem de um padrão imposto pela sociedade. Por exemplo, quando se trata de relacionamentos homoafetivos, que só é julgado como imoral pois é contra aquilo que esta escrito na bíblia que família é constituída por homem e mulher.
    Para mim, nenhuma dessas ações são imorais, uma vez que a moral é a busca pela perfeição, é a busca por aquilo que julgo correto. Se cometo algum desses atos contra mim é porque acho que são bons e me causam prazer e, não afetam nenhuma pessoa além de mim.
    As concepções do que é imoral ou moral, aceito ou não aceito pela sociedade é muito variado, já que há 20/30 anos atrás tatuagem era coisa de bandido e hoje, é algo que, muitas vezes, é considerado algo que valoriza a estética de quem é adepto a essa arte.
    A questão que considero mais complicada de se discutir é a do suicídio, visto que muitos consideram a vida como bem supremo, e muitos filósofos assim pensam, como Kant, que diz que a preservação da vida deve ser buscada e conservada. Além disso, o suicídio não é um mal que afetará apenas o agente da ação, mas também aqueles próximos a ele, pois sofrerão diretamente com essa perda.
    Na minha concepção, ‘suicídio imoral’ é aquele onde a pessoa sofre transtornos mentais e não consegue enxergar a gravidade da ação e não tem um motivo plausível que justifique tirar sua própria vida. Já o ‘suicídio moral’ considero aquele onde a pessoa já não consegue mais sentir prazer em viver e para ela, continuar vivendo é um erro.

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  90. Luis Alfredo da Silva24 de junho de 2013 às 17:22

    É aceitável o argumento da irracionalidade dentro dos atos que possam em algum nível limitar a vida em qualquer sentido, contudo, alguns pontos podem ser analisados através do texto proposto no post.
    Como elucidado no texto “Das Razões para o suicídio”, os atos de auto destruição podem ser explicados de maneira a dar uma aceitabilidade limitada aos mesmos, contudo, se esta aceitabilidade não leva necessariamente a aceitação do fato em si, este de forma alguma pode ser considerado correto de uma forma geral.
    Se o comportamento humano tende sempre a perfeição e, seguindo a linha de Descartes de que a procura pelo conhecimento traz a mais perfeita realização do humano no que o mesmo define como “Desire to know”, ou em português livre –desejo de saber ou ainda tendência ao saber-, é quase inaceitável para um homem racionalizado pela ciência que é dado á suspensão de idéias de caráter definitivo e adoção de dogmas, sejam eles religiosos ou culturais, a idéia do suicídio, sendo a adoção deste ou de qualquer forma de auto-destruição um reflexo da irracionalidade gerada ou por paixões ou por vícios que fogem a racionalidade.
    Contudo, todos estes comportamentos, apesar de irracionais são de forma relativamente aceitáveis quando levamos em conta que, apesar da nossa tendência a perfeição, esta nunca se realiza de maneira plena. De fato, nunca será universalmente aceitável um comportamento que foge da racionalidade, contudo, temos que levar em conta que há diferentes maneiras de encarar e dividir o racional do irracional, sendo o juízo entre estas questões sujeitas a diversas influências e relações de fatos.

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  91. Após ler o texto “das razões para o suicídio” do professor Peluso, posso dizer que o suicídio não pode ser classificado como uma imoralidade contra si mesmo, já que as pessoas que cometem tal ato, o fazem por vontade própria e talvez acreditem que estejam fazendo “a coisa certa”. Os motivos que levam uma pessoa ao suicídio, a meu ver, são muito ligados às emoções, portanto, não há como exemplificar justificativas racionais para a imoralidade do suicídio como muitos autores pensaram.
    Acho que a moralidade ou imoralidade do suicídio é algo muito pessoal, não se pode omitir um juízo universal para esse tipo de ato, já que existem casos que o suicídio pode ser moral como no “suicídio altruísta” de Durkheim, que ocorre quando o individuo sofre uma pressão da sociedade para tirar sua própria vida (como no caso de pilotos japoneses da segunda guerra mundial).
    Em síntese pode-se dizer que classificar o suicídio como moral ou imoral é extremamente difícil por causa das circunstancias que estão envolvidas, é claro se analisarmos o tema de maneira apenas racional, o suicídio pode ser considerado imoral.

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  92. Acredito que o ato suicida é nada mais que uma opção de escolha que o ser humano toma a partir de um certo contexto em que se encontra. Talvez tire sua própria vida em pró de outras, como declarou fazer Getúlio Vargas, ou talvez simplesmente queira experimentar esta tal de morte, ou ainda, simplesmente cansou dessa imposição que é 'viver'.

    Não escolhemos viver, apenas nascemos e estamos vivos, temos apenas um caminho que nos leva ao fim desta vida, a morte. E se esta demora a vir, podemos simplesmente apressá-la. Não vejo isto como algo imoral, pois teoricamente não envolve nem prejudica outras pessoas no ato, apenas representa a decisão de UMA pessoa.

    Em relação às outras "imoralidades" citadas, creio que nenhuma destas seja imoral também, pois todas são realizadas com consenso de todas as partes envolvidas, e que trazem de qualquer forma, prazer às pessoas envolvidas.

    Creio que dependa muito do ponto de vista da pessoa e de seu ideal querer fazer, por exemplo, uma tatuagem. Não fará necessariamente por simples mutilação corporal, mas talvez por causa de sua crença ou pelo simples prazer de ter uma bonita tatuagem (pura estética). Eu tenho uma tatuagem, e no meu caso, a fiz em homenagem a minha família, uma vez que nela estão retratados símbolos antepassados da cultura Maori que significam simplesmente gratidão e proteção àqueles que eu quis homenagear e acredito, e espero, estarem sempre comigo.

    Em resumo, creio que tais ações mencionadas não sejam imorais devido à suas características individualistas e consensuais, onde estão simplesmente trazendo prazer ao indivíduo ou realizando um desejo do mesmo.

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  93. Temos em pauto 4 temas muito polêmicos, que são: Mutilação, Pederastia, Onanismo e Suicídio.
    Vou começar falando de Mutilação e Suicídio, pois julgo ser mais fácil de dizer se são questões Éticas. Quanto ao suicídio julgo não ser uma ação Ética, visto que um ser não tem o direito de tirar a vida de ninguém, nem de si mesmo, mas claro que sempre têm os fatores externos que acabam influenciando o indivíduo na tomada desta decisão, portanto consigo chegar a conclusão de que não temos uma Ética universal quando o assunto é suicídio, porém por meio de discussões acerca do tema poderíamos chegar a uma Ética universal.
    Quanto a mutilação julgo ser um assunto mais delicado pelo fato de que o único prejudicado seria o indivíduo em si, ao passo de o suicídio acaba implicando em danos não apenas no próprio indivíduo mas em todo seu círculo social. Por esses fatores eu não tenho uma opinião formada acerca de mutilação.
    A Pederestia era uma prática muito usual na Grécia Antiga, muito usada para ascenção social de famílias, ou seja, um homem com uma certa posição social privilegiada se tornava "tutor" de algum garoto, privilegiando assim não somente o garoto, mas levando a família desse garoto a uma posição social mais privilegiada. Quando eu digo "tutor" o homem não é necessariamente apenas um tutor, pois na maioria das vezes ele mantinha relações amorosas com o garoto. Na época essa atitude era tida como uma atitude aceitável, portanto uma atitude Ética, mas nos dias de hoje a Pederestia é passível de pena e não é considerada uma atitude Ética. Com base na discussão acerca da Pederastia, chego a conclusão de que os valores éticos estão suscetíveis ao tempo.
    Onanismo creio que não seja uma ação imoral, visto que ele é praticado a fim de alcançar o prazer individual e não afeta as demais pessoas.

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  94. O que é uma definição boa para ações reprováveis e as aprováveis.No estudo da ética buscamos uma resposta para os porquês de nossas ações. Queremos ser morais, então criamos, regras escritas, como as leis, e simbólicas, como a cultura, a religião e as regras de etiquetas, mas será mesmo que precisamos ser morais, entro em confronto com essa aprovação, ou reprovação, na medida em que o que é moral ou não, carateriza-se, pelo que é aceito pela sociedade.
    Muito dialético porém, vivemos em sociedade, e isso esta dado, o homem e um ser social. Mas como fica as vontades individuas?, será que ela esta estritamente submetida a vontade coletiva?, e como se cria, se da origem há uma vontade coletiva do que é certo?.
    A necessidade de um padrão de bondade e maldade, onde o ideal é querer o bem, a maximização do prazer, pode estar errada, dentro de uma sociedade em crise de identidade, com ataque ao que é considerado diferente.
    1-ONANISMO: a masturbação, traz muito mais prazer do que repuxão, o que torna a atitude moral.Acredito que os que consideram a atitude imoral, não possuem informações suficientes, ou estão imersas em tabus sociais.
    2-PEDERASTIA: ato de manter um relacionamento entre uma pessoa mais velha, com uma mais nova do mesmo sexo. Muito aceita e aprovada na tradição grega, hoje porém vemos corriqueiramente, ações violentas contra homossexuais, aqui entra um novo personagem, o querer cuidar da vida dos outros.Não me sinto incomodada, muito menos ofendida com relacionamento de pessoas de mesmo sexo, todas as formas de amor são validas, desde que seja consensuais e não violentas, porque amar não é imoral.

    3-MUTILAÇÃO: entendo o motivo por ser considera imoral, a mutilação é uma atitude que trás dor em quem olha, chegando ao sentimento de afastamento. Mesmo assim é uma forma de expressão contra o padrão, o social, que algumas pessoas escolhem, e possuem sua legitimidade.

    4-SUICÍDIO: Kant defendia a manutenção da vida por uma questão de dever, supervalorizando o ato de viver, que pode ser doloroso para algumas pessoas.Esse é um dos temas mais complicados, pois, interfere diretamente na religião, já que a vida é uma bem divino dado por DEUS e só ele tem o poder de tirar. Mas procurar o caminho da menor dor, é moral, mesmo que isso seja uma decisão completamente individual, não sendo considerada portanto a dor que causa na família e os amigos.

    O que seria ser imoral com si mesmo?, precisamos ter morais descoladas da moral social. A minha defesa, entretanto corre para a liberdade de fazer o que bem entender, depois de um longo período de reflexão sobre a atitude.

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  95. Deixando de lado as circunstâncias, e analizando somente a ação do onanismo, da mutilação e da pederastiaem si, creio que indívíduos que tomam essas atitudes, de modificar o corpo, buscam um prazer que simplesmente não é compartilhado pelas pessoas “normais”, muitos talvez influênciados por culturas estranhas para aqueles que vêem à primeira vista, portanto não creio que possamos consideralas como “imoralidades contra si mesmo”, pois o objetivo é a busca pelo prazer através de algo que apenas não é comum a outros. Agora analisar o suicídio é uma história completamente diferente e extremamente complicada, pois o suícida busca a fuga para a dor, porém a única saída que ele encontra para escapar de tal sofrimento é algo que não lhe trará alegria ou benefícios, portanto para fugir de sua dor ele acaba não só por sofrer para morrer, como por muitas vezes causando sofrimento para familiares. Concluindo, se pensarmos o suicídio de maneira racional, penso que chegariamos a conclusão de que o mesmo é imoral devido à suas consequências, porém muitas circunstâncias devem ser levadas em conta e analisadas caso à caso.

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  96. São éticas as ações? Muitos as defendem dizendo "mas elas apenas me afetam" e com isso buscam justificar essa ação. Mas será mesmo que essas ações são tão "solitárias"? E se sim, só por afetar apenas o próprio que as faz, se justifica?

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    1. Essas ações, por mais que o maior afetado seja só um, ela traz consequências sim para os que vivem ao redor, com intensidades diferentes para cada caso. Considerar que essas ações, que podem trazer mais consequências negativas do que positivas, são justificáveis só por serem "afetáveis a um só" denota um egoísmo terrível.

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  97. O texto, os vídeos e até mesmo o blog citado no texto principal nos trazem informações que sobre comportamentos humanos. Os atos de mutilações podem expressar vontades próprias da pessoa que a realizam ou podem ser resultados de influências externas. O julgamento dessas ações para classificá-las como morais ou imorais deve levar em consideração que nesse caso a pessoa está fazendo aquilo com o próprio corpo e se há alguém que poderá ser prejudicado, será a própria pessoa. O fato de outras pessoas gostarem ou das modificações corporais não torna aquilo imoral, pois cirurgias plásticas também são modificações e em sua grande maioria não são consideradas imorais. Acredito que podem ser considerados imorais os casos em que as ações tomadas prejudiquem pessoas que não escolheram aquilo. O imoral é a pessoa não poder tomar as próprias decisões. No caso do suicídio, acredito que ele representa em sua maioria a falta de personalidade/identidade de uma pessoa. Diferentemente das mutilações, que representam as escolha de um estilo de vida , o suícidio demonstra a falta de vontade e vê como solução o encerramento da vida. Como o suicídio traz consequências para as pessoas mais próximas de quem o comete, creio que ele é um ato imoral, pois a pessoa acaba não pensando na tristeza que os outros irão sofrer e sim nos problemas emocionais que ela mesmo está passando.

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  99. Levando em consideração os textos e duas experiências pelas quais fui exposto na minha vida: o suicídio é algo para fugir dos problemas e do mundo, “um remédio definitivo e mal planejado”. A pessoa que pensa em suicídio, muitas vezes se vê deslocada da realidade, não se sente a vontade com o mundo. Muitas vezes essa pessoa tem problemas psicológicos, se sente ameaçada com a simples presença ou mesmo a ausência de pessoas ao seu lado. As drogas também podem levar a pessoa a tirar a própria vida, seja pela falta de condições financeiras para manter o vicio ou mesmo para “não dar mais dores de cabeça aos familiares e amigos”. Creio que o suicídio não seja algo espontâneo, é algo que é planejado e meditado, é algo que se passa pela cabeça do “ator” inúmeras vezes antes de ser colocada em prática. O suicídio é algo egoísta, pensar em “se livrar dos problemas de uma vez só”, pode gerar conforto para o “ator” antes da morte, mas e pra quem fica? E para os familiares e amigos? Será que a dor de quem fica e os problemas para os que ficam não são maiores do que os que foram embora com ele? Acredito que o suicídio é algo desesperador, egoísta e imoral, já que ele pode alterar a vida de muitas pessoas para o pior.

    Já em relação ao Onanismo, não vejo problema. Tem gente que se vê a vontade de se dar prazer. Levar o Onanismo ao patamar de uma imoralidade é algo fora de senso. Sendo bem sincero, se for colocar o onanismo como imoral o mundo é imoral. Todo mundo quer sentir prazer. A pessoa que ler o que estou escrevendo e dizer “NOSSA ELE É PERVERTIDO”, sinto convidado a dizer que essa pessoa é tremendamente uma hipócrita.

    A pederastia, tida como o ato de ter relações sexuais entre duas pessoas do mesmo sexo, sendo uma com idade bem inferior a outra, não vejo problemas, já que ambas as partes estão de acordo com a prática sexual. Caso contrário seria um abuso sexual. Há sim problemas quando o caso entre idades aborda um jovem muito novo ou mesmo uma criança, isso como todos conhecem já seria denominado na nossa cultura como pedofilia, algo deplorável.

    Por fim, quanto à mutilação dos corpos, eu (Longe de ser um antropólogo ou mesmo um filósofo) NÃO VEJO IMORALIDADE QUANDO É FEITA POR VONTADE DO INDIVÍDUO. Muitas vezes a questão da mutilação dos corpos é algo cultural. JULGO COMO IMORAL SIM, A MUTILAÇÃO FEITA SEM CONSENTIMENTO. Mesmo quando a cultura de certo povo é a de mexer com os órgãos sexuais de uma garota ou mesmo tirá-los, acredito que deveria partir dela a iniciativa para tal ato.

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  100. Todas as atitudes citadas, são de possível discussão devido á cultura sob a qual vivemos, cultura que tem muitos aspectos extraídos do cristianismo devido ao fato de ele estar presente no povo ocidental durante sua formação cultural, não está nas leis ou escrito em qualquer lugar porém uma religião passa um código ético que os homens seguem mesmo sem pensar nele ao fazê-lo, em outras culturas alguns desses temas não seriam trazidos à tona, pois seriam mais comuns, e já inseridos na cultura local de forma mais sutil, já temas que são comuns para quem vive na nossa cultura ocidental seriam tratados com mais resistência, assim como esses são tratados.
    A pederastia já foi muito aceita e realizada por homens que idealizaram algumas das bases intelectuais sob as quais muitas ideias atualmente usadas no âmbito da filosofia, lógica, matemática, direito, etc. foram construídas, já foi visto como um simples costume, pode sim soar um tanto quanto estranho para nós atualmente devido ao padrão de relacionamentos que existe hoje, porém sempre que um costume ou atitude que não envolva pessoas que o fazem sem ser por vontade própria é questionado, é difícil determinar se isso é ético ou não, eles obtém prazer e não necessariamente ferem o bem comum, principalmente se não são os únicos à fazer isso, o profeta Maomé casou-se com uma menina de 9 anos de idade, ninguém condena as bases do islamismo quando vive sobre elas, nem o fato da explosão populacional provocada por algumas religiões, porém quem não se inclui nesse contexto questiona eventualmente.
    O onanismo não me parece anti ético para o bem comum, nem para com os que o praticam, ninguém obriga um homem a ''retirar-se'' em um ato sexual, é feito de livre e espontânea vontade, a não ser que de alguma forma isso viole a liberdade de seu(a) parceiro(a), não vejo como isso pode ser considerado anti ético como ato sexual, se isso for considerado anti-ético devido ao sêmen ''desperdiçado', então isso seria uma crítica à um ato isolado entre tantos outros praticados por homo e heterossexuais frequentemente, naturalmente não entrarei em detalhes sobre tais práticas, porém desde que não venham a ferir o bem comum, e sejam consensuais por parte de seus praticantes, não vejo como podem ser anti-éticas, mutilações idem.
    O suicídio é desses temas o que mais me chamou a atenção por motivos pessoais, não há como atribuir o ''rótulo'' de moral ou imoral à um suicida, a moralidade ou imoralidade podem ser aplicadas talvez aos motivos que levaram o indivíduo ao momento de destruição da própria vida, porém o ato em si é a fuga máxima da realidade, desprovida de razão qualquer ou qualquer pensamento em suas consequências, quanto às emoções de tal ato, são indescritíveis, inexplicáveis e caóticas, o dano pode ser trazido aos que viviam perto da pessoa que tirou a própria vida, e a ela atribuíam uma certa estima, mas a realidade para um suicida sem intervenções fortíssimas é como se ele estivesse a vida inteira vivendo em um castelo de cartas, que desabaram mostrando à ele um mundo no qual ele não se encaixa, um mundo que não vale a pena se encaixar, é mais uma questão psicológica do que ética, porque alguém que chega à esse ponto teve danos emocionais profundos de forma traumatizante ao extremo, fazendo uma comparação infeliz, como dizer se um sociopata é ético? um serial killer? não que um suicida seja nocivo dessa forma aos demais indivíduos que o rodeiam, mas sua instabilidade mental é comparável.
    Um tema bom para ser discutido em um post parecido com este seriam as mudanças feitas bruscamente e com igual violência devido à pressão da sociedade, e não na contra mão dos costumes ''perfeitos'' para a sociedade como são esses discutidos nesse post, como por exemplo uma jovem que para se tornar modelo fica extremamente magra guiada pela ideia doentia de que aquilo é o extremo do belo.

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  101. Daniele Rodrigues de Faria25 de junho de 2013 às 18:24

    Os atos praticados contra si mesmo, como o onanismo, a mutilação e o suicídio são, obviamente, atos e, deste modo, são passíveis de serem analisados pela Ética. Contudo, acredito que se faz necessário contextualizar estas condutas, bem como analisá-las a partir de alguma base teórica, para que se possa admitir a moralidade ou imoralidade destas ações.
    Analisando condutas como a mutilação e o suicídio a partir da Ética humeana percebemos a imoralidade destas ações a partir do forte sentimento de 'repulsa' e condenação que temos frente tais ações. Isto se deve, principalmente no caso da mutilação, à natureza humana de fugir da dor, e considerá-la algo negativo e, consequentemente, as condutas que levam à ela como algo imoral.
    A construção teórica de Mill, por exemplo, utiliza-se da máxima de 'amar o próximo como a ti mesmo' para demonstrar sua base Ética. Ao analisar esta frase, percebe-se a valorização do eu, pois subentende-se que eu me amo, que quero o melhor para mim mesmo e que devo fazer o mesmo pelo próximo. Se desconstruirmos esta noção de valorização da própria vida, de que queremos 'o melhor' (felicidade e prazer, de acordo com Mill) para nós mesmos a própria Ética utilitarista perde sua base. Atos como o suicídio vão contra este princípio, pois não consideram a própria vida, em si, como o maior bem a se zelar. De fato, tanto o suicídio quanto a mutilação quebram paradigmas básicos da Ética ao tratarem de outra forma a vida, no caso do suicídio, e a dor, no caso da mutilação.
    Estas condutas podem, no entanto, serem consideradas morais em sociedades e culturas com paradigmas diferentes de nossa sociedade ocidental: demonstrar coragem, por exemplo, pode ser considerada a conduta mais moral em sociedades africanas. Para estes, 'fugir da dor' seria, ironicamente, uma conduta imoral e vergonhosa.

    Daniele Rodrigues de Faria RA: 21047112

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  103. Primeiramente, iniciarei meu comentário por meio da interpretação que fiz acerca do texto “Das razões para o suicídio”, do professor Luis Alberto Peluso. Achei curiosa a forma como é posto e relacionado o conceito de aceitabilidade. É estranho como os critérios de aceitabilidade não são suficientes para definir se algo é ou não aceitável, afinal quando esses tais fatores não são seguidos, algo é tomado como inaceitável. Não sei se ficou claro, mas é algo mais ou menos assim: se segue a regra, há grande possibilidade de ser aceito. Se a regra não for seguida, em hipótese alguma aquilo será aceitável.

    Sendo assim, talvez uma outra forma de estabelecer uma fronteira entre o aceitável e inaceitável seja a análise de suas consequências. Consequências essas que se dividem em desejáveis e indesejáveis, ao passo que o que é indesejável para um pode não ser para todos. Entramos então em um outro conflito e novamente batemos de frente com várias questões polêmicas, que apesar de possuírem fortes argumentos e condizerem com o sistema da aceitabilidade, são reprovados por boa parte sociedade.

    Mas por que isso ocorre? Um exemplo disso, é a questão latente do suicídio. Apesar do fato apresentar argumentos consistentes, não o aprovamos devido aos efeitos futuros causados, que ao nosso ver -digo nosso, pois acredito nessa ideia “consequencialista” acerca dos males indesejáveis- aparentemente não irão melhorar a situação pessoal de ninguém e trará muito sofrimento aos que têm algum tipo de laço afetivo.

    Pode parecer estranho, mas as outros pontos citados não me trazem nenhum tipo de repúdio como o suicídio traz. Onanismo, a pederastia e a mutilação são itens que dizem muito mais respeito ao próprio indivíduo e no máximo o seu parceiro do que uma comunidade, como ocorre com o suicídio. O onanismo por exemplo, é algo interessante, pois nos dias atuais vemos uma maior aceitação acerca desse ato, algo que por sua vez comprova o amadurecimento da sociedade. A mutilação, entre os quatro, talvez seja o que visualmente traga mais espanto e preconceito explícito, no entanto, também é algo muito voltado para o indivíduo que a faz, de forma que as consequências nunca são sentidas diretamente por nós.

    Fernanda Sue Komatsu Facundo

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  104. Logo no início da disciplina, discorremos acerca do que era ética, o que era o agir eticamente, moralmente, e chegamos a conclusão de que seria agir em busca da perfeição, agindo conforme se deve para isso.
    Porém se tratando da perfeicao, não considero ela um conceito universal, ainda que todas as sociedades e instituicoes desta acabem por condicionar uma visão comum acerca dela. A perfeicao vem para orientar nossas acoes e deve se fazer a ela uma busca incessante enquanto vivemos.
    Sendo por estes fatos eu me questiono o porque de tamanha estranheza ao nos depararmos com acoes como o suicidio, modificacoes corporais, opcoes sexuais, etc. Uma vez que temos consciência desta pluralidade de facetas da perfeicao, acoes individuais que muitas vezes tomam rumos distintos da moral vigente não deveriam se apresentar com este sentimento, ainda mais em acoes que na maioria das vezes são acoes que não se relacionam com os outros a sua volta, só se referem e refletem a individualidade do agente perseguindo a sua própria perfeicao.
    Mas dentro destas diversas acoes que consideramos referentes apenas ao indivíduo que as pratica, a que causa maior interesse para se entender é justamente o suicidio, acho que talvez seja a unica acao nesta 'categoria' que dentro de demais visões acerca da ética podemos considerar como imoral, porque tirar sua própria vida é por um fim na busca pela perfeicao, é acabar com a possibilidade de agir perfeitamente em um futuro, em qualquer que seja o conceito adotado. Porém, mais uma vez tudo se reflete ao conceito de bem, e sobre isto prefiro adotar o ponto de vista de Wittgenstein de que todos buscamos o bem e de que este é transcendental, que nunca podemos conhecer ele em si.
    Contudo acho que em acoes como o suicidio o bem nos dá uma amostra concreta que ele em si pode se apresentar de formas que talvez nunca entendamos realmente. Wittgenstein está certo.

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  105. Aprendemos na antropologia que a cultura se expressa de forma diversificada ao redor do mundo, aprendemos também que não devemos colocar uma cultura como superior a outra, pois isso seria etnocêntrico e, portanto aprendemos a conviver com essas diversidades na forma de um relativismo cultural. Nesta perspectiva o onanismo, a pederastia e a automutilação do corpo são formas legitimas e morais de ação dos homens. Cada cultura apresenta sua forma simbólica de representação do mundo e do próprio indivíduo e devemos respeitar essas diferenças. Outra característica dessas práticas é que em muitas delas a questão estética e prazerosa estão muito presentes também, tornando mais forte o argumento colocado de que são práticas morais.

    Porém, há uma grande polêmica: até que ponto uma cultura não deve interferir em outra quando esta fere direitos humanos? Será que devemos agir sempre de forma relativista? Não deveríamos ter uma opinião mais crítica a respeito de certas condutas?

    Um exemplo disso, que teve uma grande amplitude internacional, é o caso da mutilação do clitóris feminino realizado em tribos africanas. É feito um corte removendo o clitóris (que promove a sensação de prazer no ato sexual) e realizado a sutura da vagina, para que somente com idade certa seja “aberta” pelo marido após o casamento. As tribos africanas têm suas justificativas culturais para tal ato, dizem eles que isso deve ser feito para garantir a pureza feminina, porém devido a essa prática muitas garotas acabam morrendo, pois os métodos e instrumentos utilizados são precários, muitas vezes se realiza sem anestesia, com facas enferrujadas, em lugares inapropriados e sem o consentimento da criança.

    Impasses éticos desse tipo são complicados. Devemos ou não interferir? Em minha opinião certamente devemos, nesse caso apresentado! As sociedades patriarcais estão cada vez mais sendo colocadas em xeque e a mulher deve sim ser defendida, acredito que costumes podem sofrer mutações, então por que não tentar mudar? Acredito que discussões éticas também servem para nos ajudar a alcançar um mundo cada vez melhor.

    O que nos leva a questão do suicídio. Moral ou imoral? Certamente se algum amigo próximo ou parente meu se suicidasse eu diria que foi um ato imoral, porém como avaliar isso de forma geral? Pela ótica do consequencialismo se isso foi o melhor para o individuo então trouxe para ele uma felicidade, pois ele estava infeliz vivendo neste mundo, porém e a conseqüência que trouxe para as pessoas de seu convívio? Acredito, assim, que se deve considerar o suicídio como algo imoral, porém não descarto seu lado romântico e poético de encarar a vida.

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  106. Discutimos sobre os critérios de aceitabilidade em diversos campos do conhecimento. Por vezes, muitos acreditam ser mais fácil abordar o que é aceitável ou inaceitável quando nos tratamos de algo distante a nós. Uma prática oriental, por exemplo, a utilização do narguile, pode parecer a muito dos brasileiros uma prática de fumo pouco usual, sabendo que o efeito colateral é por vezes pior que o do cigarro. Entretanto, não os condenamos por tal prática, podemos não aceitá-la para uso próprio, mas não enfrentamos diretamente seus costumes. Em contra partida, quando se trata de algo mais próximo a nós, muitas vezes sentimos no direito de questionamento, um caso simples, a tatuagem, tão repugnante a alguns por não verem um sentido lógico para que uma pessoa produza uma marca em seu próprio corpo.

    A influência que nós recebemos, sendo elas contrárias ou não a uma determinada ideia, nos molda de diferentes aspectos, aspectos que embora sejam comuns a algumas pessoas, sempre serão diferentes em essência a cada um, pois a visão e o sentido que adotamos são estreitamente individuais. Assim como a Ética tem suas diferentes interpretações, a aceitabilidade de determinadas ações também nos mostra como não podemos determinar de modo concreto o que deve ou não ser feito.

    Também expressamos ideias de modo peculiar, diferentes da fala ou da escrita, volto novamente às tatuagens... Geralmente se escolhe algo que lhe sirva como marca, algo significativo e quando não o tem, um motivo pré existe, seja ele o próprio prazer de ter uma tatuagem. A manifestação posso se tornar negativa e inaceitável, mas não podemos afirmar que ela realmente é perecível de aceitação, ou se ela é ou não imoral. Podemos saber da sua não aceitação, e por isso decidir por não fazê-la, pensando em agir moralmente. Entretanto, decidir não fazê-la não poderia ser considerado uma imoralidade contra a si próprio? Por que o que o outro acredita é mais e melhor do que o nós acreditamos?

    Nesse sentido, novamente a possibilidade de aceitação ou não, de imoralidade ou moralidade, novamente as razões não nos permite distinguir o que seria certo ou errado.

    Assim como a questão do suicídio, condenar tal prática como imoral me parece um pouco quanto imprudente. Não digo que seja moral, apenas não tomo o sentindo extremista. Se pensarmos a morte como um fim único, independente do meio, teremos esse fim, queiramos ou não. Então, como condenar o suicídio uma prática imoral? Se assim entendermos, seria imortal morrer e, portanto, todo o ser vivo seria imoral.

    Acredito que tomar coisas pequenas seja mais fácil de julgar sua imoralidade ou não. Porém, quando tratamos de situações extremas temos certos problemas em escolher uma posição entre a moralidade da situação. Todavia, deveríamos seguir os mesmo critérios sobre as coisas escolhas menores. Pessoalmente, eu não me suicidaria, mas faria uma tatuagem, o que seria contraditório com as questões expostas. Por esse motivo acredito que a moralidade não pode ser definida nessas questões.

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  107. Thaís Alves Villalobos25 de junho de 2013 às 23:18

    Após ler os textos e assistir os vídeos indicados e considerando opiniões já anteriormente formadas, posso afirmar que não vejo imoralidade em ações realizadas pelo indivíduo que tenham ele mesmo como receptor destas. O que há, na realidade, é um rompimento com os valores da sociedade em geral, ou seja, nem sempre o que fazemos é imoral, mas pode ser condenado pela sociedade que se baseia num conjunto de regras implícitas que devem ser seguidas por todos, não dependendo da situação.

    Boa parte dos exemplos dos vídeos são apenas mostras de individualidade em uma sociedade que tenta, cada vez mais, padronizar seus membros. Algumas dessas formas de expressão são julgadas e condenadas simplesmente por não serem as mais comuns. A busca do prazer e de uma identidade, desde que não interfira diretamente com os demais indivíduos, não deve ser vista como imoral, já que representa nossa liberdade e individualidade.

    O suicídio é um tema polêmico e gera muitas discussões que vão desde a motivação do suicida ao impacto causado pelo suicida em outros membros da sociedade, como familiares e amigos. Não consigo determinar se a prática do suicídio é ética ou não, mas concordo com o texto principal quando é afirmado que “Estão errados aqueles que pensam que quem opta por não continuar existindo está fazendo uma escolha sem amparo intelectual.”. As críticas ao suicida são frequentemente preconceituosas e sem embasamento algum, sendo apenas fruto, mais uma vez, da convenção social.

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  108. Como muitos de meus colegas disseram, há uma grande dificuldade em julgar a moralidade de certas ações praticadas no ‘mundo real’, todas elas tão rotineiras a meu ver, mesmo quando se dispõe de algum embasamento teórico. Tentarei explicitar meu ponto de vista - que talvez já não esteja tão isento da influência dessas correntes filosóficas, ou já esteja até mesmo fortemente vinculado a elas de maneira inconsciente - e buscar exemplos baseados em algumas das teorias estudadas – mesmo que elas se oponham à opinião expressada - a fim de mostrar alguns dos diferentes ângulos de análise.

    Para começar, o onanismo. Considerando que a sua prática é por si só uma busca por prazer e uma ação que se reflete somente no próprio agente, sem causar danos a nenhum outro indivíduo, não há nenhuma imoralidade nela. Ora, como visto no material “Ética para Principiantes” do professor Peluso, para Hume “a moralidade das ações é determinada pelas necessidades que os seres humanos sentem de realizar seus desejos inescapáveis” (p. 31); o maior de todos esses desejos é o prazer, e as ações por nós praticadas e as sensações que se buscam sentir têm como fim último o próprio prazer. Se a masturbação causa prazer a quem o faz, qual a imoralidade nela contida?

    A princípio, pensei que para os utilitaristas essa seria uma prática imoral por ser egoísta e não proporcionar a um grande número de pessoas a mesma felicidade que traz ao praticante. Entretanto, após reler o trecho do livro acima citado que diz que para eles “uma ação boa é aquela que proporciona prazer a todos aqueles que são AFETADOS por ela” (p. 66), me questionei como há de ser o onanismo imoral visto que proporciona prazer ao único ser afetado por ela, ou seja, o seu próprio agente, mesmo que de maneira restrita a ele? Talvez eu ainda não saiba responder...

    Seguindo a mesma argumentação, também não considero a pederastia imoral por ela proporcionar prazer a ambos os praticantes sem a afetar outras pessoas. Ressalto que independente de entender por pederastia a relação entre dois homens ou a relação de um indivíduo mais velho com um jovem, meu conceito de moralidade se manteria intacto, pois considero que haja consentimento de ambas as partes e ambas possuam um objetivo em comum: o prazer.


    Antes de começar a falar sobre mutilação, saliento que só considerarei a mutilação praticada pelo indivíduo sobre seu próprio corpo, sem entrar na questão da mutilação feita em outras pessoas, seja ela por costumes culturais ou não.

    (continua...)

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    1. A mutilação talvez seja a prática que cause maior impacto aos outros por ocorrer de forma explícita na maioria dos casos. Para Kant, essa talvez fosse uma prática imoral quando o indivíduo de fato pretende chocar aqueles que o rodeiam, pois é contrária ao dever (entendendo que não se deve “afetar” aos outros dessa forma) e também à segunda de suas máximas morais, quando assim desrespeita-se o seu próximo. Porém, creio que não haja imoralidade em querer modificar o seu próprio corpo, visto que cada um possui liberdade sobre ele. As pessoas possuem diferentes conceitos de felicidade, o que leva a diferentes práticas que conduzam à ela, e para mim, desrespeito de fato seria interferir na liberdade que essa pessoa possui de fazer o que bem entende em SEU próprio corpo para ser feliz quando a maior afetação que se pode causar naqueles que não concordam com a prática de body modification é um mero “incômodo”. E, caso alguma delas traga alguma conseqüência, ninguém além de seu próprio agente a sofrerá.

      De todos os casos, o suicídio é sim o mais complexo de ser analisado. A princípio, ele pode ser facilmente considerado imoral pelas implicações causadas naqueles que amam quem o pratica: apesar de ser um ato cometido contra si mesmo, é inegável que a morte de um ente querido, de uma maneira assim violenta e inesperada, afeta diretamente quem segue vivendo.

      Seguindo a primeira das máximas morais kantianas, esse ato deveria ser universalizado e moralmente aceitável frente a uma situação de desespero ou infelicidade extrema. Mas como poderíamos mensurar o nível de desespero ou infelicidade sentido por alguém que tornasse o suicídio moral? Haveria um consenso sobre isso ou alguma possibilidade de estimar verdadeiramente o que sente alguém e a intensidade desse sentimento em seu âmago? Creio que não...

      Além disso, haveria aqui também uma transgressão à segunda máxima, justamente por essa afetação causada naqueles que aqui ficam. Da mesma forma, o suicídio seria automaticamente considerado imoral pela corrente utilitarista, pois se uma ação causa sofrimento aos outros então esta não pode ser boa, logo, é imoral.

      Porém, há de se questionar: teríamos o direito de exigir que alguém continuasse vivendo se esse indivíduo não encontra mais razão alguma que o prenda a vida? Até que ponto somos mesmos capazes de avaliar ou julgar alguém que busca no suicídio a “solução de todos os seus problemas”, se não sofremos o mesmo que ela(e) sente? E até que ponto a permanência dessa pessoa viva sem desejar estar não afetaria aqueles que com ela convivem?

      Apesar de acreditar que eu não cometeria tal ato por vários motivos que não cabem nessa discussão, não consigo avaliá-lo como imoral por considerar novamente a liberdade que cada um tem sobre sua vida, e isso inclui a decisão de por fim a ela, e ainda pelas limitações no que se refere ao direito que alguém possui sobre as decisões de outrem.

      Danielle C. Bello de Carvalho
      danielle.bello@live.com

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  109. A meu ver, onanismo, pederastia e mutilação não são imorais. Apesar de não deixar de ter um efeito em outros indivíduos, tais práticas influenciam diretamente apenas aqueles que a praticam. Algumas pessoas podem sentir certa repulsa, por exemplo, com certas modificações corporais, mas esta será mais estética do que moral e não o prejudicará. A não aceitação de uma modificação corporal em uma sociedade se deve mais ao que é considerado esteticamente belo nesta, e tal padrão de beleza pode se modificar de uma sociedade para outra (se utilizarmos como exemplo uma tribo africana, mutilações que em nossa sociedade são algo fora do comum serão normais nela). Já em relação ao suicídio a situação se torna um pouco mais complicada de ser discutida. Acabar com a própria vida influencia e perturba de maneira significativa aqueles que conviviam em algum aspecto com a pessoa, prejudicando muito mais os demais indivíduos do que as outras práticas comentadas até então. Segundo o utilitarismo, uma ação moral é aquela que busca aumentar a felicidade do maior número, e ao menos se considerarmos esta ideia o suicídio é imoral.

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  110. Pelo texto fornecido como base, “Das razões para o suicídio”, pode-se perceber a complicação encontrada para a classificação de um ato como aceitável e quais critérios podem ser usados para fazer tal qualificação. Com o uso do racionalismo para a discussão da aceitabilidade encontram-se problemas como: uma ação é aceitável de acordo sob qual escopo? Aquele em que a sociedade considera uma atitude como boa ou aquele no qual eu realizo uma ação para alcançar realização própria e satisfação? Em comum, todos os tabus encontrados possuem um aspecto racional, não se baseando apenas no impulso do momento e dos sentimentos, ao contrário de grande parte da opinião pública.
    A maioria dos tabus acabam se focando em dois pilares: a cultura na qual o indivíduo está inserido e aquilo o que o individuo considera para si. O onanismo é condenável para as religiões cristãs, um ato imoral. Mas por outro lado, como a realização do ato visa o alcance do prazer, que por si só já garantiria um respaldo moral, ele não afeta de outros indivíduos.
    A modificação corporal é colocada como imoral em algumas culturas principalmente por aqueles que se sentem chocados ao ver um indivíduo que se mutilou por vontade própria, trazendo à tona diversos preconceitos. Em sociedades indígenas, por exemplo, esse ato seria considerado moral, por estar ligado a aspectos religiosos e de cura. O indivíduo que faz modificações não o faz pela dor, mas talvez pela concepção dele de aperfeiçoamento do corpo.
    A pederastia, tanto no seu sentido tradicional de relação entre um homem e um rapaz mais jovem, quanto a extensão mais generalista de homossexualidade, encontram classificações diferentes de acordo com o período histórico. Na Grécia Antiga ou no Império Romano, temos uma aceitação maior desta escolha como moral e como uma prática mais livre. Os dois significados para o termo divergem nos tempos atuais, aonde a homossexualidade vem quebrando barreiras culturais e deixando de ser considerada imoral, mas o relacionamento entre um homem e um jovem, dependendo da idade do garoto, pode ser considerado imoral e ferir não apenas a cultura do meio como a lei da sociedade.
    O suicídio aparenta ser o de maior polêmica em comparação com os citados acima. É considerado imoral por todos que cercam o individuo que idealiza o ato. O único apoio na decisão está no próprio indivíduo, o que torna a escolha ainda mais racional. Como não existe uma concepção absoluta sobre a moralidade, cada caso é um caso. A pessoa cometeria o ato para se livrar de alguma possível dor, por exemplo, mas pensaria também como essa ação afetaria os seus mais próximos, família, amigos. A sua satisfação seria maior que a insatisfação dos outros? Muito provavelmente não, ainda mais se pensarmos de maneira quantitativa. O suicídio é considerado moral se trouxer não apenas um benefício para o indivíduo, mas para o meio. Para exemplificar temos os homens bombas no Oriente Médio e os kamikases na Segunda Guerra Mundial, cada um lutando pela causa do meio. Getúlio Vargas o fez e garantiu sua entrada para a história, por vontade própria, e conseguiu o apoio do povo mesmo após a morte.

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  111. A RAZÃO ENCONTRA RAZÕES QUE A RACIONALIDADE REJEITA

    O fio que separa o racional do irracional, é muito tênue, apesar de nos considerarmos seres racionais muitas vezes nos deparamos com situações em que em meio a conceitos que são julgados dirigidos pela racionalidade, acabamos observando ações de negação da razão. Do cientista que auto inocula formula inovadora arriscando a própria sobrevivência ao homem bomba fundamentalista, do soldado heróico que se imola pela pátria ao enamorado que se mata por ciúme. Onde há razão? Onde há loucura? Acredito que a vida transcende a quaisquer que sejam as razões do cotidiano de nossas vidas e que entre os direitos e liberdades de escolha com os quais fomos agraciados ao nascer um direito não possuímos, é o de atentar contra a própria vida.

    JOSIAS ADÃO BCH MATUTINO

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  112. As “imoralidades contra si mesmo”, representadas por atitudes como automutilação, onanismo e suicídio, por exemplo, são, em última instância, parte do jogo entre o “eu” e os “outros”, são parte das nossas relações para com o mundo que nos cerca.

    No onanismo vemos uma falta da necessidade do outro, como mostra bem a letra da música de Ana Carolina. O contrário ocorre no caso de tatuagens, pois elas mostram uma necessidade de se expressar para os demais. Por mais que afirmem que fazem porque gostam particularmente do desenho, percebe-se facilmente o prazer que proporcionam quando alguém as notam. E é interessante observar que a escolha de cada desenho, por mais estranho que seja, carrega profunda significação interior para a pessoa e demonstra seu forte desejo de exteriorizar essa significação particular tornando-a pública.

    A automutilação segue pelo mesmo caminho de expressão para com a comunidade e de aceitação social, como acontece nas tribos mais primitivas com a escarificação da pele. As escarificações também são utilizadas no Candomblé, chamado de “aberé”, dentro do ritual de iniciação do sacerdote para marcar suas ligações com os orixás. Faz parte da afirmação da pessoa como sacerdote religioso. Também a execução de seis pontos queimados com incenso na cabeça raspada dos monges budistas de algumas escolas chinesas, que mostram seu compromisso para com os seis votos do budista e marca a sua entrada no sacerdócio.

    No suicídio notamos uma falta de compatibilidade entre o agente que se suicida e o meio que o cerca. Essa incompatibilidade, percebida sempre como real pelo agente, pode se manifestar em intensidade até o clímax do suicídio propriamente dito como forma de se buscar essa compatibilidade perdida. A diferença entre suicidar-se ou não está na intensidade da percepção de sua incompatibilidade com o mundo.

    A imoralidade ou não dessas atitudes reside unicamente no sentimento e na expressão interior de cada um e esbarra nos conceitos situados além da barreira da linguagem, como bem expressou Wittegenstein.

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  113. RA: 21055812

    Após os estudos introdutórios das teorias éticas, me sinto com maiores dificuldades de analisar um caso concreto e específico. Isto porque, dotado desses instrumentos teóricos, percebo a complexidade e dificuldade de estabelecer um princípio moral a partir do qual me torno capaz de julgar uma ação como boa ou má. Como foi visto, Wittgenstein nos mostrou que o empreendimento de se estabelecer esse princípio fundamental da Ética é impossível. Portanto, nos resta analisar esses casos sem recorrer à metafísica, valendo-se somente das circunstâncias históricas nas quais as indagações morais sobre esses casos surgem, e pressupondo que os julgamentos das práticas humanas são feitos pelo indivíduo a partir de seu conjunto de valores que diferenciam as coisas e as ações. Assim sendo, arrisco-me a dizer que o surgimento dessas indagações sobre a moralidade de ações como o onanismo e a pederastia são produtos do julgamento repressivo de tais práticas por uma civilização cujos valores são, em grande parte, pautados pelos ideais cristãos, isto é, pela moral cristã. Embora nos últimos séculos a instituição cristã tenha perdido espaço na civilização e se tornado, em alguma medida, mais heterodoxa, muitos de seus valores morais continuam sendo a base dos julgamentos entre os indivíduos. A afirmação dos instintos naturais e as relações homoafetivas ainda continuam sendo pauta de discussões éticas, nos mostrando que ainda há quem os considera imorais. Isto porque, continua prevalecendo a imagem idealizada de uma família tipicamente cristã composta por uma relação heterossexual, e a ideia estoica sobre os instintos naturais, considerados maus e baixos em relação às faculdades elevadas próprias dos seres humanos. Em relação a mutilação, não vejo nada além de preconceitos. Não existem argumentos sustentáveis que expliquem a imoralidade dessa prática. As alterações corporais são expressões da auto identificação do indivíduo no mundo, como a forma de se vestir, e etc. Sobre o suicídio, ainda não fui capaz de sintetizar uma opinião mais concreta, mas sou adepto da posição nietzschiana: não escolhemos viver, seria crueldade não termos direito sobre a nossa própria morte.

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  114. "Ser intelectual significa perceber que são infundados os preconceitos, as superstições e os horrores que, via de regra, impedem o ser humano de praticar as ações autodestrutivas..."
    Quanto a esse trecho podemos tomar como assunto o suicídio e a mutilação corporal, onde os agentes que os cometem geralmente se encontram antes em um dilema de fazer ou não tais ações, principalmente por influência do pensamento da sociedade (de forma que abrange a cultura e a religião); esses agentes estão suscetíveis a sofrer preconceitos, supertições, horrores, como cita acima, e até incentivos ou imposições de tais práticas, que por muitas sociedades é aceita como uma tradição, algo que é imposto pra que você se integre ao meio que vive, por exemplo quando falamos de mutilação genital que é uma prática secular, que ainda em alguns lugares é dada como uma regra e não como uma opção pras mulheres que vivem em determinadas sociedades, também existe o suícidio que é cometido, fundamentado em crenças de uma religião, por exemplo quando falamos de casos, por exemplo de homens-bomba.
    Portanto, nem sempre tais práticas são tomadas por escolhas, entretanto a maior parte delas são fundamentadas por prazeres temporários, contínuos ou no caso do suicídio geralmente pra dar fim a uma dor ou ainda no caso da religião, uma forma de provar sua crença, sendo assim, de certa forma se torna opcional tais práticas, que são evidentemente egoístas, pois não se pensa no próximo quando são tomadas, o que vai diretamente contra o utilitarismo e tratando-se da ética e da moralidade, percebemos que são individuais estas escolhas e por mais que se haja discussão acerca dos assuntos, tais práticas não serão exterminadas, por mais imoral ou antiética que alguém diga que seja.

    Se referindo a pederastia, é um assunto bem complexo e constantemente debatido, de acordo com Kant, por exemplo se trataria de mais uma ação que advém do prazer ou a busca dele de forma egoísta, entretanto sabemos que não é tão simples assim; principalmente estando ciente que tal prática sempre foi característica da sociedade e não se trata de uma escolha, se torna um assunto que não nos deve ser pauta de discussão quanto a ética e moralidade, mas sim digna de respeito; assim como devemos respeitar também quem por ventura se sinta bem praticando o onanismo ou até uma mutilação, contanto que essas práticas não nos afete negativamente ou a sociedade em geral, onde vivemos.

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  115. A temática envolvente de quatro tipos diferentes de imoralidade abrange discussões mais do que éticas, mas discussões biológicas, estéticas, culturais e também ações movidas por paixão. As imoralidades citadas contra si mesmo podem ter outras interpretações.
    Onanismo, pederastia e mutilação apesar de grande parte da sociedade criar um pré-conceito imoral sobre tais ações, elas não causam perdas a outros indivíduos e são movidas pelo inconsciente a partir de vontades criadas pelo corpo movidas por paixões e sentimentos. A mutilação toma um panorama imoral quando a estética e comprometida e o indivíduo próximo julga a estética em si e não o ato que a fez existir. Já a pederastia (como homossexualidade) envolve fisiologias as quais não são cabíveis julgamentos sociais éticos, assim como ao onanismo também não cabe tais julgamentos.
    Já o suicídio tem toda uma envolvente com a sociedade entorno do indivíduo, o ato em si cometido torna-se realidade, em meio a um universo o qual possibilita o ato, então seria mais “certo” julgarmos como imoral a sociedade na qual a moral terroriza o suicida.

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  116. Posteriormente à leitura dos textos e visualização dos vídeos dispostos, me encontrei em uma posição difícil quanto à classificação de Onanismo, Mutilação, Pederastia e Suicídio como morais ou imorais. Cada cultura local valoriza ou repudia tais práticas, o que dificulta apontarmos o que é certo ou errado.

    Entretanto, refletindo e debatendo sobre Onanismo e Pederastia, não considero tais ações imorais, já que são atos que afetam, benéfica ou maleficamente, apenas aqueles que a praticam, sendo assim livre de julgamento externo.
    Apesar de também afetarem diretamente apenas o indivíduo que a/o pratica, mutilação e suicídio tendem a ser, ao meu ver, imorais, já que são atos e atentados contra a natureza humana e contra a própria vida. Ainda assim seria necessário analisar a razão que leva uma pessoa a cometer tais atos,para podermos julgar com mais clareza, caso a caso, o que levou o indivíduo a cometer tais atos.

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  117. Estas práticas citadas nos textos, suicídios, e nos vídeos, body modifications, são práticas que podem ser avaliadas por dois pontos de vistas. No caso do suicídio podemos avaliar como moral a prática se avaliarmos pela ótica de que cada um é senhor da sua razão e a decisão de continuar vivo ou decidir que o melhor é retirar sua vida é de responsabilidade e de interesse do próprio indivíduo. Porém podemos analisar que a prática do suicídio pode interferir na vida de outros indivíduos e a partir deste momento se tornar alvo de discussão sobre a moralidade do ato. Um pai de família que retira sua vida, por exemplo, pelo fato de ter sido demitido e consequentemente falido, afeta toda a família, muito provavelmente negativamente. Podemos dizer que apesar de ter cometido um ato que inicialmente afetaria apenas ele, passa a afetar os seus filhos, esposa e familiares, podendo dizer assim que seria um ato imoral. Podemos observar também por outro ângulo, se um pai de família se suicida para proteger a sua família de algum perigo, apesar de afetar estes, não podemos considerar esse ato como uma prática imoral, a partir de um consenso geral de que o pai é responsável e deve se sacrificar se necessário pela segurança de sua família.

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  118. Thirza Hidemi Nakayama RA 2106581227 de junho de 2013 às 13:18

    A nossa vida em sociedade permite que sejamos influenciados pelo meio assim como sermos influenciadores deste. Nossas ações são movidas pelas nossas paixões, mas isso não significa que não fazemos nada por obrigação, influência , indução ou até mesmo por crer num prazer falso ou momentâneo.
    "Atos praticados por agentes que estão em interação no mundo interferem e influenciam os ideais, as crenças, as teorias e as predisposições às ações de todos os concernidos"- trecho do texto.
    Por exemplo, uma grande figura heroica japonesa comete suicídio para obtenção da honra, eles creem nisso, mas muitos não tem o desejo de "não ser", mas seguem os conceitos de seus antepassados, pela fuga da dor da sua desonra. Embora seja uma autodestruição, não vejo como uma imoralidade apenas a si mesmo, mesmo o sujeito da ação seja o maior prejudicado, não será o único. Pois seu ato contribui para que outras pessoas acreditem nessa crença, e isto leva a uma contínua conduta(fato social), que leva o país ter a maior taxa de suicídio do mundo. Usando o princípio de ética utilitarista, esta honra poderia ser buscada através de atos que buscassem o bem maior, soando o suicídio como um ato de fuga de modo egoísta, mesmo que satisfaça os critérios de aceitabilidade. Assim como no suicídio de Vargas, onde ele acreditou dar a vida pelas mudanças brasileiras, renunciando a si mesmo em defesa do povo, mas devido as pressões sofridas comete suicídio, por crer que estaria assim entrando para história,conquistando a eternidade e crendo estar ao lado do povo, onde na realidade estava fugindo das suas dores, nada mais que um abandono.
    Outro tópico seguinte é a mutilação do próprio corpo, onde pessoas acreditam estar ao alcance do prazer e satisfação.A aceitabilidade deste ato não permite uma definição apurada, por mais que seja uma "imoralidade a si mesmo". Querendo ou não a sociedades está cheia de amarra e preconceitos, e nos impõem certas estéticas que seriam adequadas ao grupo, onde empregos formais exigem a barba feito,o terno engomado e o linguajar culto. Mas também não vejo essas imposições como imorais, pois apesar de sofrê-las ainda que paradoxalmente temos o livre-arbítrio.
    No caso da pederastia, me senti confusa sobre qual sentido deveria debater, pois ao longo da história houve uma mudança de conceito entre, pedofilia, abuso sexual e homossexualismo. Ato comum na igreja, e condenado não só por ela mesma mas por toda a sociedade, o abuso sexual de menores do sexo masculino pelos clérigos, é imoral visto que sendo um abuso a busca pelo prazer não vem de ambas as partes, e não por ser uma relação homossexual ou pela diferença de idade, antigamente podia ser considerado como atentado ao pudor, hoje este tipo de abuso já é visto como estupro. Entretanto havendo uma relação recíproca entre uma pessoa adulta e um jovem, independente dos sexos, não considero imoral, sendo a livre escolha de ambos pelo prazer.
    O onanismo acredito eu que é um ato praticado por todos, mesmo que alguns praticantes ainda tenham conceitos antigos não assumam. Mas universalidade do ato, não implica na sua aceitabilidade. Em um pensamento extremo, no Brasil abraços e beijos são praticados por todos até mesmo em via pública. Todavia a masturbação exige privacidade ainda que sendo ato comum a todos, praticada em público é imoral, atentado ao pudor. Ou seja, as definições dessas ações como aceitável ou inaceitável está na conclusão das consequências que estas causam, quando indesejável torna a ação inaceitável, visto que é impossível revertê-la.

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  119. Fazendo uma analise consequencialista das questões da mutilação e suicídio podemos ter duas tirar duas respostas. a primeira é quando fazemos a analise tento em vista somente a pessoa que realiza a ação e a segunda é tendo em vista a analise juntamente com as pessoas ao redor dessa que esta fazendo a ação.
    Na primeira por experiencia de já ter conhecidos pessoas que já tentaram realizar suicídio e que praticam a mutilação posso dizer que essas pessoas fazem isso para terem prazer e para se sentirem melhor então ao buscar um prazer e o bem-estar eles tentam sentir dor, me utilizando da teoria do utilitarismo que diz que uma ação moral é quando se busca o prazer e foge da dor, posso dizer que tal ato seria moralmente aceito tendo em analise apenas a pessoa em si, pois o mesmo apenas realiza essa ação buscando um prazer e fugindo de uma dor.
    Na segunda tendo em vista as pessoas ao redor posso dizer que esses atos de mutilação e suicido não são moralmente aceitos pois o mesmo tendo sua dor afastada e tendo seu prazer alcançado causa efeito contrario nas pessoas ao seu redor, nessas pessoas essas ações só causam dor.

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  120. Primeiramente, é necessário tornar claro que seguindo éticas religiosas e cultirais, os atos de onanismo, mutilação e até mesmo o suicídio podem ser considerados como práticas válidas de devoção, ou de vulnerabilização do corpo. Exemplificando, temos as tribos Colombianas, que invocam entidades sobrenaturais obscuras por meio da mutilação do corpo, ou seja, enfraquecimento do mesmo, para que seja facilitada a "entrada" de um demônio. Olhando por uma visão de faro ético, tal degradação do corpo, pela moral cristã, é altamente imoral. Porém, numa visão contida na ética das tribos colombianas, é sim um ato moral. E é tido como imoral pela desuniversalização do pensamento ético, o qual, a prática individual fere somente o individualismo do ser humano. Porém, se esse ato gera uma consequência que aborda outros indivíduos, o ato é considerado universal, e portanto atinge uma margem ética. A modificação do corpo por estética também é um assunto a ser colocado como compreensível, já que muitas pessoas modificam seus corpos buscando atingir um padrão estético próprio, que é influenciado pelas relações sociais ao seu redor. Ou seja, como todo ato ético depende de uma universalização, a busca pela estética é um ato válido moralmente, pois o indivíduo se adequa a conceitos universais.
    O suicídio deve ser tratado com cautela, assim como o mutilamento, pois existem certos individuos que buscam o prazer nas práticas de atentado ao seu próprio corpo, e como contido em Kant, a busca pelo prazer individual é válida até que ultrapasse margens de influência e atentado à ética universal. Sendo assim, é válido o ato de mutilação, até que o mesmo não influa na ética gerada pela universalização de conceitos. Já o suicídio é um ato baseado em uma ética causal, a qual um ato é gerado por um antecedente que agrave seu pensamento (que coordena seus atos), e acabe resultando no corte da sua existência. Colocando tal conduta como válida, porém, como um ato que foge de muitos conceitos éticos, os mesmos que tiram em escala parcial, seu livre arbítrio, de tirar sua própria vida.

    Gustavo siqueira 21025112

    gustavo.siqueira0@gmail.com

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  121. Para falar sobre este tema, escolhi usar a teoria utilitarista.

    Escolho usar esta teoria pois falar sobre body modification, onanismo ou pederastia e até mesmo o suicídio são no fim ações que visam a busca pelo prazer.

    Por suicídio, entendo que a decisão de tirar sua própria vida exemplifique que o indivíduo se encontra numa situação tal qual se é impossível suportar o sofrimento que se está passando.

    Embora neste tema, é preciso inserir a variável religião, pois no islamismo por exemplo, o suicídio como mártir na guerra santa leva a pessoa ao paraíso.

    Mas evito desenvolver sobre a religião neste post, pois a religião representa valores que constituem uma ética e nos afasta do campo das teorias da filosofia como dita ciência.

    O que concluo do suicídio é que embora ele cause dor aos familiares do indivíduo, a filosofia do utilitarismo visa o bem-estar pela diminuição da dor, sendo assim é ético.

    Onanismo, Pederastia e Body-modification também podem ser entendidos dessa forma.

    Body-modification necessita de uma atenção um pouco maior.
    O ato concreto e finalizado, a tatuagem, o alargador, ele termina no prazer do indivíduo. Mas também existem significados nesta ação. A tatuagem por exemplo, é vista como arte, diversas gangs tatuam o mesmo simbolo para identificarem seus camaradas. Sendo assim, o body modification também é algo que existe para a fortalecimento de uma instituição ou cultura à qual o indivíduo faça parte.
    Mas é claro que o objetivo final é o prazer.

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  122. O onanismo não é um ato imoral contra si próprio e nem contra outra pessoa; talvez pudesse ter sido considerado imoral em um tempo em que acreditava-se que no esperma existissem pequenas pessoas em potencial, assim o homem estaria tirando a possibilidade de vida desses humanos , mas isso não é mais valido hoje; já que é um ato que busca o prazer e não prejudica nem a própria pessoa como também uma outra no momento da ação ou em outro momento do futuro.
    A pederastia também não vejo como imoral se feito com o consentimento dos envolvidos, buscando prazer, já que poderia se dizer que em alguns casos, devido a idade, o jovem poderia nem saber de fato o que estaria fazendo, nesse caso não seria com o consentimento e a imoralidade não estaria na pederastia e nem seria contra si próprio, mas no abuso do mais velho com o mais novo, abuso que poderia gerar consequências ruins no futuro para o mais jovem de forma a prejudica-lo para o resto da vida.
    Nesses dois primeiros casos não consegui ver a imoralidade contra a própria pessoa que comete o ato por não conseguir ver em que isso a prejudicaria, no maximo uma possibilidade de prejudicar outra pessoa, possibilidade que não existe ou a imoralidade não e estaria naquilo que discutimos, já no caso da automutilação, pensando principalmente nessas modificações corporais vistas nos vídeos, acredito que não há nenhuma possibilidade de ser imoral em relação à outra pessoa, já em relação a própria pessoa não consigo dizer que seja universalmente imoral, mas poderia ser no caso de uma modificação feita de forma permanente por um certo motivo qualquer, esse motivo pode não valer mais no futuro e assim essa modificação, já sem sentido, poderia causar sofrimento a pessoa, por não ser mais desejável.
    O suicídio podemos dizer que é um ato imoral em relação a outras pessoas, já que a morte de uma pessoa próxima sempre causa sofrimento, com relação a própria pessoa é uma situação mais difícil, já que este seria feito para poder acabar com algum tipo de sofrimento, seja psicológico ou físico, mas posso pelo menos dizer que é imoral a partir das três máximas de Kant porque viola a primeira e a terceira, como pude ver no texto indicado pelo professor Peluso “Análise da Moralidade do Suicídio, sob o ponto de vista da Ética de Hume, Kant e do Utilitarismo”, de Victor Melo de Sá.

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  123. A ética, quando analisada como uma ciência que julga a interação entre os seres humanos e os desdobramentos de suas condutas, tem como desígnio atribuir juízos morais a todas as ações que afetam de alguma forma as relações humanas. Viver em sociedade implica na existência de elos entre indivíduos de diversas redes, de forma que quando um dos elos sofre algum tipo de influência toda a corrente será afetada.
    Nas sociedades fundadas sob os pilares da moralidade cristã, o onanismo, a pederastia e a mutilação são ações imorais por ferirem os princípios e ideologias da religião. Todavia, é notável que a sociedade ocidental atual vem mudando de postura e desvencilhando-se de certos pré-conceitos, o que nos leva a crer que não há motivos concretos pra julgar como imoral a busca pelo prazer no âmbito individual no instante em que essas opções particulares não prejudicam outros atores sociais.
    Tratando-se do suicídio, é um trabalho árduo e polêmico discernir entre o que é moral ou imoral no âmbito das ações individuais e isoladas, já que por pressuposto esse tipo de ação desrespeitaria única e exclusivamente ao agente que a pratica. Porém, direta ou indiretamente, todas as ações exercem influência sobre as pessoas que nos cercam quando se vive em comunidade. Atos individuais podem afetar a coletividade. De acordo com a corrente humeniana, as obrigações do homem e da sociedade são mútuas e sendo assim a morte voluntária não anula somente os deveres do homem com a sociedade, mas também as obrigações da sociedade para com o suicida, e desta forma, ações autodestrutivas devem ser indesejáveis para os seres intelectuais.

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  124. Guilherme Bocalini
    RA: 21033512

    Para tratar desse tema antes de tudo, é preciso pensar se é possível cometer uma imoralidade contra si mesmo. Para conceber essa ideia se depende muito da visão ética de cada indivíduo, para Kant, por exemplo, a masturbação era um ato completamente imoral. O argumento era que o mau uso da faculdade sexual (quando a ausência do objeto sexual) é imoral, pois contraria os fins da humanidade, para ele dessa forma o humano se degreda de modo mais inferior que um animal.

    Kant também classificava o suicídio como imoral, entretanto outros filósofos viam o suicídio como única postura ética, ou então que por não ter sido nós que escolhermos viver, temos o direto de morrer, se assim desejarmos.

    Tão importante quanto à visão ética, são as razões que motivam cada ação. Algumas religiões pregam que não podemos alterar nosso corpo, pois este nos foi dado por deus, alguns casos não se pode nem cortar os cabelos. Se alguém vê essa postura como moral, ou aceitável, também deve aceitar a automutilação de algumas tribos africanas, que o fazem pelo mesmo motivo, religião.

    Não podemos deixar de lembrar que os valores de nossa sociedade são ditados pela religião cristã, o fato dessas práticas sexuais, o suicídio e o body modification serem condenados é sem duvida influencia do cristianismo. Mas ao mesmo tempo, a religião cristã vem perdendo espaço na sociedade, e já não consegue mais sustentar argumentos que condenem muitas dessas práticas.

    O fato é que em todas essas ações os indivíduos buscam prazer – ou anular o desprezar se pensarmos em alguns casos de suicídio. Mesmo que a religião ainda condene estes atos, a liberdade de culto ou praticas sexuais dos indivíduos devem ser respeitadas, passar por cima disto já é em si uma imoralidade.

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  125. Jonatas Silveira de Souza
    RA: 21040912

    O uso de uma teoria moral para fazer a análise dos atos “imorais contra si” pode nos dar uma possibilidade de chegar a um juízo (temporário) a respeito destas ações. Segundo o texto de PELUSO, L.A, ao que me parece, as nossas motivações e razões para praticarmos um ato, são provisórias e por mais que investiguemos as inúmeras bases teóricas, elas podem tanto defender como contrapor algumas ideias, como a ideia do suicídio, por exemplo.

    Defender uma teoria seria partir de uma interpretação de mundo a qual nos levaria a representações das coisas. Neste contexto, o intelectual seria aquela pessoa que reconhece a existência de subjetividade no seu conhecer, nas bases de suas teorias, nas suas interpretações e na maneira do como construímos o conhecimento. Ele ultrapassa os juízos de senso comum, as superstições. É um ser com conhecimentos que podem ser transmitidos e de alguma maneira pode elevar o espírito humano, passando para outras pessoas o poder de sair do enlaço do conhecimento comum.

    É fundamental que para poder transmitir esse conhecimento necessita de estar vivo, estar interagindo com outras pessoas. Portanto o ponto que me parece de maior importância é o de que o ser necessita estar vivo para, tanto construir como para transmitir o seus conhecimentos. A ato do suicídio seria um ato imoral, pois impossibilita o agente de transmitir o seu conhecimento, ou até mesmo de não poder desenvolvê-lo maiormente.
    Lembro-me de uma frase de um homem da UNESCO a Lygia Fagundes Telles (autora brasileira) no Jornal de Letras de 2 de Julho de 1997 que está no seu livro A disciplina do amor. “Cada vez que morre um velho africano é uma biblioteca que se incendeia”, ou seja, a morte é um ponto final tanto na construção do conhecimento como no transmitir o mesmo.

    Outro ponto que me atrai a discussão do suicídio seria a dor que traria as pessoas, sendo um ato individual que, em certos casos pode trazer um dor muito maior do que o prazer de se ‘desprender do mundo’, ai o aporte utilitarista consideraria tal ação como imoral, além disso, que perfeição ou que bondade estaria buscando a pessoa ao suicidar-se? Não me parece muito boa esta ação no ponto de vista de Mill ou de Bentaham. Além disso a exclusão da própria vida me parece ir contra o imperativo categórico Kantiano "Age de tal modo que trates sempre a humanidade, quer seja na tua pessoa quer na dos outros, nunca unicamente como meios, mas sempre ao mesmo tempo como um fim." Suicidar-se, diria Kant, é usar a nossa própria pessoa como um meio de acabar com o nosso desconforto e angústia.

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    1. (continuação)

      Os outros assuntos propostos para discussão, como pederastia onanismo e mutilação têm outros fatores que fazem com que eu separasse os mesmos da primeira discussão, trato agora de cada um brevemente.

      Onanismo: Não vejo imoralidade alguma nesta ação, pode ter sido considerado no passado como algo imoral, lembro-me de que durante esse período a Igreja chegava a pregar que está prática ao ser conduzida por garotos, os mesmos estariam dando material humano para a construção de novos “diabinhos”, impondo um medo no garoto que tenta-se praticar o onanismo. Mas hoje em dia tomo essa prática como algo comum e sendo uma faze do descobrimento do corpo humano por um(a) jovem. Além de não me parecer um ato imoral sendo enquadrado pelas teorias éticas.

      Pederastia: parece-me ter uma linha limiar em relação a moralidade desta ação, caso um dos envolvidos não tenha a capacidade de julgar a sua ação (em geral o indivíduo mais jovem) ou os resultados das suas ações na sua vida me parece algo imoral, ou seja, a pessoa que sabe dos resultados, usa a outra como meio do seu prazer, usando a ignorância de outrem para a sua satisfação. Existem outros fatores que podem tornar esta atividade como algo imoral, mas o ponto que me parece primordial seria o conhecimento e consentimento dos agentes em relação as suas ações ao praticar este ato.

      Mutilação: Quando feito sob o esclarecimento do agente a mesmo não me parece trazer imoralidade alguma consigo, hoje em dia não me parece algo imoral as atitudes tomadas pelas pessoas que se tatuam ou bifurcam a sua língua e etc, pode no máximo trazer alguma estranheza e preconceito das outras pessoas, pois existem modos sociais e tradições que colocam as mesmas sob uma ótica diferenciada. Mas uma coisa que me parece constitutiva da sociedade atual é que geralmente o que é diferente,o que não segue os moldes estéticos da maioria é preconceitualizado e discriminado pela maioria hegemônica que determina o que é mais belo. Levando essa ação para o campo filosófico que estudamos não me parece de maneira alguma como algo imoral.

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  126. Esses temas são muito complexos. Ainda que utilizemos teorias como luz para determinar se estes atos são imorais ou não, ainda não teremos o que é "inaceitável", e portanto, diversas (e até opostas)visões sobre o mesmo assunto tem de ser aceitas.

    Onanismo: sabemos que este nome para "masturbação" surgiu a partir de um personagem bíblico do Antigo Testamento que teria "DESPERDIÇADO sua semente na terra". Pois bem. Nossa sociedade ocidental é baseada em grande parte, ainda hoje, nos princípios judaico-cristãos. Então pra mim fica bem claro, tendo conhecimento dos seus benefícios cientificamente comprovados, que a masturbação não causa mal algum. No entanto, não há apenas a questão, digamos, "doutrinária" sobre a masturbação. Há também a questão da dominação masculina sobre as mulheres. É notório o quanto homens são incentivados a tocarem seus corpos enquanto mulheres são ainda reprimidas (isso fica especialmente mais claro quando observamos o comportamento de meninos e meninas). Existe ainda uma outra questão, que é a (muito ignorante e hipócrita, por sinal) associação da masturbação com a imaturidade sexual, o que pode levar pessoas adultas a terem certa vergonha do ato.

    Pederastia: novamente, temos a condenação religiosa do ato, que nem por isso deixa de ser muito RACIONAL (poderia até citar Weber aqui). Todos sabem que a taxa de mortalidade, que era extremamente alta devido à falta de medicina, higiene adequadas entre outros, foi decrescendo com o avanço da Ciência. Então, em uma sociedade do Antigo Testamento, agrária, patriarcal, com muitos homens mortos nas guerras, em que os homens precisariam de muitos filhos para cuidar de suas terras e passar seu nome adiante, a homossexualidade era um pecado gravíssimo, pois estas relações não deixariam descendentes e eram vistas como apenas expressão da busca pelo prazer carnal e, portanto, impuras.

    Mutilação: Acredito que neste tema o aspecto cultural fica muito mais evidente. Acredito que o preconceito "estético" com quem possui tatuagens, piercings ou quaisquer outras modificações no corpo DE FORMA MODERADA, ocorre devido a uma busca (que eu considero estranha, aliás) pela "integridade do corpo" e "aceitação de si próprio como é", onde furos e marcas são vistos como elementos de cultura pagã e que não devem ser aderidos por cristãos, que são o "templo do Espírito Santo", que não deve ser "desrespeitado". Já em casos mais extremos, como pessoas que colocam implantes subcutâneos em forma de chifres, e/ou tatuam e colocam piercings sobre todo o corpo, acredito que o preconceito seja realmente estético e até biológico de certa forma, pois não é atraente para a maioria das pessoas gente que chega a ficar desfigurada e perder boa parte da aparência humana.

    Suicídio: Ainda comentando baseada na visão cristã, muito recorrente em nossa sociedade, o suicídio seria um desrespeito contra Deus, já que apenas ele teria o direito de dar e tirar vidas.

    É claro que todos estes temas estão sujeitos à cultura. Suicídio no Japão e no islamismo, por exemplo, pode ser considerado um ato heróico. As mutilações fazem parte de toda uma caracterização de diversas tribos ao redor do mundo. A pederastia era considerada absolutamente normal na Grécia e até incentivada entre soldados para que estes defendessem os outros até a morte, se fosse preciso.
    Eu, particularmente, analisando os casos sob a nossa própria cultura, considero que o onanismo e as modificações no corpo são sim morais se aplicadas com moderação, pois do contrário podem ser sintomas de algum problema sério e até oferecer riscos à saúde. A pederastia, acredito ser algo que está ligado ao que cada pessoa É, e que portanto, não nos cabe julgar uma conduta sexual que não nos afetará em nada. Já em relação ao suicídio, acredito que uma pessoa não deve ser obrigada a carregar o fardo da vida se não quiser, mas reconheço que, sem dúvida, o ato trará sofrimento a muitas outras pessoas, e que, por isso, não deixa de ter seu grau de imoralidade.

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  127. Caroline den Hartog Batagini30 de junho de 2013 às 16:24

    RA: 21024712

    Nesse momento em que o trajeto traçado pelo curso muda de direção e torna-se, por assim dizer, “prático”, percebo o quanto é difícil fazer juízos morais acerca de questões comuns que se apresentam diante de nós no dia-a-dia. Lembro-me do pensamento de Wittgenstein ao perceber o impasse que parece tomar conta da situação ao tentar exteriorizar algo que não é totalmente esclarecido para mim.
    Percebo ainda que, no fundo, as teorias estudadas até então tentaram oferecer formas de se pensar as ações humanas e julgá-las como boas ou más. Parece-me que, quando nos filiamos a uma ou outra corrente teórica, torna-se mais concreto o julgamento de um dado comportamento, visto que as teorias trabalham com pilares e pressupostos que orientam nosso raciocínio.
    No entanto, ainda que eu me filiasse a uma dada teoria, as questões colocadas parecem de natureza extremamente pessoal, de modo que minha visão sobre ética como algo que visa o bem interpessoal, isto é, uma forma de orientar as ações de forma em que se assegure o bem para o maior número de pessoas, parece não abarcar o julgamento moral empregado nos casos de body modification, tattoos, onanismo e pederastia.
    Por outro lado, parece haver uma luz no fim do túnel ao começar considerando o que acabo de afirmar acima: body modification, tattoos, onanismo e pederastia são práticas que afetam apenas o agente que as executa. Para esse agente, tanto a modificação do próprio corpo quanto o onanismo são ações que visam o prazer, tanto corpóreo quanto psicológico, na medida em que adquirir características únicas se apresenta como algo desejável, mesmo que causem dor em curto prazo. Portanto, a imoralidade contida em causar dor ao próximo e a si mesmo – visto que a dor, nesse caso, é tida como uma etapa necessária para o alcance de algo mais nobre que se traduz em forma de prazer – não se verifica.
    O choque ocasionado ao ver um indivíduo modificado, como afirmam aqueles que defendem a imoralidade dessas ações, me parece mais fruto de preconceitos e valores tradicionais cristãos* do que um juízo moral. Analogamente, podemos pensar que desde pequenos somos ensinados a não discriminar pessoas com deficiência física, mas somos cercados de julgamentos que repudiam a modificação do corpo por vontade própria. É como se, enquanto a mutação é inerente ao homem, ela é aceitável, mas, na medida em que o homem se emancipa do senso comum e busca se modificar, a mutação torna-se imoral.
    Assim, volto a afirmar que não enxergo a imoralidade contida nas ações ligadas ao body modification, tattoos, onanismo e pederastia, já que essas não interferem nenhum indivíduo além daquele mesmo que as pratica e que o faz buscando a própria satisfação.
    Já com relação ao suicídio, prefiro trata-lo à parte. Apesar de ser uma ação que, à primeira vista, parece se relacionar apenas a quem a executa, o mesmo pode sim causar dor a terceiros. Além disso, fazer cessar a dor, nesse caso, não implica em uma consequência que proporciona prazer. Portanto, acredito que um indivíduo à beira de causar o seu próprio “não-ser”, pode buscar outras alternativas que vão além de apenas cessar a dor e que lhe retornem a aspiração por viver. É por isso que, em condições extremas de depressão, por exemplo, julgo a terapia e até mesmo a utilização de remédios como ações mais morais do que o suicídio.

    * Fundamentando a minha afirmação sobre a visão imoral da modificação corporal ser fruto de valores cristãos, deixo aqui um link que exemplifica a visão da Igreja ao tratar desses assuntos: http://blogdeolhonoalvo.blogspot.com.br/2012/10/piercing-corporal-o-retorno-do-paganismo_5989.html

    “Não fareis lacerações na vossa carne (…); nem no vosso corpo imprimireis qualquer marca. Eu sou o Senhor”, Lev.19:28

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  128. Carolina Carinhato Sampaio30 de junho de 2013 às 20:04

    No ambiente acadêmico, tudo que está nele é pedagógico – e não só aquilo que é ensinado em sala de aula. O comportamento apresentado por alunos, professores e funcionários acabam influenciando, direta ou indiretamente, as crenças, ideais e humor das pessoas que nele se encontram, como é dito no texto do Peluso.
    Desde Platão, o ambiente acadêmico - escolas, universidades, entre outros – vêm sendo um lugar onde as pessoas aprendem determinadas coisas que a princípio deveriam influenciar o comportamento e o caráter do indivíduo de uma certa maneira. Todas as formas de se expressar do ser humano tem lugar na academia.
    Por apresentar várias visões diferentes, teorias que se complementam ou que se contrapõem, fica difícil decidir alguma coisa para a vida. Ou ainda, fica difícil você separar aquilo que se encaixa nos critérios de aceitabilidade ou o que é efetivamente aceitável. Se pensarmos no ambiente acadêmico assim, concluiremos que a forma de interpretar essa realidade só será válida no caso de uma ação reprovável se não for possível evitar as suas consequências indesejáveis. Este seria o único critério avaliativo – e por ser assim, se torna algo intrinsecamente problemático.
    Por causa dessas várias visões diferentes, surgem vários debates sobre o socialmente aceito e o moral. O que seria imoralidade em relação à automutilação? Uma mulher com um par de furos para brincos seria menos imoral do que um homem com um alargador? Alguém que faz uma cirurgia para a correção de um desvio de septo, por exemplo, é menos imoral do que alguém que faz uma plástica no nariz para que este fique esteticamente mais bonito? E qual seria a diferença na moralidade entre uma pessoa que faz uma lipoaspiração para emagrecer e aquela que precisa fazer uma redução de estômago por estarem correndo risco de morte devido ao excesso de gordura? Em intervenções cirúrgicas, há a automutilação ou não? São coisas complexas para tentar explicar.
    Como tudo nesse ambiente e no mundo são mais facilmente aceitas caso haja argumentos válidos, há várias maneiras de incitar comportamentos de autodestruição . E é por essas e outras que o “ser um intelectual” está pautado em possuir a capacidade de agir num contexto de interpretações representativas no mundo em que é possível que se esteja seguro em relação à sua inaceitabilidade. Um exemplo nítido disso é Getúlio Vargas – que, antes de se suicidar, deixou uma carta na qual dizia “saio da vida para entrar na história” – e tentou justificar o seu suicídio por meio de argumentos como “Sigo o destino que me é imposto”. Como se estivesse fazendo um sacrifício para um bem maior; é um paradoxo pensar em gente que se mata para mudar o mundo, e não o opte em viver para mudá-lo. Afinal, qual é a capacidade de um morto de mudar a história da humanidade? Talvez fosse apenas um caso dos suicídios que foram caracterizados por Durkheim.
    Caso você exista, pode optar por colocar um fim à sua vida – o que não pode ser interpretado como algo sendo um fim para a vida inaceitável. O fato é que não existem razões que justifiquem a nossa autodestruição.
    “Talvez intelectuais sejam aqueles que vivem para descobrir razões para viver ou morrer”
    E a relação academia – sociedade – moralidade - autodestruição?
    O que seria imoralidade em relação à automutilação? Uma mulher com um par de furos para brincos seria menos imoral do que um homem com um alargador? Alguém que faz uma cirurgia para a correção de um desvio de septo, por exemplo, é menos imoral do que alguém que faz uma plástica no nariz para que este fique esteticamente mais bonito? E qual seria a diferença na moralidade entre uma pessoa que faz uma lipoaspiração para emagrecer e aquela que precisa fazer uma redução de estômago por estarem correndo risco de morte devido ao excesso de gordura? Em intervenções cirúrgicas, há a automutilação ou não? São coisas complexas para tentar explicar.

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    1. Afinal, qual é o problema da automutilação com a moralidade, sendo que aquela não prejudica ao próximo? Porque algo que eu escolho fazer em mim poderia ser considerado imoral? O onanismo, por exemplo – por que imoral? E um pederasta – qual o problema em sentir prazer com outra pessoa se ela quiser também, mesmo que seja contra os valores da maioria das pessoas? E um homossexual, porque causa tanta raiva em alguns grupos de pessoas sendo que a homossexualidade deles só diz respeito à eles e àqueles os quais eles escolhem se envolver? Porque isso seria “mais feio” que um casal heterossexual?
      Nessas situações, é interessante notar a participação das crenças em relação ao modo de viver das pessoas. Por exemplo, a Igreja. Se ela diz que uma pessoa tatuada está ferindo a “moral” do convívio social, mesmo sem ela ter feito nada, quem é tatuado passará por situações nas quais a sua escolha vai ser posta em xeque. Nesse caso, a imagem que você passa é por vezes mais importante do que aquilo que você é, do que a sua essência. Mas ao mesmo tempo, por que teria pessoas fazendo coisas que seriam teoricamente reprováveis aos olhos de um ser divino – o ser-imagem da perfeição?
      É difícil concluir algo. A Ética e a Moralidade possuem limiares flexíveis e muitas vezes confundíveis em alguns casos. Particularmente não acho que coisas que envolvem a própria pessoa sejam imorais – assim como eu, todos temos liberdade de expressão e de escolha. Agora, quando há dois ou mais envolvidos, é preciso analisar cada caso. Quando todas as partes escolhem algo, não vejo o que há de errado nisso. Mas quando uma não quer... Aí já muda a situação. Acredito que as ações e comportamento das pessoas têm limites quando passam a se referir a outras pessoas também, ainda que indiretamente. São nuances comportamentais.

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  129. Mateus Baeta Diógenes1 de julho de 2013 às 17:08

    Eu acredito que dos tipos de imoralidades citados acima, a mais coesa e mais passível de ser denominada imoralidade contra si mesmo, mas não contundentemente imoral, é o suicídio, e portanto, deterei-me mais a ela.

    Dissertando, brevemente sobre a mutilação, o onanismo e a pederastia; é complicado aplicar juízos de valores, se estes são ligados as nossas afecções e estas estão inseridas nas culturas dos povos.Portanto temos enorme influência da religião e de antigas tradições, e por mais que tentamos ser imparciais, poderemos formular valores éticos condicionados ao nosso tempo, nunca podendo chegar a um juízo absoluto.

    Pode-se encarar o suicídio de diversas formas diferentes e ao mesmo tempo, todas podem fazer sentido e ter sua importância.
    O suicídio pode ser entendido como imoral do ponto de vista kantiano já que toda forma de tirar a vida seria imoral.Contudo, em uma análise utilitarista como, talvez, possa ser explicada a atitude de Getúlio Vargas, você opta pela privação da vida porque é mais recompensatório não viver do que ao contrário.

    No caso de Getúlio, se ele optou por com base nos dois grandes senhores de Bentham, o que lhe deu prazer foi um tanto subjetivo, porque ele não teve conhecimento prático do resultado de sua ação, por mais que a ação dele pudesse produzir inúmeros benefícios para população, ou então ele, simplesmente, optou por ter nenhuma dor a não ter.

    Entretanto, o suicídio como forma de evitar o sofrimento é ilógico porque você se priva do sofrimento, privando de algo bem mais geral do que queria, a própria vida, que mesmo com uma vida amargurada e propensa ao suicídio, não se remete só a sentimentos não desejáveis.
















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  130. Nome:Bruno Euzébio Cont

    Após a leitura dos textos e assistir aos vídeos, uma reflexão a respeito das ações reflexivas (aquelas em que o próprio agente sofre as consequências) torna-se mister. Primeiramente, tomando o texto de Luís Alberto Peluso, parece não haver motivos/razões que possam validar ou reprovar certas ações de forma definitiva. Isso ocorre pois todos os nossos conceitos são formados em algum momento numa certa conjectura, sendo válidos nessas condições específicas. Nunca sabemos se essas construções são de fato universais a ponto de serem independentes de qualquer contingência, ou se elas possuem profunda dependência das condições presentes no momento de sua estruturação a ponto de serem válidas somente em situações iguais ou semelhantes. Nesse sentido, parece haver espaço para um debate entre deontologistas e consequencialistas, ou seja, Kant contra Mill. Se tomarmos a noção de dever em Kant, não há situação que torne aceitável mutilar-se ou até mesmo suicidar-se, pois além de constituírem ações contra o próprio indivíduo, a liberdade garante que nós possamos agir independentemente de qualquer contingência, visando assegurar o cumprimento do próprio dever. Logo, os conceitos morais tornam-se universais por não dependerem de conjecturas e pelo indivíduo ser livre.
    Entretanto, se nos posicionarmos do lado utilitarista, não pode haver conceito moral universal justamente pelo ponto de partida da avaliação moral dos utilitaristas ser o resultado da ação, a qual deve visar a maior soma de felicidade possível. Nesse sentido, a auto-mutilação e o suicídio não são considerados imorais de forma definitiva: o suicídio pode ser tanto imoral, como no caso de apenas promover o sofrimento de quem é próximo do suicida, como também pode ser moral no caso dos mártires, os quais, após executado o intento, são vistos como heróis e causam júbilo em seus semelhantes.
    Dada a insegurança citada no começo desse comentário a respeito de sabermos se os conceitos podem ou não ser considerados universais, parece viável nos posicionarmos a favor dos utilitaristas.
    Ao contrário de Kant, essa doutrina é capaz de abrigar as diferenças existentes entre diferentes culturas em diferentes épocas. Pois o que é dever hoje, pode não o ser amanhã, e o que é dever pra mim ainda hoje, pode não o ser agora para outrem. Nesse sentido, alguém que foi criado numa cultura diferente da minha, pode ser considerado imoral por mim simplesmente por não compreender da mesma maneira que eu o mundo, o que não é justo. O utilitarismo, por outro lado, abre a possibilidade de que essa outra pessoa tenha o justo direito de promover o que ela própria acha correto sem ser considerada imoral pela minha percepção desde que ela procure promover a maior soma de felicidade possível. Ou seja, é um critério de avaliação de condutas que transcende culturas. Ocorre então um paradoxo: A recusa do universal identificado com o dever, conduz ao universal identificado com a forma de avaliar condutas.
    Concluindo, posto que nos posicionamos em favor do utilitarismo, antes de julgar alguém por ações cometidas contra si mesmo, devemos saber quais fins levaram esse indivíduo à realização de tais ações. Isso é ética!

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  131. Marcus Vinicius Innocenti Oscar
    Como foi dito em outros comentários, é um grande problema julgar a ação das outras pessoas e seu caráter moral e ético.
    O onanismo é uma pratica que busca o prazer individual e sendo uma ação que se reflete apenas no próprio individuo que busca o prazer e não afeta nenhum outro individuo não consigo enxergar imoralidade nesta ação e como Hume diz que a moralidade das ações é determinada pela necessidade que os seres humanos sentem de realizar seus desejos, o prazer então está em primeiro na escala de prioridades, sendo assim a pederastia também é moralmente correta já que ambas as partes são beneficiadas e ninguém é prejudicado desde haja o consentimento entre ambas as partes.
    Os próprios utilitaristas dizem que uma ação é boa quando promove prazer a todos os envolvidos nela.
    A mutilação se for realizada apenas no próprio individuo também não consigo considerar imoral, pois esses atos buscam o prazer e ninguém é afetado pela ação a não ser o próprio individuou.

    O suicídio me parece mais complexo, pois ao tirar a própria vida a pessoa acaba privando outras da potencialidade que ela poderia gerar na sociedade, sendo uma ação que acaba por afetas terceiros parece a principio imoral mas pensar que os outros devem colaborar com alguma ideia de sociedade e bem estar parece uma ideia muito egoísta e manipuladora, ainda que existem formas de suicídio que são altruístas.
    Fico então sem opinião formada a respeito deste ponto.

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  132. Chegando ao termino do curso de conhecimento e ética me vejo ainda com dificuldade de julga o moral. E como no caso de falar sobre o imoralismo contra si mesmo, me vejo com dificuldades de encaixar uma teoria ao tema. Mas vejo que me talvez me encontre com essa dificuldade por ter uma breve opinião sobre o tema.
    Ao meu ver atos como o onanismo, pederastia, mutilação, modificações corporais e suicídio, são ações que afetam apenas ao individuo e não ao grupo de pessoas. E como julgar algo como imoral se ele não afeta o meio?
    Se formos pensar que algo é moral por ser prazeroso e imoral por ser doloroso, temos que considerar essas atividades morais. Afinal elas trazem prazer ao individuo, até mesmo o suícidio, já que a pessoa está sofrendo em vida e na maioria das vezes ele tira a vida porque acredita que ira ter uma morte melhor e mais feliz do que sua existência. Claro que o suícidio é mais complicado porque temos a dor dos familiares e amigos da vítima, mas o objetivo do suicida não é causar essa dor e sim tirar sua vida que para ele é um fardo para todos.
    Já o onanismo, pederastia, mutilação e modificações corporais como piercings e tatuagens não afetam as demais pessoas, e se os fins justificam os meios e o fim de se modificar é obter prazer, alegria e se sentir melhor, então neste caso as modificações seriam algo totalmente moral.
    Pode-se julgar que tais atividades como imorais porque poderiam afetar as outras pessoas que vêem a pessoa modificada. Mas vejo isso como preconceito sobre algo que ainda não é tão aceito, talvez por falta de costume, talvez pela educação que todos receberam dos pais e avós, que em suas épocas não era comum e por que a algum tempo atrás a educação era em sua maioria cristão.
    Em resumo não vejo, as atividades praticadas contra si mesmo, imorais. Principalmente pela fator de que afetam só a pessoa que prática e não aos demais indivíduos.

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  133. Ao analisar o material exposto para analise noto o quanto é difícil fazermos juízos éticos puros sem que sejamos influenciados pelo nosso preconceito e por nossas crenças, como é difícil que admitamos a nós mesmos a relatividade e talvez a irracionalidade de nossos juízos éticos qual fazemos todos os dias, quando somos apresentados a novos pensamentos e correntes, que nos levam a quebrar nossas barreiras criadas no pensamento, enxergando além do paradigma anterior e forçando-nos a atividade reflexiva sobre tais assuntos.
    No ambiente acadêmico vê-se um aspecto diferenciado dos demais, pois é um lugar qual crê-se que há um esforço intelectual em entender e teorizar as as ações e as razões tomados pelos autores. É difícil encontrar um concesso que diga-nos como agir dentro desse ambiente, pois esse é permeado por diversas teorias que tratam de maneiras diferentes e com perspectivas diferentes a mesma problemática. Segundo o texto de Luiz Peluso, parece que há uma certa dificuldade em afirmar-se razões sobre alguma coisa de forma definitiva (oque dá-se a dificuldade explicitada anteriormente).
    Parece ser difícil julgar a moralidade ligada a esses temas, pois os mesmos são ações reflexivas, qual apenas o ator das ações é afetado pelas consequências das mesmas. Sobre boddy modification, ao primeiro momento parece-me moral, pois não há agressão ou constrangimento da pessoa para consigo ou para com outrem, não podendo ser considerada assim uma ação imoral, estando dentro dos limites da moralidade. Sobre uma perspectiva kantiana percebemos um paradoxo, pois se seguirmos o principio da autonomia de Kant, onde não deve interferir nas ações de um homem, a modo de restringir-lhe a liberdade, configurando assim um ato imoral, este é livre para tomar o rumo que decidir para si mesmo, levando em conta a autonomia, a consciência do ato e a não interferência sobre a causa de suas ações, podemos entender então o doby modification dentro do limite da moralidade. Mas ao virarmo-nos para uma das máximas exposta por Kant, “Age de maneira de tratar a humanidade sua ou de outrem como fim em si próprio e não como meio”, vemos então que se alteração corporal é feita por um sentido estético que lhe trará prazer ou de um sentindo qual o autor sente prazer em realizar tal ato, a ação seria imoral, pois não pode-se utilizar-se de si mesmo ou de outrem para que possa-se saciar a as vontades em busca de prazeres. A mesma colocação segue-se para o onanismo, qual é a auto-estimulação de uma pessoa para o prazer. A pessoa não pode-se usar de si mesma para a obtenção do prazer, qual não é dado pela razão, mas pelo mundo empírico, não há razão da realização de tal ato sendo visado a humanidade em si ou outrem, pois para a relação sexual e o prazer vindo dessa a única ação moralmente louvável é a relação apenas com o fim de procriação. Para a teoria utilitarista parece ser moral de toda forma as ações citadas a cima, pois se esse sente prazer através dessa e o prazer é o fim máximo, realização da moral, então é válido que tome-se tais ações como morais.

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    1. Já o suicídio é um pouco mais complicado, pois não afeta apenas a si, mas a outros que pertencem ao circulo de convivência daquele que pretende se suicidar. Para Kant o suicídio não é uma ação moral, pois esse não pode negar o próprio “eu” e dar fim a sua liberdade e humanidade, pois essa é o fim e não um objeto, qual possa-se fazer-se e desfazer-se para a obtenção de um outro fim, ou seja, a preservação de si mesmo e da sua vida é em si uma lei máxima moral para Kant, sem contar qual não podemos pressupor o suicídio como um lei universal, para as pessoas que visam fugir do sofrimento. Para os utilitaristas o suicídio pode ser moral, já que o sentido da moralidade é fugir da dor e buscar o prazer. Se é para fugir da dor seria aceitável que este escolhe-se suicidar-se, mas há de analisa-se se esta dor geraria mais dor ou prazer, pois outros seriam afetados pela sua morte, gerando dor e gerar dor em seus amados pode ser uma ação qual traz a dor ao invés de prazer, sendo então tido que a ação qual geraria o maior prazer é ficar vivo, mas esse quesito depende da circunstancia. Pois há também o martírio, qual um homem decide dar fim a sua própria vida a beneficio de outros. Então se ajudar ou salvar pessoas é uma ação prazerosa, é possível crer-se que tal ação é moral. É imoral que fujamos sempre de nossas dores e medos, pois não há garantias que tal atitude nos levaria a um alto grau de prazer, mas talvez apenas um sessar de dor momentânea qual talvez proceda um grau de sofrimento maior ainda.

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  134. O textos "Das razões para o suicídio" foi interessante pois afirmou existem argumentos em discussões filosóficas que indicam a possibilidade da autodestruição como algo aceitável ou viável, mas NÃO podemos nos motivar por argumentos acadêmicos ou filosóficos no que diz respeito a escolher viver ou morrer, logo precisamos ser moralmente condicionados para algum caminho e o principal aqui é que viver é algo que essencialmente acontece e talvez não possamos dizer a real razão disso, mas podemos mudar essa razão, transformando-a em algo pessoal e suficientemente instigante, porém, moralmente falando, não existem razões majoritariamente sólidas para não viver ou para se autodestruir, o que torna claro o posicionamento, contrário nocaso, de que a Ética ou a moral talvez assumiria diante de ações como a mutilação ou o suícidio.

    Eu particularmente acredito muito na ideia de que é necessário e fundamental dar liberdade de ações às pessoas, contanto que ao elas exercerem sua liberdade, não prejudique ou inviabilize a dos outros. Gosto muito dessa frase do Hobbes "não faça aos outros o que não gostaria que fizessem a si"; nesse sentido não gostaria que minha liberdade fosse restringida e muito menos a dos outros, contanto que fosse satisfeita a condição dita acima.

    O grande desafio dessa premissa do parágrafo anterior é: o que pode ser considerado como uma inviabilização ou prejuízo à liberdade de alguém? Isso com certeza não é algo com uma resposta absoluta e precisa, e vai depender talvez muito do contexto de cada época. A tentativa aqui é de tentar escrever brevemente sobre cada um dos temas propostos por esse tópico do blog a partir de uma visão que busca ver se ao realizar uma determinada ação proposta, a liberdade de outra pessoa é inviabilizada ou prejudicada :



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    1. 1 - O onanismo é normalmente praticado de forma individual e privada, então, considerando a forma como o ato é comumente realizado, não deveria pelo menos causar espanto a ninguém e muito menos restrição de liberdade de outra pessoa de, por exemplo, ser contra a masturbação;
      2 - A pederastia é algo mais complicado, pois envolve um menor e talvez ele não seja capaz o suficiente de tomar decisões de maneira plena e consciente devido ao amadurecimento incompleto, logo, só de haver a possibilidades de consequências indesejadas, sua liberdade talvez seja violada. O próprio Estado considera um relacionamento entre um menor e um adulto com ambos em concordância em estarem juntos com a possibilidade de uma possível acusação de estupro por parte dos responsáveis do menor;
      3 - A mutilação de qualquer tipo quando imposta de maneira externa seja por outras pessoas ou razões culturais é com certeza algo péssimo e é uma inviabilização da liberdade alguém, pois talvez a pessoa violada achasse imprescindível ter seu membro que foi mutilado para utilizar-lo como bem enteder. O contrário, com a pessoa entrando em concordância plena com o ato da mutilação, não representaria nenhum problema mesmo que cause reações constrangedoras ou de aversão. Essas reações não seriam suficientementes fortes ao ponto de considerar a liberdade dessas pessoas denegrida.
      4 - O suicídio é algo muito complexo e eu particularmente não tenho uma opinião que me satifaz plenamente, mas se tivesse que seguir um direcionamento seria o como colocado em um trecho do texto do professor "O fato é que se estamos vivos, decerto não sabemos porque razões. Podemos mudar isso", quer dizer, não sabemos o sentido último da vida, mas podemos encontrar nossas próprias razões para viver e elas são tantas que, mesmo em um estado depressivo máximo, perto da autodestruição da vida, é possível encontrar alguma razão forte o suficiente pra continuar vivendo e realizando coisas.

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  135. No meu ponto de vista as “imoralidades contra si mesmo” tem o individuo com maior “perda” ou “ganho” é aquele que as realiza.A pessoa que pratica o onanismo, a mutilação, a pederastia ou o suicídio não faz contra suas próprias vontades,porém tais praticas atingem indiretamente as pessoas que possuem um certo convívio com um suicida por exemplo.
    Em certas sociedades alguns tipos de mutilação são aceitos e tidos como o ideal,mas não é o caso da sociedade em que vivemos,assim pessoas que possuem esse tipo de comportamento são tidas como imorais,sofrendo varias formas de preconceito.

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  136. Os assuntos abordados no tema “imoralidades contra si mesmo” colocam em questão, acredito, antes de tratar de moralidade ou imoralidade dessas ações, a liberdade que temos sobre a própria vida.

    Considera-se livre alguém que comete estes atos? Impedir alguém de cometê-los seria privá-lo de sua liberdade?

    Sobre o suicídio, especificamente, Émile Durkheim, em sua obra sobre o tema, propõe que o suicídio é fato social, um modo de coerção exterior. Um exemplo que o filósofo francês utiliza para fundamentar sua teoria mostra que a taxa de suicídio entre os protestantes é maior do que a taxa entre os católicos, o que demonstra a consequência de um controle social mais rígido sobre aqueles. Posto isso, tirar a própria vida, portanto, pode ser um ato coagido por diversos fatores sociais que fogem ao controle do agente.

    Entender as razões que levam alguém a cometer atos como suicídio, onanismo, pederastia ou mutilação não é a proposta, mas é preciso ressaltar que tais razões não devem ser descartadas na consideração de liberdade ou não do ato. Praticá-los por motivos sociais externos não pode ser um ato livre.

    Entretanto, uma vez que investigadas as razões, e se concluído que tais atos foram praticados de maneira racional e livre, sem qualquer espécie de coerção exterior, não acredito que possam ser considerados “imoralidades contra si mesmo”. Imoralidade, neste caso, seria, então, privar o ser humano da liberdade que detém sobre a própria vida e o próprio corpo.

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  137. Acredito que essas quatro formas de ação para consigo devem ser analisadas de maneira individual. O onanismo não é imoral, à medida que é um ato para prazer pessoal e privativo a si mesmo; ninguém é atingido com essa ação, a menos que seja feita em público, o que é atentado ao pudor, penalizado pela ética normativa.

    A pederastia não pode de forma alguma ser considerada imoral, dado que é uma característica genética. A pessoa tem tendências genéticas, provadas pela biologia, a gostar de semelhantes do mesmo sexo. Uma prova disso é que essa tendência não é exclusiva do ser humano.

    A mutilação corporal é uma escolha pessoal e com um pouco de sadismo embutida. A pessoa sente prazer ao mutilar o próprio corpo e, acredito eu, não causa dor aos outros agindo dessa forma. Sendo assim, e seguindo a ética utilitarista, a pessoa age de forma ética maximizando seu prazer pessoal.

    O suicídio, diferentemente das outras modalidades acima, pode ser considerado imoral pelo fato de que muitas vezes causa mais dor que alívio. Existem mais envolvidos na ação, mesmo que indiretamente. Creio que o único suicídio admitido pela ética seja o assistido, pois a pessoa utiliza da sua racionalidade para, conscientemente, praticar o ato, seja por dores incuráveis ou por uma doença terminal que o impeça de ser feliz. Seria insensibilidade e egoísmo por parte de outrem condenar um ato de misericórdia consigo mesmo como esse.

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  138. Os temas abordados geram uma grande dificuldade de argumentação, levando-se em conta que tais assuntos podem ser vistos de diferentes maneiras de acordo com a sua cultura ou orientação. Uma ação individual como o Suicídio, apesar de ser individual, traz reações coletivas. O “choque” dos familiares ou amigos e toda a tristeza que se espera de um ato como esse, podem levar à uma visão imoral do Suicídio, porém, ao analisarmos o ponto de vista de quem comete a ação, é moral, tendo em vista que aquela pessoa vivia em um constante sofrimento sem solução e decide acabar com sua vida, sendo esse um indivíduo responsável por seus atos.
    Uma análise de mesma base cabe a Mutilação e ao Onanismo. A Mutilação pode ser vista como um atentado ao próprio corpo ou desrespeito a alguma doutrina religiosa, portanto, compreendida como imoral. Porém, se for analisada pela visão de quem a pratica, é vista como moral, pois o indivíduo pode praticar a ação pelo prazer de sentir dor e/ou modificar seu corpo.
    O Onanismo é uma ação que gera prazer para o indivíduo que a pratica, sem afetar qualquer outra pessoa e, portanto, tomando essa visão, é um ato moral. No entanto, se o Onanismo for analisado a partir de uma determinada religião que repudia tal ação, então esse ato é imoral.
    A Pederastia, por sua vez, não é um ato individual como os anteriores, porém, também pode ser analisado de diferentes maneiras. É uma ação passível de imoralidade se não for praticada com o consenso das duas partes, pois aflige o espaço e a liberdade da pessoa que está envolvida e que não está de acordo com o ato. Tendo em vista que as duas partes estão de acordo com o ato, a Pederastia pode ser considerada moral, pois, se praticada de maneira consensual entre os agentes, essa só traz prazer aos envolvidos, sem prejudicar ninguém fora desse contexto.

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  139. Temas polêmicos sempre geram grandes debates em nossa sociedade. Onanismo, pederastia, mutilações, body modifications, suicídio - vamos analisar individualmente cada um desses tabus em relação a sua moralidade.

    Falando de ações que afetam apenas o indivíduo que as pratica - como o onanismo, as mutilações e body modifications não vejo, pessoalmente, a imoralidade. O indivíduo possui o livre-arbítrio para decidir o que fazer com sua vida e com o seu corpo. Por que seria imoral modificar seu próprio corpo se assim o deseja? Na verdade, acho que a suposta "imoralidade" dessas ações estaria no fato de que incomoda as pessoas verem algo diferente, algo com o que não estão acostumadas, algo que não é o "natural".

    Mas natural pra quem? Muito desse "desconforto" vem de velhas crenças e preconceitos que ainda esto incrustrados na sociedade. Muitas pessoas ainda não conseguem olhar para as coisas de maneira diferente daquela que foram ensinados, não possuem um olhar crítico em relação as coisas ou simplesmente preferem ignorá-las, dai surgem e persistem os tabus.

    Agora, quanto a pederastia. Há dois significados da palavra pederastia - um para as relações entre um homem mais velho e um menino e um que é sinônimo de homossexualidade. Não há nenhum motivo, em minha opinião, para homossexualidade ser considerada imoral e se em nossa sociedade ela ainda é vista como imoralidade, é única e exclusivamente por questões de crença religiosa. Quando pensamos no outro significado - relações entre um homem e um menino mais novo. Se há um consenso efetivo de ambas as partes, não vejo porque seja imoral, caso contrário sim, porque viola o espaço pessoal e físico de outra pessoa sem sua autorização.

    Quanto ao suicídio, acredito que seja a ação mais complicada de se avaliar.

    O suicídio porque, apesar de ser uma decisão unicamente individual, de uma certa forma traz consequências - no caso dor - ás pessoas próximos ao suicida. Entrando em um ponto de vista das teorias éticas que estudamos alguns podem considerar como um ato imoral, pois é egoísta e traz infelicidade para as outras pessoas afetadas pela ação. Alguns também podem ir pelo lado religioso e considerar um ato imoral porque o poder de tirar uma vida deve ser apenas de quem a criou - no caso, Deus. Mas se considerarmos isso não estaremos desconsiderando a própria vontade do indivíduo? Certamente ninguém decide tirar sua vida de uma hora para outra. É uma decisão pensada, o indivíduo provavelmente avaliou todos os prós e contras de sua ação e se este se decidiu pelo suicídio, não caberia a nós respeitar o livre-arbítrio de escolha do próximo? Por isso digo, o suicídio me parece, destas ações a mais difícil de formar um julgamento moral a respeito.

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  140. ONANISMO, PEDERASTIA, MUTILAÇÃO E SUICÍDIO

    Haveria de desenvolver ininterruptamente uma grande pesquisa para de fato analisar as questões morais acerca destes quatro pontos, dados todas as formas de abordá-los e até mesmo de tangenciá-los, se utilizando das mais diversas teorias morais.
    Kant nos diz que a razão pura e a razão prática são universais, mas os conteúdos variam no tempo-espaço. Historicamente, e não poderíamos fugir desta análise, depois de Nietzsche, estas ações tem variado de acordo com sua aprovação e crítica moral, dando temporalmente quando culturalmente. No Japão, o suicídio é algo moral, salvando até mesmo a moral de uma família antes a sociedade. Na Grécia antiga, a "pederastia" era um fator necessário, mesmo que de forma não explícita, na formação de um ser apto a viver na Pólis. Mutilação, em muitas sociedades tribais, é um fator extremamente necessário para as relações de poder e matrimônio. E, por fim, o onanismo, sempre foi um "taboo" na quase grande maioria das sociedades. Como discuti-los na abstração de um sistema moral, abstraindo toda a sua carga cultural, religiosa que nos é perpetuada dentro de uma sociedade quase que totalmente de moral-cristã. O acadêmico teria essa possibilidade, visto que é um princípio seu abandonar todos os pré-conceitos, mas a que nível ele consegue perceber que não mas está fadado às características limitantes de dogmas universais? Acredito que ações tão pessoais quanto o suicídio, o onanismo e a auto-multilação possuem o caráter tão pessoal que a generalização limitaria a questão.

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  141. Na leitura do texto “Das razões para o suicídio’’, no qual o professor se suicidou e em seu blog demonstrou insatisfação pela vida, pude observar, que diante de tanta tristeza , o suicida vê um mundo diferente dos nossos olhos. Quanto ao suicídio julgo que é uma imoralidade contra si mesmo, já que não temos o direito de tirar a vida do próximo, quanto mais a nossa, o ato também tem grande influência na vida de outros indivíduos que não estão relacionados a ação. Porém, as pessoas que cometem esse ato, acham que estão fazendo a coisa certa e que toda dor e sofrimento vai cessar caso sua vida termine, no qual acaba sendo uma escolha irracional muitas vezes, pois não tem uma visão otimista do futuro e acaba se suicidando de maneira precipitada. Creio que não haja uma ética universal relacionado ao suicídio
    Já o Onanismo, creio que não seja um ato imoral, tendo em vista que o individuo busca o prazer individual, feito de modo privado e sem afetar outras pessoas, seguindo a teoria dos utilitaristas no qual eles acreditam na busca pelo prazer e no máximo possível de ausência de dor, e uma ação deve ser vista não só pelo agente individual que a comete e sim por todos relacionados a tal ação.
    Antigamente a mutilação era inserida na cultura de muitos povos, sendo utilizada como rituais, libertação. Atualmente percebe-se que essas modificações atuais são feitas apenas por estética ou para indivíduos que gostam de sentir dor, sendo que todas as consequências afetam o próprio individuo e o circulo social. Mas por outro enquanto uns se mutilam outros nasceram com anomalias e passam a vida toda, ferindo nossa natureza, logo considero um ato imoral. Devemos analisar cada uma das situações em questão por partes, e sabemos que na Ética, foram criadas teorias a fim de nos auxiliar no nosso ponto de vista e na construção de ideias universalizadas para os atos morais e imorais, buscando sempre a máxima universalização, pois terá mais aplicações.

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  142. Lívia Maria Cianciulli
    RA: 21012612
    ''A Vida não lhe dará presentes, se quiser a Vida, roube-a.''

    Fausto.


    O suicídio é o único engano do qual não viveremos para nos lamentar e reparar, acho que que é isso o torna tão intenso e categórico. Muitas pessoas vivem, não cogitam a ideia de suicídio, entretanto, não parecem viver plenamente. Pensar, refletir sobre nossos ''papeis'' no mundo e o que representamos nele pode vir a se tornar uma experiencia desoladora se formos realistas e humildes, uma vez que nossa existência não é algo extraordinário se pensarmos bem, e melhor que pensemos assim. Somos vaidosos quando podemos, mesmo que insignificantes.
    Uma vez vi uma entrevista do Ferreira Gular, ele, aos 80 anos de idade disse ''Eu não quero saber a verdade, eu quero ser feliz''. É claro que essa frase tem muito a ver com o autor e com a vivencia que ele teve, eu não poderia conceber uma sentença dessa, aos 20 anos de idade, sem ter passado por experiencias que me levassem a crê-la. Na mesma entrevista, em seguida, ele disse que assim q começou a ler Sartre e encontrou ''A vida é um caminho para a morte'', disse que parou imediatamente de ler. ''Se a gente for pensar bem, a vida é uma merda, todo mundo vai querer se matar porque é uma coisa agonizante estar vivo se a gente parar pra pensar'', disse Ferreira.
    Não sei, não é porque ele é alguém mais velho, vendeu mais livros do que eu, mais ilustrado do que eu que ele tem razão no que diz, mas, eu concordo com ele. Existem muitas razões para que não queiramos viver, na verdade, muito mais razões para pararmos com a Vida do que para procurarmos os sentidos dela. Talvez a Vida não tenha mesmo um sentido categórico, uma moral certa que, se seguida, nos dará garantia de felicidade. Talvez nada disso exista, mas, sei lá, talvez seja melhor procurarmos. No meio do caminho nós podemos encontrar e, se não, ao menos passamos nossa vida tentando, cheios de coisas férteis na cabeça, produzindo, fazendo coisas para nos preencher, entender.

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  143. Falar em imoralidades contra si mesmo é uma coisa demasiadamente complexa. Como mencionado no texto "Das razões para o suicídio": "O fato de uma idéia, teoria ou crença satisfazer os critérios de aceitabilidade não significa que essa teoria seja, definitivamente, aceitável"; isto é, sobre um mesmo ato dito de imoralidade contra si mesmo, é possível se obter diversos pontos de vista, tanto da parte do agente quanto da parte do outro que o observa, sobre o ato.
    Os conteúdos cognitivos em que se baseiam essas diversas perspectivas, embora sejam permeados de contrariedades e controvérsias entre si, ainda permanecem num mesmo lugar e tempo, pois satisfazem os critérios de aceitabilidade, embora não sejam, por isso, definitivamente aceitáveis, mas sim indecidíveis.
    Esse problema se expressa de uma maneira clara, por exemplo, quando você observa a grande variedade de juízos que as pessoas em geral (em comentários de vídeos, debates e fóruns, por exemplo) emitem sobre qualquer um dos supostos atos de imoralidade contra si mesmo propostos por este post. É claro que no caso de alguns atos, não tão extremos e mais tolerados pela sociedade em que vivemos, haverá uma tendência de convergência de juízos e opiniões favoráveis maior. Mas, ainda assim, eles sempre encontrarão pelo menos um forte argumento contrário que também terá seus defensores e concordantes. Nenhum dos dois são definitivamente aceitáveis, pois, se assim fosse para um deles, não haveria qualquer manifestação de oposição ao ato. A convivência das duas posições expõe o caráter indecidível do problema das formas intelectuais de tratar o mundo.

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  144. No texto que se apresenta com o título "das razão para o suicídio" se pode concluir que não há essas razões. Uma vez que estamos vivos, podemos colocar um fim em nossas vidas, mas isso não é sustentado por bons motivos que realmente torne a vida algo inaceitável. O suicídio é imoral, uma vez que leva ao sofrimento as pessoas que estão em nossa volta e excluí as nossas possibilidades como seres humanos, de nos tornarmos seres intelectuais.
    Onanismo e Pederastia não podem ser consideradas ações imorais, se olharmos pela visão utilitarista de Mill, ambas causam prazer entre os envolvidos, não causam a dor e muito menos o sofrimento. Já a mutilação acredito sim que possa ser considerada imoral, se isso ocasiona dor ao indivíduo, mesmo que seja de sua própria vontade ou então como ocorre em muitas culturas, a mutilação é algo imposto por aquela sociedade. Ainda sim é uma ação complexa para se dizer ser imoral ou não, já que depende de variáveis de como está ocorrendo essa mutilação e quais serão as consequências.

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  145. É difícil julgar alguma coisa como imoral ou não. No caso julgar onanismo, suicídio e mutilação como um ato imoral.
    O onanismo é uma busca de prazer sem a necessidade do outro, ou seja, independente das ações, as consequências não afetam ao outro individuo e pode-se assim considerar a pratica do onanismo como não imoral. A mutilação, praticada em si mesmo, na minha opinião, não deveria ser considerada imoral, pois cada um tem autonomia do seu próprio corpo, e consequentemente o direito de fazer o que acha ser bom.
    Há uma complexidade na hora de julgar o suicídio como moral ou imoral. O individuo pode buscar o suicídio, para “resolver” diversos fatores sociais que o rodeiam e fazem com que se sinta conturbado, porém as consequencias não o afetam somente, e sim os indivíduos que o rodeiam, sejam amigos e familiares. O utilitarismo defende que uma ação moral é aquela que busca a felicidade do maior numero de pessoas e a partir dessa definição, segundo o utilitarismo o suicidio é considerado imoral.

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  146. Matheus de Almeida Rodrigues4 de julho de 2013 às 19:40

    Primeiramente, sob meu ponto de vista, não considero como imorais as questões acerca da pederastia e do onanismo. Influenciados pela busca do prazer, no meu modo de ver, estas podem ilustrar de alguma forma a teoria utilitarista.
    A pederastia, ao contrário da pedofilia -que por sua vez é caracterizada como doença mental- é a relação erótica entre homens, sendo um deles mais velho e outro mais novo, ambos em busca de satisfazer seus próprios prazeres. Isto não é imoral. Na verdade, é completamente compreensível e fundamentável sob o ponto de vista utilitarista que se dispõe a buscar a felicidade. O mesmo é determinado para o onanismo, pois o ato de satisfazer sexualmente a si próprio também é uma medida que pode incitar e representar a busca pelo prazer e, por conseguinte, pela felicidade.
    No filme “Vamos Falar de Sexo” (2004), que retrata biograficamente a trajetória de Alfred Kinsey durante a década de 60 nos Estados Unidos, aborda a história de um dos pioneiros responsáveis por tratar, estudar e encarar com naturalidade acerca da sexualidade humana, quebrando e desmistificando uma série de tabus em relação ao comportamento sexual da humanidade.
    Tão logo, como dito anteriormente, na minha concepção estas ações não se estabelecem como atos imorais.
    Em segundo lugar, acerca da modificação corporal e da automutilação, creio que por estas questões representarem algo que remete unicamente ao sentimento pessoal presente em cada indivíduo, também não se tratam de atos imorais. O primeiro pode representar a necessidade de um ser humano representar manifestações artísticas através de seu corpo; e o segundo pode remeter ao sentido de satisfação por meio da dor corporal.
    Entretanto, é sobre conceito de suicídio que em minha concepção permanece dúbia. É um fato que o suicídio se trata algo que infringe diretamente na vida do próprio ser humano o qual comete este ato. Entretanto, muitas vezes a prática de tirar a própria vida não influencia apenas a si, então, desta forma, podem existir muitas outras pessoas e deveres a qual estamos interligados e que dependem de nós e, deste modo, privá-los de quaisquer tipos de contato, seja este necessário ou não, pode ser considerado imoral, por mais que consideremos que a ideia de que falecer possa representar um alívio e/ou válvula de escape ante aos problemas enfrentados como forma de amenizar nosso próprio sofrimento.

    Matheus de Almeida Rodrigues - 21039712

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  147. Bruno Pestana Macedo
    RA 21049312

    A partir do conteudo apresentado, refleti sobre a questão moral dos atos citados (onanismo, suicídio e mutilação). Ao meu ver, tais atos não ferem a moralidade, apenas o suicídio.
    O onanismo, por ser um ato individual, que não influencia/prejudica a vida alheia, não é um ato imoral. Pelo contrário: baseando-se em Hume e nos utilitaristas, o homem busca a maximização do prazer e a fuga da dor. O onanismo se encaixa perfeitamente em tal descrição. Acredito que o onanismo seja considerado imoral apenas pela Igreja. Mas tal instituição também condena o uso de preservativo, sendo a prática sexual única e exclusiva a fim da reprodução. Acredito que somente os religiosos fervorosos concordam com tal concepção moral.
    Assim como no caso do onanismo, em minha opinião, a mutilação corporal também não é um ato imoral, uma vez que o homem o pratica a fim de obter prazer. Apesar de considerar tal prática uma atrocidade ao corpo humano, cada ser é livre e faz com o corpo aquilo que sua vontade lhe proporciona. Por ser um ato individual, não fere a moralidade.
    Já o suicídio, é um caso mais complicado de se analisar. Por um lado podemos novamente postular que este é um ato individual e que o homem é um ser livre e faz com o corpo aquilo que sua vontade lhe proporciona. É sabido também que pessoas que cometem tal ato se encontram em estado de tensão extrema, acreditando essa ser a única saída para a resolução de seus problemas. Porém, esse ato individual influencia e prejudica vidas alheias. Para mim, este é um ato egoísta e covarde, pois se o indivíduo procurasse por ajuda, com certeza seria a melhor opção para ambos os lados. Porém, como citado, este é um caso complicado devido ao estado psicológico do indivíduo.

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  148. Esse tema aborda assuntos que causam grande divergência de pensamentos e conclusões nos indivíduos, existindo fatores que influenciam nessa divergência, como, cultura, religião, época, etc. Por exemplo hoje, existem coisas(no Brasil), que há 60, 70 anos não eram discutidas, muito menos vistas, como o caso de grandes transformações corporais envolvendo piercings e tatuagens. Com vinda de maiores conhecimentos e uma maior velocidade na disseminação de informações, nossa geração assiste a grandes modificações sociais diárias.

    No caso dos suícidios, eu vejo que muitas vezes caímos em perguntas como, qual o sentido de viver? Por qual motivo acordo todos os dias, sem saber se chegarei ao fim deste mesmo dia? Na minha opinião, um indivíduo que se vê no direito de tirar a própria vida, não deveria ser considerado imoral, pois vivemos profundamente falando, de incertezas e inconstâncias individuais.

    De todas as situações discutidas nesse tema não vejo nenhuma que possa ser considera imoral, pois todas elas, são motivas por questões, na maior parte das vezes, muito pessoais , de qualquer forma, devemos viver em constante evoluçao de ideias e conceitos, obviamente mantendo respeito ao espaço coletivo.

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  149. No contexto da análise filosófica das ditas imoralidades contra si mesmo sob o prisma dos estudos da ética, infere-se que onanismo, pederastia e mutilação não constituem.se como uma forma desobediência a qualquer código moral ou ético.

    Ações orientadas pela vontade humana, onanismo, pederastia e mutilação têm consequências práticas apenas para o praticante da ação e não para qualquer outra pessoa, seja ela próxima ou distante do autor. Dada a inexistência de desdobramentos incidentes sobre outrem e o caráter autônomo da ação (a inexistência de coerção, mas uma deliberação do indivíduo consciente e apto a tomar decisões por si mesmo), não se pode considerar tais atos imorais.

    Quanto ao suicídio, arrisco dizer que não existe um universal ético capaz de dar conta da moralidade ou da imoralidade da ação, visto que o ato de tirar a própria vida se dá por diferentes motivações e em diferentes contextos. Portanto, possui diferentes consequências. A decisão consciente objetivando o fim da própria vida pode ocorrer de forma a atingir outrem, gerando dor e constrangimento, a si mesmo (quando o fim da vida é visto como uma forma de solucionar os problemas daquele que pratica o suicídio) ou por coerção (quando crenças de natureza filosófica, religiosa ou cultural admitem o fim da vida como aceitável em nome de um bem maior). Desse modo, é impensável buscar um universal ético sem que se considere as particularidades de cada caso.

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  150. Victor pinho de souza5 de julho de 2013 às 16:25

    Podemos analisar os temas de onanismo, pederastia, mutilação e suicídio sob diferentes vertentes éticas, devido aos diferentes autores estudados até aqui que possuem teorias divergentes. Como são temas mais corriqueiros, temos o hábito de julgá-los rapidamente, sem nos basear intencionalmente em teorias morais.

    Quanto aos temas de onanismo e pederastia (sendo esta relação consensual), podemos analisá-los como uma busca pelo prazer, guiada por um sentimento maior, a afecção. Nessa ótica, ambos são morais ou éticos.
    A mutilação, considerando-a como feita em si mesmo, por si mesmo, buscando a perfeição é moral, se entendermos como essa busca por uma perfeição como um dever que obedece a três máximas, ou que essa busca seja prazerosa para quem a pratica. Como visto nos vídeos, tatuagens, escarificações, piercings são feitos procurando, de certa forma, uma perfeição.
    Já o suicídio é moral se o entendermos como uma fuga de uma realidade dolorosa, evitando a dor com esse ato, exemplificando temos a carta testamento de Getúlio Vargas .Como vimos, a moralidade e imoralidade dessas ações podem ser questionadas e analisadas por diversas teorias éticas, o que torna ainda mais difícil o debate ético e moral (como vimos nas primeiras aulas), fato é que mesmo assim, a análise dos temas é interessante.

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  151. As práticas do onanismo e da pederastia são mais simples de serem classificadas como morais ou imorais. A pederastia não é caracterizada como estupro de menor ou pedofilia, desta forma representa apenas uma prática em que um homem mais velho tem preferência por um mais novo, os motivos de tal preferência variam, de forma que a pederastia só pode ser caracterizada como imoral quando há outros fatores prejudiciais para pelo menos uma das partes que envolvam a relação. Uma vez que o onanismo traz prazer ao indivíduo e quando praticada de forma saudável, só traz beneficios, sem prejudicar o próprio indivíduo ou outros. Práticas sexuais só se tornam imorais quando evoluem para um certo grau de patolagia, como a Ninfomania, estado em que o indivíduo é constantemente impelido a praticar algum tipo de estimulação sexual. A diferença entre uma prática normal e uma patológica é que, o indíviduo se torna absolutamente dependente de seus instintos, se tornando incapaz de agir racionalmente, o que inevitalmente leva o indivíduo a se prejudicar em nome dessa necessidade.
    A multilação vem em forma de diferentes ações, piercings, tatuagens e body modification no geral podem causar estranhamento para aqueles que vêem, no entanto para aqueles que o praticam, esse tipo de mutilação, a dor do processo de modificar o corpo é apenas um pequeno preço a pagar em vista de tornar um projeto em realidade. Esses tipos de multilação são praticados por indivíduos que procuram uma melhora pessoal e uma maior satisfação consigo mesmos, por mais chocante que essa aparência possa se tornar para aqueles que observação. Nesse caso, a multilação não se caracteriza como ato imoral. Há também situações em que uma pessoa se auto-multila como resultado de um desequilíbrio psicológico ou como uma forma de auto-punição, nesses casos, ainda que a pessoa busque um certo alívio através da dor, essa reação extrema ao sofrimento, embora não possa ser caracterizada propriamente como imoral, deve ser bem analisada, uma vez que resulta de um estado de sofrimento.
    O suicídio é uma decisão extrema tomada por um indivíduo que acredita que seu atual estado de desespero não tem saída, e que eventuais acontecimentos futuros apenas agravarão esta já delicada situação. Acredito profundamente que cada pessoa tem direito de escolher se tem ou não mais motivos para viver, no entanto o véu psicológico que envolve a situação do suicida, impede que o indivíduo examine com clareza essa opção.É difícil chegar a uma conclusão exata quanto à moralidade do suicídio, mas acredito que esta questão esteja muito mais relacionada à incapacidade de racionalizar do indivíduo do que ao número de pessoas que isso afeta. No entanto, considerando que o suícidio é basicamente uma ação tomada em nome do fim de um sofrimento, esta ação pode sim ser vista como moral.

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  152. Considerando que a moral é formada pelo conjunto de crenças, hábitos, crenças e etc, é impossível classificar as ações tema deste post como imorais ou não, ela se tornam variáveis de acordo com a ética presente. Se algum ser humano, em sua natureza, consegue satisfazer seus desejos cometendo algum desses atos, é extremamente difícil classifica-los de imoral ou moral; principalmente se considerarmos a ética utilitarista que afirma que a felicidade geral deve ser potencializada; existem nações onde a mutilação é costume, ou seja, está presente na ética. A pederastia mostra-se mais complexa, pois pode causar dor, sentimento totalmente negado na ética utilitarista já citada.
    Com isso, mostra-se que a ética é dinâmica e pode ser constituída de diversas maneiras nas sociedades, e que a classificação das ações originadas na natureza humana tornam-se profundamente complexas para julgamento devido a esses motivos.

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  153. Para mim, as questões relacionadas às práticas de onanismo, pederastia, mutilação não poderiam ser consideradas imorais. Pois, retornando a Hume, essas práticas seriam apenas manifestações dos impulsos dos que as praticam.
    Na visão da Kant, suponho que não seria imoral, pois algo é imoral quando contrário às três máximas do dever categórico.
    E o utilitarismo teoriza que a busca pelo prazer como a finalidade de cada indivíduo e esclarece que há vários tipos de felicidade e graus de prazer baseadas nas escolhas individuais.
    A interação dessas práticas com a sociedade seria mais no caráter estético, pois para muitos não agradáveis aos olhos, porém isso é determinado de acordo com a formação de cada indivíduo (crenças, preconceitos, valores).
    Já o suicídio, eu vejo como uma prática imoral, já que todo pessoa está interligada as outras, quando se pensa apenas na fuga da dor através do fim da vida, não se pensa nos demais que estão a sua volta e não percebe o quanto sua própria felicidade está interligada ao bem do conjunto de pessoas. É a questão tratada no utilitarismo como egoísmo e falta de cultura intelectual. Não acredito que o pós-vida ,se houver, seja melhor ou pior do que a esfera atual.
    Esses temas são de bastante reflexão e para muitos conforme a criação cristã, tabu, ou assuntos que não devam ser falados ou até mesmo pensados.
    Acho válido que se explore as várias justificativas para os que consideram moral ou não.

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  154. A partir do texto “Das razões para viver”, compreendo que o suicídio se torna parte do debate sobre moralidade ao levantar a questão sobre qual vida vale a pena ser vivida. Ou ainda, se a vida vale a pena ser vivida. É claro que há muitos motivos que podem levar um indivíduo a por fim em sua própria vida, doenças como a depressão, grandes traumas ou perdas, etc. Mas podemos pensar que mesmo indivíduos saudáveis, com vidas supostamente felizes poderiam ter razões para se matar. Talvez nossa incompreensão sobre a própria vida pode nos levar a optar pelo suicídio, pela razão de não suportarmos o absurdo da existência. Assim, parece ser necessário que os seres humanos criem razões para aceitar a vida, e esse tipo de reflexão evidentemente faz parte da discussão moral. Talvez a mais importante.

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  155. Alguns dos seres humanos apresentam certas tendencias em obter certos prazeres que não podem ser obtidos em nossa dinâmica social.

    Nos vídeos é possivel observar um conjunto de pessoas que buscam o prazer através da mutilação, suicidio e onanismo.

    No caso do onanismo por ser um ato particular onde não prejudica outros individuos Hume e os utilitaristas vão dizer que isso é a mais pura busca do prazer.

    A mutilação corporal também não pode ser considerado como uma ato imoral, pois como visto os homens vão o fazer para buscar o prazer de si próprio, e por ser uma descisão particular não fere a moralidade.

    Assim como, o suicidio também não é um ato imoral. Na Carta Testamento por outra vez foi uma decisão particular onde muitos acham que foi uma ação política para a manutenção do populismo. E por ser uma decisão mais uma vez particular não a considero imoral

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  156. A moralidade e a ética muitas vezes caminham juntas, mas nem sempre. Como opinião pessoal, não sei se considero as práticas de mutilação como sendo imorais. Elas são incentivadas por fatores muito particulares, que afetam o indivíduo e somente ele próprio. Onanismo por exemplo, ou até mesmo a pedrastia, estas práticas, incentivadas por algum fator religioso, ou cultural de aceitação, ou até mesmo um possível preconceito da sociedade, não afetam o coletivo, não prejudicam aos demais. Afetam única e exclusivamente o indivíduo, e não pode assim ser tida como uma ação de caráter imoral. De nada tem a ver o coletivo com as preferências masoquistas ou qualquer que seja o outro adjetivo, destes seres em particular. Na verdade, é difícil classificar quaisquer dessas práticas de modo filosófico. É muito mais fácil abordá-las de modo sociológico, e entender a relação causal que existe entre a mesma e a prática em questão. A sociedade funciona como regente dessas ações extremas, funciona com a coerção agindo diretamente sobre seus indivíduos. O caso do suicídio por exemplo, não sei se consigo classificá-lo como algo antiético ou imoral, pois existe uma relatividade acerca dessas denominações, agora claramente posso classifica-lo como fruto da coerção social. Se pensarmos como Durkheim nos ensinou, classificaríamos o suicídio como sendo um fato social, mas não cabe a nós classificarmos se isso é bom ou ruim.

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  157. AQUI COMEÇAM OS COMENTÁRIOS DOS ALUNOS DO PRIMEIRO QUADRIMESTRE DE 2014.

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  158. Considero este tipo de debate muito delicado, sendo necessária uma análise que classificarei em dois grupos: onanismo, pederastia e mutilação, e suicídio tratado isoladamente.

    Primeiramente acho importante recapitularmos a questão primordial do debate ético: a conduta ética pressupõe validade universal, ou seja, não há espaço para abordagens subjetivas, o certo e o errado precisam estar em sintonia no âmbito coletivo, devem significar a mesma coisa para todos quando for preciso ampliar e aplicar na vida cotidiana os referidos conceitos.

    Sendo assim, no primeiro grupo ao qual me referi, penso que classificar estas ações como imorais resultam em um erro, pois elas partem de uma busca individual pelo prazer, pelo bem-estar e pela liberdade. Sendo estes últimos direitos de qualquer indivíduo e classificados por mim como condutas morais. Existem outros motivos para classificá-las como morais, e um deles se deve ao fato de que o agente destas ações não envolve outras pessoas, isto é, suas ações afetam direta e exclusivamente eles mesmos. A meu ver, neste grupo não cabe avaliações culturais, sociais, etc, exatamente por ter este caráter individual. O que são visíveis na sociedade contemporânea são debates de cunho - em sua maioria - religiosos que têm como objetivo determinar de forma bastante crítica o que é certo e o que é errado de acordo com os padrões estabelecidos pela própria sociedade. Portanto, para mim o indivíduo deve ir em busca do que realmente importa para ele, desde que isso não afete diretamente outra pessoa.

    Quanto ao segundo grupo (suicídio), foi isolado por ser mais difícil de ser avaliado. Penso que este ato afeta diretamente outras pessoas, como amigos, familiares, e até mesmo o governo. Causa dor em outros indivíduos, não se restringe somente ao agente, e, portanto, poderia ser avaliada como imoral. Porém, vem a questão da liberdade que o ser humano possui. Ora, se eu tiro minha própria vida, estou fugindo de algo que me aflige de tal maneira que, a meu ver, naquele momento de desespero, não existe outra saída senão a morte. E daí vem a problemática: por ser uma fuga de uma realidade à qual prefiro não vivenciar, estou reduzindo o ato ao âmbito individual. Desse modo, posso classificá-la, ainda, como imoral? Fica a questão.

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  159. Nome: Stefanie Gomes de Mello
    RA: 21014113

    Extraio do material multimídia apresentado uma série de ações consideradas tabus no Ocidente, muitas vezes vistas como 'moralmente' impraticáveis e indiscutíveis. São elas: o suicídio, a modificação corporal, a pederastia, o onanismo e a homossexualidade.

    A academia, segundo as explicações do texto, ao criar critérios para a moralidade não consegue evitar tocar em todas as ações humanas, inclusive nas socialmente inquestionáveis. São criados, portanto, grupos de estudos focados nos temas acima citados e que não necessariamente chegam a acordos sobre a moralidade desses atos. Aqui se aloja um grande problema: como uma instituição que preza pelo rigor e pela busca da verdade por meios empíricos pode conviver com a divergência, não de opiniões, já que o método empírico científico busca a resposta universal aos fenômenos, mas de repostas que seguem RAZÕES irrefutáveis?

    Diante disso, tem-se uma quantidade grande (de fato, maior do que o senso comum pensa existir) de ‘irresoluções’, temas abertos, que muitas vezes são erroneamente passados como resolvidos pela comunidade científica. Existem boas razões levantadas na academia que defendem o existir e a interrupção do existir, por exemplo, assim como existem igualmente boas razões que defendem e condenam todas as práticas tabus.

    É necessário pensar que qualquer tema é suscetível de mudança de conclusões, é permanentemente inconstante e incerto ou simplesmente insolúvel. Onde há, no olhar científico, moralidade hoje pode não haver amanhã por mudanças paradigmáticas ou nenhuma conclusão pode ser encontrada por tempo indefinido.

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  160. Tatiane dos Santos Moura12 de maio de 2014 às 12:19

    De acordo com o texto “Das Razões para o Suicídio”, os critérios de aceitabilidade não nos permitem decidir de forma definitiva e apurada entre o aceitável e o inaceitável. Somente são reprováveis as ações que, uma vez praticadas, não há possibilidade de evitarmos as suas consequências indesejáveis. Porém, é necessário que se tenha um consenso sobre o que é o indesejável para o ser humano, e isso é algo problemático.
    É abordado também que há todo um conjunto de bons argumentos em favor de comportamentos de autodestruição, onde se pode fazer uma relação com alguns dos temas expostos (onanismo, pederastia e mutilação). Creio que tais ações somente interferem na vida daqueles que a praticam, pois são atos de escolha própria, de vontade pessoal e busca do prazer. A ação do indivíduo não afeta outros indivíduos, são decisões unicamente pessoais, ninguém mais além do praticante da ação é afetado, o que permite com que pessoa que faça o que quiser com seu corpo e sua vida. E dessa forma, a meu ver, não seriam atos imorais.
    Com relação ao outro tema exposto, o suicídio, é mais complicado julgar determinada ação, se ela é moral ou não. Primeiramente, pode-se analisar que o suicídio seja uma imoralidade apenas contra si mesmo, que o único indivíduo afetado seja o próprio suicida. E assim poderia ser considerado um ato moral se fosse entendido como uma ação que gera o prazer e a ausência da dor. O que se pode ver analisando o texto do Prof. Peluso e a carta de Getúlio Vargas (que em momento de forte pressão política, optou por dar um tiro contra o próprio peito: “Nada mais vos posso dar, a não ser meu sangue”), e onde nota-se que podemos escolher por um fim em nossas vidas, tirá-la é algo de nossa própria vontade (o que não implica que tal ação seja aceitável de forma definitiva).
    Porém, indo mais além, não se pode ignorar o sofrimento dos familiares, amigos e/ou pessoas próximas. E como se expõe no Utilitarismo, uma ação deve ser considerada ética se for boa para o maior número de pessoas e não somente para quem a praticou. Dessa maneira, o debate se torna muito difícil, pois a moralidade e imoralidade de tal ação podem ser questionadas e analisadas sob diversos pontos e teorias.

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  161. Jonathan Leite Soares RA:21073313

    Após visto os links disponíveis neste post, fiz uma reflexão baseada no que considero ser moral e ético, tanto para quem pratica como para quem pode ser afetado pela prática.
    Acredito que a mutilação não afete àquele que a pratica, pois ele tem um intuíto em pratica-la, com seus objetivos e crenças. Muitas pessoas acreditam que a mutilação ‘liberta’ o ser, assim você pode modificar o seu corpo da forma como você gostaria de ter nascido ou de ser. Como exemplo temos o Homem Gato, homem no qual modificou seu corpo e fez o uso de tatuagem para se parecer com um gato, no caso, ele acreditava que sua forma ‘humana’ não o traduzia, então se tornou aquilo que mais gostava, um animal felino.
    No caso do onanismo, acredito que a única razão para ser o feito, é a obtenção de prazer por si só. Dessa forma, dentro dos padrões nos quais a pessoa mantém para si mesmo a prática, não afeta e não cria dúvidas se é ou não moral. Acredito que o onanismo possa ser considerado imoral a partir do momento no qual ele é praticado com sentido ofensivo, no caso, quando se é praticado no meio de outras pessoas, em local público.
    Ao procurar o significado de pederastia, me deparei com dois significados distintos. Um significaria a relação homosexual em geral, e o outro, a relação homosexual entre um homem e um menino; Como não sei qual dos dois o sr. Gostaria que falassemos sobre, falarei sobre ambos. O primeiro significado considero ser moral, pois acredito que a moralidade é baseada naquilo que é feito e seu resultado leva apenas ao bom, ou no caso, ao prazer, de forma na qual não se está prejudicando a vida da pessoa que está participando. Já o segundo significado considero imoral, pois levo em consideração que, um relacionamento de um homem formado com uma criança não tem o mesmo peso para ambos, de forma que o homem sabe o que gosta e o que segue, e já a criança pode ser influenciada a cometer atos nos quais não sabe exatamente o que significam.
    Ao meu ver, dentre os quatro temas abortados, suicídio é o tema que considero anti ético e imoral. Acredito que a vida nos foi dada para que possamos vive-la de forma a aproveitar tudo aquilo que nos é concedido ou conquistado durante ela. A partir do momento que tiramos a nossa vida por vontade própria, estamos dando a entender que ela não nos satisfez, e o pior, estamos trazendo infelicidade para aqueles nos quais viveram a vida ao nosso lado. A partir do momento em que trazemos infelicidade para outra pessoa com nossos atos, quaisquer que sejam eles, estamos praticando um ato imoral. Porém, não podemos simplificar o suicídio apenas como um ato imoral para os outros que sofrerão, mas sim devemos entender que, da mesma forma que naõ devemos tirar a vida de outra pessoa, não deveriamos tirar a nossa própria, pois acredito que o suicídio deveria ser visto como o último dos atos a ser feito;

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  162. Sara A. de Paula RA: 21041713
    A universidade é colocada como um espaço de formação de ideias sobre todas as coisas do mundo, e isso ocorre desde os primórdios das academias na Grécia. Porém essas formas cognitivas, ou intelectuais possui um fator problemático, pois não nos permitem decidir de forma definitiva entre o aceitável e o inaceitável, causando de certo modo, algo temporário.
    Nesse momento, o professor Peluso começa a discorrer o assunto sobre tirar a vida, pois “há um conjunto de bons argumentos em favor de comportamentos de autodestruição”, ou seja, mostrando a indecisão presente entre a cognição de decidir o aceitável e o inaceitável em suas formas definitivas. Não sabemos porque nascemos, mas podemos ter uma razão para acabar com isso, mas não quer dizer que elas sejam aceitáveis. Há uma necessidade de se encontrar razões para as imposições do destino.
    O vídeo de transformação do corpo me deixou impressionada, e realmente fiquei me perguntando quais as razões das pessoas mudarem daquela forma, como colocado no vídeo: beleza? Fé? Cultura? Rebeldia? Acho que depende da pessoa, e depende da situação. Pode ser pelo próprio prazer, ou uma forma de chamar atenção na sociedade.
    Na carta de Getúlio Vargas ele coloca o ato de suicidar-se como um destino imposto, o que pode ser tratado no início deste comentário, mas quais as razões deste destino? Neste caso são as imposições da situação que o fazem agir desta determinada maneira e não de outra.
    Portanto, é realmente complicado ter uma ideia definitiva do aceitável e do inaceitável, sempre terão argumentações para os dois lados, mas não quer dizer que uma ou outra seja a melhor decisão.

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  163. José Luis Almeida Rocha - RA: 21035312

    Existem duas discussões a respeito do assunto. Sendo dúvida nenhuma é de origem religiosa, devido ao fato de que o Brasil tem uma história e formação cultural bastante interligada com a religião católica e também outras, sendo assim conceitos e ações condenados pela igreja católica acaba por serem condenados pela sociedade e considerados imorais, podemos também ver isso no fato de que a esmagadora maioria da sociedade brasileira – país com o segundo maior número de católicos no mundo – o suicídio é considerado extremamente abominável. Por outro lado existem países com bem menos influência católica em sua formação, sendo assim esses conceitos acabam por seres diferentes do que são no Brasil, de tal jeito que até mesmo o suicídio tido como abominável chega a ser algo legítimo e a melhor ação a um indivíduo. Porém como estudantes de ética não podemos tratar tais assuntos como tabus. Devemos analisar essas condutas no contexto filosófico ético e inserir essas condutas na discussão ética. O onanismo, a pederastia e a mutilação, por exemplo, são condutas que buscam prazer para os indivíduos atuantes, mesmo que este prazer venha através da dor, como no caso da mutilação. O suicídio deve ser olhado com maior atenção, visto que a morte não traz dor apenas ao envolvido, mas também aos familiares, amigos, conhecidos, etc. Além disso, todo o tratamento pós-óbito pode provir do sistema público de saúde, lesando-se todos aqueles que pagam impostos para o governo. Para finalizar eu não creio que tais ações e a forma com que vemos elas sejam independentes de nossos conhecimentos, existe por trás toda uma questão psicológica e individual nela que devemos levar em consideração.

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  164. Luize Gonçalves Fernandes12 de maio de 2014 às 21:16

    No texto "Das razões para o suicídio", de Luis Alberto Peluso, o autor toca num ponto essencial: não temos escolha de ter nascido e estarmos vivos, entretanto podemos escolhe em colocar um fim nessa existência. Peluso diz ainda que somente são reprováveis as ações que, uma vez praticadas, não há possibilidade de evitarmos as suas consequências indesejáveis, porém é necessário que se tenha um consenso sobre o que é o indesejável para o ser humano e essa ainda é uma questão que gera debates.

    Para complementar a discussão é necessário pensar: seria possível cometer uma imoralidade contra si mesmo? No caso do onanismo e mutilação não considero atos imorais, tendo em vista que é um ato que busca o prazer, bem-estar e liberdade, além de não prejudicar nem a si mesmo e nem aos outros. Sãos ações individuais que dependem apenas da vontade própria. Quando toca-se em questões religiosas, todos os debates tornam-se mais complicados. O onanismo pode virar algo imoral, pois o ato sexual estaria relacionado apenas a reprodução. Assim como a mutilação também tornar-se-ia algo errado e contra a vontade divina. Penso que, para chegarmos a uma conclusão, devemos deixar de lado questões religiosas e deve-se focar apenas no que é direito de liberdade do indivíduo.

    No caso do suicídio, deve-se levar em conta dois casos. Ao pensarmos nos motivos que podem ter levado a pessoa a cometer esta ação não devemos considerar um ato imoral. Afinal, todos tem a liberdade de escolher o melhor para si. Sofrimento, dor, etc. Diversos motivos podem levar alguém a suicidar-se e isso é algo que nunca poderá ser compreendido por ninguém. Todavia, pode-se considerar o suicídio também como um ato que prejudica não só o ser que pratica a ação. Todos aqueles do convívio social dessa pessoa passam a ser envolvidos na situação. Pode-se considerar o suicídio, portanto, um ato egoísta e moral ou imoral, dependendo do ponto de vista que adotamos.

    Para concluir, a questão é que em todas essas ações os indivíduos buscam o prazer ou a anulação do sofrimento, e sempre há a busca da liberdade individual. Mesmo que algumas religiões ainda condenem alguns destes atos, a liberdade individual deve ser respeitada acima de tudo e as questões de moralidade e imoralidade devem ser tomadas longe dessas questões transcendentais.

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  165. A discussão sobre as quatro formas de “imoralidades” na sociedade traz grandes dificuldades a serem resolvidas, uma vez que cada indivíduo tem seu ideal do que seria considerado ético e correto para a vida em sociedade, baseado em culturas e costumes diferentes, apesar de que uma grande parcela demonstra repúdio à maior parte das ações. Tais temas na realidade têm maior “perda” ou “ganho” para o indivíduo que as pratica, e menos para terceiros.
    Primeiramente analisando onanismo, pederastia e mutilação, em minha opinião, não podem ser considerados atos imorais, uma vez que partem de uma busca pelo prazer e pela liberdade individuais. O onanismo é um ato completamente individual que não afeta outros indivíduos, contudo, sua imoralidade está geralmente relacionada a aspectos religiosos e culturais da sociedade. A pederastia também não poderia ser considerada imoral se feito com consentimento e pela busca do prazer individual; o ato imoral seria o abuso feito sem consentimento ou conhecimento por parte dos envolvidos, podendo gerar consequências negativas por toda a vida. As mutilações em muitas sociedades fazem parte da cultura, e mesmo em nossa sociedade são feitas com objetivo estético, de diferenciação e liberdade, sendo que todas as consequências negativas que podem decorrer dessa ação afetam o próprio indivíduo que a executou, tendo consciência do que poderia ocorrer.
    O caso do suicídio é mais complicado, porque não afeta apenas o indivíduo que o comete, mas diversas pessoas envolvidas como família, amigos, ou até desconhecidos que virem a ação, podendo gerar traumas, por exemplo. Entretanto, não é possível afirmar que é um ato imoral, uma vez que as pessoas que se suicidam fazem isso por vontade própria, e acreditam estar fazendo o “correto”.
    Dessa forma, pode-se dizer que atos com essa característica individualista, em busca do próprio prazer, não podem ser considerados imorais. No entanto, ao abrir a discussão para a sociedade, tais atos são considerados inúmeras vezes imorais, dependendo da educação e da formação pessoal de cada indivíduo, evidenciando a dificuldade de determinar a moralidade das ações.

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  166. Lendo o texto escrito pelo professor Peluso e visualizando o material disponível, fiquei um tanto quanto confusa em relação a determinar a moralidade ou imoralidade de determinadas ações, principalmente no que se diz respeito àquelas que, diretamente, somente nós mesmos sofreremos as consequências.
    Sobre o suicídio, racionalmente, parece ser uma ação moral, pois quem o comete não prejudica outro indivíduo que não a si mesmo (partindo do pressuposto que as boas ações seriam aquelas que não trazem consequências negativas para outrem).
    No entanto, ao assistir ao vídeo do político norte-americano que se suicida e ao ler a carta de Getúlio, não me senti muito confortável e me pergunto se o motivo desse desconforto seja pelo fato de que causar a própria morte consistiria em uma ação reprovável, à medida que a morte seja uma consequência indesejável para o ser humano, apesar de não haver também um consenso em relação a o que é desejável ou indesejável.
    Portanto, em relação ao suicídio, por hora decido suspender meu juízo, até mesmo porque estamos condicionados pela linguagem, ferramenta que possibilita a comunicação entre os seres, mas que também nos impõe certos limites que residem na noção de “bem absoluto” que, no caso, não é possível se atingir por meio das palavras e símbolos.
    Já sobre o onanismo, a mutilação e a pederastia, uma série de variáveis devem ser consideradas ao se emitir um juízo moral. Porém, em geral, o onanismo não causa mal ao indivíduo que o pratica e também não prejudica outras pessoas e penso de maneira análoga em relação à mutilação (mesmo sabendo que existam influências psicológicas que devem ser levadas em consideração).
    Por fim, em relação à pederastia, por não ter entendido muito bem qual é a aplicação atual que é feita deste termo, também prefiro suspender meu juízo para não cometer possíveis equívocos.

    Nome: Giovanna Fidelis Chrispiano
    R.A.: 21005013

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  167. Os atos apresentados para fazer o comentário, seja o onanismo, a pederastia o suícidio ou a mutilação, fazem com que seja necessário ao meu ver uma análise cuidadosa, para não colocar atos com implicações em alguns casos semelhantes em ‘balanças’ diferentes.

    O suícidio como posto por alguns colegas traz implicações que abrangem familiares, sociedade e outros grupos ou indivíduos, sendo um ato que não tem ‘volta’ e que choca as pessoas a primeira vista que não tem conhecimento dos motivos pelos quais (provavelmente) o indivíduo tirou sua própria vida. Assim como todos tem direito sobre seu corpo para aproveitar ele da forma que acharem mais conveniente, a pessoa que tira sua própria vida também o tem, mesmo reconhecendo que este ato irá implicar em consequências sociais. Mas qual seria a real diferença (além de serem atos diferentes) entre o suicídio e a mutilação corporal?

    Ambos são atos que não tem volta para as pessoas que o cometeram, são atos repudiados por parte da sociedade que possui um pensamento mais conservador, as pessoas que cometem esses atos são julgados por estes, para as famílias dessas pessoas (sendo a maioria religiosa no Brasil) a oposição a esses atos é radical; tanto a mutilação quanto o suicídio é uma forma de reinvindicar o direito pelo próprio corpo, e tomar as decisões que se julgarem mais conveniente para o futuro dele, mas não deixam de ser atos que impactam à primeira vista (como no caso do video em que o sujeito se suicida). Então separar esses atos é uma tarefa que irá exigir argumentos claros que demonstrem que as implicações são diferentes (mesmo eu tendendo a considerar o suicídio com maior grau de implicação social), sendo que argumento mais forte que se poderia utilizar (ao meu ver) é o do arrependimento, caso que para as pessoas que cometeram mutilações é possível e para aqueles que se suicidaram não o é mais, mas mesmo que seja possível o arrependendimento e em certos casos a convivência e aceitação da família para com este indivíduo, não será possível que o órgão ou pedaço do corpo mutilado seja reimplantado.

    Em relação a pederastia, há de se levar em conta a pressão da sociedade que tem que certas condutas são aceitáveis e outras não o são e o fator religioso, que se opõe veementemente a esta ação. A pederastia relacionada ao prazer para aqueles que o proporcionam não o considero também um ato imoral, mesmo fazendo um julgamento moral praticamente a todo momento que este assunto é tratado.

    O onanismo não vejo como um ato imoral analisando a finalidade deste ato: proporcionar prazer aos indivíduos que o praticam.

    Claro que o grau de certos atos aqui tratados podem fazer com que a abordagem seja diferente e as consequências também, além de que alterando a análise para diferentes sociedades, certo atos tidos como não aceitáveis podem sofrer alterações na interpretação, como no Japão em que os atos de suicídio não são tidos como imorais, além de outros casos em que as transformações corporais são comuns e separadas de julgamentos pela sociedade, como nas sociedades indígenas em que as modificações corporais ocorrem de maneira ‘natural’.

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  168. Dimitria Alexia do Nascimento de Souza Teles13 de maio de 2014 às 16:10

    Há uma direta influência das pessoas e do ambiente, nos processos educativos, nas crenças, estados de espírito, etc. Onde as universidades tomam o papel de passar isso para diferentes gerações de indivíduos. O autor trás uma problemática as formas cognitivas ou intelectuais: a aceitabilidade. Mesmo que pareça difícil dizer o que é aceitável ou o que é inaceitável, é necessário que aja um tipo de consenso sobre o que é indesejável. O que ele afirma: é algo problemático.
    E é ai que ele começa a falar sobre o suicídio e seus motivos, falando que está errado quem achar que quem o cometeu não teve amparo intelectual e “boas razões” para fazê-lo. Mas não é porque há boas razões, que elas são aceitáveis de forma definitiva, na verdade, as razões para se viver ou morrer são precárias e não são inaceitáveis, ao mesmo tempo, não há razões que justificam nossa autodestruição. Por isso se é necessária a moral.
    E aí, Peluso termina seu texto mostrando que talvez é para isso que as Universidades sirvam: para se encontrar razões para viver. Onde os intelectuais seriam, na verdade, “aqueles que vivem para descobrir razões para viver ou morrer.”
    É difícil falar sobre algo como o suicídio, na verdade, é difícil falar de qualquer coisa que tem como propulsor a mente humana. Acho que vai mais da moral, do que nos foi ensinado, da nossa crença, achar que é correto ou que não é correto se suicidar. Como, por exemplo, Getúlio Vargas que, como advogado, provavelmente teve seus próprios motivos, motivos que ele acreditava justificar seu suicídio. É a mesma situação de coisas mais simples como mostra em um dos vídeos onde se ve tatuagem ou modificações corporais. Mas mesmo que eles, na mente deles, tenham razões suficientes para agirem, não significa que isso justifique essas ações, como o próprio Professor disse em seu texto, é por isso que se é necessário a moral, mas com toda sua subjetividade ainda se torna extremamente difícil abortar um tema e ter uma conclusão pelo menos temporariamente definitiva sobre.

    Ra: 21025613

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  169. Antes de começar o comentário adianto que não pretendo responder se estas ações são de fato imoralidades ou não. Além de ser um assunto muito complexo e que exigia talvez anos de estudo (e ainda sim talvez não chegasse a conclusão), o que me intriga antes de saber isto é o porquê das ações perpetradas contra si mesmo são condenáveis.

    A mim me parece que a dificuldade em questão sobre estas práticas está no fato de que são socialmente condenáveis, ao mesmo tempo que o sujeito e o objeto são a mesma pessoa (portanto as consequências provenientes da ação afetam diretamente quem as praticou), e justamente o fato de ser socialmente condenável torna-se difícil extrair qual é a imoralidade presente no ato em si. Porém, também há ações praticadas contra si mesmo que são ou foram socialmente aceitas (como a pederastia na Grécia Antiga, alguns ritos culturais de modificação corporal, ter uma tatuagem etc.) As diversas informações parecem se embaçar a visão de uma conclusão.

    Kant diz que não podemos usar a humanidade como um meio e suicidar-se parece contrariar esta lei. Entretanto, não consigo dizer que esta justificativa esgota o assunto, alguém diante desta resposta pode dizer: “sim, e dai?” ou o clássico “ a vida é minha, eu faço o que eu quiser”.

    Talvez a imoralidade presentes nestas ações esteja no fato que indiretamente os praticantes podem influenciar os outros e um comportamento considerado anormal que não passa a ser apenas de uma pessoa só, mas de várias, e de pessoas que mesmo com a condenação moral e/ou social vigente ainda praticam estas ações podendo influenciar outras pessoas etc. Quase como num ciclo.

    Comportamentos autodestrutivos devem ser controlados? Parados? Por que? Essas perguntas são muito dificeis de serem respondidas e é muito fácil tratar-las como fraquezas, aberrações, etc. até que se passe por uma dessas situações ou sinta-se o desejo. O consentimento também faz com que se torne ainda mais complexo, pois se tendo consciência do que a minha ação provocará, crendo ter argumentos pra isso e sendo a única diretamente afetada, o que a ética pode fazer ou dizer? De fato não consigo nem sair do lugar, quem dirá concluir algo.

    Tentando refletir eticamente sobre o assunto, sem deixar a condenação ou aprovação social falar, ainda sim a questão é muito difícil, posso construir argumentos contra estas práticas e ainda sim não conseguir dissuadir ninguém, como também posso ser a favor e meu ouvinte ainda achar alguma dessas ações condenáveis. Qualquer argumentação não esgotará o assunto e dá-lo por encerrado.

    Talvez um caminho para uma possível argumentação esteja na definição de ética como perfeição, e na avaliação se estas determinadas condutas podem levar ao ideal de Bem.

    Jamile Queiroz Gomes
    RA: 21047113

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  170. Ao me deparar com esse tema: “imoralidades contra si mesmo: onanismo, pederastia, mutilação e suicídio”, vi que apesar de todas as aulas anteriores da disciplina Conhecimento e ética, ainda é difícil classificar questões como essas entre morais e imorais.
    De acordo com o texto “Das razoes para o suicídio”, de Luis Peluso, as Universidades, por serem responsáveis pela produção e transmissão de conhecimento, podem interferir no modo como a pessoa enxerga o mundo e, portanto, em suas crenças. O que tem postura problemática, pois por a pessoa ter certo caráter intelectual, ela não aceita facilmente algo como definitivo. Assim, ela tenta balancear suas decisões baseada nas consequências desejáveis ou não provisoriamente. Com essas razões expostas, não se pode falar que é inaceitável não querer continuar existindo, pode-se ter boas razões, mas não razões definitivas. Por isso, há uma conduta moralmente aceita pra uma sociedade, para evitar ações que possam ter resultados indesejados.
    Assim, como diz Peluso, ao ingressar numa Universidade o estudante se despe de preconceitos e superstições e tem que aprender a encontrar razões para viver.
    Com tudo que foi dito, podemos dizer que suicídio é algo imoral que afeta toda estrutura social, pois pode-se tornar endêmico, se as pessoas sentirem que as razões são validas para os mesmos.
    Como podemos ver na Carta Testamento de Getúlio Vargas, na qual ele cita algumas razoes para seu suicídio: o insultam, caluniam, e não o dão direito de se defender; apesar dele ter defendido todo o tempo o povo; assim ele teve que renunciar, e crê que resistiu muito a pressões; e a partir do momento que ele não pode mais defender o povo, ele não pode dar nada mais do que seu sangue. Ou seja, devido a sua crença em algo e sua dedicação naquilo, quando houve obstáculos ele não aguentou às pressões e não via outra solução.
    Já o caso da mutilação é mais cultural, não considero algo imoral. Apesar de haver julgamentos sobre tais atos, há pessoas que não veem mal nisso e até aderem. è algo que afeta apenas o individuo e seu corpo. Há também os casos de onanismo e pederastia, no qual o individuo pratica esses atos na busca do prazer individual, mas pode afetar outras pessoas, principalmente se não consentido, nesse caso acho que se encaixaria em ato imoral.

    Nome: Dayane Gonçalves Costa RA: 21044313

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  171. Os quatro temas desse comentário são muito complexos. Não podemos chegar a uma conclusão universal se são todos imorais ou morais. Podemos aplicar as diversas teorias éticas aprendidas durante o curso e não chegaremos a uma conclusão única, porém, utilizarei a visão mais próxima de Wittgenstein, isto é, a partir de minhas experiências direi como vejo os 4 assuntos.
    Na minha visão, não acredito que o Onanismo seja algo imoral, acredito que além de uma busca do prazer, é uma maneiro de cada um se auto-conhecer, conhecer seu próprio corpo. Atualmente, e principalmente na nossa sociedade moderna e ocidental, isso é considerado algo normal, mesmo que ainda hajam sociedade que considerem isso imoral, como as mais conservadoras.
    A pederastia também não considero imoral ou anti-ética, a não ser que o caso seja de pedofilia ou abuso de incapaz, mas quando são duas pessoas que sabem o que querem, e tem noção disso, é completamente moral, mas ainda reforço, dependendo de suas experiências, há diversas sociedades que discordam de minha opnião, observo que não apenas sociedades, mas há uma divergência de opniões sobretudo entre gerações.
    Em caso de mutilações, continuo dizendo que não acho imoral e assim como o onanismo, acredito que seja uma busca pelo prazer, sentir o prazer através da dor; ou em alguns casos, como as chinesas antigas, é a busca por se integrar na própria sociedade, pois antigamente ter pé pequeno era considerado sinônomo de beleza para eles. Porém, aqui não podemos generalizar as mutilações, depende do caso pode ser polêmico. Assim como podemos ver em algumas sociedades africanas, com a mutilação do clitóris das meninas, para que não sintam prazer.
    O suícidio, na minha visão, não considero algo imoral; acredito que é algo bem mais subjetivo, é algo bem mais complexo que simplesmente possamos qualificar como imoral ou não. Atinge todos que estão em volta, amigos, família, e não podemos simplesmente julgar uma pessoa que comete ou pensa em cometer suícidio, acredito que em vez de simplesmente falarmos: isso é imoral, logo, não deve ser feito, devemos oferecer ajuda à quem precisa, é uma assunto que tem que cada caso tem de ser profundamente analisado e discutido.
    Assim, concluindo meu comentário, acredito que na minha visão há diversas visões sobre o assunto, e dependem da experiência, da sociedade, da geração que se foi criado, mas isso não significa que há coisas consideradas imorais pela maioria das pessoas.

    Bruna Rosalem 21035913

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  172. Natália Veroneze A. S. de Melo
    RA 21025313

    Ao se tratar de temas que afetam somente o próprio sujeito de uma ação, pode parecer estranho a princípio se falar sobre moralidade ou imoralidade. Afinal, a moral nos diz muito sobre como devemos agir em relação ao outro, em sociedade. Porém, também considero possível a imoralidade contra si mesmo, no sentido de desrespeito ao seu próprio ser, ao mesmo tempo que acho difícil proibir ou condenar alguém que cometa ações desse tipo, afinal elas não afetam a mais ninguém (porém, em alguns casos e dependendo da perspectiva, isto é discutível).
    Os temas propostos como " imoralidades contra si mesmo" são o onanismo, a pederastia, a mutilação e o suicídio. Quanto ao onanismo, não acredito que o mesmo possa ser considerado imoral, primeiramente porque ele não afeta ninguém mais além do sujeito da ação, mas também numa perspectiva de moral individual. Isso porque, na visão utilitarista de moralidade por exemplo, o onanismo maximiza o prazer do sujeito da ação sem causar prejuízos a ninguém mais, ou seja, maximiza o prazer geral.
    Quanto à pederastia, o termo pode assumir a definição de relacionamento erótico entre um homem e um menino ou relacionamentos homoafetivos entre homens no geral. Não vejo porque, em nenhum dos casos, esta prática poderia ser considerada um ato imoral contra si mesmo. Talvez a decisão de incluí-lo no tópico seja em referência ao ato sexual em si, por não ser "natural" como na relação heterossexual, porém considero esta visão extremamente limitada, afinal a sodomia não é praticada somente por homossexuais e além disso, como no caso do onanismo, sob a ótica utilitarista, o ato em si maximiza o prazer geral sem causar prejuízos a ninguém mais. Sob a ótica de Kant a pederastia poderia ser considerada imoral, pois se esta prática se tornasse uma lei universal a humanidade sofreria um grande prejuízo já que talvez a mesma não se reproduzisse mais (porém, a universalização das relações homossexuais entre homens não necessariamente exclui a existência de relações heterossexuais). De qualquer modo, nesse caso concordo com a visão utilitarista e não vejo o porquê de considerar a pederastia como imoral.
    Quanto às mutilações, acredito que podemos dividí-las em dois grupos: aquelas que concernem às chamadas "body modifications" e as auto-mutilações (aquelas com intenção de alívio emocional). No caso das chamadas "body modifications", como o uso de piercings e tatuagens, acredito que a prática não possa ser considerada imoral contra si mesmo pois o sujeito faz uma escolha consciente de modificação do seu corpo para se integrar a um grupo (como em práticas culturais), se diferir do mesmo, ou simplesmente se expressar através do próprio corpo. Essa escolha maximiza seu próprio prazer e não causa prejuízos a mais ninguém (mesmo que sua imagem modificada possa chocar os outros, não acredito que este seja um motivo suficiente para considerar a prática imoral ou impedir que o sujeito aja da maneira que lhe agrada, no que concerne a ele próprio).
    Isso não perpetua em alguns casos, como na mutilação genital feminina em alguns países da África. Considero esta prática imoral pois, além de não ser dado escolha às meninas africanas, que ainda são crianças pequenas quando são submetidas a isso, o intuito da prática é exatamente que a mulher não possa sentir prazer durante o ato sexual, além de causar dor durante a mutilação e danos físicos e psicológicos para a vida toda. Assim, esta prática em especial não maximiza o prazer de todos (utilitarismo) nem deveria ser aplicada como uma lei universal (Kant), e portanto é imoral.

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    1. Continuação
      No caso da auto-mutilação, acredito que possam ser consideradas um ato imoral contra si mesmo pois, apesar de o sujeito escolher se auto-mutilar conscientemente, ele não o faz para benefício próprio, pelo contrário (mesmo que o seu objetivo seja o alívio das dores emocionais). Além disso, grande parte das pessoas que se auto-mutilam sofrem de distúrbios psicológicos como depressão e por isso não estão "realmente agindo conscientemente". Sob as óticas utilitarista e kantiana, essa prática seria considerada imoral. Porém, o tema é extenso e podem haver controvérsias, como na defesa de que a auto-mutilação gera um prazer momentâneo pois libera endorfinas e assim alivia a tensão emocional.
      O último e mais complicado tema a ser tratado é o suicídio. O suicídio se difere das outras práticas principalmente porque, mesmo que ele seja um ato, imoral ou não, contra si mesmo, ele também afeta muitas outras pessoas além do sujeito da ação, e com grande intensidade. Assim, os utilitaristas não considerariam a prática como moral, já que o sujeito seria prejudicado e as pessoas ao seu redor também. Mesmo que se considerasse que o suicídio foi bom para o sujeito já que foi um alívio para as suas dores por exemplo, sob a ótica utilitarista seria preciso contabilizar o prazer ou dor de cada lado para definir se a prática foi moral ou não. Sob a ótica kantiana, a prática seria considerada imoral já que, se o suicídio fosse universal, a humanidade seria extinta. É possível analisá-lo também sob a ótica de Hume, na qual o maior consenso possível entre as pessoas determinará se a prática é moral ou não. É provável que sob essa perspectiva o suicídio também seja considerado imoral já que ele não é amplamente aceitável, pelo contrário. Acredito que o suicídio então possa ser considerado um ato imoral contra si mesmo e também contra a sociedade como um todo. Porém, há muitas refutações possíveis a esta conclusão, como a suposição de que o suicídio não seja um ato contra si mesmo mas "a favor", pois ele alivia as dores do sujeito e o liberta, como pode-se observar na Carta-Testamento de Getúlio Vargas por exemplo.

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  173. Segundo o professor Peluso, no texto "Das razões para o suicídio" podemos dizer que não fomos livre na escolha de viver mas podemos escolher o "não ser", pois não há argumentos certos e errados no que concerne a nossa própria vida, porém a automutilação pode ser considerada um ato de imoralidade se soubermos que trarão consequências indesejáveis. O texto é concluído enfatizando o papel da universidade e do verdadeiro intelectual que vive para descobrir e discutir as razões para o "ser" ou "não ser".
    Não considero suicídio, onanismo, pederastia e mutilação atos que estejam no mesmo patamar de aceitabilidade, pois eles podem em diferentes níveis afetar o próximo, portanto, um ato imoral é aquele que trás consequências indesejáveis para um indivíduo e influência negativamente a vida em grupo, porém aquele que age dessa maneira, mesmo sendo prejudicado, é aquele que causa sua própria dor e se estiver baseando-se na razão não prejudicando outrem, não há porque ser um ato imoral.

    RA: 21070713

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  174. No decorrer do curso, foi possível esclarecer o que é imoralidade. Então, se um indivíduo faz algo de seu grado, para sua própria satisfação, sem prejudicar os outros, por que isso poderia ser considerado imoral? Acredito que as pessoas fazem esses tipos de coisa (ex: modificações no corpo, onanismo, pederastia) por vontade própria, pelo desejo de ser diferente ou até mesmo por uma questão cultural. Porém, não se pode generalizar todos os casos. É preciso avaliar quando onde o indivíduo é forçado a esse tipo de atitude, e ai sim pensar em imoralidade! Acredito que isso deve ser feito por vontades físicas e psicológicas, e não que alguém tenha ensinado, induzido ou obrigado pessoas a isso. Quanto ao suicídio, tem outros pontos a serem levados em conta. O fato de tirar uma vida e não apenas mudá-la afeta outros indivíduos e até mesmo a sociedade, e neste caso sim, pode-se pensar em imoralidade.

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  175. Luana Alice Forlini
    RA: 21046313

    Durante a leitura do primeiro texto que nos foi passado para esse tema "Das razões para o Suicídio", a frase que mais me chamou a atenção foi, coincidentemente, a última: Talvez intelectuais sejam aqueles que vivem para descobrir razões para viver ou morrer. Como compreendido, viemos ao mundo sem desejar, de fato, nascer e não temos razões para explicar o motivo porque estamos vivos. E também, não teriam razões justificáveis para a prática de autodestruição que, em alguns casos, praticamos.

    Porém, ao ver os vídeos do tema e ao falar como alguém que possui “body modification” (não tão radicais quanto as quais aparecem no vídeo), penso que essas ações seriam uma forma de exercer a liberdade sobre nosso próprio corpo, mostrando que temos autonomia em relação a este. Essa maneira de mostrar autonomia aparece muito bem colocado na letra da Ana Carolina, principalmente nas partes em que ela declara que não precisa do outro para gozar, que pode se satisfazer sozinha. É claro e imprescindível colocar que a sociedade e a cultura influenciam esses atos. Talvez, em uma casa onde o indivíduo é constantemente reprimido e sem poder se expressar, o único modo que ele encontra, eventualmente, para se “libertar” e, assim, desfrutar de sua individualidade pode ser a expressando em seu corpo. Vale lembrar, também, os casos de suícidios por um ideal, como seria, por exemplo, os kamikazes da segunda guerra mundial e os “homens-bomba” do terrorismo atualmente.

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  176. Natália de Lima Pereira 21016913

    Onanismo, pederastia e mutilação, podem ser considerados imorais perante a sociedade em que vivemos de moldes mais cristãs e ocidentais, pois, não segue a conduta que se é esperado de um indivíduo inserido nela. Porém, algo que é consentido por parte do praticante e que não afetará a vida da sociedade como um todo, não considero que seja anti ético. O julgamento dessas ações não podem ser realizadas sem conhecer os reais motivos, a cultura e a sociedade em que aquela pessoa está inserida e que tipo de educação foi lhe dada.
    Por sua vez, alguém decidir tirar a própria vida pode ser reflexo de algum male da sociedade, o que torna um problema coletivo, porém, não consigo julgar se é algo imoral ou antiético. Algumas culturas praticam o suicídio em busca do inatingível na vida humana, por exemplo, para alcançar o sobrenatural ou em nome de alguma divindade. Casos de homens bombas afetam e encerram a vida de muitas pessoas ao redor, o que torna algo facilmente condenável. Por sua vez, em países que possuem grandes índices de suicídio, uma pessoa em depressão que tira a própria vida, não está em seu estado saudável e natural, julgo que ela não está em condições de tomar decisões conscientes. Como foi dito no texto de Peluso, não temos escolha de viver, mas temos o poder de nos suicidar e acabar com que foi nos dado, mesmo que não tenhamos justificativas suficientes para praticar tal ação.

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  177. Para mim, a questão do suicídio não é algo moral ou imoral, vai muito além de uma conduta ética, ou a falta dela. De fato, não conhecemos a razão pela qual estamos vivos, logo, creio eu, é aceitável e até justificável que alguém decida terminar com essa existência sem sentido. Se o livre arbítrio realmente existe, não há razão para que julguemos ações que vão muito além de nossa compreensão.

    Por exemplo, o caso de Budd Dwyer, um tesoureiro do estado da Pensilvânia. Ele “determinou” que a melhor saída para si seria terminar com a própria vida, já que seria condenado por um crime que, segundo ele, era inocente. Com a sua condenação, ele passaria o resto da vida na prisão, e sua família estaria na ruina financeira, já que teria que arcar com multas; logo, acabando com a própria vida, ele se “libertou” deste aprisionamento iminente e ainda deixou sua família estável, economicamente falando. Para ele, a ação não foi justificável? Depende, acho que essa seria a resposta correta.

    Andressa Alves - 21081013

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  178. Dentre as práticas citadas não creio que seja possível generalizá-las para que entrem no grupo das ações morais ou nos das imorais. Cada situação proposta viria acompanhada de diversos atenuantes, que possuem o poder de modificar sua ‘classificação moral’, e dependendo também das concepções de quem está avaliando essas ações, seja um grande mestre como Hume, Kant, Mill etc., ou mesmo um colega da turma.
    Não creio que o onanismo, desde que o praticante haja por espontânea vontade, possa ser considerado uma imoralidade contra si mesmo, pois o ato deve trazer prazer a ele, pode até ser considerado imoral por padrões culturais ou religiosos, contudo não uma imoralidade contra si mesmo. Seguido na mesma linha a pederastia, contanto que seja praticada voluntariamente, é uma relação que só visa o benefício e o prazer dos envolvidos, não podendo então ser classificada como um ato imoral do praticante contra si mesmo.
    No caso da mutilação, mesmo que geralmente ela nos cause estranheza devemos levar em consideração as razões que levam as pessoas a fazerem isso, sejam elas o prazer pela dor, à vontade de se diferenciar do grupo, ter concepções de beleza fora do padrão mais comum na sociedade, mesmo por muitas vezes não sendo razões compartilhadas pela maioria na sociedade para o indivíduo elas são válidas e lhe trarão contentamento.
    Há várias maneiras de encarar o suicídio, como muito bem pontuado no texto do professor Peluso, não escolhemos existir nós simplesmente existimos e ponto, a partir dessa concepção acho justo que tenhamos a escolha de quando não queremos mais existir, se em pleno uso de sua clareza mental o indivíduo decidir que o melhor a fazer ou que lhe trará algum benefício é deixar de existir não vejo imoralidade em tal decisão.

    Naara Campos RA 21050313

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  179. Victória Romeiro Vido RA:21003113
    Segundo Peluso no texto “Das razões para o suicídio”, nas Academias, desde a Grécia Antiga com Platão, tem predominado a abordagem do mundo por meio de conteúdos cognitivos, expressados em idéias, ou manifestações, o que é algo problemático, uma vez que os critérios de aceitabilidade, usados para avaliar tais ideias, ações, etc, não nos permitem decidir classifar o que é aceitável ou não. O inaceitável surgiria quando os critérios de aceitabilidade não fossem satisfeitos, assim, seriam consideradas inaceitáveis as ações que, uma vez praticadas gerassem conseqüências indesejáveis e inevitáveis (o que ainda incita o problema de definir o que é inaceitável para o homem). Além disso, cumprir os critérios de aceitabilidade não determina que a ação seja aceitável de forma definitiva.
    Assim, da mesma forma que isso vale para ações cotidianas, por exemplo, também se aplica para a questão de ações autodestrutivas. Considerando o suicídio, o autor afirma que são precários os conhecimentos que formam razões para viver ou morrer, não há razões inaceitáveis. E os preconceitos, superstições, etc, contra a ideia de indivíduos praticarem ações autodestrutivas são, portanto, infundados.
    As quatro formas de imoralidades contra si mesmo, onanismo, mutilação, pederastia e suicídio, são questões muito frequentes em debates éticos e morais e de difícil avaliação, e, contudo, são atos mais individuais do que coletivos.
    O onanismo é um ato muito pessoal, portanto não concerne nem interfere na vida dos demais indivíduos, e é algo que gera prazer para quem pratica, e não dor, logo não deveria, ao meu ver, ser considerado imoral.
    A pederastia, se consensual, também não é imoral, uma vez que é algo praticado e acordado entre dois indivíduos, e se eles optam por fazer isso, também é porque lhes agrada. Além disso, também não tem consequências para os outros indivíduos, não os afeta diretamente.
    A mutilação, por sua vez, é considerada por muitos como algo imoral de forma precipitada. Desde que seja feita de acordo com a vontade do indivíduo, porque seria inaceitável? É algo pessoal, que, como as outras, não afeta mais a vida de ninguém. Existe claramente ainda um preconceito, seja pelo senso comum, ou ainda algo fruto da história, mas isso não significa que é algo imoral, apenas que esses juízos existem.
    Por fim, o suicídio é algo mais complexo pois gera consequências que interferem na vida dos outros indivíduos (familiares e amigos). A dor que leva o indivíduo a cometer suicídio pode ser comparada à causada a sua família e amigos, mas isso não seria suficiente para justifica-lo e torná-lo algo aceitável, uma vez que também é algo pessoal e relativo, variando em cada caso. É, portanto, uma questão de difícil debate.

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  180. Dentre os temas trabalhados até o momento creio que esse seja o mais “polemico” uma vez que não estamos tratando com conceitos concretos e sim com temas que se referem a opiniões na maioria das vezes. Primeiramente falando sobre mutilações, creio que tatuagens e piercings não são formas de mutilação, creio que sejam estilos próprios escolhidos por pessoas que desejam levar estes tipos de vida, embora em alguns casos sejam exagerados podendo causar sensação de repulsa/surpresa de uma parcela da população, não vejo nenhuma imoralidade nisto, cada pessoa é responsável pelo seu próprio corpo e tem o direito de fazer o que bem entender com o mesmo, apesar de tudo isso automutilações como nos casos de pessoas que se cortam quando se sentem tristes considero que não somos capazes de avaliar moralidade nesta situação, creio que distúrbios psicossomáticos levam os indivíduos a cometerem tais atitudes.
    Sobre o tema da pederastia, me leva a refletir sobre o tema da homossexualidade, tanto masculina, quanto feminina. Nestas situações também não vejo imoralidade, na sociedade atual embora ainda exista muito preconceito creio que a sexualidade é uma decisão pessoal de cada individuo e deve ser respeitada, tal tipo de escolha não interfere diretamente em minha vida e também como é popularmente dito “não é da minha conta”, portanto não cabe a mim julgar o que se é certo ou errado quando uma pessoa decide seguir o homossexualismo.
    Por fim, quando tratamos de suicídio, mais uma vez não vejo imoralidade neste tema, acredito que o suicídio, embora algumas vezes seja cometido de forma precipitada e sem muita reflexão a cerca das consequências, seja mais uma vez uma escolha pessoal, mesmo trazendo muita tristeza para os familiares e pessoas próximas, muitas vezes o suicídio é visto pelo suicida como uma libertação deste mundo e de todos os males presentes no mesmo.

    Guilherme Allan I. C. da Fonseca - RA: 11131211

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  181. Tais ações devem ter suas análises feitas separadamente.
    O onanismo, por exemplo, não pode ser considerado um ato imoral, pelo fato de ser uma ação que causa prazer pessoal, logo, não atinge outros. Há uma exceção no caso de o ato ser praticado em público (poderia-se considerar a ação como atentado ao pudor - penalizado pela ética normativa.)

    Acredito que a mutilação também não deva ser considerada um ato imoral. Trata-se de uma opção pessoal, e, mesmo que a pessoa venha a sentir dor ao fazer isso, ela sente prazer ao praticar tal ato e, além disso, ela não atinge outras pessoas com tais ações, não causa dor a mais ninguém além dela mesma. De acordo com a ética utilitarista, essa pessoa age eticamente e amplia ao máximo seu próprio prazer.

    Quanto à pederastia, também não acho que venha a ser uma ação imoral, visto que a relação entre dois homens (sendo um mais velho e o outro mais novo) é uma opção de ambos. É importante ressaltar que pederastia não é a mesma coisa que pedofilia e/ou estupro. Essas ações (onanismo, mutilação, pederastia) não devem ser pensadas como imorais, pelo fato de que estas só atingem quem as pratica, e ninguém além dos praticantes.

    Muitos acreditam que o suicídio seja um ato imoral, mas eu, no entanto, não sei o que pensar sobre tal situação. A pessoa, ao cometer suicídio, afeta pessoas ao seu redor, pessoas que se importavam e que a amavam. Mas, fica a dúvida: não seria também imoral privar a pessoa de tirar a sua própria vida? Pois, se ela quer se matar, certamente tem motivos para isso, motivos estes que causam tanto sofrimento e dor para a pessoa que fazem com que ela chegue ao ponto de dar um fim em tudo, da maneira mais extrema possível.

    Aline B. Silva - RA: 21080413

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  182. Acredito que as práticas tratadas nesse tema (e sua questão moral ou não) diferem muito de acordo com a situação e com as razões do indivíduo praticante. Não considero o onanismo um ato imoral, pois acredito que o praticante saiba o que está fazendo e sua ação afetará somente a ele. A pederastia também, contanto que haja um consentimento dos dois, é uma ação que visa o prazer e que não afeta (de forma ruim) ninguém.
    A mutilação, por mais diferente que ela seja, acontece porque (novamente) o indivíduo deseja. Pode causar espanto na sociedade, mas sempre precisamos levar em conta o porquê o indivíduo optou por mudar seu corpo. O suicídio é uma tema mais complexo, pois apesar dos motivos que uma pessoa leva suicidar-se possam ser “aceitáveis”, é uma ação que interfere em outras pessoas, como família e amigos. É uma ação, acredito, realizada quando não é possível ver outras menos impactantes, mas mesmo assim, a consequência não é só do indivíduo. Entretanto, como diz Peluso, não escolhemos nascer e viver, mas podemos por fim em nossas vidas. Apesar do suicídio ser mais controverso que as outras práticas abordadas aqui, não acredito que ela possa ser imoral.

    Fernanda Tokuda de Faria - 21071013

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