sábado, 20 de abril de 2013

13. TEMA 11 - VIRTUDES PÚBLICAS: PRODUTIVIDADE, SUSTENTABILIDADE, MULTICULTURALISMO E PRESERVAÇÃO

 

Caros Alunos,

Após ler o texto: “Há alternativas ao uso dos Transgênicos?” de Hugh Lacey, disponível em:
elabore uma postagem com seus comentários sobre o tema. Vc. tem até as 24hs. do dia 19 de maio para fazer a postagem.

307 comentários:

  1. O texto de Hugh Lacey traz a tona mais uma vez o lado negro da ciência. A descontextualização da ciência não deixa de ser um ato imoral e anti-cientifico.

    Ciência, antes de tudo, faz parte do mundo humano e deve considera-lo em suas ações. Sem o contexto socioeconômico a ciência se aliena e se torna uma desculpa das elites econômicas.

    O conhecimento cientifico é considerado pelos leigos como uma verdade absoluta. Uma única pesquisa é o suficiente para comprovar qualquer coisa, não importando seus métodos.

    A abordagem descontextualizada torna a ciência somente mais uma ferramenta descontrolada. Se aceitarmos essa descontextualização o cientista é livre para fazer qualquer pesquisa, mesmo que essa envolva um perigo "contextualizado". Além de transformarmos a ciência em mais um instrumento de manipulação de massa.

    É imoral, para a ciência, utilizar-se de seu lugar privilegiado para agir de forma independente da sociedade em que ela está. A descontextualização não é nada mais que uma tentativa da ciência de fugir das regras éticas e até mesmo jurídicas.

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  2. Apesar da leitura do texto de Hugh Lacey não me considero completamente informado sobre a produção de alimentos transgênicos a ponto de concluir se o uso dessa nova ciência é feita de forma moral ou não. Casos relativamente novos como esse são acompanhados de um mar de informações e pontos de vista e se você não estiver totalmente ambientado sobre o tema fica difícil criar um posicionamento sobre quem está certo e quem está errado (e se dá para chegar a tal conclusão).

    Hugh Lacey deixa claro que no cenário atual de uso e das pesquisas dos transgênicos o fator econômico se sobressai perante os demais. Problemas como possíveis riscos a saúde humana e por desequilibrar ainda mais a balança entre gigantes e pequenos produtores de alimentos ficam em segundo plano.

    Assim, de início o avanço da ciência no caso parece ser imoral, já que desconsidera riscos humanos, considerando também a ciência como produtora de conhecimento para melhorar a vida dos homens. É argumento comum crucificar a ciência e os grandes beneficiados economicamente na produção de alimentos transgênicos, porém temos que pensar pelo outro lado.

    Se você fosse dono de uma empresa desenvolvedora de alimentos como atuaria? Buscaria avanços na área que beneficiariam sua empresa e atendendo também uma demanda de mercado ou ficaria de braços cruzados em razão de não haver pesquisas claras sobre os riscos a saúde humana e achar antiético produzir transgênicos da forma como hoje se faz.

    O fato que podemos entender avanços tecnológicos como uma queda de braço em que o mais forte sempre tem a vantagem e o domínio sobre a questão. Do lado forte estão grandes corporações que usam os avanços tecnológicos para colocar sempre produtos novos no mercado (de certa forma com uma aliança com o poder público), e do outro lado, o lado mais fraco, estão os que alertam para os riscos dessas novas tecnologias para a saúde humana e o meio-ambiente. Não que por a situação ser dessa forma que devemos deixar como esta. Os esforços de ampliar a discussão são extremamente válidos, mas não se pode supor que tudo mude da noite para o dia.

    A venda de cigarros pode ser associada ao debate atual dos transgênicos. Demorou anos o debate e as disputas para que chegasse a posição atual das empresas de tabaco serem obrigadas a explicitar claramente aos consumidores os riscos de fumar. No caso dos transgênicos acredito que será da mesma forma. As pesquisas vão continuar a serem feitas, assim como os riscos dos transgênicos também serão estudados, mas com menor força, e ao longo dos anos poderão surgir restrições e alternativas na produção científica do caso.

    A conclusão que pretendo chegar é que antes de sair criticando “a ciência” e os cientistas, primeiros devemos pensar quem são esses agentes e considerar que, se eles buscam os avanços científicos que inevitavelmente procuram os benefícios antes dos riscos, é porque existe uma demanda que parte da própria sociedade. A discussão de transgênicos envolve diretamente a ética e por isso acredito que o debate nos próximos anos consiga definir imoralidades no caso e assim melhorar a situação atual que praticamente desconsidera questões fundamentais como riscos a saúde humana.

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  3. O debate a respeito da produção de alimentos geneticamente modificados, certamente é e deve ser objeto de extensa pauta de discussões dentro da sociedade e do meio científico. Quando o homem se utiliza de sua capacidade técnica e científica para introduzir mudanças, que podem sim responder por demandas da própria sociedade, deve-se entender quais são os diretamente atingidos ou não por essas transformações e se elas são realmente o único caminho para o encaminhamento dos problemas.
    Sim. Há hoje muita fome no mundo e haverá mais, já que a demanda por alimentos só cresce,mas seriam os transgênicos responsáveis por erradicá-la ou ao menos amenizá-la sensivelmente? Hoje o mundo produz mais que consome e ainda assim nem todos tem o que comer.
    Acho que a pesquisa é válida, essencial, mas como o autor do texto, Hugh Lacey, nos coloca, há de se considerar a componente social dentro da pesquisa, das formas de manejo, de prática. O interesse coorporativo, que patrocina n pesquisas agrícolas, pode prevalecer perigosamente num movimento não inclusivo, mas agroindustrial, não pensando nas pequenas comunidades, no ambiental e no socialmente sustentável. Há o medo de que a produção de alimentos, aqui comparo com medicamentos, seja dominada por grandes conclomerados.
    A pesquisa com transgênicos está acontecendo agora, hoje. Não sabemos ao certo a real proporção que uma produção massificada desses alimentos causará aos ecossistemas, às populações, à diversidade biológica. Por isso, a discussão não é só científica, mas também ética. Compreendo a pesquisa científica como agente passível do crivo ético, do crivo de regulação, de ser útil ou não à coletividade, utilidade essa que somente se faz clara quando o processo e sua discussão são claros também.

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  4. Ao falarmos dos alimentos transgênicos entramos em um embate, antes de tudo, socioeconômico. Para efetuarmos juízos éticos temos que ponderar os dois viés do problema. De um lado temos a subnutrição mundial e a necessidade da produção de alimentos, do outro, temos os interesses econômicos das grandes empresas e necessidade de aumentar a eficácia na produção alimentícia.

    Poderíamos questionar então, de que lado a ciência está? Após lermos o artigo de Hugh Lacey, teríamos a propensão a sugerir que a ciência tomou um caminho obscuro neste caso. Entretanto, não creio que seja simples assim. A princípio já considero um pensamento muito ingênuo acreditar que a produção de alimentos, sejam eles modificados geneticamente ou não, tenha realmente a finalidade de suprir os subnutridos da África, Ásia e América Latina. A fome e a miséria não são acontecimentos recentes, muito menos culpa do crescimento populacional do último século, inclusive são locais com pouca densidade demográfica os que mais sofrem com o problema. A questão é muito mais complexa que isso e não tenho a pretensão de expô-la agora.

    O fato que discutindo o problema do avanço científico nos transgênicos sobre determinado ponto de vista, seja ele social ou econômico, encontraremos argumentos favoráveis e contrários em ambas as perspectivas. Não creio que a ciência esteja agindo de forma imoral, aliás, o papel da ciência é exatamente este, o de aprofundar o conhecimento humano nos campos naturais do mundo. O estudo em si da ciência não envolve riscos, no entanto, a utilização de tais conhecimentos pelo homem gera um fator potencialmente arriscado. Devemos considerar ótimo que a ciência progrediu, e devemos cobrar que ela continue progredindo, especificamente no caso dos transgênicos devemos atuar de forma rígida até que se descubram os efeitos colaterais destes alimentos e que se mitiguem os riscos.

    Neste caso, os personagens centrais na discussão ética não deveriam ser os cientistas, mas sim os produtores que plantam inconsequentemente tais alimentos sem saber seus efeitos, os governos que não possuem legislação específica sobre o tema e, por vezes, o incentivam, os fornecedores que enviam às suas gôndolas milhões de alimentos transgênicos sem pudor algum, enfim, quero dizer que a ciência não é a culpada direta pela comercialização destes produtos e que seu dever será sempre desvendar questões desta ordem no mundo.

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. A solução para acabar com a fome no mundo foi descoberta: Alimentos Transgênicos. “Os porta-vozes das instituições cientificas e agroindustriais, insistem, que os transgênicos são necessários para alimentar o mundo nas próximas décadas e, sobretudo, exigidos em caráter de urgência nas regiões mais pobres, onde as condições agrícolas foram devastadas”.
    Os pontos positivos são de esfera econômica: aumento da produção de alimentos; maior resistência e durabilidade na estocagem e armazenamento; e maiores lucros. Os pontos negativos são: aumentos das reações alérgicas; as plantas que não sofreram modificações genéticas podem ser eliminadas no processo de seleção natural, pois, as transgênicas possuem maiores resistências às pragas e pesticidas; aumento da resistência aos pesticidas, gerando maior consumo desse tipo de produto; apesar de eliminar pragas prejudiciais à plantação, o cultivo de plantas transgênicas, podem, também matar populações benéficas como abelhas, minhocas e outros animais e espécies de plantas.

    O mundo já produz alimentos suficientes para alimentar todos os habitantes são 375 milhões de toneladas ao ano, e deste total são desperdiçados 4 milhões de toneladas, segundo relatório da ONU.

    Mas o problema da fome no mundo é outro, as pessoas passam fome porque não possuem meio de subsistência necessário para sobreviver, e os transgênicos não vão mudar essa realidade, as pessoas vão continuar passando fome.

    O texto Há alternativas ao uso dos transgênicos, coloca que existe a Agroecologia. Mas o problema é mesmo: no mundo capitalista as pessoas só podem comer se possuírem a forma de comprar, enquanto a distribuição de renda e alimentos forem desiguais no mundo, haverá fome.

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  7. No texto de Hugh Lacey, tomei conhecimento de que existe uma linha de pensamento científico trabalhando em outras alternativas para evitar o uso dos transgênicos. Para minha surpresa, que nunca tinha ouvido falar do termo Agroecologia, pesquisei na internet e verifiquei que esse termo (usado pela primeira vez pelo russo Basil Bensin) existe desde 1928 e que há cientistas, inclusive brasileiros, trabalhando para que “uma agricultura sustentável, que garanta a preservação do solo, dos recursos hídricos, da vida silvestre e dos ecossitemas naturais, e ao mesmo tempo assegure a segurança alimentar” (texto extraído da Wikipedia).
    Sempre fui a favor do uso dos transgênicos, pois, para mim era a única alternativa plausível para acabar com a fome do mundo. Entretanto, em seu artigo, Lacey menciona que “segundo a FAO a produção mundial de alimentos é suficiente para alimentar a humanidade e ainda sobra”. Portanto a fome no mundo é um problema ético, que deve ser atribuído aos políticos, governantes, religiosos e a nós mesmos que desperdiçamos nossos alimentos jogando no lixo toneladas de alimentos ao invés de distribuir para quem tem fome.
    Não mudei completamente minha posição ideológica em relação aos transgênicos, pois, para a produção destes alimentos são utilizados em média setenta porcento a menos de agrotóxicos e aí eu me pergunto: O que é melhor, ingerir alimentos transgênicos ou resíduos de agrotóxicos? No final uma coisa compesa a outra, portanto prefiro ficar em cima do muro com relação aos transgênicos na esperança de que essas duas tecnologias sigam seus caminhos evolutivos, e tenho certeza de que isso será um bem para a humanidade.
    Edson Rodrigues

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  8. Atingimos a marca de 7 bilhões de pessoas, a ONU alerta que o suprimento de água por pessoa cairá em 1/3 nos próximos 20 anos e também segundo a ONU até 2050 o mundo sofrerá uma depressão de até 50% na produção agrícola. Então como se adaptar a tal situação? Em resposta a esta pergunta podemos inserir os alimentos transgênicos, assim como uma maior racionalização do espaço, da água, lixo, dejetos, biocombustíveis e assim por diante.

    O Ministro Costa Cavalcanti foi bastante sábio em sua frase “Desenvolver primeiro e pagar os custos da poluição mais tarde”, e realmente estamos pagando os custos, e a conta é alta. Desta forma, criar soluções e desenvolver técnicas para reverter a drástica atualidade ambiental assim como alimentar bilhões de bocas, se faz estritamente necessário.

    Neste ponto, Hugh Lacey destaca até que ponto este desenvolvimento da ciência é benéfico ao ser humano e ao planeta como um todo e quais os custos deste desenvolvimento, além de mostrar o possível desvinculo da ciência da função de pesquisa para a atuação de fomento à atividades econômicas.

    Logicamente não podemos em pleno século XXI, desvencilhar a ciência das necessidades econômicas, até porque não podemos atribuir à economia a culpa por todas as mazelas contemporâneas.

    Parece ao ler o artigo de Lacey que a ciência assumiu uma personalidade ligada à economia, de modo a ser maléfica para a grande maioria, e eu não acredito em tal assertiva. O laboratório de neurociência de Nicolelis não seria tão desenvolvido se não fossem as ajudas financeiras de Bill Gates e afins.

    O que quero dizer é que não vejo a ciência como uma prática movida unicamente pelos interesses puramente econômicos, assim como também não vejo no caso dos transgênicos a benéfica oportunidade de extinguir a fome de países africanos ou asiáticos.

    Se existem alimentos transgênicos é porque o mercado absorve tal demanda, se existem jaquetas e acessórios de couro, são porque pessoas os consomem, sem se importar, por exemplo, sobre as condições precárias que esse couro pode ter sido tingido em piscinas ao ar livre no Marrocos. A economia é movida conforme a demanda.

    Dizer que a produção transgênica é a solução para a fome no mundo é uma plausível solução, desde que realmente aplicada.
    Certamente os povos mais pobres das regiões mais pobres do Congo ou de Serra Leoa sequer sabem o que são transgênicos e o que este pode vir a fazer para eles, segundo a FAO/ONU, entre setembro/2011 e Janeiro/2012 mais de 750 mil pessoas morreram de fome na região da Somália. Lá não chegaram nem transgênicos nem convencionais.

    Assim, ao invés de se atribuir à ciência a imoralidade pelo desenvolvimento de certas práticas, devemos culpar aqueles que sustentam tal demanda, aos governantes que não agem pelo bem da maioria e os fornecedores que veem opção de enriquecimento ao invés do bem comum.

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  9. O autor é muito feliz ao denunciar a desconexão entre as ciências puramente voltadas ao avanço tecnológico (tais como a bioquímica e a genética) e as ciências que abordam questões de ordem social, ambiental, econômica ou política (tais como sociologia, ecologia, economia). É o que ele chama de abordagem descontextualizada.

    Esse é justamente o tipo de abordagem que acaba por favorecer as grandes corporações do mercado mundial, bem como alguns governos estreitamente ligados a elas. Ora, qual a grande finalidade da trangênese? É certamente aumentar a produção, e consequentemente, os lucros dos vendedores. A princípio, não há nenhuma grande preocupação com os desdobramentos dessa tecnologia, como os danos ambientais e humanos a longo prazo.

    Portanto, após a leitura do texto de Hugh Lacey, é possível dizer com alguma margem de certeza que a defesa do uso dos transgênicos e a desconsideração de formas alternativas de agricultura são atos imorais, uma vez que visam satisfazer prioritariamente os interesses de poucos em detrimento do bem comum.

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  10. Achei muito interessante o tema, pois o autor nos mostra que os cientistas envolvidos em pesquisas de transgênicos, omitem ou ignoram os ricos a longo prazo e dizem não haver alternativas aos transgênicos para atender a demanda mundial por alimentos.
    Eu já tinha essa informação de que o que falta não é alimento, e sim o acesso a ele. Os transgênicos podem representar um risco à segurança alimentar, pois na maior parte, eles pertencem à grandes corporações que têm como única finalidade o lucro com a venda de sementes híbridas (aquelas em que só podem ser utilizadas uma única vez). Dessa forma, essas empresas não estão interessadas nos impactos ambientais a longo prazo. Com isso, países agroexportadores como o Brasil, fazem vista grossa para esses possíveis problemas, pois esses produtos são fundamentais para manter a balança comercial do país estável.
    A Embrapa é citada no texto e poderia servir de base para os estudos de alternativas viáveis não só para a economia, mas também para um modo de produção sustentável para os humanos, para o meio-ambiente e para a biodiversidade. Para mim, o problema dos transgênicos se dá pela falta de informação devido à insuficiência de estudos mais detalhados sobre os seus benefícios, riscos e se realmente há alternativas viáveis. O problema é que enquanto ainda existem muitas dúvidas a serem esclarecidas, já estamos há um bom tempo consumindo esses produtos, cujos rótulos, mal informam ao consumidor de que se trata de um produto que contém em sua matéria-prima, características geneticamente modificadas, e isso quando informa.

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  11. Errata:na segunda linha há um erro, onde está "ricos" leiam "riscos".

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  12. A discussão sobre transgênicos é polêmica e cada lado possui sua razão de certo modo. A ciência não faz nada mais do que seu papel de pesquisar e procurar avanços, apesar de podermos nos questionarmos se este avanço é de fato necessário ou se não há questões mais urgentes a serem pesquisadas, não podemos considerar a pesquisa inútil e condenar os cientistas por se empenharem nela. A principal questão é que, por estarem envolvidos interesses econômicos, algumas informações parecem ser escondidas e manipuladas, o que torna o caso imoral, pois a ciência tem também como dever esclarecer e não enganar a sociedade. E a sociedade, como alvo direto de todos os as pesquisas cientificas, tem o direito de analisar todos os fatores para julgar se vale a pena ou não, inclusive levando em conta as consequências que poderá gerar no futuro para seus descendentes.

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  13. A discussão sobre os transgênicos sempre foi polêmica e continuara polêmica até comprovarem realmente os efeitos que eles podem causar, por enquanto ficará uma discussão em cima disso e sempre vai aparecer àqueles que são contra com propostas interessantes, como a Agroecologia mostrada no texto, mas mesmo assim seriam somente multiculturalismo e produtividade, porque sustentabilidade e preservação não seriam possíveis, sempre a economia, politica estarão envolvidos, e para produzir mais e ter mais ganhos, irá ter que aumentar as áreas de plantio, uso de produtos químicos, entre outras coisas, alterando o equilíbrio ecológico, no minimo irá diminuir os impactos ambientais.

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  14. O que acontece atualmente, “as inovações tecnocientíficas prima facie tenham valor social generalizado, não estando apenas a serviço de interesses particulares, de forma que a sua implantação normalmente é justificável em termos éticos e sociais.”. Nesse trecho se observa no primeiro momento a evidência de que as ciências não são livres de valores.

    O que ocorre após esse primeiro momento é que de fato é relevante na discussão ética, apesar do ser humano estar ciente do progresso científico estar contextualizado, ainda se faz uso de pesquisas descontextualizadas, e isso acontece, porque provocam resultados satisfatórios comercialmente, os resultados atingidos, não necessariamente precisam ser justificados socialmente, mas esse modelo vem mudando.

    No caso dos transgênicos, o uso de argumentos que acabem com a fome mundial, pode ser refutado por esse argumento “Hoje (segundo dados da FAO) a produção mundial de alimentos é suficiente para alimentar toda a humanidade e ainda sobra.”, a justificação de outras possíveis soluções como agroecologia, se tornam alvo de criticas de insuficiência e aludem o uso transgênico como “única” alternativa viável. Essa fundamentação vem do mercado, da indústria que tem como objetivo o seu lucro. O autor enfatiza essa razão de ser do mercado e coloca como ponto de solução teorias como a agroecologia se tornarem mais adaptadas a dinâmica do mercado.

    Acredito que a moral não esta acima do lucro para o mercado financeiro. E que a moralidade é que forma o respeito e a caridade, se ocorresse uma mudança geral dos valores de mercado de maneira geral acabaria com a fome no mundo, porque se realmente existir alimento suficiente para alimentar toda a humanidade, o problema não esta na produção esta na distribuição, que seria menos desigual, porque levaria em maior consideração o próximo e ao uso de maneiras mais sustentáveis de uso de recursos, pois questões da disciplina agroecológica como (relações sociais de produção, equidade, segurança alimentar, produção para auto consumo, qualidade de vida, sustentabilidade), estariam mais adaptadas a dinâmica desse diferente mercado.

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  15. Os transgênicos são até hoje um assunto muito discutido, apesar deles já estarem inclusos no nosso cotidiano com ou sem a nossa ciência e permissão. Mesmo sendo uma discussão não tão recente e conhecida por todos, ainda não há um grande detalhamento nos argumentos para defesa da utilização dos alimentos geneticamente modificados. Existem estudos que relatam efeitos a curto e médio prazo dizendo que não existem grandes riscos para o ambiente e aqueles direta e indiretamente ligados a esse.

    Por envolver grandes investimentos e lucros com as pesquisas e seus resultados, muitos acreditam que informações importantes são omitidas. A abordagem descontextualizada apontada por Hugh Lacey talvez também seja uma manobra para fugir das verdadeiras consequências do uso dos transgênicos. Pois não são avaliadas concomitantemente a biotecnologia, sociedade e a ecologia para assim ter uma conclusão do impacto real dos transgênicos.

    Para aumentar a desconfiança autor nos mostra que há outros (bons)caminhos para solução da erradicação da fome ou acompanhar a demanda de alimentos para o crescimento da população mundial, se estes forem os problemas de fato a serem solucionados.

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  16. O texto “Há alternativas ao uso dos Transgênicos?” de Hugh Lacey me fez refletir sobre diversas questões.
    - monopólio da produção alimentar:
    O uso de transgênicos é praticado principalmente por grandes produtores de alimentos. No Brasil, se concentra na questão do agronegócio, e na produção de grãos em larga escala. São esses empresários que possuem dinheiro para investir na pesquisa e uso de sementes transgênicas e dominam extensos territórios. As plantações avançam e destróem os ecossistemas, o cerrado e a mata atlântica, ocasionando a perda da biodiversidade e tornam mais difícil a plantação na forma de agroecologia.
    O agronegócio recebe incentivos do governo, porém não traz muitos benefícios para a sociedade. A produção é em grande parte exportada e serve de matéria prima para a produção de combustíveis, e outros derivados. Portanto o argumento de que os alimentos transgênicos são a solução para a fome não é válido.
    - desperdício de alimentos:
    A soma do desperdício de alimentos que ocorre na produção, no transporte e até quando chega ao consumidor final é alta, e poderíamos relacionar com a ética. O desperdício é um mal e todos deveriam se esforçar ao máximo para evitá-lo. Porém, por diversos motivos isso não acontece.
    - prazer x dever:
    Aqueles que podem optar por quais alimentos irá comer poderiam ter a consciência de escolher alimentos de pequenos produtores locais, ou então por produtos orgânicos, ao invés de alimentos transgênicos, produzidos em larga escala. Porém, às vezes somos atraídos por alimentos nem tão saudáveis, às vezes queremos comer porcarias, como os salgadinhos industrializados, feitos de alimentos transgênicos e o fazemos pelo prazer de comê-los, sem pensar na sua procedência.
    Acredito que a proposta de Hugh Lacey no final do texto - que a pesquisa com transgênicos possa ajudar a resolver os problemas de pequenos fazendeiros nos países pobres - é difícil de ocorrer. De fato a pesquisa com transgênicos está fortemente associada ao monopólio do setor alimentício, que financia as pesquisas acadêmicas com trangênicos, com interesses sobretudo econômicos, visando aumentar a produção e o lucro. Sem o interesse econômico, não iriam investir em produção trasngênica.

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  17. A discussão sobre alimentos transgênicos é extensa. É dificil tentarmos classificar a produção e o estudo de alimentos modificados como moralmente aceito ou não. O grande ponto é que quando a ciência é feita apenas visando interesses economicos a ética passa longe. Pois a finalidade da ciência é justamente em pró da vida. O que nos foi mostrado é que hoje a pesquisa de transgenicos se associa muito mais ao interesse economico do que ao social e ambiemtal.

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  18. Não tenho uma opinião completamente formada acerca dos transgênicos, pois me faltam conhecimentos técnicos acerca dos riscos que eles podem apresentar no longo prazo. Nesse ponto acredito que a crítica do autor pode ser bastante válido, caso os cientistas realmente estejam negligenciando a pesquisa de possíveis riscos indiretos desse tipo de alimento. Isso seria, sem dúvida, imoral.

    Contudo, discordo de muitas coisas sugeridas por ele no texto. Pra mim é bastante claro que os transgênicos podem sim, assim como qualquer outra tecnologia que permita elevar a produtividade da agricultura, ajudar a reduzir a fome no mundo. A fórmula é simples: maior oferta de alimentos, menor preço. Menor preço, menos renda é necessária para consumir determinada quantidade de alimentos. Mais pessoas, portanto, têm acesso a eles. E não vejo como a agroecologia poderia superar a agroindústria e os transgênicos em termos de produtividade. O fato é que a implementação de tecnologias modernas e o aumento da escala na agricultura nas últimas décadas levou a grandes ganhos de produtividade e queda dos custos de produção. Não fosse isso, a produção seria menor, o preço dos alimentos maior e muitas pessoas que hoje tem condições de adquirir alimentos não teriam, resultando em um maior nível de fome. E acredito que a constatação desse fato pela comunidade científica ajuda a explicar o desinteresse dela em pesquisas acerca de alternativas(no caso da agroecologia, pouco inovadoras) aos transgênicos.

    E quanto à questão econômica, o interesse nos transgênicos reflete não só o interesse da agroindústria por lucros, mas do mercado consumidor como um todo, que demanda alimentos melhores, em maior quantidade e mais baratos, independente de serem produzidos em um grande latifúndio ou em uma pequena propriedade rural. Mesmo porque se não houvesse tal demanda, se não houvesse interesse da sociedade como um todo, os transgênicos não seriam vistos como fonte de lucros.

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  19. Hugh Lacey foca sua abordagem nas alternativas ao uso de transgênicos, e sua implantação, assim como os tipos de pesquisa cientifica que podem esclarecê-las.
    Sua maior critica é ao tipo de pesquisa que dá origem ao transgênico, pois são descontextualizadas investigando apenas as características que desejam dessas culturas dissociando do contexto humano, social e ecológico.
    Em minha opinião a agroecologia por ultrapassar os limites da ciência tratando questões de relações sociais de produção, qualidade de vida e sustentabilidade deve ser considerada como alternativa e até mesmo como prioridade para produção de alimentos. Como mostra o texto argumentos que levantaram-se contrário as alternativas são irrelevante.
    A ciência não pesquisa o potencial da agroecologia, por isso são muitas as questões que não podem ser respondidas colocando em dúvida a sua importância.

    Cristina Gomes Firmino

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  20. Após a base que tivemos na disciplina considero salutar considerarmos a visão utilitarista como a melhor neste tipo de caso. Como já citado em outros comentários de meus colegas considero o problema da fome o principal componente dessa discussão e hoje não vejo muitas saídas plausíveis senão a utilização de alimentos transgênicos. Devemos sim, considerar os riscos provenientes destas ações, porém o consenso atual (e que pode mudar nos próximos anos) é de que a simples supressão desse tipo de cultivo pode ter efeito devastador de imediato na base de alimentação da humanidade e por isso, através de políticas e da ciência devemos tentar cercear de certa maneira a correta utilização dessas políticas. Vale relembrar que as pessoas hoje podem decidir se comem alimentos transgênicos ou orgânicos desde que aceitem o prejuízo econômico do mesmo (considerando as populações com recursos financeiros, como o mundo Ocidental, em si, e mais outras partes do mundo).

    Sobre o abuso econômico que existe de grandes corporações devemos analisar primeiramente o fato de que o capitalismo e o liberalismo econômico atualmente regem nossas regras em relação à produção de alimentos, portanto, diagnosticado tal possibilidade de melhoria, com calma e através da ciência e da democracia, podemos talvez caminhar para um controle dos meios de cultivo e distribuição racional e fracionada, o que neste caso viria a ser uma socialização desta produção (quase que um comunismo).

    Não considero o texto conclusivo, pelo contrário, apenas um ponto de vista que não nos diz muito sobre as reais consequências da alimentação de transgênicos.

    Sobre a sustentabilidade, este é um tema relativamente novo, e que sim é um obstáculo para nossas gerações resolverem. Porém tenho confiança na ciência e acredito que em pouco tempo criaremos através do próprio utilitarismo mecanismos que garantam o progresso econômico e social da humanidade. Como uma vez citou o ex-premier britânico Tony Blair, “O progresso existe!” e baseado nestes mesmos princípios regidos pela ciência, encontraremos soluções com o passar dos anos a diversas consequências que nós mesmos causamos.

    Como parte do conceito de sustentabilidade, vemos no tema da preservação (ambiental) outro aspecto muito recente nos limites da atuação do homem no planeta e sou positivista também neste ponto.

    Sobre o Multiculturalismo, faço ressalvas em relação a comportamentos de grupos ainda remanescentes nas sociedades mundo afora. Vejo com muito cuidado decisões tomadas basicamente em sentido religioso, buscando atentar principalmente em meu “PAPER” sobre o caráter perigoso que o simples defender a pluralidade pode nos causar.

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  21. Não possuo conhecimentos técnicos específicos para determinar se existe mesmo a falácia no caso dos estudos dos cientistas, porém podemos determinar que a atitude de não considerar os riscos indiretos é imoral e tendencioso.
    Como citado pela nossa colega de classe Larissa, vemos um grande monopólio das industrias no que diz respeito a direcionamento e desenvolvimento das tecnologias. A posição de financiadores do desenvolvimento tecnológico condiciona este desenvolvimento as vontades e intenções mercadológicas capazes de gerar o descaso e até mesmo a falácia científica na apresentação de resultados de pesquisas. Vemos por exemplo a bancada que defende o transgênico utilizando como argumento o falta da produção de alimentos, e ao mesmo tempo presenciamos a péssima distribuição dos mesmos.
    Não devemos nos indagar sobre qual seria o melhor método para a prevenção da escassez de alimentos e sim em como desenvolveríamos a alternativa correta para este problema de modo a não se basear em provas e teorias cientificas pífias, ou que sejamos enganados para que determinado interesse de produção seja predominante. A questão é até a onde a moralidade está para o lucro, até onde o avanço da humanidade possui um IDEAL MORAL maior ou o simples objetivo do mercado.

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  22. A pesquisa científica e a busca da sustentabilidade utilizando os recursos naturais de forma consciente é um debate novo na qual o seu estudo se aprofunda a medida dos casos de catástrofes naturais ocorridos nos últimos anos e a solução de problemas que afligem o ser humano a séculos. Hugh Lacey deixa claro como a ciência pode encaminhar caso não haja uma discussão sobre o tema, e como deve ser tratada a ciência, uma arma perigosa quando utilizada de forma incorreta, seja ela por motivos políticos, auto satisfação de grupos restritos ou mesmo para o acumulo de capital, este ultimo deixado claro na dissertação de Hugh Lacey sobre os transgênicos.
    Com isso a cobrança da sociedade que deve ser informada e conscientizada por cientistas éticos a respeito da pesquisa científica é fundamental para que não se chegue a uma ciência que valorize o capital e ao ego das companhias e alguns grupos de cientistas.

    Ricardo Seiti Kinoshita (rkinoshitaufabc@gmail.com)

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  23. João Lucas Moreira Pires23 de junho de 2013 às 20:42

    “O que vem a ser alimento para um é veneno para o outro.”
    Paracelso
    Acredito que grandes pensadores sempre tem algo relevante a dizer e enxergamos isso acima. Sobre o texto focarei da ideia de ciência que é mostrada por Hugh Lacey no texto e também na definição de Heidegger que entende como “a ciência é a teoria do real” (2009, p. 40; 2008, p. 41). E ai, surge a seguinte questão: o que significa real ? novamente remetemos ao livro do mesmo e vemos que O real na ciência moderna é entendido como “o que se pode calcular de antemão, antecipadamente, o que pode ser medido”, assim vemos que a ciência se torna uma nova “seita”. E usando agora o texto do Hugh Lacey, uma “seita” a serviço de quem, qual a verdade por trás dessas ciências que no hoje surgem como grandes respostas, A solução para acabar com a fome no mundo foi descoberta: Alimentos Transgênicos. “Os porta-vozes das instituições cientificas e agroindustriais, insistem, que os transgênicos são necessários para alimentar o mundo nas próximas décadas e, sobretudo, exigidos em caráter de urgência nas regiões mais pobres, onde as condições agrícolas foram devastadas”. Novamente grades autores sempre consistem em ter grandes ideias e a definição de Marx sobre a história da sociedade se encaixa bem a nossa análise, a ciência é financiada, a grande briga do mundo é a briga de classes, então em uma linha lógica conseguimos enxergar a quem a ciência está servindo. Uma frase específica sobre o subproduto da ciência que é a mercadoria, dita por Marx, faz-se valer também com o uso da noção de ciência moderna “A primeira vista, a mercadoria parece uma coisa simples, trivial, evidente, porém, analisando-a, vê-se complicada, dotada de sutilezas metafísicas e discussões teológicas.”

    O Capital, Karl Marx

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  24. Lacey, a principio, cita a descontextualizarão das pesquisas cientificas que dão base aos que defendem o uso dos transgênicos. Essa descontextualização se da, pois a metodologia dessas pesquisas, não leva em consideração fatores como contexto humano, social e ecológico, focando somente em aspectos de seus componentes, processos, interações e estruturas subjacentes. Portanto, no centro das discussões sobre o uso dos transgênicos, não há pesquisas cientificas que sustentem satisfatoriamente seu uso da maneira como é dado atualmente, ou seja, sem uma discussão efetivamente cientifica sobre suas consequências de forma contextualizada, e sobre alternativas, além da transgênica, que visem à produção agrícola.
    O autor também cita que os riscos associados ao uso dos transgênicos são mal mensurados. Em suas pesquisas descontextualizadas, o uso dos transgênicos é considerado apenas em seus afeitos de curto prazo, desconsiderando aspectos de longo prazo como a monitoração sistemática dos efeitos acumulativos potenciais, sobre a saúde e o meio ambiente, do cultivo e do consumo de transgênicos. Somam-se a isso os riscos indiretos potenciais, no âmbito socioeconômico e ambiental, como o risco à disseminação de monoculturas transgênicas á outras espécies e á ameaça á segurança do mundo resultantes de um cenário onde corporações privadas controlem de forma ainda mais ampla os recursos mundiais de alimentos e sementes.
    Como alternativa viável a substituição ao uso dos transgênicos, o autor defende principalmente a Agroecologia, que eh classificada como “A agroecologia é considerada uma disciplina científica que transcende os limites da própria ciência, ao pretender incorporar questões não tratadas pela ciência clássica (relações sociais de produção, equidade, segurança alimentar, produção para auto consumo, qualidade de vida, sustentabilidade).”
    Essa abordagem se destaca por levam em conta metodologias que: (a) produzam gêneros alimentícios nutritivos, ambientalmente sustentáveis, que protejam a biodiversidade e fortaleçam as comunidades locais; (b) estejam mais em sintonia com as aspirações das comunidades rurais e as variações regionais e culturais; (c) sejam capazes de desempenhar um papel integral na produção dos alimentos necessários para abastecer a crescente população mundial; e (d) sejam particularmente apropriados para garantir que as populações rurais dos países “em desenvolvimento” recebam alimentos e nutrientes suficientes, de forma que, sem a sua consolidação, é provável que os padrões atuais de fome persistam. O autor ainda afirma que plantações voltadas a agroecologia têm prosperado mesmo com poucos investimentos, e tem se dado em maioria por comunidades, cooperativas e organizações de agricultores. Salienta também que este modelo tem sido visto com entusiasmo por pesquisadores da EMBRAPA.
    Por fim, após analisar todo o escopo do texto, tenho a opinião de que a politica agrícola publica tem que buscar embasar-se em pesquisas cientifica que contextualizem aspectos sociais, humanos e ambientais/ecológicos. Modelos como a Agroecologia, que apresentaram efeitos significativamente positivos, precisam ser incentivados a fim de buscar alternativas mais viáveis de agricultura sustentável em longo prazo. E também, incentivar pesquisas contextualizadas sobre o uso dos transgênicos, a fim de compreender melhor a questão que os cerca. Podemos classificar, portanto, como imoral o uso dos transgênicos, no modo como hoje é concebido. Tendo em vista principalmente a deficiente mensuração de seus riscos social, econômico e ambiental. Tudo isso ao mesmo tempo em que se tem conhecimento de alternativas como a agroecologia, que cientificamente se mostraram mais sustentáveis e inclusivistas.

    Victor Gurrutia de Castro - 11118511
    victor.ufabc@gmail.com

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  25. Numa época em que as possibilidades trazidas pela ciência avançam enormemente, junto à uma diminuição dos investimentos neste mesmo desenvolvimento, unido à única preocupação com o capital e o bem estar da economia, fica claro que a posição humanidade fica ultrapassada pela capacidade desta de movimentar sua própria economia.
    Dentro deste contexto, é esperado que por evitar investimentos excessivos que comprometam o lucro, corte de custo, até mesmo pelos procedimentos da própria execução científica, entre outros fatores, se elimine do processo partes da investigação que deveriam ser consideradas cruciais, mas que acabam sendo substituídas por discursos “científicos” que são aceitos por muitos e tomados com desconfiança por muitos outros. Isso porquê o caráter quase “religioso” que a ciência adquiriu na modernidade trouxe a possibilidade de entre outras situação, a manipulação da informação fosse feita em favor dos interesses de quem está no poder, seja econômico, científico ou politico, ou combinações destes.
    Assim em benefício do capital, as pesquisas sobre os efeitos a longo prazo da inserção de seres manipulados geneticamente na natureza, o consumo destes, entre outras pesquisas que demandariam tempo e recursos para trazer as respostas verdadeiramente necessárias ao processo de produção, distribuição e consumo destes alimentos, não são feitas. Elas são substituídas pelos discursos mencionados anteriormente e enquanto a força econômica for suficiente para empurrar este tipo de produto sociedade a fora, a situação permanecerá inalterada.
    Thomas Malthus projetou, por volta de 1798, uma teoria populacional onde a população mundial cresceria em progressão geométrica, enquanto a capacidade de produção de alimentos cresceria em progressão aritmética. Se suas predições estivessem corretas, o efeito da falta de alimentos dizimaria a população mundial de forma catastrófica. Mas uma situação ainda pior se pôs no desenvolvimento do modelo econômico da sociedade contemporânea. A tecnologia avançada que dispomos, nos permitiu não somente desenvolver enormemente a produção alimentícia, como permite que os países desperdicem anualmente uma quantidade de alimentos que poderia servir o mundo todo, onde existem milhões de pessoas sem acesso decente à alimentação essencial à sua sobrevivência.
    Muito se discute sobre a ética de se manipular os seres vivos, trazendo mudanças artificiais, os cientistas tentam de toda forma justificar o consumo dos alimentos transgênicos ao redor do mundo como sem problemas. Mas todo esse cenário é de uma anti-ética estrondosa, visto que os interesses econômicos são colocados à frente de toda população que não tem acesso ao básico da subsistência e da sobrevivência digna, visto que a distribuição de renda e as condições mínimas exigidas até mesmo pelos conselhos mundiais de direitos humanos, pela ONU ou por quaisquer aglomerados que existam, não são minimamente atendidas, ao contrário, essa parte da população que não participa da movimentação econômica, se torna invisível.
    Certamente os efeitos da produção, distribuição e consumo de transgênicos devem ser debatidos e pesquisados, a fim de trazer a realidade do cenário a que estamos expostos. Mas a prioridade dos debates, deve se focar no mínimo fornecimento de condições dignas de sobrevivências às populações que nem ao menos sabem da existência de transgênicos.

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  26. A questão moral com os transgênicos reside na irresponsabilidade diante desse tipo de pesquisa de modificação genética de alimentos. A modificação genética dos alimentos ainda não possui pesquisas e comprovações sobre os efeitos que podem causar na saúde humana, além de como o autor afirma, os defensores descontextualizam os impactos sociais e ambientais da modificação genética de alimentos, apenas enfatizando como a única maneira de produção de alimentos em grande escala que acabariam com os problemas de falta de alimentos e fornecimento de alimentos aos que mais necessitam.
    A imoralidade do uso e defesa dos transgênicos reside no fato de que ao desconsiderar as implicações sociais e ambientais de tal prática, em prol de defender uma atividade rentável economicamente que beneficiaria apenas os produtores e envolvidos diretamente nessa atividade, prejudica-se dezenas de pessoas e pode causar mais ônus do que bônus. O utilitarismo baseia essa crítica a moralidade da ação na medida em que no calculo das implicações e consequências dessa ação, ao descontextualiza-la, desconsidera levianamente as implicações sabidas e existentes dessa prática de produção de alimentos, para justifica-la. Provas que corroboram o fato de que se ignoram outras alternativas na produção de alimentos, está no fato da existência da agroecologia exposta pelo autor como alternativa, que produz menos prejuízos a natureza, além de incentivar a economia familiar e desenvolvimento local.

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  27. Embora o artigo de Hugh Lacey apresente a questão dos transgênicos e seu intenso debate, é difícil formar uma opinião baseado apenas em um artigo, uma vez que existem diversos aspectos a serem considerados.

    Creio que o artigo pode ser visto sob dois aspectos correlacionados, o primeiro sendo a moralidade dos transgênicos e o segundo, a moralidade da ciência.

    Primeiramente, podemos analisar até que ponto seria moral a plantação, o uso e a comercialização de alimentos geneticamente modificados. Não penso que por ser uma modificação genética e ter sido produzido em laboratórios pelo ser humano seja algo imoral, até porque não teria motivos para isso, mas o fato de que possa fazer mal ao consumidor, gerar pobreza para pequenos produtores e a negligencia de pesquisa dos grandes produtores é, para mim, uma atitude imoral. É não se importar com o próximo e visar o lucro, a ganancia, nas custas de outras pessoas. Como explicitado no texto, existem outras alternativas que não são abordadas pelos defensores dos transgênicos (geralmente associados às grandes empresas), uma vez que estas não gerariam o lucro que os transgênicos proporcionariam. Existe uma série de fatores que podem ser associados a isso, não apenas geraria o lucro das grandes corporativas, mas também acabaria com pequenos agricultores, levando mais pessoas à miséria, sem contar que a plantação de transgênicos aumentaria a produção sim, mas esses alimentos seriam distribuídos para áreas pobres, justificando assim o argumento de diminuir a fome no mundo? O problema aí está na distribuição de renda, não na quantidade de alimento.

    Foi abordado em outros comentários que a ciência poderia ser considerada imoral, pelo lado obscuro que pode assumir em certas situações, mas penso, novamente, que o problema são as pessoas por trás disso, e não a ciência em si. Descontextualizar uma pesquisa, mostrando apenas um lado e não as alternativas, pode sim ser considerado imoral, junto com o fato de alguém aceitar fazer uma pesquisa enviesada para o benefício de um pequeno grupo ao invés de algo que pudesse beneficiar um maior número de pessoas. O problema é a utilização, não a ciência por si só.

    Mais a fundo existe também o problema do meio ambiente, cada vez mais degradado. Seria o uso dos transgênicos uma alternativa sustentável? Por não saber a fundo sobre esse aspecto, não prosseguirei, mas penso ser um tópico igualmente importante para discussão, dado que uma ação que destrua o meio ambiente, prejudicando gerações futuras, seja também imoral.

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  28. Após ler o texto “Há alternativas ao uso dos trangênicos?” podemos analisar o conteúdo de duas formas: primeiro a abordagem relacionada aos trangênicos seguida por uma analise baseada em formas alternativas que poderiam competir e, talvez, superar os trangênicos.
    O tema para essa análise é bem abrangente e podemos esclarecer alguns problemas, primeiramente a produtividade. Acredito que após ler o texto, pude perceber que a maior vantagem dos trangênicos é a quantidade de produtos que são produzidos em pouco tempo e com uma “qualidade” sempre comprovada, já que suas sementes são mudadas genéticamente para que sigam sempre o mesmo padrão “não-natural”. Como é falado no texto, o problema central da fome no mundo não é o quanto é produzido, mas sim quando custa para que todos possam ter uma alimentação balanceada e saudável todos os dias, nesse caso, os trangênicos ocupam uma grande parte da produção de alimentos pois competem frente a frente com fazendas famíliares nas quais sua produção não é tão elevada e pode não ser tão barata quanto a em maior escala.
    Olhando para a sustentabilidade, podemos perceber que sua idéia principal é economizar recursos para obter os mesmos resultados, sem agredir a natureza. Os trangênicos são considerados ‘não-naturais’, pois fazem o grande uso de produtos químicos, que são injetados nas sementes para que suportem pragas, e assim contaminam o solo, já que suas raizes transferem estes mesmos produtos diretamente na terra. Sendo assim, os trangênicos são não produtos que podem ser considerados sustentaveis, já que agridem diretamente a natureza e, talvez no futuro pesquisas descubram qual o nível de contaminação causada em quem ingere os alimentos.
    Para concluir, acredito que os produtos trangênicos são bons no sentido de produzir alimentos em larga escala, de forma que quem os produza não corra o risco de perder suas plantações, porém acredito que moralmente, os alimentos trangênicos não fazem seu papel por completo. A partir do momento que ele tem como principal ideal o baixo custo contra a alta rentabilidade para que possa assim suprir a defasagem que ocorre com as plantações “normais”, e fazemos o mesmo sem saber totalmente seus efeitos, estamos criando uma falta de escolha para as futuras sociedades, que talvez tenham o privilégio de, partindo de pesquisas concretas e completas, saberem o real efeito dos trangênicos.

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  29. Sempre houve muita controvérsia sobre os transgênicos, inúmeras questões rodeiam esse assunto como: são eles benéficos para a saúde, são legítimos, afetam o meio ambiente, conseguem suprir as demandas de alimentação de toda população, existem riscos na sua utilização, entre outras.
    Porém não há como decidir se seu uso é imoral ou moral, pois por mais que se pesquise não há como chegar a uma conclusão concreta. Eu vejo como uma batalha, os dois lados sempre são muito bem definidos, então como é possível chegar a uma conclusão se as informações que estão disponíveis são extremamente polarizadas?!
    De um lado são as grandes corporações que financiam pesquisas nas quais seus resultados somente querem atender a seus interesses particulares. As pesquisas tendem a se desvincular dos contextos sociais, ambientais e humanos, os quais deveriam ser levados em consideração, já que podem ser afetados diretamente pelo uso dos transgênicos.
    Porém os transgênicos são vistos como mercadoria, o que os leva a somente se preocupar com o curto prazo, ou seja, o imediato de como essa nova tecnologia irá afetar a sociedade. Esse quadro demonstra como as instituições comerciais são mais fortes que as instituições científicas, pois estas últimas tendem a desenvolver suas pesquisas não mostrando alternativas que possam ser melhores, até mesmo que promovam uma maior sustentabilidade, benefícios, produtividade e satisfação.
    Já do outro lado da batalha estão uma parte da sociedade e os ambientalistas, os quais se declaram contra os transgênicos, porém quando comparado o poder entre os dois lados podemos verificar uma desvantagem neste. Porém eles ainda possuem força para se manter ativo na contestação do uso dos transgênicos, não deixando as instituições corporativas ditarem regras como bem entendem no mundo atual. Cabe a sociedade buscar informações (que possuam um potencial neutralidade) para formar sua opinião sobre a moralidade ou não dos transgênicos.

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  30. O texto do Hugh Lacey nos revela Pesquisas com transgênicos: descontextualizaram – desassociando dos contextos humanos, social e ecológico.Defende que eles não são somente objetos biológicos, mas também socioeconômicos.

    Adverte riscos: biológico e econômico. Pesquisas que conseguem somente avaliar riscos de curto prazo, e não tem pensado por exemplo, na ameaça a biodiversidade a longo prazo, selecionando os melhores "genes" e desconsiderando os demais.

    Percebi durante o texto, como o autor revela a visão irreal da tecnociência como se houvesse “uma fonte de inovações, de valor e poder insuperáveis, que aumenta o bem-estar humano e soluciona problemas, [...]tenham valor social generalizado,não estando apenas a serviço de interesses particulares, de forma que a sua implantação normalmente é justificável em termos éticos e sociais” - trecho do texto.

    Como alternativas menciona a agroecologia – que considera equidade, segurança alimentar e sustentabilidade. Faz o paralelo entre a diferença entre adotar-se a economia baseada em transgênicos e a agroecologia - e percebo aquilo que discutimos na disciplina Ciência, Tecnologia e Sociedade, é falso o pensamento linear de que quanto maior progresso científico maior a possibilidade de solução de problemas de caráter econômico e social como a fome.

    Segundo o autor: “Os transgênicos,insistem,são necessários para alimentar o mundo nas próximas décadas e, sobretudo, exigidos em caráter de urgência nas regiões mais pobres, onde as condições agrícolas foram devastadas.”

    Sendo assim, a solução é: distribuição de renda e não produção de alimento. Por fim, o autor argumenta que a politica agrícola pública: precisa de alianças entre setor público e privado que garanta valores que não deixe de considerar os efeitos de longo prazo, considerando o biológicos, humano e social.

    Morei até minha adolescência em um bairro em que havia a empresa Monsanto, a detentora de grande parte do potencial científico a respeito dos transgênicos.Na época não tinha um pensamento crítico a respeito de suas ações. Hoje eu compreendo que devido ao seu potencial cientifico a mesmo pouco contribui para o desenvolvimento do meu bairro e do município.

    Talvez, porque seu pensamento é de fato econômico e destituído de incentivo de desenvolvimento social e sustentável. Infelizmente, percebo que é necessário um pensamento crítico a respeito do desenvolvimento tecnológico, levando-se sim, em conta a sociedade e a ciência envolvida. Creio que isso só se dá se o poder público ou as próprias empresas privadas tiverem consciência social.

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  31. A partir da leitura do texto, em um primeiro momento me chamou a atenção o fato do autor expor como a ciência pode ser manipulada simplesmente negligenciando pontos importantes da pesquisa científica só para atender certos objetivos ou resultados favoráveis. No caso dos transgênicos, fica claro pelo texto que seu desenvolvimento tem por trás muito mais o interesse de grandes corporações do que a preocupação em ampliar a oferta de alimentos no mundo, isso porque, a produção atual já tem potencial para suprir toda a demanda mundial, o que não existe, no caso, são meios para que esse alimento chegue a todos e neste ponto os transgênicos não parecem ser a solução ideal. O autor aponta pra isso novas formas de cultivo agrícola que levem em consideração os contextos sociais e econômicos (ex: agroecologia) envolvidos para que tais problemas sejam sanados. É nesse ponto que o debate ético ganha peso, será que os transgênicos, que nem tiveram toda sua pesquisa referente a futuros danos concluída deveriam ser implementados sendo que existem outras soluções menos arriscadas e mais funcionais ? Isso tudo sabendo que não será a solução para o problema. Não considero os transgênicos tão preocupantes como o autor expôs, para alguns pode ser mais vantajoso seu uso enquanto que para outros pode representar um problema, transgênicos é mais uma ferramenta a disposição do produtor, basta que todos os riscos sejam avaliados antes de coloca-los em pratica e que haja forte regulamentação para que todos tenham acesso e não se agrave o problema da monopolização da produção.

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  32. Os transgênicos são sustentados por uma forte industria, de grande importância econômica no Brasil e no mundo a Monsanto, que produz sementes geneticamente modificadas, que se adaptam melhor as monoculturas e as maquinas de colheita. Devido as patentes, o agricultor deve a cada safra comprar uma nova remessa de sementes, sendo proibido de cultivar novas sementes, e pagando valores maiores devido a patente.
    Desta forma fica evidente que os transgênicos, não foram criados para acabar com a fome mundial, ou para serem acessíveis a todos, mas sim para sustentar grandes empresas com poderes econômicos cada vez maiores. Alem dos malefícios ao meio ambiente e a saúde dos consumidores e moradores ao redor das plantações, há pouca pesquisa por falta de investimento na área, devido ao poderio das grandes empresas agro agricultoras.
    Existem outras formas eficientes de plantação e colheita, como por exemplo a agroecologia, citada no texto de Hugh Lacey, a qual não utiliza a monocultura que é inapropriada ao solo, é sustentável por possibilitar a rotatividade de plantio, pode ser realizada por pequenas cooperativas e não agride o meio ambiente, por não necessitar de pesticidas. De maneira a possibilitar maior acessibilidade ao plantio de alimentos por famílias e regiões pobres.
    Se a intervenção Estatal e as grandes empresas, agisse com ética, ou levasse em conta a conduta moral, deveriam sobrar investimentos em formas alternativas de plantio de alimentos destinados a acabar com a fome mundial. Mas na realidade as empresas estão preocupas em alimentar o gado e em maximizar os lucros, mesmo que isso vá de encontro com a fome mundial, prejudique o meio ambiente e a distribuição de alimentos já produzidos.
    Na forma de economia em que vivemos, só tem direito, acesso a água e comida aquele que pode pagar por ela, mesmo que a produção mundial de alimentos seja suficiente para alimentar toda a humanidade e ainda sobre, pois não há quem pague pelo seu transporte até as regiões mais pobres.

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  33. Jessica Mayumi Tomigawa24 de junho de 2013 às 21:30

    O artigo de Hugh Lacey questiona o uso de transgênicos, questão muito debatida e ainda analisa algumas alternativas, como a agroecologia. Os investimentos, respaldo tecnológico e de grandes empresas residem apenas nos transgênicos, enquanto as pesquisas que buscam alternativas não possuem esse tipo de verba , apoio e divulgação.

    A imoralidade consiste na não preocupação com efeitos colaterais em longo prazo ou até na omissão de resultados com pesquisas alternativas. Isso pode ocorrer devido a interesses externos e econômicos, por exemplo. Essa atitude, então, seria egoísta e, portanto, imoral.

    Uma atitude ética, moral e perfeita seria o estudo do impacto econômico, social e as consequências para saúde, natureza que os transgênicos causariam. Somente um estudo completo para sabermos com o que estamos lidando. E não apenas estudos exaltando seus benefícios para comunidades mais pobres e para o futuro. Uma atitude moral ainda estudaria os prós e contras dos transgênicos e de outras linhas de pesquisa, pois assim, a melhor solução para o problema surgiria.

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  34. É interessante notar como a ética é flutuante. Geralmente, temos a impressão de que ela limita-se – ou abriga em sua essência – temas considerados como “tabus” na sociedade, tais como os debatidos no último tema. Entretanto, fica claro como a ética verdadeiramente abarca e desdobra-se para todas as áreas onde há interferência e produção humana, tais como a científica por exemplo – tão debatida no contexto da epistemologia da ciência (filosofia da ciência) e na bioética também, entretanto muitas vezes negligenciada na filosofia “tradicional”.


    Dessa forma, podemos questionar sobre o tema em pauta, recentemente posto em cheque pelo professor emérito de filosofia Hugh Lacey: será a produção de alimentos transgênicos uma atividade moral? Quais seriam as principais consequências que a colocam tão fortemente em debate em especial na comunidade científica, e quais seriam os motivos que justificam sua prática, fornecendo suporte aos argumentos de seus defensores?


    De início, a principal crítica que geralmente se faz aos defensores dos alimentos transgênicos é a dos possíveis danos ambientais (riscos ao meio ambiente) e também sociais (riscos à saúde humana também, dentre outros fatores, tais como o prejuízo às demais culturas agrícolas bem como a dominação do setor por parte das corporações transgênicas) que sua produção pode gerar, considerando o domínio espacial que as empresas deste ramo realizam e também a verdadeira necessidade de tal prática, no sentido de sua legitimidade. Será que realmente há falta de alimentos no mundo – assim como carência nutricional – que leve à necessidade da transformação genética dos alimentos? Segundo seus críticos, não. E, além disso, segundo estes ainda haveria outros questionamentos que anulariam sua justificação: as empresas e cientistas financiadores dos transgênicos estariam primordialmente interessados nos aspectos econômicos, financeiros – lucrativos –, políticos e de poder envolvidos com esta indústria; ao invés de verdadeiramente engajados com a causa da qualidade e quantidade alimentícia no mundo. E é notável que este argumento aplica-se não somente à prática das transformações transgênicas, mas estende-se à todas as demais práticas da ciência que de alguma forma envolvem uma indústria de tecnologias altamente lucrativas, as quais prejudicam indiretamente (ou mesmo diretamente) o desenvolvimento de soluções para os verdadeiros problemas das populações, quando os negligenciam.


    Então os críticos da produção de alimentos transgênicos – como nos explica Hugh Lacey -, usualmente defendem que existem outras formas alternativas de produção agrária, as quais seriam bem menos prejudiciais ao ambiente e aos atores envolvidos na prática e no aproveitamento de seus produtos.


    Embora eles admitam que a biotecnologia seja uma área que tem desempenhado papel importante nos investimentos em pesquisa e consequentemente na manutenção da atividade científica – e desenvolvimento econômico – em geral, a principal crítica jaz na questão da necessidade de se considerar os aspectos humano-ecológicos desta indústria. Os críticos alegam que realmente toda investigação científica deva ser oriunda de investigações sistemáticas, que respeitam métodos e que são apropriadas, mas que no entanto deva primordialmente levar em conta os contextos social e sócio-ecológico da produção e distribuição dos produtos agrícolas. Todavia, o que verifica-se atualmente é exatamente o oposto: as pesquisas que deram origem ao desenvolvimento dos transgênicos na realidade são descontextualizadas, ou seja, investigam as características que se desejam dessas culturas agrícolas, suas bases genéticas e as condições químicas e biológicas das quais dependem, utilizando estratégias comuns às pesquisas da biologia molecular e da biotecnologia.


    (continua)

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    1. E é justamente nesse ponto que questionamos: na realidade, os transgênicos não são domínio somente da bioquímica e biotecnologia, mas representam mercadorias nas quais existem patentes de direitos de propriedade intelectual, o que naturalmente representa disputa econômica e lucrativa. Dessa forma, quando somente os fatores biológicos, econômicos e políticos são considerados, usualmente o resultado é que a análise e a “pesagem” dos reais benefícios, riscos/prejuízos e as possíveis alternativas (tão defendidas pelos críticos) tornam-se obscuras e, consequentemente, dificultam o vislumbre de novas perspectivas para o agronegócio e agricultura familiar.


      É nesse sentido que age o positivismo lógico: o conhecimento “descontextualizado” seria somente defensor da ciência triunfalista, ou seja, da ciência produtora de conhecimentos absolutamente verdadeiros e objetivos quando métodos específicos são seguidos; a ciência seria não-falha, perfeitamente capaz de conhecer e compreender todos os fenômenos; quando, na realidade, o que tem mostrado-se é que muitos conhecimentos científicos produzidos são aptos a questionamentos e têm sido constantemente substituídos, demonstrando a evidente descontinuidade da ciência. Inclusive, aqueles que se opõem a tal forma de produção científica são muitas vezes considerados como “opositores ao desenvolvimento científico”.


      Dessa forma, as instituições científicas e agroindustriais insistem constantemente em que não é possível que formas alternativas de produção alimentícia sejam desenvolvidas, não com a mesma eficiência; forjando meios para que as condições necessárias para que as formas alternativas prosperem sejam solapadas, devido aos interesses político, econômicos e acadêmicos envolvidos nas operações da indústria transgênica.


      Entretanto, seus críticos (como o Professor Hugh Lacey) têm tentado propor formas alternativas de produção que sejam na mesma medida nutricionais, mas sustentáveis, respeitadoras das comunidades locais envolvidas na produção e suficientemente capazes de suprir as necessidades globais por alimento – ou seja, que considerem os aspectos sociais e ambientais da produção agrícola, assim como a equidade na produção, a qualidade de vida e a diminuição dos riscos eminentes à saúde humana e do ecossistema. O principal expoente representante dos estudos destas formas alternativas, proposto pelo Professor Hugh Lacey, é a agroecologia. E, além disso, críticos como o Professor citado não são paradigmáticos a ponto de defender a prática de somente as formas alternativas, mas ao contrário, são flexíveis e propõem o oposto: “quais combinações e variações poderiam ser sustentáveis e suficientemente produtivas quando acompanhadas de métodos de distribuição viáveis para atender às necessidades de alimentos e nutrientes da população mundial em um futuro previsível?”.


      Frente aos questionamentos de ambas as opiniões opostas da prática transgênica, podemos como alunos de ética – e também filosofia da ciência – nos perguntar: o que Kant, por exemplo, pensaria dos alimentos transgênicos? E Mill? E Wittgenstein? Enfim, eu acredito que segundo a teoria do “dever” como imperativo categórico kantiano, tal prática poderia ser justificada quando tomada como crucial e questão valorativa para um indivíduo. Mill, por sua vez, poderia pensar ao contrário, ou mesmo defender a prática: dependendo da possível análise da essência da “felicidade geral” produzida por tal prática. Ela beneficiaria realmente a todos os famintos? Ou seria somente uma prática lucrativa por corporações, causadora então de prazeres inferiores e somente destinados à uma minoria?


      Wittgenstein, por sua vez, acredito eu que ficaria indeciso quanto às consequências desta prática: boas ou ruins? O que seria a definição de “bom” ou “ruim”? Será a mesma para mim, como é para você? Enfim, a relatividade e subjetividade da questão ética aplicada aos alimentos transgênicos continuaria flutuando no ar.


      (continua)

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    2. Por fim, eu emito minha opinião. Com base na análise dos argumentos do Professor Hugh Lacey e dos estudos prévios dos pensamentos de alguns filósofos, eu acredito que na realidade a grande essência da “coisa” seja realmente seus fins lucrativos, políticos e de poder, assim como é a produção de tantas inúmeras tecnologias mundialmente, bem como das políticas públicas, para citar a área de humanas. Isso porque sou em certa medida influenciada pela teoria “nietscheana” e não acredito na bondade das ações humanas (diferentemente do pensamento humeano), em especial quando existem relações de poder envolvidas. Logo, também vislumbro um problema quanto à intensa mecanização e artificialização das coisas, portanto acredito que o investimento em formas de produção alimentícia – bem como energéticas, por exemplo – de maneira sustentável e menos agressora ao meio ambiente e aos seres humanos (biológica ou economicamente) deveriam ser mais estimulados e sendo assim torço para que um dia sejam capazes de vencer as relações de interesses e poder instituídas nos sistemas das mais diversas práticas espalhadas globalmente.


      kamila.star.p@hotmail.com

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  35. Com o ritmo acelerado de crescimento populacional há grandes chances de que no futuro faltem alimentos para todos, assim os cientistas criaram os alimentos transgênicos, alimentos que são geneticamente modificados para resistirem a pragas, insetos e outros problemas que encontramos nos alimentos naturais.
    Contudo como podemos ver no texto de Hugh Lacey existe uma grande dúvida se esses alimentos são bons ou não para a sociedade. As pesquisas científicas garantem que os riscos deles são poucos comparados aos benefícios, mas encontramos os riscos ambientais que podem prejudicar os solos e econômicos que afetam os pequenos produtores de alimentos, esses problemas eles não mostram nas suas pesquisas.
    Hugh Lacey diz em seu texto que existem outras formas de suprirmos essa falta de alimentos substituindo a produção de transgênicos, mas os produtores dos transgênicos garantem que outra forma não será tão eficaz.
    A causa da imoralidade desse tema esta em conter problemas nessa pesquisa que os produtores de transgênicos não mostram, como a questão ambiental, a questão econômica e os riscos que podemos ter quando comemos esses alimentos modificados. Entretanto a causa dele é justa, os cientistas estão buscando uma alternativa para acabar com a fome. Assim os cientistas teriam que refazer as pesquisas mostrando os prós e contras.

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  36. A questão que envolve o uso de transgênicos na agricultura é polêmica e contemporânea em nossa sociedade. Discutida intensamente nos principais fóruns mundiais sobre meio ambiente, economia e política. As principais questões que cercam o tema são a respeito do acesso a esse tipo de tecnologia, em possíveis malefícios à saúde em curto e longo prazo, e sobre a existência de alguma alternativa que se sobreponha aos transgênicos.

    Essas questões parecem não ter uma única resposta e tudo depende do lado que se deseja ouvir, principalmente pelo fato de haver inúmeros interesses envolvidos com as respostas, entre eles os interesses econômicos, das grandes corporações que pretendem aumentar a sua produção alimentícia em larga escala e acusam os contrários de estarem indo contra a ciência. Visão claramente deturpada, é óbvio que a comunidade científica deve fazer todas pesquisas necessárias para que haja uma comprovação de que os transgênicos não seriam prejudiciais a saúde da população em geral e até mesmo ao solo e a biodiversidade.

    Caso não seja possível obter essa comprovação, essa garantia de o transgênico ser apenas um benefício para a produção de alimentos, não se deve usar os mesmos. E sim buscar alternativas, como a agroecologia que é sugerida no texto do Professor Hugh Lacey. Vale ressaltar que até mesmo a agroecologia e qualquer outra eventual alternativa deve ser testada cientificamente para que seja construída uma "bula" com os possíveis efeitos colaterais.

    Conforme explicitado, ainda hoje a produção de alimentos em escala mundial é suficiente para abranger toda população, entretanto isso não ocorre principalmente pela má distribuição de renda, presente em todas populações. Será que aumentar a produção de alimentos resolveria essa questão? provavelmente não, o problema da distribuição de renda, da necessidade de diminuir a pobreza, devem ser vistos com a mesma prioridade que se tratam os temas relacionados ao aumento da produção de alimentos. Não adianta ter muito alimento, seja transgênico ou com produção normal, e esse não atingir as pessoas que mais necessitam dos mesmos.

    Por fim, não podemos nos submeter a qualquer imposição econômica de grandes corporações que desejam ampliar seus lucros. Há uma clara e manifesta necessidade de que a ciência, e seus métodos, confirmem (de maneira imparcial e limpa, sem presença de interesses) qual melhor método de produção de alimentos possível e quais malefícios esses podem trazer. Além disso, há uma necessidade política e econômica de se solucionar o problema da renda mundial, questão que também tem grau de importância máximo.

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  37. Os alimentos transgênicos são um debate extenso entre a delimitação da ciência e as consequências geradas na sociedade devido ao uso do produto. Ao utilizar a capacidade de desenvolver tecnologias e disseminá-las na sociedade (quando a demanda é proveniente da comunidade e não da academia, em si), as pesquisas devem orientar para que sejam identificadas as demandas que sofreram mudanças significativas ou não e então, questionar-se se há uma única maneira para que os problemas sejam resolvidos. Assim, os alimentos transgênicos se mostram um tabu na sociedade.
    Há a defesa do uso deliberado da engenharia genética para a tentativa de erradicação da fome em diversos países. Essa é apenas uma das grandes justificativas para o uso dos transgênicos. Entretanto, não é novidade que a produção de alimentos provenientes do agronegócio é incomensurável e que poderiam facilmente erradicar a fome em diversos países. Os dados são provenientes apenas do agronegócio, visto que no Brasil, a maioria da agricultura é familiar e a produção pode ser imensamente maior. O problema da fome no mundo parece que não pode ser resolvido implantando os transgênicos no mercado, pois tal problema é além do fato de “gerar” comida a quem não tem. É um problema maior que constitui na falta de possibilidades de subsistência, falta de recursos enérgicos, poderes políticos e militares conservadores, ação corrupta por várias esferas tanto governamental quanto de “milícias” da sociedade e muitos outros fatores que acabariam por derrubar o argumento de que os transgênicos são o “combate a fome no mundo”.
    Mas há uma vertente positiva do uso dos transgênicos, numa perspectiva muito mais restrita a interesses privados e das indústrias que financiam esse tipo de evolução, como por exemplo, a movimentação da economia agrícola, as “inovações” de maior tempo de conservação para o consumo, pesticidas mais eficientes, o manejo controlado do tempo, implantação do mercado e de certo modo, menos concorrência de mercado se comparada a agricultura orgânica. Entretanto, não acredito que tais pontos positivos devam ser glorificados ao passo que há muito mais desvantagens para a saúde das pessoas e que afeta diretamente o modo como o consumo de alimentos pode ser devastador para a humanidade.
    No texto de Hugh Lacey, apresenta-se uma nova abordagem, o que não encarei como uma solução para os problemas gerados pelos transgênicos. A agroecologia que é citada pelo autor, se analisada numa perspectiva macroscópica pode ser um dos fatores para que os transgênicos obtenham sucesso. Uma vez que apresentam uma parte deficiente que provém das empresas que produzem os transgênicos, uma agricultura sustentável que tem como finalidade o cuidado com o espaço natural e com as relações alimenticíssimas das populações. Mas há uma grande problemática, a economia, uma vez que é necessário movimenta-la através de compra e venda que e os custos dos transgênicos apresentam-se maior do que os produtos concorrentes.
    Acredito que não pode ser moral o uso dos transgênicos, uma vez que as justificativas para o uso tragam malefícios para uma grande parte da população proveniente da demanda que o fizeram existir. A ciência tange o universo abstrato também, o que não a coloca mais como inquestionável. Assim, estabelece uma relação perigosa de que tudo “testado em laboratório” é definitivamente algo bom para o ser humano. Sendo essa premissa negativa em diversos estudos, assim como nos alimentos transgênicos.

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  38. É de imensa relevância no cenário atual da nossa economia e sociedade ser tratado com tamanha importância às questões sobre dinamização e melhorias nos processos de produção alimentar, desde que se tenha como objetivo beneficiar não somente o meio ambiente, mas também a população, em principio a população mais carente. Entretanto está mais que provado que a atual capacidade de produzir alimentos é suficiente para alimentar o mundo todo, mas ainda assim muitas pessoas não têm o que comer. Seria então ético discutirmos a dinamização da produção alimentícia enquanto pessoas ainda morrem de fome sendo que a oferta de alimento e as técnicas para a sua produção são suficientes para alimentar todo o mundo? É frequentemente é noticiado na mídia noticias sobre transgênicos, os impacto de sua produção, o crescimento da produção no Brasil e America latina e o repúdio de outros povos por esse alimento. Mas não seria melhor investir em formas de distribuição mais eficientes desses alimentos visto que a produção de alimentos mundial é superior a demanda por alimento e investimento nessa cultura transgênica traz o empobrecimento do solo e danos a saúde. Quando utilizamos um solo para as monoculturas ou para pastagem de gado acontece o empobrecimento do mesmo, alem do desmatamento para cultivo de mais culturas, em posterior essas áreas ficam improdutíveis para agricultura tornando posteriormente os alimentos mais caros. O alimento não falta o que falta é o dinheiro para as populações mais pobres para ter acesso a esses alimentos, que ficam cada vez mais caros.

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  39. O texto apresentado aborda a superficialidade das pesquisas científicas que permeiam a questão dos transgênicos. Segundo o autor, essa análise deveria ser mais profunda, de forma a captar a essência socioeconômica e cultural da aplicação dessa tecnologia.
    Aqueles que são a favor do cultivo e consumo de transgênicos defendem que, sem eles, não seremos capazes de suprir as necessidades de uma população que tende ao crescimento. Enquanto o autor nos mostra que a fome se dá por meio da não distribuição de renda que permita o acesso à alimentação.
    Nesse aspecto, as pessoas que passam fome, ainda não teriam acesso à renda e, portanto, não teriam acesso à alimentação, já que os produtos transgênicos tendem a ser mais caros devido à aplicação de novas tecnologias.
    Olhando por esse viés, quão moral é o desenvolvimento de produtos alimentícios que, na verdade, não atenderão à população que passa fome?
    Esse artigo nos mostra dois tipos de imoralidade. Uma imoralidade teórica, que se nega a fazer uma análise que nos aponte as dificuldades socioeconômicas e culturais de aplicação e uma imoralidade prática, que não leva em consideração o fato de que essa tecnologia não chegará aos lugares que realmente precisam dela.

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  40. Denis Henrique de Miranda25 de junho de 2013 às 15:03

    Um argumento que pesa contra os transgênicos diz respeito ao emprego de quem já trabalha com agricultura, porque tiraria o emprego desse. Por um lado, muitas pessoas se recusam a consumir transgênicos tanto por preconceito quanto por receio do produto modificado em laboratório, o que garante o emprego dos agricultores que cultivam seus produtos de forma orgânica; Por outro lado, caso os transgênicos causem essa devastação na agricultura orgânica de menor porte, o emprego seria transformado e dividido em outras áreas, como o transporte dos produtos, a venda (que demandaria mais vendedores) e, por que não, em mão-de-obra específica, caso a eles fosse dada a oportunidade de estudo. Claro, essa segunda justificativa é muito forçosa e sem escrúpulos, porque a maioria dos pequenos agricultores são donos do próprio negócio e empregam a própria família ou conhecidos, e acabam desfrutando da liberdade de serem seus próprios patrões e trabalharem com pessoas do seu ciclo de amizade, porém é uma alternativa, caso existisse de fato essa discrepância entre a oferta e a demanda de alimentos no mundo inteiro.

    "Transgênicos são alimentos criados em laboratório; não sabemos os riscos." Essa é nossa nova realidade: somos cercados por objetos que alteram nosso padrão biológico de vida. Nosso corpo não foi originalmente criado para processar a quantidade imensa de CO2 que nos atinge todo dia; não foi feito para passarmos horas em frente/sob luz artificial; não foi feito para dormirmos todos os dias às duas da manhã, porém essa é a nova realidade. Claro, particularmente prefiro evitar tudo isso, bem como remédios de laboratório e transgênicos. Não sabemos o efeito disso no futuro, porém somente ao surgimento dos sinais a longo prazo saberemos. Às vezes nos fechamos para os transgênicos porém achamos completamente corriqueiro tomar uma aspirina quando sentimos qualquer dor de cabeça, algo por mim considerado muito mais grave e passível de cuidados.

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  41. Luis Alfredo da Silva25 de junho de 2013 às 15:50

    As pesquisas e produção de alimentos transgênicos estão muito mais aliadas com o pensamento de produção e maximização de lucros do que com a preocupação acerca da diminuição da fome no mundo ou os possíveis danos causados pela sua disseminação.
    O que vejo é um crescente interesse do campo científico –patrocinado principalmente pelas grandes produtoras de alimentos- em realizar pesquisas descontextualizadas como citado no texto do que realmente se indagar sobre os potenciais riscos do uso destes produtos químicos nas plantações, de certa forma, o campo está se flexionando aos interesses econômicos aliados a defesa do consumo de transgênicos, contudo é realmente difícil conseguir resultados conclusivos sobre os perigos da adoção destes métodos de produção alimentícias a longo prazo. Diversas pesquisas realizadas nos últimos anos sobre o uso de substâncias no período de longo-prazo e seus malefícios se mostram ou inconclusivas ou extremamente controvérsias principalmente pela dificuldade em delimitar uma ligação entre uma causa (no caso o uso ou contado de uma droga ou substância) e um efeito ( uma doença ou problema qualquer de saúde).
    Desta forma, o debate ético e a definição da moralidade sobre os transgênicos ficam a mercê das discussões e debates realizados do ponto de vista social e de seus respectivos impactos sobre a configuração da sociedade. Apenas neste ponto somos capazes de chegar a algumas conclusões que invalidem o tema. Os argumentos daqueles que defendem os transgênicos se limitam de forma simples na defesa de que o mesmo é essencial para a manutenção da produção de alimentos em uma sociedade em crescimento e que não há outra alternativa melhor na produção destes mesmo com os possíveis malefícios conseqüentes.
    A primeiro argumento é o mais facilmente refutável. De fato uso dos transgênicos e a maior produção permitida por eles devido ao controle de pragas e cruzamentos genéticos que geram plantações mais resistentes aumentaram a disponibilidade de alimento no mundo. Contudo, a fome no mundo não diminuiu com este aumento de produção e de disponibilidade de alimento, pelo contrário. Segundo dados revelados pela organização das Nações Unidas para a agricultura e alimentação, a Fao, a fome em lugares como a África subsariana não só não diminuiu mas sim aumentou durante o mesmo período em que os transgênicos começaram a ser desenvolvidos. O pensamento que se pode obter disso é o de muitos pesquisadores sociais, o problema da fome no mundo não está na produção de alimentos e sim na distribuição desigual destes ao redor do globo.
    Já o segundo argumento fica em suspensão de juízo pelo fato de que nenhuma pesquisa com real aporte financeiro ter sido realizada (pelo menos ao meu conhecimento) sobre a adoção de formas alternativas de produção como a de alimentos orgânicos em larga escala. Desta forma, o argumento apresentado não se invalida, mas também não é de todo eficaz para a defesa dos transgênicos como a melhor alternativa.

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  42. Ana Jacqueline O. R. Nunes - 2106791225 de junho de 2013 às 16:10

    Após a metade do século XX, depois que renomados cientistas foram capazes de "decifrar" e entender o DNA, suas propriedades e funcionalidades, uma corrida genética se iniciou. Surgiram o Projeto Genoma, com o intuito de mapear o DNA humano e de animais, a Engenharia Genômica e Genética, que tomaram força depois dos anos 90, assumindo um papel extremamente importante e multifacetário em nossa sociedade. Antes de entrarmos nesta discussão, é importante citar que, já da Idade Média, Thomas Malthus afirmava que a população crescia em progressão geométrica, enquanto os alimentos cresciam em menor proporção, ou seja, em progressão aritmética. Essa teoria, muito utilizada desde então, nos mostrava que em um determinado momento, os alimentos produzidos não seriram suficientes para a população que necessitaria deles. Assim, associando o crescimento populacional exorbitante do século XX e os supracitados avanços no campo da genética, surgem os alimentos transgênicos: bastava que um determinado gene falho presente em um tipo de cultura fosse alterado - seja extraído ou substituído - que os problemas ligados à este estariam resolvidos. Lavouras teriam maiores e melhores produções, os riscos de contaminações dentro das plantações diminuem, o lucro para grandes plantadores que tivessem acesso à esta tecnologia estaria garantido ao final do plantio,...

    O grande problema existente nesta questão está ligado diretamente à dissociação da criação da tecnologia transgênica para com seus riscos biológicos e socioeconômicos, ou seja, da pesquisa descontextualizada, já que somente os aspector científicos foram levados em conta. Quanto ao caráter biológico, as pesquisas sobre danos e riscos para saúde humana (para aqueles que consomem os produtos) e para o meio ambiente tem sido realizadas somente em curto-prazo - ainda não se sabe quais serão os efeitos em longo prazo. Falando em aspectos socioeconômicos, a utilização dos transgênicos se mostra como uma ameaça à biodiverdisidade, já que modifica a natureza e o ecossistema; representa uma ameaça ao pequeno agricultor e à cultura orgânica, já que dá espaço ao monopólio de grandes monoculturas transgênicas sempre bem sucesidas, além de garantir um controle de organizações privadas sobre a agricultura.

    Alternativas aos transgênicos tem sido discutidas atualmente. Grandes soluções são vistas, embora não garantidas, se as pesquisas sobre inovações agrícolas e alimentares fossem realizadas visando todos os campos possíveis: saúde, economia, meio ambiente, etc, já que, segundo o autor, o problema da não está no acesso aos alimentos, mas sim na renda necessária para adquiri-los. Ora, é evidente que o uso de transgênicos também não é de todo mal: sua utilização seria melhor aplicada se fosse usada para alterar as más características de alimentos e melhorar sua produção nas áreas onde esta seja necessária para sanar a falta de comida existente. Outras soluções apontadas, seriam que novas técnicas agrícolas fossem desenvolvidas - uma técnica específica para cada região, de modo que atenda da melhor maneira possível às necessidades do local), além da agroecologia, um promissor "sistema socioecológico onde a produção agrícola e a distribuição de seus produtos acontecem".

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    1. (Continuação)
      Desta forma, em favor do progresso, não creio que a existência e utilização dos transgênicos seja o vilão de toda a ciência: há apenas formas inadequadas que vem sido utilizadas de maneira imoral, garantindo o benefício de uns e não de todos. Se quisessemos reverter esta situação - embora, ao meu ver, este querer se tornará um tanto quanto utópico - teríamos que sim repensar todas esta dissociação que não visa o bem comum, mas sim a obtenção de lucro para uma minoria dentro de uma situação que oferece risco para todos os envolvidos, dos ser humado ao meio ambiente. Este tema está facilmente incluso nas discussões tão atuais e pertinentes sobre a conservação do planeta associada ao crescimento e ao desenvolvimento econômico. A transgenia representa, de uma maneira "metacientífica", o quanto a melhora de certos aspectos pode ser concluída facilmente. E, se esta facilidade está esposta, por que não usá-la em favor do bem?

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  43. A questão dos transgênicos abordada por Hugh Lacey tem uma via extremamente importante a meu ver, a que aponta como as pesquisas que investigam alternativas (geoecologia) para tal problemática não recebem investimento – tanto no âmbito de capital quanto no de divulgação. A partir daí conseguimos extrair e direcionar a imoralidade para a negligência quanto à informação. Considerando que, na minha opinião, não há nada imoral na mudança genética em si, o grande problema refere-se aos efeitos desse tipo de alimento – manipulado geneticamente – no organismo de seus consumidores (principalmente, em longo prazo). O dano já explicita uma imoralidade, mas somado a omissão dos riscos do consumo, toma grandes proporções. Visar o lucro de uma minoria à custa de uma população (tanto no âmbito social quanto no ambiental) só assinala ainda mais essas atitudes imorais, já que há apenas o egoísmo e a ganância como atores.
    Em relação à ciência, enxergo que tal qual qualquer outro meio de pesquisa - sociologia, filosofia, por exemplo -, ela é efetuada/guiada por seres humanos, e infelizmente, diversas vezes interesses pessoais são tomados como mais importantes, sendo assim, não vejo porque considerá-la, em sua essência, imoral, já que depende do modo como é direcionada.

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  44. O debate ético acerca dos transgênicos parece ocorrer no âmbito de sua garantia de qualidade para o consumo e condições de produção. Os transgênicos são alimentos produzidos através do recurso de melhoria da engenharia molecular dos alimentos, fato esse que permite a otimização da produção e “redução” da fome de sociedades carentes. Então por que eles são vistos com tanta desconfiança?

    Acredito que os transgênicos são vistos com desconfiança por causa de dois fatores principais:

    1. Não se tem total segurança de que a alteração na genética molecular dos alimentos possa alterar as propriedades dos mesmos sem fazer mal a saúde humana. Assim sendo, populações carentes que deveriam receber esse alimento se recusam a consumi-lo por sentirem medo. (Por esse fator as aspas na palavra redução no primeiro parágrafo)

    2. Conforme escrito em um estudo sobre biossegurança (estudado na matéria de CTS) os grandes produtores, ex. Monsanto, possuem exclusividade na produção das sementes de alimentos transgênicos, por isso, um agricultor que compre estas sementes está proibido utilizar as “crias” que são geradas a partir destas para um segundo plantio.

    Os fatos expostos servem para mostrar que as grandes produtoras de transgênicos não são claras o suficiente (antiéticas para o nosso contexto) quando impõem um alimento suspeito às pessoas carentes de alimento, as obrigando a se tornarem cobaias. Também não são justas/éticas quando impedem o agricultor de utilizar suas próprias sementes apenas porque possuem “mães patenteadas”. Por isso concordo com Lacey quando ele diz que alternativas socialmente melhores devem ser encontradas.

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    1. Texto complementar utilizado: SILVEIRA, C.; ALMEIDA, J. (2005) Biossegurança e democracia: entre um espaço dialógico e novos fundamentalismos.

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  45. A produção de transgênicos é um assunto bastante polêmico nos dias atuais. A demanda produtiva que a sociedade exige, a busca por lucros e a inserção no mercado levam a produção dos mesmos.

    Entretanto, há algumas questões sobre os mesmos, como o texto de Hugh Lacey cita:
    “1. a agricultura baseada em transgênicos é
    capaz de desempenhar um papel relevante e indispensável para satisfazer as demandas de alimentação e nutrição de todas as populações, e
    pode-se esperar que isso aconteça sob as condições socioeconômicas em que está sendo implantada? 2. há sérios riscos implicados que não são compensados pelos benefícios e não podem ser administrados de forma adequada no contexto de uma política regulamentar judiciosa? 3. existem alternativas “melhores”, ou seja, alternativas que propiciem maiores benefícios e envolvam menos riscos?”

    Através da abordagem descontextualizada, podemos ter conhecimento dos riscos à saúde humana, ao solo, associados a mecanismos biológicos. São fatores relacionados ao curto prazo, deixando de lado algumas variáveis importantes, que agem de maneira indireta e que também teria grande necessidade de ser estudada e analisada para ao fim haver um julgamento sobre a temática. Para o autor há a necessidade de a pesquisa científica ser empírica, sistemática e objetiva, ou seja, visa que para que ela seja de fato correta, tenha que haver variáveis esquecidas como as ciências sociais. Sendo assim, tanto as pesquisas que definem os riscos, quanto as que explanam as vantagens, pecam nesse sentido, de modo que não possam ser consideradas completas.

    O autor crê que existem alternativas melhores para a questão, de modo que abrangem a questões nutritiva, ambiental, economia local, cultura e sua respectiva demanda populacional, defendendo a agroecologia. Cita até mesmo em um trecho, o caráter transcendental da agroecologia, uma vez que se considerada completa, tende a visar questões nunca estudadas pela ciência clássica.

    De maneira geral, tenta mostrar a deficiência da ciência clássica, como uma ferramenta incompleta, que apesar de considerada superior e onisciente, falha na falta de abrangência de variáveis que não dizem respeito somente ao que trata.

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  46. A questão dos alimentos transgênicos é um dos temas mais debatidos atualmente ; é avaliável que o uso desses tem possibilidade de trazer benefícios sociais e econômicos . Entretanto, o grande debate se fundamenta nos riscos, originados dos efeitos da utilização daqueles, aos quais à população pode ser exposta, somada ao desequilíbrio ambiental que tais tecnologias podem acarretar,
    Em meio a isso alguns especialistas da área tecnológica buscam novas soluções (outras tecnologias ) como uma alternativa ao uso dos transgênicos; porém, essas 'alternativas' ainda são questões indefinidas.
    É fato que os alimentos transgênicos decorreram do aprimoramento das técnicas de estudo científicas cuja fundamentação se encontra no conhecimento adquirido a partir do qual as eficácias do uso dessa nova tecnologia são oriundas e testadas. A questão recorrente seria contudo a real legitimidade nos âmbitos culturais e sociais da aplicação efetiva de tais alimentos.
    O texto fornecido procura analisar tal questionamento através da investigação sobre a existência ou não de alternativas ao uso dessa recente tecnologia. Feita a leitura do artigo foi possível tirar algumas conclusões a respeito do tema debatido .
    Considerando-se que a transgenia alimentar é um ramo da ciência biotecnológica e que, portanto, a origem daquela se encontra diretamente ligada às pesquisas da ciência em seu ramo propriamente 'tecnicista', é possível inferir que os aspectos sociológicos e ético-humanos são relegados a um segundo plano, uma vez que o objeto científico propriamente passível de investigação é o 'alimento modificado' e não suas consequências. Partindo-se dessa análise e das teorias morais abordadas em sala, nota-se que as corrente éticas do Consequencialismo e do Utilitarismo não permeiam essas pesquisas. Com isso considero que há um 'vazio' nessas investigações científicas, pois uma simples análise biológica não é suficiente para determinar a moralidade ou imoralidade jurídica do uso público dos alimentos transgênicos, visto que os resultados 'positivos' ou 'negativos' daqueles não se resumem à aplicação tecnológica.
    O uso de tal inovação científica acarreta consequências sociais e econômicas de extrema relevância e que em decorrência disso devem ser levadas em consideração na elaboração e distribuição dessa nova tecnologia. Infelizmente a 'autoridade intelectual' de alguns 'especialistas' os leva a discursos equivocados acerca da aplicação das descobertas proporcionadas pela ciência ; muitos cientistas especializados no assunto julgam de antemão , sem sequer realizarem uma mímina análise social , ética e ambiental , que a aplicabilidade dos transgênicos é totalmente benéfica. Não há , entretanto, como enunciar tal afirmação sem um mínimo de observação empírica abrangendo todas as áreas de estudo afetadas, sejam elas sociológicas, filosóficas ou ambientais.
    O prolema reside, portanto, na metodologia utilizada pelos profissionais dedicados ao estudo da transgenia alimentar ; sendo assim, até mesmo a descoberta de novas alternativas que possam ser utilizadas em substituição aos transgênicos fica afetada. Os tecnólogos insistem em afirmar que os alimentos transgênicos são a melhor via entre desenvolvimento socioeconomico e sustentabilidade ambiental; para aqueles, os transgênicos são a solução mais eficaz para a solução de certos problemas que assolam a sociedade global, como a escassez alimentícia, em especial nos países pobres da África, Ásia e América Latina. Porém ser eficaz não implica necessariamente na 'máxima perfeição'; segundo Wittggenstein, a ação ou ser 'mais perfeito' é aquele que atinge o 'ápice ' da moral.

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    1. Ao contrário do que dizem alguns cientistas, existem sim alternativas viáveis aos transgênicos, uma dessas seria a agroecologia, cuja aplicabilidade pode não ter uma produtividade tão eficiente quanto os alimentos modificados geneticamente, entretanto, aquela pode gerar um impacto mais otimizado ao ecossistema e principalmente à saúde humana, ao passo que consideremos essas novas tecnologias como uma possível solução às questões humanitárias,como a fome global.
      O grande equívoco das pesquisas relacionadas à produção de alimentos transgênicos, como já foi visto anteriormente, reside no fato de essas se direcionarem exclusivamente a fins econômicos e puramente 'tecnicistas', cujo único objeto de análise é a constituição genética e biológica dos alimentos alterados. As questões humanitárias e sociais não são abordadas de forma útil e relevante; o 'ser social' que é o agente ao qual tais alimentos serão destinados não é levado em consideração; o que ocorre é uma generalização dos valores sociais sem levar em conta o multiculturalismo pertinente às diversas sociedades humanas. Não há uma contextualização eficiente a fim de se definir os alimentos transgênicos como uma forma de 'solução' aos problemas sociais.
      Para que haja uma concepção formada a respeito dos benefícios ou malefícios do uso de alimentos transgênicos, é necessário haver um estudo eficaz dos diferentes sistemas socioeconômicos que coexistem no mundo atual. É fato que a relação de produtividade x consumo dentro do sistema capitalista é diferente da existente em uma sociedade comunista; a partir daí infere-se que a eficiência dos transgênicos irá variar dentro desses dois diferentes modelos econômicos; sendo assim, talvez a agroecologia se encaixe melhor do que a transgenia em um desses ou em ambos. Avalia-se , com isso , que a questão político-jurídica influencia demasiadamente nas descobertas científicas o que pode ser considerado um fator de alerta às pesquisas científicas tão subjugadas às grandes corporações industriais e farmacêuticas. É necessário, portanto, ficar atento a tais questões, pois como disse Kant : “O homem é a única criatura que precisa ser educada” , uma vez que sua natureza é perversa e egoísta.

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  47. Sim, são muitas as considerações a serem avaliadas, mas, ao meu ver, a questão da segurança para a saúde humana e ao meio ambiente na produção e no consumo de produtos geneticamente modificados são as mais graves.
    Considerando que as alternativas a produção dos transgênicos são variadas e acessíveis, sobra a questão financeira.
    As pesquisas e os pesquisadores precisam de investimentos?, obviamente que sim! os produtores agroindustriais precisam de lucros? sim, quem investe espera retorno!Mas a que preço esse dinheiro será conquistado?
    E, quando iremos olhar para questões mais básicas como o desperdício em todos os estágios da produção?
    A meu ver, a resposta é bastante clara, existem alternativas viáveis e menos arriscadas para suprir a população mundial com alimentos seguros, enquanto se avança em pesquisas portanto é apenas uma questão política optar por um dos diferentes meios propostos de produção.

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  48. A pauta sobre escassez de alimentos não é de hoje, Malthus em sua época, já nos dizia que sofreríamos com a escassez de alimentos. Nesse contexto, temos os alimentos transgênicos. Os alimentos geneticamente modificados tem como pontos positivos a sua maior resistência à pragas, maior durabilidade na estocagem e armazenamento, logo maiores lucros. Já os pontos negativos de tais alimentos não chegam a ser uma incógnita, mas segundo o autor, muitos dos cientistas envolvidos em pesquisas sobre tais alimentos, omitem ou ignoram os riscos a longo prazo.

    A fome no mundo não é na realidade um problema da escassez de alimentos, pois, segundo o autor “Hoje (segundo dados da FAO) a produção mundial de alimentos é suficiente para alimentar toda a humanidade e ainda sobra.”, o que evidencia que a fome no mundo hoje, é um problema social e econômico.

    Em minha opinião, não vejo problemas quanto a tais alimentos, talvez por não saber exatamente quais são seus riscos, o que me incomoda, e que acredito ser imoral, é o monopólio criado por empresas que são responsáveis pela modificação genética dos alimentos, que é o caso da Monsanto, que cria sementes que não podem ser replantadas, o que, dessa forma, força a compra de suas sementes novamente.

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  49. Bárbara da Silva Miranda25 de junho de 2013 às 18:52

    A cada dia somos colocados em frente a diversos problemas, o da corrupção; violência; descuido com a educação; descaso com a saúde; mas o que podemos considerar de extrema importância e que mata milhares de pessoas lentamente é a desnutrição.

    Atualmente temos um cenário com 800 milhões de pessoas que sofrem de subnutrição crônica ou de má nutrição aguda, porém por volta de 2050 teríamos uma população estimada em 10 bilhões e isso é 4 bilhões a mais do que temos (de acordo com a EMBRAPA). A questão é que temos um grande problema, decorrente há algum tempo, sem demonstrações de soluções que o combatam majoritariamente e que se estenderá grandemente nesses 37 anos (aqui estou me restringindo neste espaço de tempo, mas é evidente que tal limite temporal será ultrapassado).

    Temos concomitantemente o acontecimento de uma discussão a respeito dos transgênicos. Existem defensores que colocam que o produto não trás riscos à saúde humana, como podemos ver neste trecho: “As principais academias de ciências do mundo e instituições como a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) são unânimes em dizer que os transgênicos são seguros e que a tecnologia de manipulação genética realizada sob o controle dos atuais protocolos de segurança não representa risco maior do que técnicas agrícolas convencionais de cruzamento de plantas”. (BBC Brasil em Londres).

    Em oposição temos colocações da GreenPeace, como por exemplo: “...os transgênicos representam um duplo risco. Primeiro por serem resistentes a agrotóxicos[...]Além disso, o uso de transgênicos representa um alto risco de perda de biodiversidade”.

    Através do texto de Hugh Lacey podemos compreender a defesa dos transgênicos ao analisarmos a questão da abordagem descontextualizada, isso quer dizer que tal análise não contempla “contextos humano, social e ecológico nos quais estão inseridos e são utilizados”. Ou seja, os riscos de longo prazo (efeitos acumulativos potenciais, sobre a saúde e o meio ambiente, do cultivo e do consumo de transgênicos) e riscos indiretos (riscos à biodiversidade pelo uso disseminado de monoculturas transgênicas, as ameaças à viabilidade de formas alternativas de agricultura) são ignorados.

    Em meio aos riscos indiretos temos “as ameaças à segurança do mundo resultantes de um cenário onde corporações privadas controlem de forma ainda mais ampla os recursos mundiais de alimentos e sementes”. Parece-me muito conveniente abordar tal questão, porque estamos tratando de produtos que podem chegar ao consumidor com valores mais elevados, mas que anteriormente a isso passaram por uma produção onde suas sementes geralmente são caras e consumidas por grandes produtores.

    Os transgênicos não teriam, na verdade, uma finalidade em ajudar a sanar o problema da desnutrição, visto que como colocado no texto de Hugh Lacey: “Hoje (segundo dados da FAO) a produção mundial de alimentos é suficiente para alimentar toda a humanidade e ainda sobra. Portanto, o problema não é a produção de alimentos (pois senão não haveria mais fome no mundo) e sim o acesso à renda que permita a sua aquisição”.

    Caso fosse dada continuidade a análise da relação de transgênicos e o problema da desnutrição, não estaríamos focando no principal problema, que na verdade é a distribuição de renda que permita a aquisição do alimento.

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  50. Hugh Lacey apresenta o tema dos transgênicos com 3 diferentes questões, sendo a primeira relacionada ao suprimento de alimentos para a população mais pobre que não tem acesso à comida, e também diz que por mais que a produção de alimentos transgênicos seja levada adiante, não é possível saber se será utilizada com a finalidade de alimentar os menos providos financeiramente. O segundo questionamento feito pelo autor, é sobre a relação benefícios/malefícios, levando em conta que os alimentos por um lado podem resolver o problema da fome, mas também podem ser aplicados como forma de monopólio da indústria agrícola, podem ter consequências ruins para os consumidores, afinal, não há comprovação de que os alimentos transgênicos não fazem mal à saúde a longo prazo. Já o terceiro questionamento, que é o que ele mais se aprofunda, é o de formas alternativas aos transgênicos que possam ser aplicados à curto prazo, que consiga suprir as necessidades, até que novas formas sejam criadas ou que os transgênicos tomem caminhos mais benéficos à sociedade. A alternativa que é mais clara para ele, é a agroecologia, que consiste num tipo de agricultura que aborda 3 questões, sendo elas a agricultura familiar socialmente justa, economicamente viável e no âmbito ecológico, sustentável.

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  51. No texto “Há alternativas ao uso dos transgênicos”, o autor Hugh Lacey levanta questões sobre o cultivo e a plantação de transgênicos, estes que foram criados a partir de recombinação genética com a finalidade de poderem ser resistentes aos pesticidas e agrotóxicos utilizados, e consequentemente o agricultor teria uma maior produtividade com muito menos perdas, logo aumentaria o seu próprio lucro. Por muito tempo esse ramo de transgênicos foi monopolizado por apenas uma única empresa (Monsanto), muitos defendem que se não fossem pelos transgênicos aumentaria a fome no mundo, mas pelo texto mostrou-se que é falso, pois a questão não seria o modo de produção e sim o problema do acesso à renda.
    Entretanto há poucas pesquisas sobre os efeitos que os transgênicos podem causar ao serem ingeridos pelas pessoas, muito se deve à falta de incentivo e pressão de empresas, não se sabe o que pode acontecer ao corpo humano durante longo período de ingestão de produtos transgênicos e também não se tem conhecimento do que acontece com os animais como o gado bovino e as galinhas que são alimentadas com transgênicos.
    Hugh Lacey então mostra uma alternativa aos transgênicos, que é a agroecologia que visa tanto a questão econômica quanto social e ecológica, pois esta preza por um plantio sustentável, sem uso de fertilizantes ou quaisquer tipo de agrotóxicos e em paralelo se preocupa com questões sociais e culturais.

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  52. Em seu texto sobre transgênicos, Hugh Lacey deixa claro que nas pesquisas referentes aos produtos transgênicos o poder econômico, ou seja, o capital para financiar as pesquisas é mais importante do que qualquer outro ponto como: os possíveis riscos a saúde, o desequilíbrio entre os produtores(pequenos e grandes), entre outros.

    Abordando ainda o poder do capital, Lacey nos mostra que a fome da humanidade não é devido a escassez e sim um problema de renda, como no trecho abaixo.

    “ Hoje (segundo dados da FAO) a produção mundial de alimentos é suficiente para alimentar toda a humanidade e ainda sobra.Portanto,o problema não é a produção de alimentos (pois senão não haveria mais fome no mundo) e sim o acesso à renda que permita a sua aquisição.”

    Sendo assim, neste primeiro ponto da abordagem dos transgênicos, consegui visualizar a imoralidade do monopólio, pois os centros de pesquisas financiados pelo capital particular desenvolvem sementes com diversas condições, desfavoráveis para o comprador das sementes, para atrelar a compra dessas sementes transgênicas novamente com o mesmo fornecedor para o agricultor poder manter a mesma qualidade na produção. Ou seja, as sementes transgênicas não apareceram para suprir a “falta de alimentos” do mundo, mas sim para ser um ciclo econômico e priorizar o monopólio das sementes na mãe das grandes empresas.

    Outro ponto que ao meu ver considero importante de relatar é que os alimentos produzidos atualmente são suficientes para alimentar toda a humanidade, porém não é o que observamos. Os grandes índices nos revelam que a fome hoje é um dos principais problemas mundiais, se considerarmos que existe grande produção de alimentos porque ainda existe a fome ?

    Neste ponto, observo que o desperdício hoje esta presente no cotidiano de muitas pessoas e supera a produção de alimentos. Assim, com a implantação do transgênico em minha opinião, não sanaria a fome do mundo, já que o desperdício hoje é constante.

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  53. O autor levanta algumas questões no inicio do texto para se debruçar sobre a questão: "há alternativas ao uso dos transgênicos?" não por coincidência o titulo do texto.

    A pesquisa feita em relação aos transgênicos é considerada descontextualizada, isto é uma pesquisa cientifica que descarta todo o contexto social e socioecológico. Além disso os transgênicos se justificam com o argumento de que é necessário para sanar a alimentação e nutrição da população. Um tanto contraditório, não?

    O Autor mostra que para a pesquisa ser completa e válida é preciso considerar esses fatores, ele mesmo apresenta uma alternativa melhor que considera essas questões e que poderia ser uma alternativa aos transgênicos que é a agroecologia.

    Negligenciar fatores importantes em uma pesquisa, usar de argumentos que os benefícios superam os riscos, sendo que existem alternativas melhores, para beneficiar uma indústria, no caso a alimentícia e não uma população, é usar a população como meio e não como um fim. Aqui está a imoralidade do uso dos transgênicos.

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  54. Os Alimentos Transgênicos estão ligados à questão da Moral à medida em que são alimentos geneticamente modificados incorporados à oferta de produto sem que se saiba a implicação desses alimentos para a saúde humana.

    Até pouco tempo atrás não se era possível nem saber se o alimento a ser consumido era ou não transgênico. Só a partir de 2003 criou-se um decreto que obriga as empresas a dizerem ao seu consumidor se aquele produto contém matéria-prima transgênica. Mas não basta saber se o que consumismo contém matéria-prima transgênica, temos o direito de saber quais as implicações a curto e longo prazo para a nossa saúde.
    Entretanto, as pesquisas nesse sentido não são incentivadas e quando o são, os resultados não são abertamente divulgados.

    A outra questão relacionada ao assunto é a enfatização da possibilidade de maior produção de alimentos e de alimentos mais resistentes à pragas em detrimento dos impactos sociais e ambientais dos transgênicos, como aborda Hugh Lacey.

    De certo só sabemos que é uma produção de maior capacidade que gera lucro aos produtores.
    Podemos, então, falar em uma imoralidade na produção de alimentos transgênicos à medida que não se respeita o direito dos consumidores de saber quais os impactos para a saúde, não se incentiva pesquisas nessa área e ainda acaba por não incentivar pesquisas e produção de alimentos a partir de outras alternativas – como a agroecologia, citada por Lacey, que geraria menos impactos para o solo e menos utilização de agrotóxicos, além de não oferecer riscos a saúde humano e gerar uma melhor distribuição de renda (uma vez que o a produção se daria por agricultura familiar).

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  55. O artigo de Hugh Lacey trata da controvérsia existente entre as questões científicas e éticas no debate sobre a produção dos alimentos transgênicos. O autor aborda, sobretudo, a terceira de suas questões motivadas pela discussão: “existem alternativas “melhores”, ou seja, alternativas que propiciem maiores benefícios e envolvam menos riscos?”; com isso pretende discutir possibilidades de implementação de alternativas ao uso dos transgênicos e os tipos de pesquisa científica que podem ser elaboradas a fim de esclarecê-las.

    Ocorre que as pesquisas científicas possibilitaram (e possibilitam cada vez mais) o desenvolvimento de novas tecnologias através da engenharia genética (no caso, dos transgênicos) e suas aplicações, uma vez que confirmada sua eficácia nos laboratórios, não compartilham das mesmas necessidades e aplicabilidades nos âmbitos social, econômico e ambiental. Além disso, parecem surgir dilemas éticos em relação à aplicação dos transgênicos e as consequências na sociedade como um todo. O autor utiliza o termo “abordagem descontextualizada” para definir estratégias oriundas das pesquisas, as quais estão sujeitas às restrições e seu objeto e possibilidades são investigados nos termos de seus processos – abordagem esta que se encontra dissociada dos contextos humano, social e ecológico.

    Os transgênicos podem causar riscos diretos (de curto prazo) como também riscos indiretos (de longo prazo) à saúde humana e ao ambiente. Os possíveis riscos são desconsiderados efetivamente quando cientistas alegam – apoiados na sua autoridade intelectual – que estes podem ser compensados pelos benefícios que podem trazer. Contudo, o autor revela que não são feitas investigações que fundamentem tal convicção acerca dos benefícios dos transgênicos e levanta um argumento: “a investigação científica deve ser sistemática, empírica e mantida conforme os padrões de objetividade”, de maneira que aborde não somente o campo da biologia ou da física, mas que considere as ciências sociais e ecológicas, sendo todos os campos complementares um ao outro. As pesquisas sobre as inovações na área agrícola e alimentar precisam visar alcançar todos os campos possíveis, pois, como explicitado pelo autor, o problema não se encontra na produção dos alimentos – que é realizada em larga escala e suficiente para sustentar a população do mundo todo –, mas sim na distribuição da renda que é necessária para adquiri-los.

    De fato, a produção de produtos transgênicos apresenta benefícios quando tem em vista maximizar a produção e fornecer alimento nas regiões mais precárias; porém, não é o que acontece. Talvez a produção dos transgênicos em si não seja o que há de mais problemático, mas sim os meios que são utilizados para que possam ser feitos (o próprio autor sugere como alternativa aos transgênicos a agroecologia). Nesse caso, a imoralidade encontrada nessa controvérsia está no uso da população como um meio – na medida em que serve de cobaia e não é tratada como prioridade ou com os devidos cuidados – e não como um fim, que na realidade é o desenvolvimento das grandes indústrias dos transgênicos. Em meio a um contexto onde as grandes corporações privadas visam somente o lucro e o benefício de uma minoria – de modo que os alimentos não são bem distribuídos – e ainda ignoram os riscos à saúde humana e ao meio ambiente, percebe-se a necessidade de rever qual o real objetivo dos transgênicos e repensar sobre os mecanismos criados para que sejam aplicados com eficácia visando a melhoria da população de maneira sustentável e, consequentemente, atingindo o desenvolvimento econômico e social.

    Andrezza Gonçalves

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  56. O autor Hugh Lacey apresenta no texto mostrar que a utilização de produtos modificados geneticamente não condiz com o senso moral e gera embates em torno dos limites da ciência ao tentar inovar e com isso, alterar a ordem de moralidade acerca de aspectos como alteração de
    Tal prática trás ônus aos que utilizam em menor porte, ou seja, a utilizam como fonte de renda já que estes produtos biotecnológicos chegam na sociedade, exercendo um monopólio aos demais e intervindo e inviabilizando a diversidade de produtos, como por exemplo os orgânicos, que são feitos com a não utilizão nenhuma tecnologia, insumo ou qualquer intervenção na produção que possa alterar ou danificar a qualidade natural do produto. Porém essa utilização orgânica se torna mais cara já que sua colheita se dá de acordo com o período de obtenção de tais produtos. Já os transgênicos, seriam os mais rentáveis economicamente, visando apenas obtenção de lucros de latifundiários que voltam sua produção para o agronegócio, com utilização de agrotóxicos e adubos industrializados que acelerassem o processo de colheita. Em contraste a isso, deixam de lado certos fatores que são de vital importância e que muitas vezes as pessoas não tomam conhecimento acerca do assunto.
    Os produtores não orientam sua pesquisa para o contexto social e biológico, de forma a não se importar com concorrência desleal em relação ao pequeno produtor e a não respeitar as respostas biológicas que, a longo prazo, poderiam desencadear na nossa saúde e prejudicar a toda humanidade que estivesse submetida a tais produtos. Condição que ao meu ver, inviabiliza a produção desses produtos modificados e que veem apenas o suprimento das necessidades globais e o lucro como prioridades.

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  57. Acredito que a discussão acerca dos transgênicos possa ser guiada por algumas questões fundamentais citadas no texto de Hugh Lacey, a saber: produtividade, sustentabilidade (integridade ecológica e preservação da biodiversidade), saúde social, respeito às tradições culturais, fortalecimento da atuação das populações locais e, principalmente, a questão que envolve os riscos indiretos (por exemplo, os sociais: uma plantação transgênica, geralmente, inviabiliza a produção tradicional nas adjacências) e as incertezas de longo prazo (não se sabe ao certo quais são todas as consequências da transgenia), entre outras.

    Uma das principais críticas consiste em afirmar que as pesquisas sobre os transgênicos são descontextualizadas, ou seja, não levam em consideração os impactos sociais e econômicos. A abordagem descontextualizada seria um problema por ignorar os riscos indiretos e as incertezas supramencionadas.

    Percebo que há um esforço científico (talvez apenas no discurso, mas ainda assim, ele existe) em tentar minimizar os riscos e exaltar as vantagens da transgenia. A meu ver, essa argumentação peca quando tenta justificar a importância dos transgênicos no combate à fome mundial. Sabe-se que o motivo da fome no mundo não é a falta de alimentos: sua produção é suficiente; mas o real problema consiste, como nos mostra também o texto de Lacey, no acesso à renda que permita a sua aquisição. E neste ponto, não há maneiras pelas quais os transgênicos possam se apresentar como boa alternativa à solução do problema.

    Com relação à ética na transgenia existe ainda o dilema: a patente de organismos vivos é algo eticamente correto? Como afirma Pessini (2002): “O conceito global de direitos humanos será pisoteado, já que não só os seres humanos como, como também parte de seu corpo, poderão ter exclusiva propriedade dos titulares das patentes. O fato de as sociedades anônimas poderem ser proprietárias de órgãos, das características físicas ou da informação genética íntima das pessoas constitui a negação total dos direitos do indivíduo a uma existência independente e livre do controle sobre seu próprio corpo.” (PESSINI, 2002, in: FRANÇA*). Assim, percebemos a dimensão que este debate ético assume, a partir do momento que a relação homem x natureza é modificada pela possibilidade de patentear um ser vivo. Partindo deste ponto de vista, pode-se questionar a moralidade da transgenia sem que seja realizada uma crítica severa (e não tão fortemente embasada) à Ciência e aos avanços da Engenharia Genética em si (que eu não considero imorais).

    * FRANÇA, Lilian Lessa. “Transgênicos: uma questão ética”. Rio de Janeiro, 2006.

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  58. “Os transgênicos, insistem, são necessários para alimentar o mundo nas próximas décadas e, sobretudo, exigidos em caráter de urgência nas regiões mais pobres, onde as condições agrícolas foram devastadas”

    O fragmento acima, retirado do texto de Hugh Lacey , explicita o conteúdo do discurso dos “porta-vozes das instituições científicas e agroindustriais”. O embate que temos aqui é entre a Ética, Ciência e Capital.

    Os transgênicos estão na pauta de muitas discussões. Eles podem gerar diversos problemas, mas constituem uma forma de atender a demanda mundial por alimentos.

    O texto nos mostra que a economia mundial, mais uma vez, influencia o desenvolvimento científico. E sobre isso recai a crítica ética e socioeconômica feita aos transgênicos e à estrutura vigente que acaba por “omitir” da agenda de pesquisa questões como contextos humanos, sociais e ecológicos.

    Segundo o autor faltam pesquisas sobre a amplitude das consequências que os transgênicos podem gerar. O que há é uma abordagem descontextualizada. Os riscos “em longo prazo” são ignorados tanto pela agenda de pesquisa, quanto pelo discurso dos “porta vozes”. Esses riscos estariam correlacionados à ameaça à viabilidade de formas alternativas de cultura, ao risco que a biodiversidade passa a correr com o advento dos transgênicos, à segurança mundial, já que haveria maior concentração de recursos mundiais de alimentos e sementes nas mãos de corporações privadas, entre outros.

    Fica evidente que todas essas questões estão vinculadas à Ética, no entanto, estão sendo “deixadas de lado” na análise dos transgênicos. (Alunos da UFABC, “tá ai” um dos motivos da interdisciplinaridade do nosso curso. Nós poderíamos nos destacar na análise dos transgênicos, da forma que é sugerida por Hugh Lacey, graças à visão interdisciplinar que obtemos durante nossa graduação).

    Ou seja, interesses comerciais interferem na pesquisa tanto de consequências da aplicação dos transgênicos, quanto do desenvolvimento de alternativas que poderiam satisfazer, também, a demanda mundial por alimentos.

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  59. O assunto transgênicos é um assunto polêmico, desde seu principio é causa de uma série de debates , tanto pelo fator de se é moral alterar geneticamente um alimento,quanto se este pode ser prejudicial a quem o irá consumir,sobre seus prejuízos ambientais ou seus impactos socioeconômicos,etc...
    Devo admitir que o texto Hugh Lacey não me deixa muito claro este assunto, afinal sua abordagem na realidade da enfoque nas alternativas para os transgênicos,do que nos próprios transgênicos em si .
    A falta de aprofundamento nas pesquisas sobre os danos que podem ser causados aos seres humanos por esse tipo de alimento é um dos fatores que contribuem mais para que a discussão seja tão complexa, afinal as pesquisas relacionadas ao tema lidam apenas com os riscos diretos e em curto prazo á saúde humana e ao ambiente, desconsiderando riscos em longo prazo e de forma indireta. Desta forma o autor cita que existem outras formas de cultivo que podem se equiparar aos transgênicos, como a agroecologia.
    Èticamente falando, não consigo estabelecer uma opinião definida, exatamente por essa falta de conhecimento sobre o assunto, porém se estão omitindo certas pesquisas para a implantação deste tipo de alimento visando apenas o lado econômico, está clara a falta de ética.

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  60. Hugh Lacey aborda uma questão atual, não tão conhecida pelas pessoas: os transgênicos. Muitas sequer sabem que transgênicos são organismos manipulados que têm a capacidade de aprimorar os outros organismos que os recebem. Analisando a utilização dos transgênicos nos alimentos, Lacey mostra sua insatisfação com a presença desses organismos nos alimentos que ingerimos. A questão principal a ser criticada são as pesquisas descontextualizadas, ou seja, pesquisas que não levam em consideração os contextos humano, social e ecológico dos objetos estudados. Assim, esse tipo de metodologia torna difícil sabermos quais os riscos ao fazermos uso dos transgênicos.
    Essa abordagem descontextualizada afeta diretamente o desenvolvimento tecnológico que, por sua vez, afeta o comércio. Cria-se então uma rede de dependência que torna difícil o incentivo a pesquisas que alertem a respeito do risco dos transgênicos. Lacey alerta para o fato de que os transgênicos não levam em consideração a sustentabilidade ambiental e as variações regionais e culturais. Além disso, alerta para o fato destes não serem alimentos nutritivos.
    A alta margem de lucro através do uso desses organismos faz com que sejam realizadas poucas pesquisas a respeito dos métodos de substituição dos transgênicos, tal como a agroecologia. Alega-se que nenhuma outra forma de produção alimentícia conseguirá ser tão grande quanto à dos alimentos transgênicos. Assim, teoricamente, os transgênicos são os responsáveis pela alimentação mundial, principalmente em países mais pobres. Considerando-se que a população mundial cresce cada vez mais e que determinadas regiões do mapa mundial são incapazes de produzirem alimentos devido a diversos fatores, esse argumento aparenta ter bastante fundamento. Mas como podemos realmente saber se somente os transgênicos são capazes de atingir um alto índice de produção? Quero dizer, se poucas pesquisas são voltadas a outros tipos de produção alimentícia e poucos são os investimentos nessas pesquisas, como realmente podemos ter certeza de que não há um meio de substituição aos transgênicos?

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  61. Segundo Hugh Lacey, os principais motivos pela difusão da agricultura transgênica são relativos à questões econômicas e comerciais. Atualmente, como o apoio governamental à ciência está diminuindo, novas técnicas que possam mobilizar investimentos privados são muito apoiadas pelos cientistas, que as veem como uma oportunidade de aumentar o patrocínio às suas pesquisas. Este fator, associado à realidade de que os transgênicos mobilizam todo um novo mercado mundial de produtos, trazendo mais lucro para os grandes investidores e prejuízo aos pequenos agricultores, só aumenta a ganância pela produção em grande escala destes produtos.
    Como citado no texto, as pesquisas realizadas sobre as reais dimensões ecológicas e sociais desta forma de produção agrícola ainda são muito frágeis e sigilosas. Isso porque não é interessante para os poderosos que estão lucrando com ela encontrarem obstáculos que de alguma forma prejudiquem seus benefícios. Essa prática por si só já é imoral, pois esconde a verdade, e beneficia somente uma pequena parte da população, sendo que toda ela está sendo afetada pela comercialização destes produtos.
    Os defensores dos alimentos transgênicos alegam que estes são a única alternativa viável para a agricultura do futuro devido à sua maior produtividade e possibilidade de atender melhor a demanda mundial por alimentos, podendo até erradicar a fome. Essa alegação é falaciosa, pois não há estudos científicos que comprovem a veracidade desta, muito pelo contrário, visto que há novas formas de produção agrícola que também têm um grande potencial de produção além de se integrar melhor ao meio ambiente, causando menos danos, como é o caso da agroecologia. Além do mais, a fome no mundo já poderia ter acabado se os alimentos que são produzidos fossem melhor distribuídos para a população, e não dependentes da compra de uma minoria que possui os recursos financeiros para tal.
    Desta forma, a maneira como a produção de transgênicos é tratada atualmente pode ser considerada imoral, visto que não apresenta ao consumidor final as reais dimensões dos riscos carregados por este tipo de alimento, beneficiam somente uma parcela da população e ainda não contribui de maneira efetiva para a erradicação da fome, como é salientado em suas bases.

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  62. Fernando Santiago Moraes da Rocha25 de junho de 2013 às 22:06

    Logo no resumo de seu texto Hugh Lacey coloca que "a importância dos transgênicos ainda não está bem fundamentada no conhecimento científico disponível,em parte porque
    as conquistas e o potencial da agroecologia não foram objeto de atenção científica suficiente." A partir disso me indaguei imediatamente uma coisa: então, se a importância dos transgênicos não é bem definida, por que eles são tão usados?

    Isso é respondido pelo autor ao longo de seu texto. Ele deixa bem claro que as pesquisas dos transgênicos beneficiam aqueles que nelas investem, deixando de lado outras variáveis muito importantes além do lucro, os possíveis perigos à saúde e
    a "descompetição" entre agricultores que não têm acesso à tecnologia e os que a usam graças aos investimentos.
    Parece um cenário capitalista comum, em que um é favorecido e outro é desfavorecido apenas pelo fato de ter ou não capital. Comum sim, mas não normal. Normal seria uma competição justa entre os agricultores, ainda mais quando o que desequilibra um dos lados é uma tecnologia cuja comprovação de não fazer mal à saúde não é tão plenamente aceita.

    Em torno da moralidade pode-se citar novamente essa questão da competição muito desnivelada, mas eu mesmo não considero esse um argumento moral forte. Para se argumentar moralmente sobre a questão dos transgênicos seria necessário conhecer todos os efeitos que eles causam no objeto aplicado, em que esses efeitos podem afetar benéfica ou maleficamente o ser humano e etc. Enfim, demanda todo um conhecimento sobre transgênicos que poucos têm.
    Dessa forma, só posso concluir sobre a imoralidade do ato de haver uma competição desleal. Mas, como já é de praxe dizer, são as regras do jogo capitalista. Praticamente um banco Imobiliário da vida real.

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  63. Thaís Alves Villalobos25 de junho de 2013 às 22:39

    Os alimentos transgênicos são, desde sua introdução no mercado, foco de discussão entre os que são favoráveis a eles (que os defendem, por exemplo, por serem responsáveis pelo aumento na produção agrícola) e os que são contra (alegando, por exemplo, que o efeito desse tipo de alimentos modificados é desconhecido no organismo).

    Em seu texto, Hugh Lacey consegue expor, com clareza, diversas questões controversas do uso dos transgênicos. De acordo com ele, os pesquisadores dos transgênicos focam seus estudos apenas as características que são favoráveis a eles, utilizando-se de uma estratégia que o autor denomina “abordagem descontextualizada”, ou seja, os estudos independem dos contextos sociais, humanos e ecológicos. O autor argumenta ainda que os transgênicos não se limitam a serem objetos biológicos, mas também socioeconômicos na medida em que são tanto mercadoria quanto detentores de propriedade intelectual.

    Ao expor os diversos possíveis riscos dos transgênicos, o autor passa a expor também as pesquisas acerca destes e os interesses envolvidos nestas. Com o desenvolver do texto, fica cada vez mais claro que o método de investigação utilizado pelos cientistas é falho, na medida em que desconsidera diversos contextos (como o social) na tentativa de defender “os interesses comerciais e os valores do progresso tecnológico”, como dito pelo autor.

    Apesar de trazer alternativas ao uso dos transgênicos, Lacey afirma que estas podem não se mostrar como melhores do que os alimentos transgênicos e diz que o ponto de seu texto tem a pretensão de determinar isso, mas sim mostrar que a ciência ainda não analisou as alternativas. O argumento atual dos defensores dos transgênicos é de que “não há alternativas viáveis de cultivo no âmbito do sistema socioeconômico baseado no capital e no mercado”,ou seja, o argumento não se encontra no âmbito da ciência, mas sim no econômico, o que mostra que a busca de alternativas não está em concordância com a agenda das grandes corporações agroindustriais detentoras do capital.

    Após a leitura do texto de Hugh Lacey, é possível se afirmar que há diversas questões nesse tema dos transgênicos que podem ser consideradas imorais. Tanto os consumidores quanto produtores que não fazem uso dos transgênicos são apenas espectadores no jogo de interesses das grandes cooperações agroindustriais, que não se interessam por estudos mais informativos dos efeitos dos transgênicos e representam uma concorrência talvez até desleal em relação a produtores que não fazem uso dessa tecnologia.

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  64. Tendo como base o texto “Há alternativas ao uso dos transgênicos?” de Hugh Lacey, penso que a produção de alimentos transgênicos por si só não é imoral, e o que faz com que a moralidade deste tópico seja discutida são os métodos e as intenções dos detentores deste tipo de tecnologia.
    É certo que os transgênicos possuem certas vantagens quando comparados aos alimentos “normais” (pode ser conservado por mais tempo e é mais resistente, por exemplo), mas as pesquisas realizadas até o momento buscam investigar apenas as características que podem ajudar no aumento e melhora da produção destes, e não busca saber os efeitos negativos que eles podem possuir para o meio ambiente e para o ser humano em longo prazo. Outro ponto apresentado no texto é que segundo dados da FAO (Food and Agriculture Organization) atualmente “a produção mundial de alimentos é suficiente para alimentar toda a humanidade e ainda sobra”, levando o autor a concluir que o verdadeiro problema não é a falta de alimentos, mas a dificuldade de acesso à renda necessária. A verdadeira motivação dos transgênicos se mostra ser na realidade a busca pelo lucro dos detentores desta tecnologia, sem levar em consideração o que seria melhor e mais seguro para as pessoas.

    Segundo Lacey, uma boa alternativa para os transgênicos seria a agroecologia, que busca incorporar questões como relações sociais de produção, produção para auto consumo e segurança alimentar em suas pesquisas e se mostra uma alternativa mais sustentável e acessível.

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  65. Os transgênicos não se sustentam ao meu ver por se basearem na ideia de necessidade de alimentos. O principal discurso de seus defensores é da necessidade de uma maior produção de alimentos por conta da fome no mundo, quando na verdade a produção atual é muito superior a demanda.
    O problema que vemos aqui é social, esta na falta de recursos e má distribuição do alimento produzido. Enquanto os grandes centros desperdiçam enormes quantias de alimentos todos os dias, países pobres da África e Ásia não tem a capacidade de produzir ou comprar o seu próprio. Um remanejamento e uso mais consciente dos alimentos, assim como o da água que vem sendo tão aclamado, seria suficiente para, pelo menos, amenizar essa condição precária que vemos vivendo hoje.
    Outro ponto que acho pertinente, mesmo que fuja um pouco do assunto, é o da mal utilização das terras. No Brasil os alimentos transgênicos e a ampliação das áreas destinadas a plantação e criação de animais para alimentação vem sendo fortemente defendida pelos grandes produtores nacionais. Porem o aproveitamento dessa terra que possuem hoje é vergonhoso, países muito menores aproveitam ao máximo a terra que possuem e por isso a produção por hectare é colossalmente maior que a que possuímos hoje, se fosse investido em tecnologia no cultivo, como maquinário e treinamento para funcionários, em vez de ampliação das terras (mais fácil) e transgênicos (mais rápido) a produção nacional seria muito mais eficiente, fazendo com que os preços internos diminuíssem, a qualidade melhorasse e as importações aumentassem.
    O problema de fome no mundo, ao meu ver, é econômica e não de demanda de alimentos. Os estudos ainda não dizem se transgênicos são maus ou não, mas sabemos que não dependemos deles para um mundo sem fome. Dependemos sim de politicas publicas e acordos internacionais que melhorassem essa precária distribuição de alimentos que temos hoje.

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  66. .
    Observando algumas publicações da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, remato que não há consenso sobre a compatibilidade entre a demanda e a produção de alimentos no mundo, mas é certo que a fome é uma realidade e é uma questão ética a ser solucionada pelas instituições governamentais.
    A cultura de transgênicos por vezes é apontada como uma possível solução para a questão da fome. Mas a produção de transgênicos em grande escala pode visar apenas favorecer as grandes corporações do mercado mundial, bem como governos ligados aos produtores.
    Hugh Lacey enfatiza a questionamento do desenvolvimento da ciência, se este é benéfico para a humanidade em sua totalidade e qual os ônus deste desenvolvimento, além de apontar o provável desvinculo da ciência da função de pesquisa para a ação de fomento à atividades econômicas.
    O autor afirma que as justificativas para a utilização da transgênese não refletem conhecimento científico,mas sim poder econômico. Posto isso, está revelada a necessidade de uma adequação ética para a questão dos transgênicos, pois as conseqüências a longo prazo de sua produção e consumo ainda são uma incógnita.

    Rosangela de Paula
    RA 21069412

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  67. Professor, ano passado fiz um trabalho a respeito dos transgênicos para a disciplina de CTS, e nas pesquisas que realizei vi que a maioria dos transgênicos não visam uma maior produtividade da planta em si, mas sim de uma maior resistência da planta aos agrotóxicos – agrotóxicos esses que são vendidos pelas mesmas empresas que desenvolveram a planta transgênica. Há sim estudos de plantas transgênicas que visam um maior fruto e resistência à doenças por exemplo, mas são muito poucos estudos comparados aos de plantas que visam incorporar uma resistência a agrotóxicos, e com isso um maior impacto ambiental com o excesso de agrotóxicos (diminuição da flora e fauna). Vale lembrar que em muitas dessas plantas transgênicas são incorporados “genes suicidas”, ou melhor explicando, as sementes só produzem plantas estéreis, o que obriga o agricultor à comprar sementes da empresa para todas as futuras lavouras.
    A minha conclusão, depois de ler o texto e de relembrar das pesquisas que fiz anteriormente, é que o estado atual da pesquisa dos transgênicos é imoral – pela tão falada “descontextualização” da ciência – já que nesse caso não se faz estudos de longo prazo dos impactos que as plantas transgênicas oferecem ao meio ambiente e a sociedade. Ela é também imoral por apenas atender aos interesses de algumas empresas e criar essa falsa propaganda do transgênico ser a salvação da humanidade, mas não comunica dos malefícios que causarão ao resto da sociedade no futuro.

    Ass: Helder Aires da Silva – RA 21008610

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  68. A questão dos transgênicos levanta muitas polêmicas, o texto de Hugh Lacey expõe a relação da ciência com os transgênicos, e mostra o lado não moral da ciência com essas pesquisas e desenvolvimentos. Mostra que o real interesse é o econômico, o ganho financeiro das grandes industrias e não resolver o problema da fome no mundo. O que me faz pensar, que talvez não haja uma real preocupação com o que o ser humano está consumindo.

    Acredito que tudo que não vise o bem estar e sim apenas o lucro não pode ser considerado ético e moral, antes que se tome uma decisão sobre o cultivo, a comercialização e o consumo de transgênicos em qualquer país, deviam ser realizadas pesquisas mais aprofundadas por instituições científicas para saber quão realmente os transgênicos são prejudiciais à saúde humana e ao meio ambiente.

    Quanto ao agroecologia, um dos métodos de substituição citado pelo autor, não era do meu conhecimento antes de ler o texto, pesquisei sobre o assunto e me parece realmente bem mais sustentável e viável que os transgênicos, pode ser um meio de substituição válido.

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  69. O autor, defende no texto que um dos principais problemas no caso dos transgênicos, é a exploração feita pelas empresas que visam enriquecer, e deixam de lado o bem estar social, sem dar importância para as consequências que o cidadão pode sofrer utilizando o produto. Este é apenas mais um exemplo em que o sentimento capitalismo vai contra a saúde das pessoas, como foi o caso do cigarro em décadas passadas.
    Ao propor o uso da agroecologia, Lacey traz uma alternativa possivelmente mais benéfica para as pessoas. Isso prova somente que a ciência continua evoluindo. Não dizendo que a agroecologia seja uma evolução dos transgênicos, mas a partir do momento que se suspeita que uma solução encontrada por alguém não seja a mais
    adequada e benéfica para as pessoas, outra solução deve ser buscada, e assim a ciência evolui.
    Esta evolução da ciência esta ligada ao desenvolvimento da sociedade e das tecnologias. A partir do momento que a medicina se desenvolveu e percebeu o que é realmente o cigarro, este passou a ser duramente combatido.Com o aumento da população, os recursos utilizados tendem a se esgotarem mais rápido, tornando assim impossível a convivência pacífica de todos. É este o caminho que a ciência deve seguir, tentando prever sempre o que acontecerá no futuro, para que a solução seja encontrada antes daquilo se tornar um problema.
    Com esta evolução, todos temos a ganhar, desde que a ganância das pessoas não ultrapasse o bom senso, para que a ciência seja utilizada para beneficiar as pessoas, e não apenas o bolso de uma pessoa.

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  70. O texto “há alternativas ao uso dos trangênicos?” traz uma abordagem muito curiosa acerca dos benefícios e malefícios do avanço científico. Mostra uma face distinta das que costumamos ver sobre a ciência, demonstrando que o objetivo de buscar melhorias no campo científico por vezes acaba sobrepondo as questões sociecológicas.

    É como se o respaldo da biotecnologia pertencer ao mundo científico e trazer consigo novos empregos e desenvolvimento da área, minasse as críticas e as deixasse em segundo plano, tornando as pesquisas duvidosas. Percebemos então uma troca de papéis, ou seja, não é mais o homem utilizando a ciência em prol de si mesmo, mas sim a ciência se utilizando do homem para cumprir suas metas.

    Acredito que enquanto os estudos sobre os transgênicos permutarem somente a área científica, desvinculando o maior aprofundamento acerca das consequências e males trazidos por essa técnica, só serão trazidos dados descontextualizados, que a longo prazo poderão trazer efeitos indesejáveis para a população.

    Por esse motivo, todos as nuances da questão devem ser analisadas, tomando como base as sequelas de curto e longo prazo, como por exemplo a diminuição da biodiversidade e o não incentivo às formas alternativas de agricultura, que por serem menores e possuírem maior dificuldade de cultivo -despendendo maiores gastos-, acabam sendo atropeladas e ignoradas.

    Fernanda Sue Komatsu Facundo

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  71. O uso de transgênicos ou OGM (Organismos Geneticamente Modificados) na agricultura evidencia, a meu ver, a principal questão ética que envolve a ciência neste século, qual seja a defesa de uma mítica “verdade científica inquestionável”. A utilização de OGM esbarra em um grande problema: o gigantesco mercado de venda e o poderio econômico dessas empresas, bem como a desculpa da “necessidade”.

    A defesa dos produtores de OGM é a de que estão sob o respaldo da ciência, ao contrário de seus detratores. Esquecem eles que a ciência não possui lado e está à disposição de todos. Hoje enfrentamos um grande problema ético no que concerne às inovações científicas, que se resume na apropriação da “verdade científica” pelo grupo que defende essas inovações e na desqualificação dos seus opositores como desprovidos das mais elevadas qualidades científicas. Isso acontece com as empresas farmacêuticas, as empresas de OGM e até em teorias como o “Aquecimento Global”, tese elaborada por um organismo da ONU e que procura rejeitar toda forma de contestação, embora centenas de cientistas e estudiosos ao redor do mundo condenem essa ideia como equivocada.

    A principal característica dos OGMs utilizados na agricultura está na imunidade à herbicidas, que então podem ser utilizadas à vontade. Isso acarreta de imediato um grave perigo ambiental ao encharcar o solo com produtos altamente tóxicos. Um bom exemplo é a soja Roundup, da Monsanto, a mais utilizada no Brasil e que é imune ao herbicida Glifosato, comercializado pela mesma empresa. Ou seja, em cada cultivo o agricultor deverá comprar as sementes (ele não pode reproduzi-las sob pena de infringir patentes), comprar o herbicida específico, adquirir os fertilizantes convencionais e promover a irrigação adequada. Isso acarreta um aumento nas despesas com a lavoura que acaba por eliminar qualquer tipo de vantagem econômica que possa ter com o OGM. Na verdade, agricultores dos EUA já começam a ter problemas em manter suas propriedades, pois estão aparecendo pragas resistentes ao Glifosato e as despesas com os OGMs não estão mais compensando.

    Além do risco para o meio ambiente causado por um uso excessivo dos herbicidas, existe também o perigo de contaminação biológica pelos OGMs. Já foi constatado em plantações de milho que insetos, no processo de polinização das plantas, acabam por transferir os OGM para plantações convencionais da região que obtêm um milho geneticamente modificado à sua revelia. E a Monsanto processa estes agricultores por infringir a patente de seus OMGs ao “produzirem” suas sementes transgênicas. Então os perigos para o meio ambiente e para a economia agrícola não apenas são claros como já estão a acontecer hoje, neste momento. Mesmo assim as autoridades, inclusive científicas, fecham seus ouvidos a estas evidências claras e concretas.

    Outro fator imoral por não estar sendo levado em consideração são os perigos para a saúde humana. Testes que mostram potencial cancerígeno são descartados pelos fabricantes e cientistas que apóiam esses produtos como “inconclusivos” ou mesmo “totalmente falhos”. Mas a verdade é que se passou muito pouco tempo desde a introdução dos transgênicos na alimentação humana para que se possa dizer com certeza que são seguros. Lembramos que o chamado “Mal da Vaca Louca” levou mais de 90 anos para se manifestar. A utilização de culturas transgênicas começou em 1996 e as legislações começaram a surgir a partir de 1998.

    Existem alternativas aos OGMs, como descritos no artigo lido, mas mesmo que não houvessem seria fundamental que o cuidado com a saúde dos seres humanos tivesse um pouco mais de sensatez e precaução por parte dos ditos “cientistas”. Infelizmente a pressão econômica se faz mais apelativa e vemos um grupo de pesquisadores de ponta, altamente qualificados, se prostituindo por verbas e notoriedades efêmeras. Esta é a suprema imoralidade da ciência atual.

    Um artigo publicado mês passado na revista científica “Nature” afirma que 88% das pesquisas realizadas sobre câncer nas últimas décadas são FRAUDES CIENTÍFICAS.

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  72. O texto em questão aborda o tema sobre os transgênicos, uma alternativa para a produção de alimentos capaz de alimentar toda a população humana. Neste, o foco está em alternativas para o uso dos transgênicos, que apesar de serem acobertados pela ciência, podem sim trazer diversas consequências ruins para o homem.

    Comecemos pelos seus riscos. O texto mostra alguns risco de longo e curto prazo, e fora estes, digo por mim que tais alimentos transgênicos além de serem quimicamente modificados, perdem o gosto original do alimento natural, ou seja, além de possuírem compostos químicos, não possuem o mesmo sabor do verdadeiro. Um explicação para o fato destes riscos serem ignorados, é que a produção dos mesmo beneficia não só as grandes industrias produtoras (que possuem o conhecimento das técnicas de produção), mas também o governo, sendo assim, usam-se da estratégia de dizer que a ciência não leva em conta os estudos socieconômicos, tendo em vista que ao grosso modo (produção alta, fácil, sustentável), os transgênicos são perfeitos para suprir a produção de alimentos necessária para a população mundial.

    Acredita-se também que este seja um motivo para a grande falta de incentivos no desenvolvimento de outras técnicas de produção mais 'saudáveis' e de mesma sustentabilidade e produção. Um exemplo dado é a agroecologia. Este processo é de fácil uso e não precisaria de uma privatização (impedindo assim a concentração de alimentos para o poder privado) e poderia alcançar até mesmo as áreas inapropriadas à agricultura normal.

    Acredito sim que a privatização do uso e criação de transgênicos seja algo imoral, pois concentra todo o 'poder' sobre os alimentos em poucas mãos. Porém, assim como querem maiores pesquisas científicas para os riscos do mesmo, e para outras alternativas de produção de alimentos, acredito que seria bem interessante se as pesquisas científicas voltassem também para a melhoria do sistema transgênico. Caso maiores estudos fossem feitos, envolvendo desde seus riscos até seu impacto socioeconômico, creio que os transgênicos poderiam se tornar uma opção ainda melhor e mais segura.

    E mesmo que os transgênicos sejam comprovados como ótimos meios de produção de alimento, acredito que seria bem interessante e talvez até mesmo necessário, que outras alternativas de produção fossem incentivadas, tanto por causa de um eventual problema que possa surgir no processo transgênico, como por características diversas que os processos podem apresentar (um pode resultar em alimentos maiores, outro pode resultar em alimentos mais saborosos, etc).

    Os transgênicos são uma boa alternativa para a produção de alimentos, mas não devem em hipótese alguma, ser a única. Os estudos sobre o mesmo e outras alternativas de produção, não só devem ser incentivados, como nunca devem parar. Devemos estar sempre em busca da melhoria de nossos atuais sistemas de produção.

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  73. Este comentário foi removido pelo autor.

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  74. A ciência sempre teve como meta uma melhor e maior compreensão acerca do mundo e dos fenômenos que o cercam, e com este objetivo a ciência, seus agentes e seus frutos sempre desfrutaram de uma visão privilegiada da sociedade, uma visão de uma ciência que remete sempre a verdades e a progresso. Porém a questão dos alimentos transgênicos, entre outras questões, reacendem o debate das verdadeiras implicações de determinados conhecimentos e tecnologias dentro da sociedade.
    Um fato nesta discussão é inquestionável: A inserção de novas tecnologias na sociedade traz consigo mudanças, sendo elas boas ou más. No caso dos transgênicos ao meu ver temos implicações em dois campos principais: No campo da economia e no campo da saúde dentro da sociedade. A respeito do primeiro, é necessário se observar a relação entre o desenvolvimento de tecnologias com seus financiamentos, geralmente provindos de setores privados e que, com isso, acabam se apropriando da tecnologia produzida. Esta tecnologia quase sempre vem com o principal intuito de suprir todos os investimentos que se fizeram nela e depois produzir uma maior taxa de lucro para a empresa em comparação com as tecnologias que acabam se tornando obsoletas. Até ai tudo bem, porém essa apropriação da tecnologia por grandes empresas causa um grande 'abismo' no que se refere a produção de empregos, geração de renda de pequenos agricultores, entre outros fatores, além da maior influencia destas grandes empresas no cenário econômico-politico. E em relação a saúde, os alimentos modificados geneticamente ainda estão em pauta de estudos sobre os efeitos nocivos que estes podem causar ao ser humano,e também a respeito da saúde considero os impactos ambientais que a plantação destes alimentos pode ocasionar. Ambos impactos que não são plenamente conhecidos tanto por cientistas quanto pela sociedade, porém isto não impede a produção e comercialização destes alimentos.
    Então, a que custo os transgênicos estão se inserindo na sociedade? Será que a justificativa de produzir mais e 'melhores' alimentos para se combater a fome se faz razoável frente aos problemas socioeconômicos e relativos a saúde que a introdução destes alimentos na sociedade causam? Será que é moral a priorização dos lucros de uma empresa a saúde dos consumidores e as complicações que eles geram a pequenos produtores? Acredito que não.
    A tecnologia em si não tem prós ou contras, mas as implicações que a implementação desta causa na sociedade, acredito que deve reforçar a ciência e também as empresas a reforçarem a conscientização de seu papel na sociedade e procurar resoluções que sejam benéficas a todos os envolvidos.

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  75. RA:21055812

    Achei esse tema bastante interessante, pois ele aproxima a discussão fundamental dessa disciplina, e dos meios acadêmicos: o debate ético sobre a utilização do conhecimento e suas implicações na sociedade. Apesar do assunto estar focado na atual questão dos transgênicos, a problemática me parece mais geral. As discussões sobre os métodos capazes de tornar a vida humana na terra mais sustentável, que abordam a indústria alimentar, os combustíveis, as formas de se gerar energia, e etc., levam à problemática da intercomunicação entre a comunidade científica e a sociedade. A falta de meios para estabelecer um diálogo entre a ciência e a sociedade impede a canalização da prática científica para a satisfação das demandas socioeconômicas, favorecendo o monopólio das pesquisas científicas por parte das corporações capitalistas que as financiam. É nesse ponto, a partir do texto de Hugh Lacey, que eu encontrei o problema ético dos transgênicos. Não trata-se, prioritariamente, dos resultados científicos sobre os transgênicos em si mesmos, mas sim, dá dificuldade de se desenvolver pesquisas sobre os possíveis impactos socioeconômicos e biológicos ou novas alternativas, na medida em que não são interesse das corporações financiadoras. A imoralidade está exatamente na supressão das reais necessidade humanas em favor das necessidades mercadológicas. Isso nos mostra que a comunidade científica não tem poder sobre a sua própria força de trabalho e o produto de seu trabalho, expressando claramente a alienação do trabalho científico.

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  76. A discussão sobre os transgênicos se aprofunda mais sobre a questão da saúde e a parte econômica, motivadora do questionamento dos atos. Os avanços tecnológicos não podem ser impedidos e devem ser mais bem direcionados, não visando apenas o lucro. O problema aparece quando consideram os transgênicos como solução única para o fim da fome no mundo, o que não é uma verdade. Esse é um discurso que valoriza as grandes corporações, aquelas que investiram no desenvolvimento científico para a produção de alimentos resistentes e buscam por meio da propaganda ganhar uma aura de salvadores. Não pretendo com esse comentário aliviar para o lado dos cientistas, já que eles não foram obrigados a pesquisar sobre a biotecnologia. Pelo contrário, receberam e foram incentivados a isso, além da decisão de participar caber a eles.
    Antes de chegar à viabilidade comercial, o caminho pelo qual a ciência percorreu na descoberta de meios que tornassem alimentos mais resistentes e aperfeiçoamento de plantações não sofria muita desconfiança da população em geral quanto à moralidade da atividade. Anterior à divulgação da ciência ser aplicada em larga escala, ou quando foi anunciada possibilidade da criação de alimentos transgênicos, o desenvolvimento da biotecnologia feria a moralidade para aqueles que consideravam o ato como uma tentativa de brincar de Deus.
    Um dos argumentos que mais prejudicam a moral da tecnologia dos transgênicos é a falta de clareza sobre os efeitos que causam no meio ambiente e no corpo humano. Em um estudo publicado pela “Food and Chemical Toxicology Review” onde experimentos são realizados com ratos de laboratório, alimentando-os apenas com milho transgênico por 2 anos temos um aumento triplicado do risco de câncer se comparado a uma alimentação com não modificados. Sem contar outras informações não divulgadas ou não pesquisadas sobre danos ambientais, que já dariam motivos para a revogação da sua plantação.
    Pode-se acrescentar que não existe um apoio popular sobre esse cultivo em nações como a Alemanha, que não permitem o cultivo de milho transgênico, e Brasil, segundo maior produtor de soja transgênica no mundo. Entretanto, em reportagem da BBC feita em 2002, encontramos apenas três países africanos contrários (Zâmbia, Zimbábue e Moçambique). Não encontrei informações sobre a opinião da população destes países sobre o cultivo de transgênicos, o que seria interessante por envolver diretamente a escolha de lugares com maiores índices de fome do que em países desenvolvidos. Em outras palavras, não perguntaram a quem tem fome se ele gostaria de se alimentar, não importando a origem e os prováveis danos vindos dos alimentos modificados. Talvez porque a resposta seja óbvia.
    Temos alternativas ao uso de transgênicos, algumas já velhas conhecidas. A principal seria a melhor distribuição dos alimentos. Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a produção de alimentos no planeta é duas vezes maior que a necessidade para alimentar toda a população mundial. Mesmo não considerando desperdícios tanto no trajeto plantação-consumo como em desastres naturais, não é aceitável a existência de uma população de 1 bilhão de subnutridos no mundo. A questão da distribuição e as motivações político-econômicas dela mereciam um espaço maior no debate ético do que apenas os transgênicos.

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    1. Fontes complementares:

      http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI322531-18537,00-MILHO+TRANSGENICO+CAUSA+CANCER+EM+RATOS+E+REACENDE+DEBATE.html

      http://www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/021114_fomemtc.shtml

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  77. Na atualidade a tecnologia esta cada vez mais presente nas nossas vidas, tendo em vista que quase tudo que utilizamos hoje em dia usa uma parcela de tecnologia. Ela esta presente até nos nossos alimentos, com o advento dos alimentos transgênicos. Os alimentos transgênicos, de uma forma muito simplificada, nada mais são do que alimentos normais, porem modificados geneticamente. Essa modificação pode tanto trazer melhorias para os alimentos, mas em contrapartida seu consumo pode ser danoso para o seu humano. No âmbito da Ética eu acredito que a ação de produzir alimentos transgênicos é imoral, pelo fato de que pode ser danoso ao ser humano e sua produção é limitada a apenas algumas empresas, gerando um certo monopólio.
    No texto apresentado o autor discute os danos dos transgênicos a curto e a longo prazo, alem de evidenciar o monopólio que ocorre das empresas. O autor diz que deveriam haver outras formas de produção de alimentos e cita como exemplo a agroecologia, que nada mais é do que uma forma de agricultura familiar, economicamente viável e mais importante de tudo, ela é sustentável. Segundo o autor se a produção de alimentos fosse feita por esse tipo de agricultura não haveria mais o monopólio das grandes empresas, os alimentos seriam naturais e a produção sera sustentável.

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  78. Acredito que questões como a dos alimentos transgênicos, abordada no texto de Hugh Lacey, recaem sobre a seguinte pergunta: tecnologias são morais? Acredito que a maioria das pessoas consideram que a descoberta de curas para doenças é algo moral, assim como acredito também que, uma grande parcela delas, consideram a criação de armamentos como algo imoral. Afinal, é moral ou imoral?

    Embora a tecnologia dependa do ser humano para ser desenvolvida e utilizada, ela, em si, acredito eu, pode sim ser julgada como moral ou imoral. Tomando por base o texto de Langdon Winner (2009), podemos dizer que os artefatos (inclusive as tecnologias) tem política, ou seja, eles por si só exercem um "papel político/social" sendo, ou não, democráticos, visto que, uma usina nuclear por exemplo, é considerada menos democráticas que a energia solar, por exemplo, pois ela exige a presença de uma elite intelectual e de estruturas hierárquicas que garantam sua gerência, diferentemente de painéis solares individuais.

    Sendo assim, acredito que podemos também julgar as tecnologias como morais ou imorais de forma a ser praticamente indiferente a seu uso. Elas por si só significam algo e sua simples existência já implica em consequências sociais. Transgênicos implicam em vantagens para fazendas que podem fazer altos investimentos em tecnologia, logo, não é democrática (pois é excludente) e, considero também, como imoral.

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  79. O assunto agora entra no campo científico, e acaba debatendo a importância do diálogo da ciência com a sociedade. O teor ético se encontra nisso.

    Creio que podemos enquadrar isso num nível que exceda a questão apenas dos transgênicos, e encabeça uma sucessão de outros temas que envolvem ciência, tecnologia e sociedade. Isso se encontra como principais motivos do "andar junto" das forças científicas para com o capitalismo selvagem - e imoral.

    Hugh Lacey se baseia nisso ao trabalhar seu texto. O embate ético não se dá no resultado positivo ou negativo, nas consequências ou implicações das pesquisas sobre transgênicos, e sim os meios que isso se dão por conta de seu ponto de partida causal, suas reais intenções ao se elaborar uma pesquisa científica. Acaba por alienar a comunidade científica nesse aspecto, pois ela já não se corresponde ao seu objeto, pois só interessa àqueles que os financiam.

    A ética vê no extirpo da consciência pública, seu viés ao imoral.

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  80. No texto, Hugh Lacey irá explicitar o cenário atual de pesquisa e do uso dos transgênicos, aonde o setor econômico irá se sobre sair diante os demais. E também abordará, os problemas como o risco a saúde humana e por trazer o desequilíbrio entre os médios/pequenos produtores que ficam em segundo plano em contraponto aos gigantes produtores.

    Mas, o que são os transgênicos? Os transgênicos, ou organismos geneticamente modificados, são produtos de cruzamentos que jamais aconteceriam na natureza, como, por exemplo, arroz com bactéria. O que pode ocorrer quando realizamos estas mutações genéticas é a perda da diversidade local.

    O ponto principal da discussão são os patrocinadores desta pesquisa, que no caso são os grandes produtores que financiam a pesquisa com a intenção de baratear o custeio com a produção.
    Uma das principais críticas é que as pesquisas relacionadas aos transgênicos são descontextualizadas já que não irão abordar os riscos e impactos sócios-econômicos.

    Na minha opinião, os personagem principais desta discussão ética são os grandes produtores, que plantam inconscientemente estes alimentos, sem necessariamente saber os riscos (ou até mesmo sabendo), aos governos que não têm e não criam uma legislação que ocupe-se em regulamentar sobre o uso dos alimentos transgênicos.

    O ponto onde quero chegar é que a ciência não é a única e exclusivamente culpada sobre isto, ou seja, não é somente movida apenas por interesses econômicos, e também não vejo que os transgênicos, como alguns veem como alternativa para extinguir a fome no mundo.


    Fernanda A. Nascimento
    RA 21071312
    E-mail: Fernanda.nascimento.btk@gmail.com

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  81. O texto traz uma questão já bem conhecida a cerca do uso da ciência e tecnologia como soluções para problemas vitais na sociedade. Os transgênicos cobrem uma demanda de produtos na qual os produtos orgânicos não são capazes de suprir, porém podem trazer diversos problemas o que causa certa incerteza em sua utilização ou não.
    Uma das críticas observadas no texto é que o fator econômico é supervalorizado nas decisões e no desenvolvimento científico e acaba por oprimir os estudos ecológicos, humanos e sociológicos. E isso pode acabar gerando problemas futuros devido à uma urgência na implementação dos transgênicos no mercado, deixando os riscos a longo prazo serem “estudados no final do prazo”
    Essas questões estão vinculadas a ética como mostra uma passagem no livro do professor Peluso: “...quando nos perguntamos sobre as garantias que temos de que estamos praticando o bem, ou estamos fazendo algo moralmente correto, quando construímos esse tipo de sociedade baseada no emprego das soluções fornecidas pela Ciência e pela Tecnologia, as respostas não parecem ser satisfatórias.“ Pois não se tem uma definição sobre o que seria ético no caso, ajudar na urgência na erradicação da fome, ou prolongar as pesquisas, aperfeiçoar as técnicas e reduzir os efeitos negativos.

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  82. O texto de Lacey põe em discusão a questão da ciência em relação aos transgênicos, e demonstra o lado 'imoral' da mesma, com pesquisas e desenvolvimento. Demonstra que o principal interesse é o acúmulo financeiro das grandes corporações, e não o encantamento de resolver o problema da falta de comida no mundo.
    A ausência de profundidade nas pesquisas sobre os problemas que podem ser causados aos seres humanos por transgênicos é um dos motivos que contribuem para que a discussão torne-se complexa, uma vez que as pesquisas sobre o mesmo tratam, unicamente, com os problemas diretos, e em curto período de consumo, assim expondo a saúde do ser humano e do meio ambiente, não visando os riscos à longo prazo. Isto nos leva a compreender que ocorre um 'paradigma' quanto aos medicamentos transgênicos, pois sua forma de pesquisa é voltada ao interesse de grupos corporativos que só visam o lucro, sendo assim, despreocupada com as formas de pesquisa para estudos científicos, e, muito menos, com o bem-estar populacional.

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  83. Hugh Lacey diz que a produção de alimentos geneticamente modificados é defendida de forma errada, pois é abordada levando em consideração apenas o aspecto científico, deixando de lado o contexto social envolvido. Desta forma, esta abordagem pode ser vista como “descontextualizada”.

    O principal argumento utilizado pelas instituições comerciais que lucram com a venda de alimentos transgênicos é a grande capacidade de produção. Afirmam que produzindo maior quantidade de alimentos, estão contribuindo para a erradicação da fome no mundo. Porém, a fome é resultado da desigualdade, da má distribuição dos alimentos, e não de sua baixa produção.

    Lacey destaca que a ciência deve oferecer alternativas que tornem os alimentos acessíveis até aos indivíduos mais pobres e que agridam menos o meio ambiente. Ele apresenta como uma possível alternativa o método agroecológico, que consiste em uma proposta de agricultura familiar socialmente justa, economicamente viável e ecologicamente sustentável.

    A imoralidade, neste caso, é que a ciência tem sido usada para benefício de poucos. Grandes corporações, que têm capacidade para bancar pesquisas, são beneficiadas com a produção e venda de alimentos transgênicos, enquanto muitas pessoas, sem condições financeiras para usufruir destes alimentos, são prejudicadas.

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  84. O texto dessa semana traz uma densa reflexão sobre a moralidade ou ausência dela no uso e produção dos alimentos transgênicos. O debate que resulta desse assunto é complexo e cheio de contradições. Como dito no texto, os cientistas alegam que o advento dos transgênicos é a solução para a fome mundial, mas, um pensamento reflexivo mais aprofundado mostra que a fome é uma imoralidade resultante do comportamento egoísta humano, já que a fome não é resultado da ausência de alimentos, e sim da má distribuição deles. A lógica da inserção de alimentos transgênicos parece uma solução a um grande problema, mas na realidade mostra-se como um mecanismo para favorecer os grandes produtores, ignorando os riscos provenientes do uso desse tipo de alimento. O autor também mostra que os cientistas apenas consideram o resultado frio, calculado e numérico desse tipo de produção, e ignora os aspectos sociais e morais causados. Acredito que o uso de transgênicos é na teoria algo moral, pois procura solucionar um problema social, mas na pratica acaba tornando-se algo imoral pois sua essência torna-se uma mantedora das imoralidades sociais, pois mantem a diferenças sociais.

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  85. Um dos primeiros problemas que o autor coloca em pauta também é frequente em outras áreas das ciências: a alienação. Esse processo comum promovido por alguns pesquisadores tende por excluir todos os impactos e consequências de um experimento científico na sociedade. Os transgênicos são pesquisados de modo a descobrir novas combinações de moléculas ou até novas espécies, mas não se deve excluir o potencial que os pesquisadores tem em produzir resultados a longo prazo, além de não se preocuparem em relatar problemas que possam surgir no futuro.
    Os riscos não são só desconsiderados pelos pesquisadores, como ainda são ridicularizados por afirmações de que os benefícios dos transgênicos serão muito superiores aos possíveis danos, mesmo sendo impossível comprovar tal afirmação. A ideia de objetividade irrestrita na pesquisa criou um paradigma na ciência de que não é necessário se relacionar com as necessidades culturais, sociais e ambientais ao qual a pesquisa está focada.
    O autor considera que a agroecologia é uma alternativa positiva por considerar mais variáveis à sua abordagem e não restringir o ser humano das suas conclusões, colocando de lado o simples paradigma quase tecnocrata da ciência objetivista.

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  86. Hugh Lacey entra no tema dos transgênicos com uma crítica que pode ser expandida para outros setores de nossa sociedade: apenas as pesquisas empíricas descontextualizadas tem validade argumentativa? Porque não outras que envolvam contextos, sendo que a mesma abordagem descontextualizada não explica porque só ela é válida?

    Embora ache que em certos momentos ele se vale de falsas dicotomias, a crítica dele a apenas considerar a visão cientificista é válida e aplicável a vários outros pontos de nossa sociedade atual.

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    1. Isso pode nos levar a pensar: porque temos essa tendência de considerar "se é científico, é válido e bom?". Seria pela imersão que temos hoje em dia da tecnologia em nossas atividades e, porque não, em quase tudo que vemos?

      A postura dos defensores dos transgênicos, desconsiderando os riscos e ridicularizando seus opositores, pode ser considerada quase como um retrato da maioria dos debates de hoje em dia: incapazes de aceitar críticas e desconstruir elas, se valem de outros subterfúgios e falácias que não respondem as perguntas e tentam apenas desqualificar quem a critica.

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  87. O debate de alimentos transgênicos coloca o panorama socioeconômico em frente ao ético. Riscos que o uso de transgênicos possa trazem a sociedade também ficam por traz da economia, na verdade nem são considerados segundo Hugh Lacey. São desconsiderados pelo fato de que cientistas alegarem que possíveis riscos são compensados pelos benefícios. Surge daí a imoralidade da ciência descontextualizada, fazendo da ciência uma ferramenta de controle de massa.
    Quando na verdade os benefícios não compensam os riscos, mas sim os escondem dentro de benefícios econômicos, fazendo da ciência uma frente imoral. A descontextualização é movida pela necessidade econômica da sociedade.

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  89. Hugh Lacey aborda em seu texto o uso de alimentos transgênicos, discutindo acerca das possibilidades que se existem além de tal aplicação e também como é a real situação do mundo, se referindo a fome e a acessibilidade aos alimentos pelas sociedades, assim como também um lado obscuro da ciência quando se é feito pesquisas.
    O autor descreve o que denomina de abordagem descontextualizada: ”sujeitados às suas restrições, os objetos e as respectivas possibilidades são investigados nos termos dos seus componentes, processos, interações e estruturas subjacentes, bem como das leis que os governam, de forma desassociada dos contextos humano, social e ecológico nos quais estão inseridos e são utilizados”.
    Essa abordagem, pelo que diz o autor é predominante na área de biotecnologia, onde percebemos que esse tipo de pesquisa não atende a necessidade de buscar os contras e as conseqüências, sendo um método imposto muitas vezes e não flexível, que é geralmente aplicado ao tema do texto, a utilização de alimentos transgênicos; entretanto o conceito da agroecologia é nos dada como uma alternativa nesse contexto de pesquisas na área, o que nos possibilita o poder de julgar, assim como antes, que sejam éticos ou não tais métodos.
    Fundamentado na procura do bem estar social, na segurança alimentar, em sustentabilidade e qualidade de vida, a agroecologia seria uma alternativa de metodologia que considero ética, pois nela, se procura a perfeição em sua aplicação, diferente desse outro lado que é o da abordagem descontextualizada, que não atende pontos importantes quando falamos de saúde e questões de âmbito social, em suma considero essa última forma de pesquisa imoral por esse motivo; se torna primordial um estudo aprofundado quando tomamos questões como essa, considerando que pode afetar diretamente a sociedade.

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  90. Implantar em larga escala o plantio e o uso dos transgênicos seria mesmo a solução para acabar com a fome? Após ler o texto, pesquisar sobre o assunto e refletir, acredito sim que os produtos transgênicos podem ser uma ALTERNATIVA para acabar com a fome no mundo. Mas antes de chegar a esse nível de erradicar a fome, há vários processos que estão envolvidos. Segundo LACEY “os cientistas alegam, com foros de autoridade, que o uso dos transgênicos não causa riscos sérios que não possam ser compensados pelos benefícios que traz e administrados mediante uma política regulamentar com base legal.” Analisando esse trecho, vemos que para muitos cientistas, o uso dos transgênicos não leva a riscos. Mas acredito que antes de ser dito isso, deve se levar em conta muitos testes realizados em longo prazo, para comprovar se realmente não há riscos biológicos e também não podemos esquecer que a fome no mundo não envolve apenas a produção de alimentos, envolve também as condições financeiras dos indivíduos: nem todos têm o dinheiro para comprar comida. Acredito também que o uso de outros meios de produção, como a agroecologia são alternativas boas, mesmo que não consiga alcançar as proporções de uma produção como o sistema dos transgênicos, mesmo porque em certas regiões do planeta, cultivar sementes tradicionais não funciona. Por fim, creio que em curto prazo, métodos alternativos como a agroecologia e ações do governo podem diminuir os índices de fome no mundo sem conflitar com danos ao ecossistema e a vida, enquanto isso deveriam ser realizadas medidas de melhorar os produtos transgênicos e testes em longo prazo, a fim de realmente comprovar que o uso não traz riscos, e não mais dizer que “não causa riscos sérios que não possam ser compensados pelos benefícios”, e também um meio de levar os alimentos a todos, mesmo aos mais miseráveis.

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  91. As consequências a longo prazo do uso dos transgênicos não foram suficientemente estudadas.
    A curto prazo, sabemos que as vantagens dos transgênicos é criar plantas mais resistentes, e assim, evitar desperdícios, como perda de safra. O perigo é de uma planta geneticamente modificada entrar em contato com uma planta selvagem, podendo causar mutação e desequilíbrio ecológico.
    O homem é um animal, e faz parte da natureza tanto quanto os outros animais. É um tanto pretensioso se considerar acima disso, pois estamos todos sob à lei da natureza. Nesse ponto de vista, as modificações humanas são válidas, e, ainda nesse ponto de vista, as pesquisas científicas acerca do transgênicos são morais, pois é o papel da ciência buscar alternativas.
    Talvez algum dia os transgênicos sejam a alternativa "correta", mas por agora, há outras alternativas melhores, como a agroecologia. Nesse ponto de vista, o uso dos transgênicos é imoral. Pois a ciência não é feita pela ciência, mas por interesses individuais e capitalistas. E essa ciência vem nos trazer soluções para problemas que antes não tínhamos.

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  92. Em seu texto, Hugh Lacey afirma que os transgênicos não são somente objetos biológicos, mas também socioeconômicos, “são na maior parte, mercadorias ou detentores de direitos de propriedade intelectual” (página 33). Dessa forma, levar em consideração apenas pesquisas que abordam o lado biológico dos transgênicos não é suficiente, pois não se pode analisar com clareza todos os riscos, os benefícios e as alternativas desse tipo de produto.
    Com relação aos riscos, por exemplo, sempre nos é apresentado o caráter biológico, que atenta-se aos riscos de curto prazo à vida humana e ambiental. Ignoram, portanto, os riscos de longo prazo e os riscos indiretos causados por esse tipo de produto agrícola.
    Segundo o autor: “As metodologias das pesquisas biotecnológicas são insuficientes (embora necessárias) para a investigação não apenas da gama completa de riscos potenciais resultantes da utilização de transgênicos, mas também das possibilidades produtivas, entre outras, de formas alternativas de agricultura, como a agroecologia”.
    Cientistas afirmam que os transgênicos são a única forma de suprir a necessidade de alimento mundial. Porém esta visão mostra um alinhamento à instituições políticas e socioeconômicas predominantes, pois existem evidências de que os métodos agroecológicos possuem capacidade de gerar altas produções, capazes de “alimentar o mundo” e com menos riscos que os transgênicos.
    Uma boa solução para tal problema pode estar na agroecologia: “A agroecologia é considerada uma disciplina científica que transcende os limites da própria ciência,ao pretender incorporar questões não tratadas pela ciência clássica (relações sociais de produção,eqüidade,segurança alimentar, produção para auto consumo,qualidade de vida,sustentabilidade)” (Embrapa).

    O principal objeto de estudo da agroecologia é o agrossistema, ou seja “o sistema socioecológico em que a produção agrícola e a distribuição dos seus produtos acontecem” (página 36).

    Hugh Lacey faz questão de frisar que não considera a produção de alimentos transgênicos ilegítima, mas que considera que a ciência não conseguiu solucionar, ainda, as questões acerca das alternativas de produção.

    O debate moral acerca da produção de alimentos transgênicos, está na irresponsabilidade nesse tipo de pesquisa, que leva em consideração apenas a visão política e econômica para se concluir se esse tipo de produção é, ou não, vantajoso para a população. Particularmente, não acredito ser possível formar uma opinião coerente após a análise de um único artigo, com uma única visão, a respeito deste tema.

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  93. Daniele Rodrigues de Faria27 de junho de 2013 às 17:38

    Mais do que a questão dos transgênicos em si, o texto chama a atenção para a questão da descontextualização da pesquisa científica, bem como a relação entre ciência/tecnologia e mercado. O autor defende que as pesquisas científicas e suas tecnologias deveriam ser realizadas e aplicadas considerando o contexto socioeconômico das diferentes regiões afetadas por tal iniciativa. A comunidade local e suas características deveriam ser analisadas juntamente com os aspectos biológicos, químicos, etc., do que está sendo pesquisado.
    O uso dos transgênicos foi pensando de forma descontextualizada, ou seja, de modo que os alimentos transgênicos fossem aplicados em todas as regiões, sem respeitar as particularidades regionais e os atores locais de cada comunidade. Além disso, por trás dos transgênicos está a relação ciência e mercado, ou seja, há uma grande influência de empresas e multinacionais neste desenvolvimento científico, bem como a manipulação do 'aval' científico para legitimar o uso dos transgênicos e desconsiderar seus efeitos indiretos e a longo prazo para a humanidade e o meio ambiente.
    De modo geral, acredito que a imoralidade desta conduta está no fato de utilizar-se da falácia da falta de alimentos mundial (e, consequentemente, justificar-se a partir do sofrimento e da fome alheia) para, na realidade, perpetuar tal condição e, ainda por cima, aumentar os lucros das grandes empresas, colocando em risco a saúde humana e do meio ambiente.

    Daniele Rodrigues de Faria
    RA: 21047112

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  94. O texto de Hugh Lacey, mostra um outro lado da ciência obscuro da ciência, o autor expõe o ato da descontextualização da ciência, pode ser considerado um ato anti-etico, ao abordar que no cenário atual as pesquisas dos transgênicos é amplamente motivada pelos fatores econômicos, o que na minha opinião é imoral pois estão desconsiderando os risco para saúde da humanidade.
    Esse “outro lado da ciência “ se contrapõe a teoria da ciência “pura” como a ciência produtora de conhecimento visando a melhoria do homem, no texto o autor coloca de forma clara que o objetivo de trazer melhoria para o homem foi deixado de lado.

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  95. O debate sobre transgênicos sempre é alvo de muitos debates, e devemos analisar a circustância por pontos de vista diferentes.

    O agricultor orgânico seria altamente prejudicado caso os transgênicos começassem a ser consumidos em grande escala; porém, essa inovação pode gerar empregos em outras áreas, até mesmo no campo de pesquisa.
    Já se tratando da parcela consumidora, alguns poderiam rejeitar os transgênicos pelo fato de não serem "naturais", serem modificados em laboratório; outros podem ser a favor, argumentando que a qualidade do alimento seja melhor, já que a manipulação científica pode remover "impurezas" (contidas em agrotóxicos, pesticidas) e melhorar certos aspectos nutritivos, algo que não seria possível no fruto o qual desenvolvimento se deu de forma natural.

    A polêmica gira em torno dos riscos que estes alimentos podem trazer á saúde do homem: Nosso organismo pode não estar preparado para consumir algo que foi modificado geneticamente, e esse assunto é pouco explorado justamente por pressão das empresas que dominam este mercado. Outro argumento usado por aqueles que são contra os transgênicos é de que empresas visam apenas o lucro (os alimentos modificados são mais caros), não dando importância para as possíveis consequências que seus consumidores podem sofrer.

    Aqueles que são a favor se apoiam principalmente no argumento de que o cultivo de transgênicos pode aumentar a produção de alimento (com a diminuição das perdas), o que pode ser a solução para países onde grande parte da população sofre com a fome, além de outros motivos que citei acima.

    Acredito que a ciência em si, neste caso, desenvolveu tais tipos de alimentos visando a melhoria da qualidade desses produtos; a moralidade se encontra na intenção daqueles que o produzem.

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  96. Creio que este texto trata de uma forma muito bem explicitada, no que se refere a transgênicos, a visão que mais tende a ser lucrativa aos cientistas e as empresários que financiam as pesquisas deste campos a fim do lucro, da prova de que podemos nos apreciar de um produto muito bom, mas se a preocupação como o que este pode acarretar no futuro a sociedade e ao território onde serão postos tais produtos. Esta forma de enxergar é definido como descontextualização da ciência.
    Como contraponto, Lacey defende a produção de alimentos que sejam de acordo com o modo agroecológico, onde outro fatores como sustentabilidade, equidade, segurança alimentar, produção de auto consumo, entre outros como sendo essenciais. E mostra que onde estes tem sido colocados, a prudução alcança resultados acima do esperado

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  97. O texto traz uma densa reflexão sobre a moralidade ou ausência dela no uso e produção dos alimentos transgênicos. O debate que resulta desse assunto é complexo e cheio de contradições. Como dito no texto, os cientistas alegam que o advento dos transgênicos é a solução para a fome mundial, mas, um pensamento reflexivo mais aprofundado mostra que a fome é uma imoralidade resultante do comportamento egoísta humano, outro problema dos transgenicos são os futuros efeitos que eles traram mas os riscos não são só desconsiderados pelos pesquisadores, como ainda são ridicularizados por afirmações de que os benefícios dos transgênicos serão muito superiores aos possíveis danos, mesmo sendo impossível comprovar tal afirmação. Um explicação para o fato destes riscos serem ignorados, é que a produção dos mesmo beneficia não só as grandes industrias produtoras (que possuem o conhecimento das técnicas de produção), mas também o governo, sendo assim, usam-se da estratégia de dizer que a ciência não leva em conta os estudos socieconômicos, tendo em vista que ao grosso modo (produção alta, fácil, sustentável), os transgênicos são perfeitos para suprir a produção de alimentos necessária para a população mundial.
    A imoralidade, neste caso, é que a ciência tem sido usada para benefício de poucos. Grandes corporações, que têm capacidade para bancar pesquisas, são beneficiadas com a produção e venda de alimentos transgênicos, enquanto muitas pessoas, sem condições financeiras para usufruir destes alimentos, são prejudicadas.

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  98. Colocadas na mesa as cartas que decidem as posições de favorecimento e de contraposição em relação aos alimentos transgênicos, é possível fazer uma análise profunda dos impactos que a produção dos mesmos pode causar na sociedade, tornando sua produção ética, ou não.
    Posto que a indústria dos transgênicos é tida como uma indústria discreta, na mídia, porém expressiva no mercado agrícola e biológico, a sua clara influência na produção de alimentos geneticamente modificados é o motivo da criação de hegemonias político-econômicas em diversas regiões de expressiva produção agrícola. Sendo considerada tal posição, pode-se afirmar que grande parte de uma população subsidiada pela agricultura familiar está sendo altamente prejudicada pela produção de alimentos geneticamente potencializados, sendo possível serem mais corados, graúdos e até mesmo sem características que dificultam seu consumo. O texto mostra que a produção, pela perspectiva das empresas, seria para baratear e facilitar a disseminação de alimentos pelo mundo, tendo em vista o suprimento da necessidade básica de fome mundial. Porém, o alto custo de pesquisa são um agravante para "elitizar" a produção de alimentos transgênicos, colocando em perigo a estabilidade de produção de pequenos produtores, que teriam alimentos comuns e com custo de produção a preço de mercado. Sendo assim, o dilema seria uma "faca de dois gumes" , tirando a concentração da fome em um lugar e transferindo um abismo social em regiões de agricultura em curta escala e/ou familiar. Sendo assim, a ética dos transgênicos, que democratizariam a distribuição de alimentos, é violada pela individualização do pensamento, e coloca a produção, até então bem intencionada, como um ato imoral, pois causaria uma maior hegemonia industrial e centralizaria seu poder nesse campo.
    A pesquisa científica traz avanços para a indústria, e em raríssimas vezes, para o indivíduo comunizado e desligado de questões políticas, sem sequer saber o universo por trás dos produtos vigentes no mercado. Esse abismo entre a ciência, tecnologia e a sociedade, é um ato imoral, que leva consigo a produção de alimentos gerados por uma elite intelectual, e isolando a sociedade produtora dessa produção em massa de alimentos que, no mercado, superariam os alimentos comuns.
    Portanto, a produção, por fazer parte do mercado, não é imoral, mas seus impactos socioeconômicos são trágicos e podem aumentar ainda mais a desigualdade e dificultar a capacidade de ascensão social de pequenos produtores.


    Gustavo Siqueira 21025112
    gustavo.siqueira0@gmail.com

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  99. A questão dos transgênicos é um assunto polêmico atualmente, justamente por haver aqueles que defendem fortemente a sua utilização, como também haver os que são contrários a ela, um grande impasse se desenvolve no meio científico. A biotecnológica tornou-se uma das áreas de investigações de maiores investimentos ao redor do mundo, a ciência, a tecnologia e a inovação traduzem partes exclusivas de questões socioeconômicas de governos e Estados, que buscam ganhar espaço, assumir a liderança e hegemonia do conhecimento tecnológico.
    Hugh Lacey, em seu texto, não busca desfavorecer o uso de transgênicos, o autor faz uma crítica a respeito da questão para que haja olhares mais analíticos sobre assunto e os objetivos envolvidos perante sua aplicação.
    A metodologia, teoricamente, deveria ser utilizada para a investigação científica, de modo a refletir não somente os avanços e progressos que o âmbito tecnológico pode reproduzir, mas também as consequências provenientes destas. Para isso, a análise deve ser aprofundada; as pendências sociológicas e ambientais geram grande peso nesses assuntos, mesmo sendo elas abordadas ou não, caracterizando a sua importância. De um lado, tais questões são ignoradas por não trazer custo benefício a curto prazo ao empreendimento, ao passo que, os reflexos dessa ciência são transportados a toda uma sociedade, direta ou indiretamente.
    Os transgênicos são objetos de estudos defendidos como, por exemplo, um meio para a erradicação da fome no mundo. Entretanto, se isso realmente o fosse, não teríamos nem mesmo a necessidade de sua criação, uma vez que temos esses alimentos “disponíveis”. A meu ver, a ética em pauta é questionável, dado que esta é renunciada ao longo do processo científico adotado. As avaliações são embasadas no que os grandes empreendedores almejam, não obtendo assim uma “neutralidade” na ciência. Podemos dizer então, que é imoral tal ato, haja vista o jogo de poder por trás, o pensamento egoísta e individualista predominantes.
    Algumas alternativas emergem em contrapartida aos alimentos transgênicos, a agroecologia é uma delas, mencionada por Lacey, uma área que abrange, também, a sustentabilidade, os benefícios e os malefícios às sociedades.
    Acredito que a moralidade está condensada quando se envolve o bem-estar social e a tentativa de não degradação do meio ambiente; as produções crescentes, trabalhadas com os transgênicos de fato, se mobilizado de modo correto, é interessante para o desenvolvimento científico e satisfação humana. Todavia, o caráter político-econômico envolvido, corrompe a ética prevista.

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  100. Os transgênicos são um caso que no fim refletem a forma como está o mundo. A procura pela imoralidade na criação de alimentos transgênicos não existe.

    Do transgênico sai a solução para o problema da fome, do uso deste artifício posso por exemplo combater a peste que devasta plantações, modificar características da planta para que ela lide melhor com o solo e o clima de determinadas regiões entre outras alternativas que facilitam a agricultura e que ajudam a combater a fome no mundo. Seus problemas poderiam ser colocados como a manipulação genética seria moral? Penso que problemas desta linha, são visões conservadoras de mundo. O progresso pede para rompermos barreiras.

    O problema não são os transgênicos, o problema é a forma como a pesquisa acontece no mundo, incentivada pelo mercado, pelo interesse próprio e tudo girando ao redor do capital.

    A pesquisa pelo transgênico é a pesquisa que:

    é financiada por grupos que vão deter o monopólio do conhecimento por meio de leis de direitos autorais e o custo de reprodução do produto final, ou seja, do transgênico para quem quiser utilizá-lo em sua plantação será enorme. Pois uma semente que promete uma safra maior será vendida muito mais cara.

    Para usar um exemplo de como o mercado é imoral, uma indústria farmacêutica direciona seu investimento em pesquisa para remédios de pessoas com alzheimer e não em pessoas com qualquer doença onde o número de infectados seja maior, porém o perfil socio-econômico do doente é de baixa renda. Se faz esta escolha pois o paciente com alzheimer teria mais dinheiro para pagar o tratamento, sendo assim, haveria um maior retorno.
    Isto é moral? Do ponto de vista kantiano, não.

    Esta é a forma como o mercado opera em qualquer setor da sociedade. Na indústria fonográfica, na agricultura, no setor de livrarias, editoras e etc. Afinal, o nosso sistema é baseado na relação econômica.

    Posto isso, o problema da moralidade ganha uma profundidade maior, pois a ciência está operando de modo imoral, pois o capital é imoral. O capital é imoral pois oprime aqueles que não possuem capacidade de exercer uma relação econômica, é oprimido.

    O desenvolvimento na forma como é hoje, é imoral.

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  101. Falar sobre transgênicos, como muitos outros assuntos, nos leva a ideia de que alguns vieses precisam ser analisados.
    Há uma relação entre muitas partes, desde o agricultor (pequeno porte ou não), o qual não aderiu ao uso dos transgênicos até os que consomem o produto, sabendo ou não, do uso de transgênicos no mesmo.
    Abordando os malefícios e benefícios que esse tipo de produto apresenta, há quem seja a favor de seu uso pelo fato de acreditar que isso poderá acabar com a fome no mundo ou mesmo por saber que, ao passo que não é comprovado se faz tão mal à saúde quanto se diz, retira certas impurezas do alimento e faz com que o mesmo seja mais nutritivo, por exemplo. São, em certos casos, escolhas que precisam ser feitas, mas existem as pessoas que não sabem ao certo do que se trata por inúmeros motivos; sendo eles: pouca exposição por meio da mídia, informações manipuladas de acordo com certos interesses entre outros pontos.
    Muitos produtos geneticamente modificados, embora seja obrigação, não apresentam a informação em suas embalagens ou comerciais, ou apresentam, mas de uma maneira tão singela que leva a “não informação”.
    É certo que, de maneira ou outra, existe um nicho de mercado tanto para produtos geneticamente modificados quanto para os naturais; e, na minha opinião, a força em relação ao âmbito econômico que os transgênicos vêm ganhando está, infelizmente, se sobrepondo aos naturais.

    O jogo de interesses que se dá nesse ramo é algo inegável. O acesso a informações corretas, claras e acessíveis não é algo que se afirme acontecer de maneira ampla nesse “ramo”.
    Em geral, o problema que tange ao ético/moral está nas intenções, na maneira e em como se dá a ciência, bem como seu método, nos dias atuais.

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  102. Jessica Raissa Oliveira Laureano29 de junho de 2013 às 16:07

    Após a leitura do artigo, creio que a imoralidade na questão dos transgênicos seja no ‘descaso’ dos produtores quanto aos consumidores. Penso assim pois sabemos que as pesquisas existentes atualmente sobre este caso não são esclarecedoras quanto aos riscos a longo prazo a saúde humana. Talvez, isso ocorra por mero egoísmo, ou seja, por interesses econômicos de quem o fabrica, uma vez que ao receber criticas, esses produtores têm como principal argumento o fato de que, para eles, somente os alimentos transgênicos seriam capazes de sanar problemas de falta de comida para a crescente população mundial, já que esses alimentos são mais resistentes a pesticidas, pragas, entre outros, assim sua produção é em maior escala.
    Hugh Lacey nos apresenta três questões a serem discutidas sobre o tema: a) a produção de alimentos transgênicos seria feita para sanar a falta de alimentos para todos, como foi citado acima, porém, não é sabido se mesmo com produção em larga escala a distribuição de alimentos chegaria também aos mais pobres e, portanto, aos que mais precisam. b) Relação beneficio/malefício que esses alimentos provocam. Diminuiria com a falta de alimentos no mundo, porém esses alimentos por serem geneticamente modificados podem trazer riscos à saúde de quem os consome. c) A terceira questão apresentada pelo autor e a mais discutida no texto se baseia em alternativas aos transgênicos. A melhor alternativa para ele é a divulgação e investimento da agroecologia, que consiste numa agricultura familiar, plantio sustentável e viável economicamente.

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  103. No texto mostra que o tema dos transgênicos é abordado de forma descontextualizada, os considerando apenas como objetos biológicos, assim todos os seus riscos e benefícios não são totalmente conhecidos pela falta de compreensão de todos os mecanismos envolvidos. Essa abordagem se da graças a formas de ver a ciência como sendo feita necessariamente de forma descontextualizada, ou de que todo o avanço da tecnociência aumenta o bem estar humano.
    A partir dessa abordagem eles podem dizer que o uso de transgênicos é moral já que os benefícios superariam os males ou compensariam os riscos, no entanto essa forma de ver o objeto, só como biológico, nos impede de ver todas as variáveis assim nos impediria de fazer o julgamento da melhor forma possível, e assim, correndo um grande risco de estar cometendo um ato imoral.

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  104. No texto de Hugh Lacey é feita uma abordagem interessante que engloba alternativas ao uso de transgênicos, e nos revela de que maneira grandes empresas criam um monopólio econômico em torno de produtos transgênicos, de modo a utilizá-los como geradores de riqueza, e não como é passado como um solucionador dos problemas relacionados a fome no mundo, afastando assim o ideal de que são somente itens biológicos, mas colocando em vista que são também relacionados ao poderio socioeconômico.

    Desta maneira a investigação, no que tange aos reais riscos que pode oferecer um transgênico, fica restrita, de modo a investigar somente o que é conveniente focando em alguns itens cujo resultado não afeta a credibilidade do transgênico, desviculando a investigação, assim como define Lacey "dos contextos humano, social e ecológico nos quais estão inseridos e são utilizados."

    E aí se nota a imoralidade da questão, a partir do momento em que se menospreza os riscos que transgênicos podem acarretar, como os riscos a longo prazo ou seus efeitos acumulativos, alegando que seus benefícios são muito maiores que os malefícios.

    Pelo fato dos transgênicos serem envoltos a uma esfera científica, ir contra o produto se torna mais difícil, pois ir contra implica refutar cientistas.No entanto é notório a maneira com que curvam-se ao ideal empresarial envolvido, desconsiderando métodos alternativos. Que assim como defendido pelo autor, existem e podem ser eficazes. A agroecologia é uma alternativa citada, capaz de promover policultivo, a prática da rotação, práticas de conservação de água e até mesmo do solo, esse modelo utilizaco por muitas famílias de baixa renda está sendo capaz de sustentar, alimentar e está se desenvolvendo, mesmo sem apoio estatal, o que poderia ser otimizado com apoio.

    A partir do momento em que não são exploradas alternativas, se nota a imposição do poder econômico, que ao meu ver se torna imoral quando menospreza a investigação dos transgênicos e limitando pesquisas mais abrangentes acerca de seu comportamento, mostrando como é possível manipular a interpretação de algo quando se direciona verba e esforços pra que só seja mostrado aquilo que é de interesse.

    Raquel Ribeiro Rios

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  105. Jonatas Silveira de Souza
    RA: 21040912

    Existem dois pontos que devem ser discutidos a respeito do uso dos transgênicos, tanto o que leva ao seu uso, como a sua produção.

    O texto de Hugh Lacey nos leva a uma reflexão sobre o viés científico da escolha pela produção de transgênicos, pois tal política foi utilizada e legitimizada dentro do nosso sistema produtivo sem antes ter sido colocada a grandes testes, ou pesquisas que fossem capazes de comprovar a sua eficácia diante da agroecologia. Mesmo sem esse respaldo totalmente científico a mesma traz alternativas as produções de alimentos, o uso de modificações genéticas torna as plantas mais fortes às pragas que antes as levavam ao definhamento da produção. Mas ao mesmo tempo o mesmo pode trazer risco ao longo do tempo para as pessoas, e já traz outros graves problemas, como a quase eliminação das pequenas produções em alguns países e a morte de alguns animais que se alimentam desse tipo de produção, desbalanceado a cadeia alimentar daquela microrregião. Ou seja, a característica dúbia que os transgênicos nos colocam, se os benefícios que o mesmo traz podem sobrepujar o males que ele traz.

    A minha resposta a respeito da moralidade desta prática seria a mesma que o autor coloca na última parte, nem sim nem não, o que é necessário é que as políticas agrícolas se diversifiquem, e não dependam apenas da produção de transgênicos, mas sim de outras fontes, tanto para fomentar outros mercados, reinserir pessoas no mercado com também para poder manter um meio que trará menos danos ao meio ambiente. Caso a produção fosse apenas a base transgênicos, consideraria essa prática sim imoral. Estamos em um país que mais produz alimentos no mundo inteiro e sim, produzimos em grande parte com transgênicos, mas vemos nos últimos anos algumas políticas de incentivos de produções locais, como a exigência de 10% de toda a produção de alimentos de escolas pública deve ser oriunda de moradores da região. Esse é apenas um exemplo de como podem coexistir ambas as práticas e ao mesmo tempo ambas não serem totalmente prejudicadas.

    Outro ponto que os colegas trouxeram foi da crítica da distribuição dos alimentos, que o transgênico produz mais em quantidade, mas não resulta em maior distribuição. Ao que me parece isso é uma questão muito mais político e econômica e que a imoralidade a ser julgada é da falta de distribuição de incentivos de uma maneira global. Isso me parece um problema primordial para ser resolvido e não bastará apenas o desenvolvimento de tecnologias ou técnicas de produção, mas sim uma maneira de pensar a nossa cadeia global de produção, o que nos traz questões muito mais amplas e complicadas de serem tratadas.

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  106. Vivemos num cenário em que cada vez há mais pessoas no mundo e essa quantidade enorme de gente, naturalmente, demanda muitos recursos e o crescimento exacerbado da população segue desafiando os limites de suporte do nosso próprio planeta. Quanto às questões alimentares as soluções foram diversas ao longo do tempo: substituiu-se a cultura de subexistência pela grande lavoura, cultivou-se em mais terras, houve a mecanização dos campos, introdução dos fertilizantes industrializados, agrotóxicos, entre outros incrementos. O fato é que as barreiras impostas na produção de alimentos, historicamente, foram superadas com avanços tecnológicos, tanto é que hoje somos capazes de produzir mais do que o suficiente para alimentar toda a população mundial (embora isso não aconteça de fato). Nesse contexto de constantes avanços é que se inserem os transgênicos e todas as polêmicas por trás desse ponto.
    As principais considerações avaliadas nesse tema costumam girar em torno da segurança da população ao consumir alimentos geneticamente modificados ou dos riscos que essas alterações podem representar às espécies originais e ao meio ambiente como um todo. Entretanto, sendo essa uma análise do ponto de vista ético, pretendo discorrer mais sobre a moralidade do uso dos transgênicos; sob essa perspectiva os problemas anteriormente citados continuam válidos, mas acredito que o primeiro a ser discutido, e também a questão mais essencial desse debate, seja a motivação daqueles que defendem a manipulação genética para potencializar a indústria agrícola.
    As melhorias na produção de alimentos parecem serem indissociáveis de alguns riscos, então costumamos assumi-los levando em conta que os benefícios sejam maiores e compensem esses riscos. Assim parece bastante sensato a introdução dos transgênicos em nossas mesas, mas essa decisão continua boa levando em conta que se conhecem outros métodos igualmente viáveis e que, potencialmente, oferecem menos riscos? Se a conta básica é o maior benefício pelo menor risco por que se defende tão vigorosamente algo que não se enquadra nesse padrão?
    A resposta não é tão difícil, os transgênicos são defendidos porque há muito interesse econômico envolvido por trás do seu uso. Grandes corporações, laboratórios e empresários se beneficiam do seu uso e perderiam muito com o emprego de formas de cultura alternativas, que geralmente são menos centralizadas e não apresentam lucros tão condensados nas mãos de tão poucos. Levando em consideração esses aspectos sociais e até políticos, muitas vezes ignorados, me parece que a manipulação genética dos alimentos não seja uma ação verdadeiramente moral, ainda mais sabendo que existem alternativas provavelmente mais corretas; estendendo esse pensamento à teoria Kantiana concluo que embora os transgênicos possam melhorar a produtividade agrícola eles não são motivados apenas pelo dever em si mesmo de garantir alimentos para a população, pelo contrário, sua produção e defesa é permeada por outros inúmeros interesses e motivações, mais egoístas do que éticas, transgredindo as condições de um ato moral.

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  107. Uma importante reflexão que o texto nos traz, e acredito, deva ser explorado, é a questão do papel da ciência e da sua utilidade para a sociedade como um todo. Muitas vezes se olha para a ciência como se ela estivesse completamente desvinculada de qualquer teor social. Aliás, vê-se a ciência como algo a parte do mundo, como se ela não tivesse nenhuma implicação prática na vida das pessoas como um todo.

    Essa visão é reducionista e deixa de explorar questões importantes. Quando não se considera o homem e a sociedade como um todo em qualquer tipo de pesquisa, é como se disséssemos que a tecnologia não atua no homem, o que é uma mentira. O modo como as pessoas vivem, interagem e socializam depende e sempre dependeu, de alguma forma, das tecnologias disponíveis ao contexto da época. Da época das cavernas aos dias de hoje a ciência & tecnologia conversa com o homem e interfere sim, de maneira positiva ou negativa, nos modos de se relacionar. Isso sem falar das aplicações político-econômicas da ciência em nossas vidas.

    Se é assim, não se pode partir de uma perspectiva em que ambos caminham completamente desvinculados um do outro. E esta é uma reflexão que o artigo nos traz. Mas além disso, nos traz para uma reflexão interessante, que gira em torno do uso que se faz da ciência e de uma pretensão à autoridade por parte de algumas agências e centros de pesquisa. Grandes centros e agências, mais interessados em si e em seus lucros, por vezes vendem a imagem de que determinados produtos são melhores do que outros, o que inviabiliza ou inibe a criação e desenvolvimento de outras tecnologias. A ciência, que deveria ter uma utilidade social, é então reclusa aos lucros de alguns poucos.

    A finalidade que se dá à ciência, à pesquisa e ao desenvolvimento de qualquer tecnologia deveria estar em primeiro plano nas nossas reflexões. No caso dos transgênicos, Hugh Lacey o explicita de maneira clara. Apresentam os transgênicos como única solução para o problema da fome e produção de alimentos no mundo a médio e longo prazo – o que pode ser verdade. Mas existem outros meios e todas as possibilidades devem ser exploradas antes de se tirar qualquer conclusão. As dificuldades encontradas na exploração de alternativas derivam de uma imoralidade que provém da lógica do mercado e do individualismo existente na sociedade.

    Oferecer soluções com cunho social, mas que beneficiam primeiramente os donos e produtores daquelas soluções não parece correto. Não há mal em se preocupar e buscar o seu próprio benefício, mas enganar os outros para se beneficiar, e enganar os outros, quando estes pouco podem fazer para descobrir outros meios de se alcançar qualquer coisa possui a sua imoralidade.

    Esta reflexão pode ser generalizada a diversas questões além da dos transgênicos. O desenvolvimento de remédios e vacinas, curas para doenças, o uso de fontes de energia sustentáveis, etc. Tudo pode ser questionado e tudo deve ser questionado.

    Pode-se dizer que cabe ao cientista esta reflexão. Mas se não o vemos fazê-lo, podemos nós mesmos questioná-los. É papel do filósofo, do cientista social e de todo cientista humano perguntar a finalidade, o uso e os interesses em jogo no desenvolvimento e aplicação das tecnologias, para que elas possam ser usadas em favor de todos e não de apenas alguns, que, além de explorarem outros menos capacitados, acabam por serem excluídos dos benefícios trazidos por estas tecnologias.

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    1. Há de se por em questão, também, a importância da discussão sobre sustentabilidade, preservação, multiculturalismo e produtividade, pois existe uma demanda e um problema urgente em torno destas questões. Questões que cabem ser resolvidas, se não com muita urgência, ao menos de forma consciente, pois elas envolvem a humanidade como um todo.

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  108. Caroline den Hartog Batagini30 de junho de 2013 às 19:37

    RA: 21024712

    O texto de H. Lacey parece chamar a atenção para um assunto de domínio ético que não se apresenta de forma explícita, isto é, não envolve ações diretas de indivíduos uns para com os outros, mas sim empresas, organizações e instituições estatais – o que acaba afetando, inevitavelmente, um grande número de pessoas a partir de suas dinâmicas.
    Assim, Lacey expõe a polêmica existente acerca de alimentos transgênicos e levanta o questionamento se, ao invés desses, não existem outros meios para suprir as necessidades de produção que não ofereçam riscos em longo prazo que, por suas vezes, não são contabilizados com o estudo descontextualizado que vem sendo realizado pela comunidade científica.
    O ponto que tange a questão da moralidade que vem sendo estudada com o artigo de Lacey se encontra exatamente na associação/dissociação dos estudos científicos do contexto humanístico. Não se trata de uma preferência do autor por métodos alternativos aos transgênicos, mas sim do modo com que os últimos são estudados/divulgados e que convergem para alguns interesses mercadológicos, de forma que não expressam, de fato, o conhecimento total acerca de suas implicações.
    Portanto, entendo que a discussão ética sobre o tema se encontra na submissão do conhecimento real e, por vezes, descontextualizado, em favor de dado contexto econômico. Nesse sentido, julgo tal supressão tendenciosa a alguns interesses minoritários como algo imoral, afinal de contas, nem de um ponto de vista deontológico, nem de uma perspectiva consequencialista, parece louvável afetar a vida de incontáveis indivíduos e o meio ambiente em prol de interesses financeiros e/ou políticos.

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  109. Ao meu ver, o texto destaca a ciência com o seu poder de ferramenta, , facilitadora e maximizadora de potenciais produtivos, uma ferramente pode ser usada por qualquer um que à possua, assim facilitando as ações do possessor com relação à alguma atividade.
    É citado o caso dos transgênicos, aonde através do desenvolvimento científico aplicado à área da produção agrícola, maximizou-se o potencial produtivo da área com a mudança da estrutura genética das plantas que são cultivadas.
    Pensando somente até aí não há nenhum risco, porém, essa facilidade foi feita através de pesquisas científicas em laboratórios e por parte de cientistas que tinham um grande domínio da área em que atuavam para desenvolverem uma técnica como essa, uma pesquisa assim é cara, e somente seria bancada se oferecesse um retorno maior do que seu custo, então grandes produtores agrícolas bancaram todas essas pesquisas buscando naturalmente maximizar sua produção, assim maximizando seu lucro, porém numa pesquisa focada no aumento da produtividade, pode não ter sido levado em conta se o contato com produtos transgênicos à longo prazo pode trazer malefícios aos seus consumidores, pode não ter sido tão medido devido ao aumento de lucros que essa mudança genética ofereceria.
    São citadas outras possíveis soluções para o problema da produtividade, como a mesmo forma de cultivo que é aplicada em pequenas propriedades, e que vem mostrando resultados positivos também, porém enfrentar uma pesquisa científica ampla, cara e feita à mando de grandes produtores é muito difícil, pois os mesmos possuem uma influência econômica, social e política muito grande.

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  110. As afirmações daqueles que defendem a incondicional opção pelos transgênicos esbarram em vários obstáculos, ao declararem o caráter ideológico das conceituações agrobiolôgicas ignoram o fato que as pesquisas desenvolvidas pela biotecnologia, bem como toda pesquisa cientifica também encontram eco nas convicções ideológicas dos pesquisadores. Com relação as promessas de ,através dos transgênicos solucionar o problema de abastecimento alimentar do planeta, importante ressaltar os relatórios da FAL , organismo das Nações Unidas responsável pelo abastecimento alimentar, que aponta para o fato de que já são produzidos alimentos em quantidade suficiente par acabar com a fome no mundo, se ainda subsistem inúmeros bolsões de fome , eles existem por razões socioeconômicas, ou seja essas populações devoradas pela fome persistem nestas condições por não terem dinheiro para pagarem os alimentos de que necessitam.Ora se a alimentação plena já encontra obstáculos pela falta de recursos financeiros das populações imagine como ficara a situação se o abastecimento alimentar estiver exclusivamente ligado a interesses empresariais.Embora não disponha de conhecimentos em biotecnologia suficientes para discutir os diversos argumentos apresentados pelos defensores dos transgênicos, entendo que do ponto de vista ético, o mais adequado é que sejam mantidos os sistemas agrícolas tradicionais e que a busca de aperfeiçoamento biotecnológico sejam desenvolvidas prioritariamente visando as efetivas garantias de ampliar e garantir o acesso a alimentação para todas as populações independente das condições econômicas financeiras das diferentes populações e que sejam garantidas todas as condições necessárias a agricultura de subsistência,entendendo que um direito ético de todos os seres é ter garantido o acesso a alimentação farta e saudável.

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  111. Confesso não ter muito conhecimento sobre os transgênicos, no entanto, já sabia de alguns problemas socioeconômicos que cercam essa questão antes da leitura do texto. O autor expôs o fato de as pesquisas científicas, apesar de se dizerem "descontextualizadas", estarem simplesmente negligenciando outras alternativas à produção de alimentos que não os transgênicos.
    Os transgênicos apresentam um risco à saúde desconhecido a médio e longo prazo, além de possibilitarem às grandes produtoras de sementes o domínio da produção mundial de alimentos. O maior argumento dos defensores dos transgênicos é que a grade demanda por alimento da crescente população mundial só poderá ser suprida por meio desse tipo de produção em larga escala, já que é, até certo ponto, independente do tipo de solo em que se realizará o cultivo. No entanto, o problema da falta de alimento atual nada tem a ver com a produção de alimentos (que aliás excede), mas sim com a má distribuição dessa produção.
    Eu concordo com o autor do texto. Acredito que outras pesquisas são deixadas de lado devido a interesses de uma minoria poderosa, e que isso é imoral.

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  112. Guilherme Bocalini
    RA: 21033512

    O tema proposto pode ser bastante polemico, visto que diferentes visões de mundo podem ter ideias completamente contrarias sobre a questão da produtividade, sustentabilidade, multiculturalismo e preservação. É um tema muito amplo, que aborda várias questões, se pensarmos na produção alimentícia, ou no agronegócio –modelo vigente- podemos encontrar pelo menos um exemplo de cada uma dessas questões.

    É possível encontrar diversas imoralidades que estão ligadas direta ou indiretamente ao sistema de produção vigente. E o grande problema é que para propor soluções concretas mesmo que menores, ou mais especificas é necessário conhecimento técnico e prático sobre o assunto. Nesse sentido o texto sobre transgênicos pôde fornecer algum conhecimento nesse sentido.

    Para uma solução no campo da agricultura ser considerada boa, esta deve ser eficaz biologicamente, nível alto de produtividade, não ser nociva a saúde humana e preservar a biodiversidade, assim como não alterar o ecossistema que estiver inserida e evitar outros impactos ambientais. Além disso deve ser socialmente eficaz, isso significa que o alimento produzido vai chegar a mesa das pessoas, que o pequeno produtor tenha condições de se manter e não ser engolido pelos latifundiários e que as populações indígenas, ribeirinhas e quilombolas não sejam retiradas de seus territórios por interesses comerciais.

    O modelo atual de produção não preenche vários dos requisitos listados acima, alias é oposto a muitos deles. O agronegócio gera grandes impactos ambientais, e é responsável pela remoção de diversas tribos indígenas de seus territórios.O uso de transgênicos oferece riscos à biodiversidade e ainda não se sabe quais os ricos a saúde humana, também gera mais uma dificuldade ao pequeno produtor pois este não tem condições de trabalhos com as caras sementes transgênicas –o fato de ser produto intelectual mostra seu caráter comercial e não de auxílio na produção.

    O texto apresenta como solução a agroecologia que por se apresentar como uma alternativa que leva em conta tanto a eficácia biológica quanto a social, parece muito interessante. O autor ainda ressalta que se o dinheiro público investido no agronegócio fosse revertido para o desenvolvimento da agroecologia, esta poderia se apresentar como uma alternativa mais consistente ainda, que não é pautada pelos interesses do mercado e que visa efetivamente uma lógica de produção moral.

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  113. A discussão a respeito do uso de transgênicos é muito difícil e complexa, pois para dizer se dizer que seu uso é justificável temos que analisar uma serie de consequências que ele acarreta, que vão desde o prejuízo ambiental na área que eles são plantados, os malefícios uma alimentação prolongada com eles pode gerar para a saúde humana e principalmente as intenções das grandes empresas que pesquisam nessa área. É fato que a população mundial vem crescendo muito e pode haver falta de comida no futuro, mas é complicado dizer que evitar essa futura fome mundial seja o objetivo das pesquisas da Monsanto por exemplo. Foi comprovado que essas empresas queriam manter um monopólio do comercio de sementes, impedindo assim uma pratica milenar dos agricultores, de utilizar as sementes da colheita passada para um novo plantio. Essa noticia provocou fortes reclamações da população e países da Europa fizeram leis para regulamentar esse comércio. Órgãos responsáveis pela supervisão desses alimentos muitas vezes são controlados pelas próprias empresas, como aconteceu com a Food and Drugs Administration, dos EUA, que deixou de fazer pesquisas sobre os danos de transgênicos na saúde humana durante a década de 90.O futuro dos transgênicos é promissor e pode trazer muitos benefícios para o Homem, mas tão importante quanto as novas modificações nas sementes é o acompanhamento por parte da sociedade.

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  114. A partir da leitura é possível observar uma denuncia de uma oposição entre as ciencias puramente voltada ao avanço tecnologico e as ciencias que abordam questoes de ordem social, ambiental, economica e politica.

    Tambem sera tratado na leitura a questão dos trangenicos, onde sera dito que os desenvolvedores desses produtos muitas vezes não alertam os consumidores dos riscos, pois muita vezes partem da ideia de esse produtos irá sanar a demanda de alimentos mundial. Já é de nosso conhecimento que o problema da fome mundial não é a falta de alimentos e sim a falta de distribuição.

    Em nosso país fica evidente que os trangênicos são muito mais uma questão de interesse de empresas e fazendeiros (já que esses produtos aumentam a produtividade e consequentemente o lucro) do que uma questão de fome. Empresas com BASF,Syngenta, entre outras, estão muito mais preocupadas com a venda de seus insumos agrícolas.

    Assim, se partirmos da ideia de que a busca dos transgênicos para erradicação da fome é algo moral, veremos que as consequências (sobretudo financeira) são totalmente imorais.

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  115. No texto de Lacey, há uma discussão a cerca do uso de transgênicos na agricultura, muitos cientistas consideram que o uso de transgênicos pode aumentar a produção agrícola significativamente e os riscos à saúde humana podem ser minimizados com investimentos mais expressivos nessa área.
    Lacey critica um pouco as pesquisas em relação aos danos provocados pelos transgênicos, pois segundo o autor, as pesquisas são descontextualizadas, ou seja, não fazem um acompanhamento dos danos a longo prazo, por exemplo.
    Se considerarmos que o argumento dos cientistas é válido, ou seja, se os transgênicos podem realmente aumentar a produtividade agrícola de maneira expressiva, de acordo com os utilitaristas o uso de transgênicos seria válido (poderia ajudar a acabar com a fome em países pobres), desde que os danos à saúde fossem minimizados através da pesquisa científica.
    Em síntese, as consequências do uso de transgênicos podem ser boas se houver um estudo mais detalhado dos riscos, e uma análise criteriosa dos benefícios (se realmente há possibilidade de criar alimentos mais nutritivos e se há possibilidade de não aumentar demais o custo de produção, por conta do emprego de tecnologias sofisticadas para a produção).

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  116. A abordagem sobre uso dos transgênicos, trazida por Hugh Lacey a nós, deixa muito claro até qual ponto a ciência, benéfica ou por interesse, pode chegar dentro da sociedade em que está inserida. Deve - se entende que a ciência é feita pelo homem e, além disso, está inserida em um mundo humano. Portanto, deve considerá - lo em suas mudanças. Sem essa consideração, ela também pode ser entendida como anti - ética.
    Também é necessário sair do ponto de vista leigo, que considera tudo o que a ciência diz como verdade absoluta, sem questionar seus métodos ou possíveis interesses ligados a seu estudo. Sem a contextualização da ciência, ela se torna apenas um recurso usado por uma pequena elite social. Além disso, a ciência se torna uma arma nas mãos de qualquer cientista que se proponha achegar a qualquer resultado de interesse, além de uma ferramente de manipulação das grandes massas.
    Assim, posso entender que a ciência deve estar presente na sociedade como um mecanismo que acrescente conhecimento, mas respeita as jurisdições e valores sociais, pois sua descontextualização pode ser encarada como algo que fuja dos padrões éticos e morais humanos.

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  117. Hugh Lacey fala em seu artigo sobre alternativas para o uso de transgênicos em sistemas de produção agrícola. Ele ressalta que transgênicos são objetos biológicos, e que as pesquisas sobre seu uso não costumam analisar os riscos de longo prazo que esta forma de produção oferece; e nem a ameaça que um mundo onde corporações privadas (que possuem o comando da produção com transgênicos) controlem ainda mais os recursos mundiais de alimentos oferece.
    O ponto que considero mais interessante e central no texto quando relacionado a nossa disciplina é que o autor argumenta que a ciência não deve ter uma abordagem descontextualizada como possui atualmente - que ela deve também ser sistemática, empírica e analisar também as ciências sociais e ecológicas, e os impactos das novas formas de tecnologia na sociedade.
    Como novas tecnologias possuem impacto social, devem, assim, terem sua ciência social e problemas éticos analisados e questionados.
    Lacey salienta, ainda, que existem alternativas ao uso dos transgênicos, mas que as autoridades responsáveis não investem nem apoiam a pesquisa de métodos eticamente admissíveis. E, que por ser referente à produção de alimento mundial, este é um problema seríssimo.

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  118. Podemos observar com o texto os diferentes pontos de vista a cerca de uma ferramenta desenvolvida pela ciência. E como podemos utilizar determinadas evoluções cientificas para o “bem” e para o “mal”. A questão dos transgênicos exposta no texto nos mostra como podemos e devemos encarar as novas tecnologias. Defendida como a técnica que acabaria com a fome no mundo, a implementação de culturas transgênicas gera muita polêmica. Isto por que não há estudos que nos mostram quais os possíveis danos ambientais e socioeconômicos que essa prática poderia trazer. Críticos dessa técnica dizem que a utilização desta poderia gerar danos ambientais ou criar monopólios de grandes empresas agrícolas, sendo assim colocando em desvantagem os pequenos produtores que teriam acesso limitado a esta grande vantagem competitiva. Afirmam também que o problema da fome não é a incapacidade do ser humano de produzir alimentos, mas sim as enormes desigualdades econômicas no mundo. Então com base nesses conhecimentos, aceitar as culturas transgênicas, seria aceitar um remédio para dor de cabeça quando se está com dor de barriga. Não é a solução do problema, pois as culturas transgênicas só aumentaram ainda mais o abismo entre os grandes e os pequenos produtores, sem falar nos possíveis problemas ambientais e para a saúde do ser humano a partir do momento que esses produtos transgênicos não receberam estudos adequados para saber o impacto dos mesmos. Devemos avaliar o potencial político que essa tecnologia pode gerar.

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  119. O debate em questão traz à tona a temática das virtudes públicas na ética, utilizando-se do mote da questão de alimentos que, mediante técnicas da engenharia genética, contêm genes estranhos (não obtidos de forma natural) em seu código genético. Tal motivação é feita devido a múltiplas finalidades, como um incremento à produção ou aumento de resistência às pragas.

    A primeira grande ponderação de Hugh Lacey diz respeito à delimitação do campo da biotecnologia. Em seu discurso, o autor notadamente adota a visão de que a atividade científica também se expressa nos campos econômico e social, o que tem como implicação o fato de que a análise de sua obra deve ser feita sob um prisma relativista, que considera a ciência como produto de uma conjunção de fatores como a sociedade na qual se insere e pela qual se constrói, a cultura na qual foi fomentada e o tempo histórico no qual se localiza.

    Partindo desses pressupostos, Lacey lança mão da questão central do texto: existem alternativas melhores que propiciem mais vantagens e menos riscos do que os alimentos genéticamente modificados?

    Ainda que possa parecer um questionamento simples, sua análise extrapola os círculos científicos nos quais reverbera o debate para alcançar problemas que se expressam nos campos econômico e social - é o que define como análise sistemática da produção científica. Pesquisas que adotam uma abordagem descontextualizada, incorrem no erro de acreditar que a produção científica tem fim em si mesma e que não está (ou que não deve estar) sujeita a universais éticos e morais na realização de suas atividades. Essa concepção essencialista negligencia consequências de longo prazo e riscos indiretos que decorrem da opção, como danos à biodiversidade ou o controle da produção alimentícia por corporações privadas.

    Obtém-se então um jogo de forças constituído pela abordagem descontextualizada versus abordagem sistemática, que se mostra, em alguma medida, mais em conformidade com a ética ao procurar entender os desdobramentos decorrentes da modificação genética de organismos. Em resposta ao questionamento proposto no início de sua obra, Lacey sustenta que a utilização de transgênicos não deve ser tomada como ilegítima, mas considera que a ciência ainda não solucionou todos os problemas que advêm da utilização de mecanismos da engenharia genética em larga escala para satisfazer a demanda mundial por alimento e nutrientes. Também cita práticas alternativas como a agroecologia, que tendem a uma visão sistemática da questão, sanando problemas que dizem respeito ao campo biológico e nutricional (uma vez que seja confirmado o fato de que os alimentos produzidos por esta técnica atendam à demanda nutricional supracitada), ecológico (ao não provocar desequilíbrio ambiental e respeitar a biodiversidade na localidade na qual é praticada), econômico (ao não conferir grande parte da produção alimentícia mundial a grandes corporações detentoras de capital) e social (respeito às tradições locais e fortalecimento da ação das populações locais).

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  120. Temos a ideia de que a ciência é livre de valores, acreditamos que a partir de uma metodologia sistemática a ciências tem prova sobre o que é certo. Mas será que tal afirmação esta correta?. Hoje temos certeza de que a ciência exerce um papel fundamental nas nossas vidas, principalmente quando o tema é saúde - com as novas descobertas, ou, alimentação - com as novas formas de agronegócio que vem sendo implementadas no Brasil e no mundo.
    Quando falamos especificamente dos transgênicos existe uma relação intima entre as questões científicas e éticas, e destacaria também os interesses políticos que envolvem essa novar forma de produção em massa.
    Alguns defendem os transgênicos por serem mais eficientes, podendo combater predadores, ou até mesmo ser mais nutritivos, por outro lado, os críticos, acreditam que não há informações suficientes sobre o risco da criação de alimentos Tgs em grande escala por um grande período.
    Mas onde esta a variável ética nessa criação? se encontra justamente na falta de contextualização da pratica, não se diz em nenhum momento para que, ou para quem, é importante realizar essas pesquisas?, será mesmo que a sociedade precisa de alimentos modificados geneticamente?, os alimentos orgânicos não são capazes de promover a subsistência das populações.
    Acredito que o investimento na cultura Tgs é muito mais lucrativa, e é por isso que a cada ano aumentam sua produção, e isso é imoral, porque o Bem social não esta sendo levando em conta, e sim, o que é melhor para poucos.

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  121. O texto de Hugh Lacey evidencia a despreocupação com as questões sociais e ecológicas nos estudos sobre os trangênicos. Seria como dizer que tomar vinho é bom, pois faz bem ao coração, sem destacar os efeitos negativos do álcool.
    As pesquisas feitas com os trangênicos são apenas mais um exemplo, entre tantos na história, de visões limitadas e a curto prazo. Assim foi com as atividades predatórias de madeireiras e mineradoras, que trouxeram diversos resultados negativos, em favor de maior lucro em suas atividades.
    Temos, porém, que essas 'pesquisas limitadas' não vem de uma má índole dos pesquisadores: estes são, na maioria das vezes, funcionários de grandes empresas de biotecnologia, como a Monsanto, ou são patrocinados por essas. Estas lucram com a cobrança de royalties sobre o uso das sementes modificadas. Sendo assim, é muito favorável a elas apresentar pesquisas e resultados que demonstrem que o uso de seus produtos é muito mais benéfico do que outras opções, pressionando os cientistas por artigos que melhorem a imagem desse tipo de produto.
    Mas aí entra a questão: é antiético da parte dos pesquisadores e cientistas fazer isso? Para mim, isso vai depender do que estes acreditam. Se dentre tantos argumentos e alternativas este acredita que os organismos geneticamente modificados (OGM) são sim uma boa alternativa, não vejo como uma ação antiética. Noto, porém, que não acho perdoável nesse caso a falta de conhecimento sobre o assunto. Assumo como responsabilidade do pesquisador conhecer o contexto do que pesquisa, os efeitos positivos e negativos a longo e curto prazo, diretos ou indiretos. A produção de conhecimento deve ser feita com responsabilidade, e claro, com ética.

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  122. Mateus Baeta Diógenes1 de julho de 2013 às 20:06

    O texto tentar propor uma alternativa ao uso dos transgênicos.Para isso, primeiramente analisa criticamente o impacto do uso dos transgênicos não só em sua finalidade restrita, mas também no seu contexto,no seu viés "externo da ciência"(BOURDIEU, 1997) e nesta análise externa de que "artefatos tem política ".(L, Winner, 1986).

    As críticas, segundo o texto, aos transgênicos se concentram nos aspectos biológicos ou socioeconômicos.A resposta a essas críticas são pesquisas de curto a prazo, e ao meu ver, muitas vezes, das próprias empresas que produzem esses alimentos, o que converge continuamente os interesses privados em prol dos recursos naturais.Ainda falando das críticas, o fato de se opor aos transgênicos o transforma em um opositor a erradicar a fome no mundo, já que está é dita de tal feito devido sua alta produtividade, enquanto o que vemos é o lucro exorbitante de empresas como a Monsanto, encobertos com uma justificativa abrangente, salvadora e irreal.Neste momento, surge-me uma comparação, nas suas devidas proporções, com o período militar brasileiro e a crítica a quem se opunha a ele na famosa declaração: "Ame-o ou Deixe-o".

    O texto propõe a agroecologia como alternativa ao uso dos transgênicos na medida que ele seria capaz de produzir alimentos para todo o mundo, já que a fome se explica por motivos socioeconômicos e não agrícolas; a agroecologia fomentaria o crescimento das agriculturas de subsistência com ajuda de políticas públicas.

    E por fim, compartilho dessa opinião, porque, desta forma, resolveria-se os dois tipos de problema oriundo do uso dos transgênicos, já citados neste comentário.O certamente nos levaria a uma sociedade mais justa e igualitária, porém, transferir o poder das grandes empresas para os pequenos agricultores, não será uma tarefa fácil, muito pelo contrário, acredito que quase intransponível.



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  123. Marcus Vinicius Innocenti Oscar
    A leitura do texto parece me não abranger todos os lados do problema, abordou alguns pontos alarmantes como uma planta transgênica não é meramente um objeto biológico, mas sim uma mercadoria que carrega uma patente com um detentor de propriedade intelectual por tê-la desenvolvido e que o grande problema ético envolvido são que a larga utilização de produtos geneticamente modificados suplante economicamente a utilização de sementes naturais e outras formas de agricultura aumentando o poder de influencia das grandes organizações privadas controlam a produção mundial de alimentos e sementes.
    Os prós transgênicos argumentam que a produtividade gerada por uma semente modificada ajuda no combate a fome e inanição e suas sementes mais resistentes que as naturais conseguem prosperar em locais onde o solo foi exaurido e que está seria a única técnica passível de utilização nestas regiões.
    Tal afirmação não tem sustentação cientifica segundo o texto, existem outras técnicas possíveis, mas algo que não é comentando é a viabilidade e os custos de implementação destas técnicas em áreas pobres, talvez a semente modificada seja barata e assim eticamente justificável de utilização nas áreas carentes e devastadas.
    Concluo então em dois pontos, os transgênicos, de acordo com o texto, apresentam uma produtividade superior e capacidade de prosperar em ambientes mais agressivos.
    O outro ponto é a agroecologia que apresenta outras formas de cultivos sem a utilização de sementes modificadas utilizando apenas conhecimento e tecnologia para tornar possível a produção.

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  124. Nome: Bruno Euzébio Cont

    O debate a respeito do uso dos trangênicos e suas alternativas é um dos mais ricos pois consegue englobar ciência, sociedade, economia, desenvolvimento e impactos ambientais.
    O texto apresentado a respeito das alternativas ao uso de transgênicos mostra que a opção pelo uso de transgênicos no mundo contemporâneo transcende questões de produtividade, posto que certas alternativas podem ser tão ou mais produtivas, além do problema fundamental da fome no mundo ser uma questão distributiva, não produtiva. Além disso, é proposta uma reflexão que busca raciocinar não apenas a respeito de que tipo de agricultura é a melhor, mas também a respeito do próprio fazer científico, o qual pode ser de várias maneiras, sendo apresentadas duas: a descontextualizade e a sistêmica.
    Mas foquemo-nos numa questão crucial que se faz presente atualmente: o problema da fome. Baseado no texto, não é suficiente tornar a agricultura a mais produtiva possível. É necessário também enquadrá-la na lógica econômica do capitalismo contemporâneo de forma a promover desenvolvimento juntamente com sustentabilidade, além de promover a participação de todos os agentes a fim de que os benefícios não se tornem exclusivos a um seleto grupo de atores hegemônicos como ocorre atualmente. Nesse sentido, a própria ordem econômica mundial torna-se objeto de análise para solução do problema. Alem disso, sendo a ciência um fazer permeável à sociedade e, por conseguinte, à economia, há que se fazer uma reformulação da sua própria atividade, a qual não está livre da lógica de oferta e procura, tendo como objetivo o lucro. Por causa disso, as realizações científicas atualmente possuem profunda sinergia com interesses econômicos dominantes, os quais são identificados com financiamentos a pesquisas cujos resultados favorecem o status quo.
    Logo, a fome é um problema grave que não deve ser restringido à economia, mas também à própria ciência e à sociedade em conjunto.

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  125. Vejo que a maior questão apontada no texto sugerido para leitura é o fato não dos transgênicos, seu uso e o que são. Mas a questão vem a ser se realmente o transgênico é a melhor meio, não analisando o produto mas o autor questiona se não existem outras formas de produção que não oferecem riscos a longo prazo e que supririam as necessidades da sociedade de forma melhor e mais barata.
    Pensando por que não há estudos sobre estas outras formas e se há alguma questão econômica e que favorece os transgênicos. Se há as empresas tem vantagens sobre esses meios e por isso nem procuram uma forma de produção mais barata para o consumidor.
    A questão ética está em pensar que talvez não se procure algo que seja melhor para um grupo de pessoas. Acreditando que quando algo atinge de forma ruim uma grande maioria de pessoas, essa atividade se torna imoral, poderíamos definir essa não busca por outra forma de produção como algo imoral por não procurar o melhor para as pessoas que consomem e se afetam diretamente com isso.

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  126. Lacey enfatiza em sua abordagem as alternativas ao uso de transgênicos, a implantação das mesmas, e também os métodos de pesquisa que podem esclarecê-las.

    A maior critica de Hugh Lacey é ao tipo de pesquisa onde se origina o transgênico, já que são descontextualizadas, investigando apenas as características desejadas dessas culturas, não associando ao contexto humano, social e ecológico.

    A agroecologia, na minha opinião, por ultrapassar alguns limites estabelecidos na ciência, tratando relações sociais de produção, qualidade de vida e sustentabilidade deve ser considerada como ótima alternativa e até mesmo como prioridade para produção de alimentos.

    Como o texto mostra, argumentos contrários às alternativas são irrelevantes. A ciência não pesquisa o potencial da agroecologia, por isso são muitas as questões que não podem ser respondidas colocando em dúvida a sua importância.

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  127. Hugh Lacey questiona os transgênicos como uma solução quase que milagrosa proposta por alguns para o problema da fome que atinge diversas partes do planeta em cheio e faz isso apontando que podem haver outros métodos adequados para lidar com esse problema e que nem a ciência(com toda a credibilidade que carrega atualmente) garante os transgênicos como a solução mais adequada contra a fome mundial.

    Na verdade, os transgênicos promovem um debate geral que em sua essência é polêmico, pois tem de lidar com questões econômicas, sociais e biológicas também. Já existem estudos que argumentar que ainda existe fome no mundo não pela baixa produção dos alimentos, mas sim pela má distribuição deles em escala global. Pode-se falar também de pesquisas recentes que feitam em ratos que ingeriram batata transgênicas e após um tempo foi detectado presença de substâncias tóxicas ao organismo e que em maiores quantidades no rato(e essa toxicidade também se aplica aos humanos), poderia levar ao óbito. É possível também citar debates dos transgênicos versus à agricultura tradicional, pois esta demorou séculos para se consolidar na europa por exemplo e não poderia se ver suplantada com tanta facilidade pela transgenia.

    O debate se estende, mas é importante tentar buscar um direcionamento, no que diz respeito aos transgênicos, que seja bom principalmente para quem consome(não colocar a sáude das pessoas em risco e que possa de alguma maneira lidar diretamente com a questão da fome no mundo), mas que não onere muito quem produz. Essa com certeza seria uma solução mais próxima da perfeição possível. É importante salientar também que a ciência aqui deveria assumir papel de protagonista nesse debate através das conclusões que os estudos possam vir a gerar e não ser um instrumento que pode estar na mão de um grupo e das justicativas que esse grupo usa para realizar determinadas ações; a ciência com certeza tem essa capacidade e ela é muito sugerida pelo próprio Hugh Lacey.

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  128. Arthur El Reda Martins
    RA 11002610


    Hugh Lacey trata sobre a leviandade com a qual se trata o tema transgênicos em âmbito ecológico e social. Talvez o maior problema dessa questão seja o fato de que os transgênicos são soluções a curto prazo, e por mais que sejam feitas pesquisas sobre, só poderemos (ou talvez nem isso) chegar a conclusões sobre o que esse tipo de alimento afeta na nossa vida e no nosso ambiente depois de passado muito tempo. Fora a questão do monopólio de corporações privadas sobre a produção desse tipo de alimento, que é mais uma polêmica. Concordo com Lacey no sentido de que à questão não é dada a devida importância, e acho nessa situação que a visão mais adequada seria a de que o real problema do mundo não é necessariamente produzirmos alimentos, mas sim distribuí-los ignorando as desigualdades sociais. O autor também cita a agroecologia como solução, que pode ser sim um meio válido para acabar com os problemas nesse sentido. Talvez se não gastássemos tanto dinheiro em subsídios agrícolas e incentivos faraônicos e muitas vezes desnecessários e pautados apenas por interesses políticos no agronegócio e o investíssemos na agroecologia, a situação seria outra.

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  129. Sabemos o quão delicada é a discussão relacionada aos alimentos transgênicos. Esses produtos são criados a partir de mudanças genéticas com a finalidade de suprir a “falta de alimento no mundo”, sendo os transgênicos resistentes a pragas e outras ameaças que uma plantação corre risco, o que, consequentemente, acarretaria numa maior produção e um maior lucro para seus produtores. Porém, um aspecto importante que os cientistas e pesquisadores que desenvolvem tais produtos ignoram ou omitem são os riscos que esses alimentos podem trazer à saúde, além de deixarem de lado as questões sociais e culturais.
    Em sua obra, o autor Hugh Lacey permeia sobre a questão se há ou não uma alternativa para o uso dos transgênicos e, por fim, apresenta uma alternativa sustentável e que atinge positivamente a sociedade e a economia, essa alternativa é a agroecologia.
    Talvez por não possuir um conhecimento aprofundado do tema e não conhecer seus reais riscos, sou a favor dos alimentos transgênicos, na proporção em que esses sejam criados e direcionados de forma justa, sem uma produção monopolizada por empresas, o que infelizmente é recorrente em nossa sociedade. Sendo assim, além da agroecologia, outra alternativa seria uma reforma na distribuição dos alimentos, visto que o desperdício de alimento no mundo é consideravelmente grande.

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  130. A discussão sobre os alimentos transgênicos é umas das questões mais discutidas e complexas no que distingue um debate sobre a sustentabilidade de uma sociedade tão desenvolvida quanto a atual. Mas esta abordagem não precede toda a amplitude do contexto onde a sua elaboração se encontram seja no sistema atual de produção, ou na sociedade. Uma solução não aprofundada e rasa de pesquisa científica útil, englobada pela necessidade de desenvolvimento de uma sociedade industrial e economicamente desigual da forma a não abalar as estruturas sólidas das relações de poder poderia dar conta de todos os problemas éticos de sua produção, problemas ecológicos, e até mesmo da sustentabilidade de uma população fadada, em sua maioria, à miséria. Não estaríamos, nos utilizando somente do aparato científico, limitados á soluções positivistas?

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  131. Como mostra o texto, a descontextualização da ciência faz com que o homem seja enganado, tornando o ato de adquirir e propagar conhecimento um ato imoral. É imoral utilizar-se de conhecimentos científicos de maneira descontextualizadas, pois assim se faz possível e mais fácil o manejo das massas pela aristocracia.

    Muitos homens desprovidos da devida formação intelectual aceitam qualquer conhecimento propagado de maneira absoluta, sem ao menos se indagar se aquilo é verdade e como aquele conhecimento foi atingido.

    É dever do cientista permitir que apenas os conhecimentos verídicos e colocados de maneira que não sejam manipulados possam ser propagados ao grande público, assim zelando pela moralidade do conhecimento.

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  132. Carolina Carinhato Sampaio4 de julho de 2013 às 13:31

    Sobre os transgênicos, é certo afirmar que foi um dos fatores principais para o fortalecimento da biotecnologia no mundo atual. Suas pesquisas e descobertas também impulsionam a economia mundial, tornando-a mais flexível e lucrativa. E há vários benefícios desse advento para a ciência, tudo baseado formas empíricas dinvestigação e aprimoramento. Porém, essa tecnologia peca em um aspectos: no socioeconômico. Sem a avaliação deste lado da moeda, as consequências reais sobre s benefícios e malefícios estão sujeitos à alienação - faz com que só seja possível a análise de uma parte, sem abranger o todo.
    Nessas pesquisas, só são feitas análises a curto prazo dos seus benefícios - é quase ignorada a ideia de que a longo prazo talvez suas consequências não sejam tão benéficas assim. Só são analisadas as implicações diretas, e não as indiretas.

    Não só em relação aos transgênicos, mas muitas das inovações que encontramos hoje, por serem descontextualizadas desde a sua formação teórica partem do pressuposto de que certas tecnologias vem para mudar o mundo e facilitar a vida - por vezes ignoram que seria muito mais eficiente primeiro analisar quais são as necessidades socioeconômicas e ambientais para depois seguir com inovações mais humanas - e mais interessantes do ponto de vista social. É como o funcionamento das cidades segundo Jane Jacobs : é preciso primeiro entender o seu funcionamento para depois pensar em mudanças que deverão ser aplicadas no local para que o as coisas fluam e sejam saudáveis, e não o contrário.
    E essa aplicação descontextualizada seria ética?
    Por vezes, a defesa desmedida de cientistas em relação aos transgênicos pode causar a supressão do direito de minorias se expressarem. Por exemplo, ao exaltar demais a aplicação desse tipo de cultura em uma região, os direitos de concorrência justa com os pequenos proprietários de terra, por vezes orgânicos ou que visem uma agricultura de subsistência sejam extintos. A concorrência com esses grandes produtores se torna infiel, fazendo com que uma parte importante da população que vivia disso seja levada à falência. E ainda servem de bloqueios para a busca de outras alternativas menos prejudiciais socioeconomicamente falando, como o desenvolvimento da agroecologia.
    Uma falha da discussão dos transgênicos e a sua relação com a fome no mundo: o problema atual não é a falta de alimento - há alimento para todos os habitantes do planeta e ainda sobra. Como diria Josué de Castro, famoso estudioso brasileiro, a fome no mundo atual é uma questão política e econômica, não mais natural. Então como é possível tentar resolver os problemas mundiais que envolvam a fome sem levar a política em consideração? É necessária uma análise total da questão, que busque aquilo que trará maiores benefícios a todos - no plano real, e não no utópico. Por isso é preciso sim que haja estudos sobre todos os lados da mesma pergunta, para qua não sobre nenhuma lacuna; e que seja o mais próximo possível da ética e da ideia de mundo ideal que temos hoje.

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  133. Neste texto de Lacey, o autor apresenta algumas aspectos sobre a produção de alimentos transgênicos. Um grande problema na produção de alimentos transgênicos está exatamente em desconhecermos as causas, os benefícios e os malefícios, que esses produtos podem causam na saúde humana. Muitos cientistas, economistas, teóricos defendem que a produção em larga escala por meio da produção de alimentos trânsgênicos é a melhor opção para se combater a escassez de alimentos no mundo, porém ignoram outras formas alternativas de produção de alimentos que já foram desenvolvidas, ou ignoram pesquisas para encontrar formar desconhecidas, visando apenas o lucro que será gerada por meio dos alimentos geneticamente modificados. Está transitando no legislativo um projeto de lei que permita que as empresas retirem das embalagens dos produtos que contém transgênicos o aviso sob a origem desse alimento, podemos considerar essa ação moral uma vez que querem omitir do consumir que o produto que está comprando é transgênico? Acredito que não. A moralidade está na responsabilidade das pesquisas científicas e dos setores da economia ao inserirem no mercado um produto que desconhecemos seus efeitos no nosso organismo, e que comprovadamente agride a natureza com a contaminação do solo.

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  134. O uso dos transgênicos é uma questão discutida intensamente, algumas das questões são sobre os seus benefícios e malefícios a saúde de quem os consome, sobre o capital que rodeia essas pesquisas, o monopólio de sementes, entre outros.

    O objetivo dos transgênicos é suprir a necessidade de alimentos para a população, porém problemas podem surgir ao longo do tempo. Riscos futuros são descartados, pois é melhor omitir do que disponibilizar capital para pesquisas que detectariam futuros problemas a saúde e ao meio ambiente.

    Um dos motivos dos problemas dos transgênicos serem omitidos é o interesse comercial sobre os mesmos, os impactos ambientais não importam, e sim a concentração de patentes e recursos dos alimentos sobre as mãos de empresas privadas.

    Uma outra questão que é discutida é a implantação dos transgênicos para suprir o consumo de alimentos, não acredito que falte alimento para a população, e sim que há muito disperdicio. Os transgênicos podem ser uma alternativa futura, desde que mostre todos os seus prós e contras através de analises.

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  135. O texto de Hugh Lacey evidencia uma das faces perversas que a ciência pode ter contando com o amparo de atores poderosos no cenário do mundo contemporâneo. A questão do modelo de agricultura transgênica é apresentada como um problema que a ciência enfrenta atualmente, ainda que alguns, que dela fazem parte, insistem em ignorá-lo e tê-lo somente como uma solução para problemas da humanidade, ocultando, com isso, o contexto socioeconômico no qual ele está inserido e interesses de grandes corporações e agentes políticos que dele se beneficiam.

    Assim, o comportamento da abordagem descontextualizada se mostra dentro da comunidade científica de maneira bastante difundida e isso é lamentável porque mina a possibilidade, muitas vezes, da ciência abordar o problema do abastecimento mundial de alimentos de uma maneira ampla, considerando não só aspectos biotecnológicos do mesmo, mas também os contextos nos quais ele se insere, sejam eles econômicos, sociais ou ecológicos - podendo, dessa maneira, contribuir na resolução e na prevenção de outros problemas que enfrentamos atualmente ou daqueles que a ciência pode causar ou já causou.

    Um exemplo, que o autor cita, de alternativa ao modelo agrícola tradicional e de transgênicos é a agroecologia, que defende uma nova concepção de agricultura fundamentada numa abordagem contextualizada da mesma. Porém, com isso, o intuito de Lacey não é simplesmente desmerecer os modelos estabelecidos de agricultura, mas sim questionar porquê das alternativas existentes a esses modelos não receberem a devida atenção da comunidade científica e criticar a mesma por essa postura nada científica.

    Por fim, na minha concepção, essa instrumentalização da ciência em prol de interesses privados consiste numa imoralidade pelo fato do problema do abastecimento, e as pessoas nele envolvidos, serem enxergados tão somente como uma oportunidade de lucro, nada importando a sobrevivência e o bem-estar dos agentes que participam, de maneira direta ou indireta, dos contextos onde a agricultura se insere.

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  136. Bruno Pestana Macedo
    RA 21049312

    O artigo de Hugh Lacey a questão dos transgênicos. Tal tema é muito abordado, porém minha opinião é relativo, uma vez que não sou perito no assunto. Utilizarei apenas as informações extraídas do artigo para expressar minha opinião, mesmo sabendo que existem outros fatores importantes para tal discussão.
    Podemos questionar, se a plantação e comercialização dos produtos transgênicos são morais. Ao meu ver, se for considerado apenas a modificação genética em si, afim da alimentação, não considero este um ato imoral. A questão que fere a moralidade é relacionada à saúde do consumidor e a competição financeira com pequenos produtores.
    Existe a questão sobre a ciência ser considerada imoral, através da qual pode prejudicar a vida alheia. Ao meu ver, a ciência em si não pode ser considerada imoral, e sim os homens, por conta da ambição

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  137. Lívia Maria Cianciulli
    RA: 21012612

    Eu já sabia algo a respeito do assunto por conta do documentário ‘’O mundo segundo a Monsanto’’. Depois de ler um texto como o de Hugh Lacey, o documentário se torna bastante ilustrativo, uma vez que são muito, muito parecidas ambas as narrativas. Não digo que eu já tenha uma opinião formada sobre o assunto, mas digo de antemão que sempre simpatizei com a ideia dos orgânicos, o que torna minha opinião um tanto quanto tendenciosa.

    O texto deixa bem claro que não é nem mais uma questão de que as pesquisas científicas não demonstram a qualidade e possibilidade de se produzir alimento orgânicos na mesma quantidade que os transgênicos. É mais do que clara a possibilidade de que os orgânicos são produzíveis e viáveis dadas as experimentações, entretanto, a questão é muito mais enraizada do que esta. Não se realizam pesquisas para algo que não é de interesse de grandes milionários envolvidos, a grande verdade é esta. A instituição científica, que se diz tão neutra e imparcial, uma ferramenta para o progresso da Humanidade toma, neste momento, um partido que não necessariamente atende às necessidades de uma maioria. Os orgânicos colocariam toda uma rede social por água abaixo. Foi testada a capacidade de produção dos orgânicos, mas não sua aceitação como uma nova maneira de estruturar a agricultura.
    Em muitos pontos, as mudanças trazidas pela cultura de orgânicos poderiam trazer melhorias ao cenário agrícola. Pensemos na agricultura familiar, produções locais, em menor escala, mais próximas do mercado consumidor, transporte mais rápido, dentre outras vantagens. Nada disso, até agora pode ser tocado em função de uma escolha que atende a um limitado interesse. Antigamente, era muito mais comum as pessoas praticarem a agricultura familiar através do cultivo de orgânicos, que sequer eram nomeados dessa maneira. Era normal plantar e colher vegetais organicamente, gerações inteiras se alimentaram desse jeito.
    O próprio texto confirma que o planeta Terra já produz alimento suficientes para toda a Humanidade, entretanto, nunca se passou tanta fome no mundo quanto hoje. Não é um problema de produção, é um problema de distribuição.

    Pertencemos a este sistema, ‘’acreditamos’’ nos critérios que supostamente impusemos a nós mesmos na tentativa de que não opinemos erroneamente acerca de questões que nos dizem respeito. A própria Ciência seria um fruto dessa cultura de criar critérios para avaliar nossa trajetória, um ‘’sensor’’ de qualidade. Neste exemplo dos transgênicos, fica evidente o quão semelhante esses critérios podem ser de qualquer outra instituição passível de erros. A Ciência se pôs a favor de um interesse específico, a Ciência é uma arma política, não como outra qualquer. Ela é uma arma política de aceitação popular, as pessoas se sentem confortadas em acreditar em ‘’dados científicos’’ pois creem estarem diante de provas livres e verídicas acerca da realidade em que vivem. Um exemplo como o desse texto só evidencia o quão errada é nossa concepção, até mesmo sobre algo que, em teoria, deveria ser certo.


    A título de curiosidade, o documentário:

    https://www.youtube.com/watch?v=gE_yIfkR88M

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  139. Quando me deparo com uma discussão como essa, que envolve a alimentação mundial, não me vem à cabeça outro fator determinante para o fracasso dessa, que não, o socio-econômico. Sem dúvida independentemente da produção de alimentos trangênicos, o mundo absolutamente produz alimentos suficientes para atender as necessidades de sua população. Mas existem fatores que são movidos pelo estilo socio-econômico adotado pela maioria dos países do mundo(capitalismo), que impedem de regiões como, África, América latina, Ásia, terem acesso a esses alimentos.

    Não vejo hoje, que os alimentos trangênicos sejam a solução para o problema da alimentação mundial(como citado acima), e sim, medidas governamentais para uma melhor distribuição dessa produção alimentícea existente. Em contrapartida, vejo a necessidade de uma alternativa que exija uma menor quantidade de recursos naturais limitados, como a água, para a produção agrícola, mas sendo que essa alternativa seja a longo prazo benéfica à saúde da população.

    No caso dos cientistas e da ciência, não os julgo imorais na busca de alternativas mais viáveis na produção de alimentos, porém, deve existir uma consciência coletiva por meio desses, mas a evolução científica deve sempre ser defendida, pois necessitaremos muito da ciência e não só na área em questão, abordada.

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  141. Não posso dizer ser grande conhecedora sobre a questão dos transgênicos, mas a pouca informação que já adquiri me fez ter certa aversão a este "produto". O ponto crucial foi ver matérias jornalísticas dizendo que a maior produtora de sementes transgênicas do mundo, a Monsanto, processando judicialmente pequenos agricultores que replantavam as sementes dos frutos transgênicos.

    A Monsanto tenta mostrar um papel engajado e pró-pobres, quando, no fundo, suas intenções são bem mais gananciosas. Seu argumento em favor da produção de alimentos transgênicos é que este método é eficiente e pode ajudar a diminuir a "escassez" de alimento no mundo. Argumento fraco e com uma falácia que apela para o emocional, quando, na realidade, o problema da alimentação mundial é da ordem da distribuição, não da produção.

    De fato, a produção transgênica é eficiente: produz alimentos mais resistentes a pragas e em grande escala, além de ser possível cultivá-las em solos não tão propícios, mas ignora riscos a longo prazo. Não se sabe como os alimentos transgênicos podem afetar, principalmente, a saúde humana.

    Sendo assim, ao meu ver, a produção de alimentos transgênicos da maneira como faz a Monsanto é imoral pois infringe, principalmente, a segunda máxima moral da ética deontológica de Kant ("Age de tal maneira que trates a humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de outrem, sempre como um fim e nunca como um meio.").

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  142. Lacey, nos aponta com seu trabalho que a forma de abordagem, isto é, o método científico utilizado – a saber o descontextualizado – para colher resultados no campo dos transgênicos deixa a desejar, no sentido de não considerar os aspectos socioeconômicos, sejam eles regionais ou culturais, assim bem como o poder econômico de cada região. Salienta que este método concebe os transgênicos apenas como objetos biológicos e se esquecem que são também objetos socioeconômicos. O método científico descontextualizado não considera resultados a longo prazo, e sim em buscar respostas imediatas colocadas para a sociedade pelas grandes indústrias de agronegócios em conchavo com o poder governamental coberto pelo manto cinetífico que utiliza a abordagem descontextualizada, de que daqui a alguns anos a população mundial passará fome e a única solução são os transgênicos. Os riscos a longo prazo tais como: os riscos a saúde e ao meio ambiente, não são levados em consideração por fazer ciência que utiliza apenas o resultado a curto prazo e consegue apenas medir o risco direto. O autor também nos mostra o quanto o método descontextualizado não se preocupa em propor outras alternativas o que não é comum para ciência realizada por outras abordagens. E, sugere alternativas que favorecem a dinâmica social, cultural, econômica e moral da sociedade.

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  143. Usei como exemplo o documentário chamado: O Veneno Está Sobre a Mesa, para desenvolver o tema proposto.


    O mercado de agrotóxicos e sementes transgênicas destaca-se como um dos maiores do mundo, atualmente. Resultado de também do crescimento expressivo do Brasil ao longo dos anos se afirmando como o segundo país que mais produz alimentos no mundo, somente atrás dos Estados Unidos. Porém todo esse desenvolvimento tem levado o governo a fechar seus olhos, ignorando os compromissos com a saúde e o meio ambiente.
    O Brasil possui largas extensões de terras utilizadas para a monocultura de diversos produtos que são comercializados no país e também fora dele. Produções agrícolas que movimentam a economia do país e pode trazer oficialmente em breve, o título de celeiro do mundo, pois o enorme território aliado aos incentivos no setor agroindustrial levam a crer nisso. Entretanto, todo esse crescimento não veio do nada, e existe um outro mercado aliado em investimento e lucro com a agricultura. Para que uma cultura alimentar seja resistente a pragas são necessários produtos químicos para proteger a planta, e assegurar sua produtividade. Esses produtos são conhecidos como agrotóxicos que são hoje motivos de inúmeras discussões quanto seu perigo para o meio ambiente, risco para os agricultores e legalidade de uso.
    Os pesticidas destroem as pragas indesejadas por todo grande ou pequeno agricultor, mas também contamina o solo, os mananciais e afeta a saúde do homem. Muitos agricultores familiares no interior do Brasil são vítimas desses produtos químicos por serem obrigados a trabalhar com eles, pois, não há muita credibilidade no mercado para trabalhadores que não façam uso de pesticidas e herbicidas em suas lavouras. Como se não fosse um regime muito fechado, os agricultores também devem fazer uso das sementes transgênicas que além de seu perigo ainda desconhecido por ser um produto geneticamente alterado, possuem a característica de serem híbridas o que significa que não podem ser replantadas. Percebe uma articulação muito subliminar para um controle de mercado por parte das empresas, seja de agrotóxicos, ou de sementes transgênicas.
    Finalmente, questionamos a veracidade de todo esse aparato para uma produção eficiente, pois a humanidade sobrevive a ausência de todos esses elementos ao longo de seu curso. Será mesmo necessário hoje o uso de produtos que são cientificamente comprovados que nos afetarão de maneira negativa, a curto ou longo prazo? O cultivo orgânico sempre foi eficiente em seus serviços até a mecanização do campo, não havia a necessidade de tomates mais resistentes, por isso, eles podiam crescer mais ricos em suas propriedades e não nos envenenar silenciosamente.

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  144. Hugh Lacey em seu texto traz à tona a discussão acerca do método científico que é adotado para afirmar os transgênicos como meio legítimo para alimentar a crescente população mundial. Na verdade, o autor faz uma crítica ao que chama de abordagem descontextualizada da ciência – aquela que apenas leva em consideração o método técnico científico e põe as discussões e impactos socioeconômicos e ambientais meio que de lado.

    Lacey acredita que se fossem discutidas também essas questões mais amplas nas pesquisas sobre possíveis métodos novos para a agricultura, se poderia chegar a métodos alternativos para os transgênicos, métodos que causassem menos impactos ambientais e sociais. Além do preconceito que muitas vezes a ciência carrega em relação às questões sociais, é claro que há questões políticas envolvidas: grandes corporações que investem fortemente em pesquisas de transgênicos não se agradam com a ideia de métodos alternativos, mesmo que esses possam ser socialmente mais benéficos.

    Trazendo a discussão para o debate ético me parece que o que Lacey tenta demonstrar é que para determinar o que é bom ou benéfico para a sociedade não basta apenas analisar o seu aspecto técnico e pontual. É necessário que sejam também analisados os prós e contras e como tal “objeto de estudo” se encaixaria, como seria seu proveito, quais benefícios traria para toda a sociedade. Também me parece que o autor tenta mostrar que os interesses da sociedade seriam obstruídos por certo grupo de pessoas que deteriam o “poder” sobre as decisões dos rumos das pesquisas científicas e que, portanto, levariam mais em conta seu próprio benefício em detrimento do benefício em longo prazo proporcionado à população.

    Para mim, aqui entraria o debate: os transgênicos estão tão em evidência e são tão fortemente defendidos porque são de fato a melhor alternativa para solucionar o problema produzir alimentos para uma sociedade em crescimento ou porque geram lucros para as grandes corporações que investem neles e buscam um retorno também crescente de lucros?

    Não sei ao certo como responder a essa questão, mas acredito que talvez haja um pouco dos dois lados: tanto interesse em lucros quanto o desejo de atender uma demanda maior da população... o que na verdade não deixa de ser a mesma coisa...

    Acredito que pesquisas sobre métodos alternativos aos transgênicos devem ser incentivadas e pesquisadas a fundo, e como propõe Lacey, de uma maneira que englobe questões além dos resultados empíricos observados dentro de um laboratório. Deve-se pensar nos benefícios trazidos a população a curto, médio e longo prazo.

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  145. Victor pinho de souza5 de julho de 2013 às 16:26

    De um lado, o famoso discurso de que os transgênicos poderão resolver o problema da fome no mundo e as facilidades que poderão trazer para nossa vida. Por outro lado, a competição destes organismos com as espécies naturais e o potencial de riscos à biodiversidade e à saúde.
    Acho que a pesquisa é válida, essencial, mas como o autor do texto, Hugh Lacey, nos coloca, há de se considerar a componente social dentro da pesquisa, das formas de manejo, de prática.
    Há muita fome no mundo e com o crescimento da população haverá mais ainda, porem hoje em dia produzimos alimentos suficientes para alimentar toda a população, a questao é que mesmo assim ainda tem pessoas que passam fome.

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  146. Ao falar de alimentos transgênicos estamos falando sobre um assunto polêmico que dificilmente será verdadeiramente esclarecido um dia. Existem muitos interesses políticos e econômicos envolvidos com relação aos transgênicos, principalmente por parte das grandes empresas, as quais não se importam com os riscos a longo prazo que a produção e o consumo destes alimentos podem acarretar no meio ambiente e no âmbito socioeconômico em geral.
    Se existe realmente uma demanda de alimentos para o mundo todo, como diz o texto de Hugh Lacey, a maior questão não é a forma e o modo de produção destes alimentos e sim os interesses econômicos e nos problemas para os mesmos que uma distribuição mais ordenada e igualitária destes alimentos poderia trazer.
    Creio que a maior preocupação das grandes empresas de alimentos seja com o seu lucro, deixando de lado a moral, ao passo que não pretendem se utilizar de maneiras mais sustentáveis e menos ambiciosas em relação a produção e distribuição de seus produtos.

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  147. Há muitas questões éticas que devemos analisar quando se trata de transgênicos, em relação aos benefícios, causas, consequências, riscos na utilização. A primeira que posso observar é relacionada a toxidade em grande populações e a dificuldade de execução de estudos de monitoramento. Também a utilização de alimentos transgênicos pode causar alergenicidade, que não é resolvida pela rotulagem do mesmo. Mesmo que se façam diversas pesquisas, quem garantirá que é se não causa danos ao individuo que consome?
    Os alimentos transgênicos podem causar um desequilíbrio na cadeia alimentar, pois as plantas modificadas serão resistentes às pragas com o passar do tempo. Outra consequência é da própria sociedade, pois verifica um pequeno número de empresas que produzem sementes patenteadas, e o replantio é impedido por contrato ou geração de pagamento de royalties.
    Minha visão é de que alimentos transgênicos facilitam a produção em larga escala, gera alimentos com custo-benefício melhores. Com o passar do tempo houve evoluções como leis que impedem o plantio em terras indígenas, ou preservação ambiental; porém devemos ter o senso moral e não patentear as sementes, pois o mesmo gerará apenas um líder em produção de herbicidas. Sendo assim, não consigo definir se é moral ou imoral, porque no princípio os alimentos geneticamente modificados vieram com a ideia de suprir as necessidades da população, com isso tiveram muitas pesquisas cientificas com esse objetivo. Porém a partir do momento em que grandes empresas (como a Monsanto) financiam pesquisas visando apenas lucro, creio que é imoral, pois terá uma batalha entre a sociedade e as grandes corporações.

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  148. A questão dos transgênicos é só mais uma dentre diversas outras que questiona a superioridade da ciência em confluência com o comércio e a política. Quando um progresso científico se alia de tal forma com o comércio produzindo e gerando lucro dentro de um setor é muito provável que instituições científicas tendam a não levar a sério a possibilidade de haver alternativas corroboráveis por conhecimentos científicos obtidos por meio de metodologias diferenciadas. É isso o que Hugh Lacey nos mostra em seu texto sobre a questão dos transgênicos.

    Segundo seu estudo: “O argumento apresentado aqui [nesse artigo] não determina que a utilização de transgênicos em culturas de plantio seja ilegítima ou que, de forma geral, a agroecologia se mostrará a longo prazo uma alternativa melhor que a agricultura baseada em transgênicos.Em vez disso, sustenta que a ciência ainda não solucionou as questões acerca das alternativas”. Fica evidente, então, que essa só é mais uma dentre outras questões que nos mostra a imparcialidade do meio científico.

    O império da ciência governa nossas produções científicas e acadêmicas e ao mesmo tempo ele é utilizado como forma de imposição de poder. Para mim, o uso que se faz da superioridade que se têm da ciência é imoral. Nem toda a forma de conhecimento legítima é científica, pois a partir do momento que um meio se sobressai dentre outros a manipulação do social é de fácil acesso. Portanto o meio científico deveria ser mais aberto e livre em questões epistemológicas segundo Feyerabend defende, por uma sociedade mais livre, democrática e participativa.

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  149. Nesse texto, o autor faz uma crítica à abordagem descontextualizada das avaliações feitas por especialistas sobre os possíveis impactos do uso de transgênicos na agricultura. Segundo ele, esses estudos não consideram aspectos sociopolíticos do cultivo extensivo de espécies transgênicas. Seria preciso pensar os limites da intervenção humana na natureza, bem como a quem essa tecnologia beneficia. Os transgênicos têm sido muito usados principalmente em países em desenvolvimento, como sendo a melhor solução para o problema da produção de alimentos capaz de suprir as necessidades dessas populações. Mas é preciso considerar que a tecnologia necessária para o cultivo de transgênicos é desenvolvida por grandes corporações e protegidas por patentes. Os produtores – principalmente de países mais pobres – acabam se tornando dependentes dessas grandes empresas, o que faz com que elas tenham, indiretamente, controle sobre os recursos naturais desses países. Outro fator importante que segundo o autor deveria ser considerado, é a sustentabilidade, isto é, a longo prazo, os impactos gerados pelo uso de transgênicos podem prejudicar as gerações futuras, no que diz respeito ao desgaste do solo e de outros recursos naturais? Alternativas como a agricultura familiar e a produção local estariam sendo ignoradas em prol dos interesses daqueles que detém o monopólio da produção de transgênicos, o que faz com que o debate esteja longe de ser imparcial.

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  150. No texto de Hugh Lacey, podemos ver que a ciência tem se aproveitado do crescente mercado dos transgênicos como forma de mobilizar mais investimentos para suas pesquisas, como forma de "tapar o buraco" deixado pela falta de patrocínio por parte do governo. Com o fator econômico se tornando prioridade e o fator social sendo deixado de lado pela ciência, grandes investidores encontram o terreno perfeito para maximixar seus lucros em um mercado crescente.
    As pesquisas que condizem às possíveis consequências da produção transgênica são mantidas sob sigilo, e o pouco que se sabe sobre o grande número de pequenos proprietários que foram esmagados por essa produção em massa aparentemente não é o bastante para formular uma crítica racional que gere alguma mudança efetiva. Uma vez que este "despertar" não é vantajoso para aqueles que lucram milhões a partir dos trangênicos, a ciência, que deveria ser uma ferramenta para tornar a vida da população geral mais agradável e conscientizada, se cala e pratica a imoralidade, escondendo informações que são de direito de todos, uma vez que todos são afetados de alguma forma pela comercialização dos transgênicos.
    Aqueles que defendem os transgênicos argumentam que estes alimentos são a única possibilidade de um futuro onde não haja fome, ou que pelo menos ela não aumente juntamente com o crescimento populacional. Estes argumentos se provam falsos ao passo que se averigua que não existem provas científicas que os fomentem, além da constatação de outras alternativas na questão agrícola, alternativas estas que são muitas vezes mais harmoniosas com o meio ambiente, como a agroecologia. Sobre o argumento referente à fome, é de conhecimento geral que ela se dá por conta de uma má distribuição dos alimentos e não de uma deficiência na produção dos mesmos.
    Portanto, podemos considerar que a maneira como a produção de transgênicos é abordada é imoral, uma vez que esconde informações daqueles a quem elas mais interessam, beneficiam uma pequena parcela em função de um grande número de prejudicados e não se mostra efetiva quanto às vantagens apresentadas por seus defensores.

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  152. As pesquisas e os investimentos feitos nos alimentos modificados em laboratório são especialmente voltados para o lado econômico do que social. Não acredito que isso seja apenas para acabar com a fome do mundo, pois há ONGs que informam que há alimentos para todas as pessoas, o problema é má distribuição e o desperdício.
    Não considero a pesquisa ou ciência de uma forma geral como imorais afinal, mesmo baseando se em questões econômicas principalmente, poderão trazer benefícios para a população mundial no futuro, sendo otimista.
    Os riscos referentes ao consumo desses alimentos são comparados aos riscos dos agrotóxicos utilizados as plantações, a questão não é a pesquisa em si, mas a transparência dos resultados. Muitos casos de pesquisas obtiveram resultados terríveis, outros significativos.
    Não podemos nos levar apenas pela verdade absoluta de uma tese, os leigos devem fiscalizar através de medidas públicas criadas pelos governantes ou a até mesmo negarem-se a consumir alimentos desse gênero.
    O problema não é o avanço tecnológico. Deve-se focar na organização social atual.

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  153. A questão sobre a possível existência de alternativas referentes à utilização dos transgênicos, buscando atender de modo eficiente a demanda da população por alimentos permanece aberta e contínua ocasionando diversos embates.
    A ciência ainda não desenvolveu explicações cientificas e concisas sobre a utilização dos mesmos, pois ainda não atribuiu uma atenção sustentável para os diversos impasses ocasionados por tal prática, de modo que se torne possível obtenção de respostas sólidas e coerentes.O texto apresenta as justificativas favoráveis à prática da biotecnologia como fator de decisão para a trajetória da economia internacional, citando a importância atribuída ao caso por meio das instituições cientificas, buscando enfatizar sua importância em relação ao campo das pesquisas e da empregabilidade cientifica que é justificada ainda mais, ao afirmar o descaso do governo e a pouca importância ele atribuí à ciência.
    Os favoráveis a prática justificam que a aplicação atual dos transgênicos como cultura de plantio resistentes a herbicidas atingiu um determinado grau desenvolvimento devido à atuação de tais pesquisas, mas que a engenharia genética também contribuiu muito em relação a determinados casos específicos de sua área. Contudo, também afirmam que outras explicações que justificam a utilização dos transgênicos estão sendo formuladas. Por outro lado, o texto também apresenta as justificativas dos contrários à prática, pois deixam claro as desvantagens adquiridas por meio da utilização dos transgênicos, referindo-se aos ricos proporcionados por sua utilização acentuada e questionando sobre o valor social e sobre a legitimidade de suas utilizações cada vez mais dispersas.
    Outro fator que ocasiona questionamento, diz respeito ao lugar que tais pesquisas ocupam dentro das políticas nacionais e internacionais, a existência de alternativas melhores que resultem em mais benefícios e menos riscos, se a agricultura baseada em transgênicos é realmente capaz de atender à procura de alimento pela população, se tais riscos ao muito maiores do que os benefícios ocasionados.
    A posição critica de tais questões deve ser analisada de acordo com a ética e com os fatores socioeconômicos, o que acaba tornando a questão ainda mais delicada, pois para alguns, é extremamente importante levar em consideração as implicâncias que tais práticas exercem nos setores sociais, uma vez que as pesquisas que foram desenvolvidas até o momento não apresentam devida importância a esta questão e contextualizam os benefícios de sua utilização de acordo com os seus interesses.
    Ao meu ver, isto faz muito sentido pois fica evidente que a ‘’outra face da moeda’’ está claramente escondida ao analisarmos a situação apenas de acordo com um contexto econômico e social. É fato que devem ser levado em consideração, os profundos riscos a saúde ocasionados por uma alimentação “artificializada’’, as quais estamos submetidos, promovendo uma maior atenção às alternativas viáveis que são apresentadas para a solução destes impasses.

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  154. AQUI TEM INÍCIO OS COMENTÁRIOS DOS ALUNOS DO PRIMEIRO QUADRIMESTRE DE 2014.

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  155. Nome: Stefanie Gomes de Mello
    RA: 21014113


    O ponto defendido pelo autor é o de que o estudo sobre as possíveis consequências da adoção do método de agricultura escolhido e utilizado é incompleto. Os métodos de pesquisa utilizados para a validação desse processo agrícola na academia não adotaram o pensamento complexo, contextualizado, o que levaria os cientistas a pensarem sobre as consequências diretas e indiretas dessa adoção e a sua validade sociocultural, por exemplo.

    Pode-se entender que a aparente eficácia do processo não valida outras questões como as sociais, citadas anteriormente, e não torna a prática indispensável, já que as pesquisas relacionadas ao tema dissertam somente sobre os processos químicos e biológicos de forma extremamente centrada. A produção de pesquisas assim caracterizadas são necessárias, mas não se deve ignorar que as ‘micro’ mudanças na natureza como essas podem, e muito provavelmente vão, mudar o ‘macro’ espaço, que não é somente constituído por elementos dos departamentos do conhecimento químico e biológico.

    Ao adentrar a área da Ética com os estudos existentes não seria possível afirmar certamente que a aplicação da agricultura de transgênicos fere o ser humano e a natureza, porém, e é nessa parte que nos deparamos com a escassez dos estudos plurais sobre o assunto, não é possível afirmar que essa forma de agricultura NÃO traz malefícios que poderiam ser evitados.

    O problema encontrado e sem aparente solução – já que nem discussões cujos ambos os lados estejam munidos da validação científica e, portanto, social são possíveis – é o que coloca uma prática como legal (no sentido jurídico) e estritamente necessária, não por estudos que visaram falsificar sua qualidade, independentes de verbas das grandes indústrias e que focalizavam consequências em longo prazo, mas através de pesquisas com metodologias montadas para a descoberta de técnicas e não voltadas à análise ética e social do processo.

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  156. Quando tratamos de bioética, nos questionamos quanto aos limites da ciência. Quanto aos transgênicos, Hugh Lacey aponta alternativas a está prática englobando questões sociais, o que ele chama de Agroecologia. Existem diversas abordagens ao tema em questão: podemos nos limitar a necessidade dos transgênicos ou se a experiência da ciência tratada é ciência ou economia.
    Sabemos que há fome e sabemos suas causas; não falamos de quantidade de comida, mas sua distribuição e acesso. Na maioria dos casos, não há agricultura de subsistência ou qualquer outra medida senão ter condições de pagar pela alimentação. O interesse econômico na área é muito grande e não tão lucrativo quando comparado a Agroecologia, onde há o interesse social e benefício comum. Porém, competir com o capital onde há muito capital não é simples. Fora essas questões, também não são levadas em consideração, ou simplesmente omitidas por razões econômicas, suas consequências de saúde. Esse é problema imoral.
    O fato é a tecnologia está aí e o debate é extremamente amplo, pois envolve questões socioeconômicas de diversos países importadores ou exportadores da mesma. Exemplo: os dois maiores países cultivadores de transgênicos são EUA (Milho) e Brasil (Soja), consumidor e exportador, respectivamente.

    Guilherme Santucci
    11119211

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  157. A ciência e a produção cientifica sempre teve o papel de potencializar a capacidade humana, baseados nesses princípios a sociedade tem evoluído em um sentido cientificista e tecnicista de adequar a realidade a um modo cientifico, analisamos o nascimento do utilitarismo, que surge em um contexto da primeira revolução industrial, de descoberta da maquina a vapor, que elevaram as sociedades a um novo patamar de consumo e supressão dos desejos na tentativa de maximizar o prazer e, nesse ponto de vista, as modificações humanas são válidas, e, ainda nesse ponto de vista, as pesquisas científicas acerca do transgênicos são morais, pois é o papel da ciência buscar alternativas, mas as consequências nos dias de hoje desse progresso desenfreado resultam em uma sociedade de consumo desenfreado, os impactos ambientais ocasionados por essa busca sem limites do prazer impactaram o planeta Terra de forma irreversível, dessa forma não seria logico pensar qualquer ação humana que vise potencializar e adulterar os meios de vida terrestre como imorais?

    As consequências a longo prazo do uso dos transgênicos não foram suficientemente estudadas, a curto prazo, sabemos que as vantagens dos transgênicos é criar plantas mais resistentes, e assim, evitar desperdícios, como perda de safra. O perigo é de uma planta geneticamente modificada entrar em contato com uma planta selvagem, podendo causar mutação e desequilíbrio ecológico.

    O homem é um animal, e faz parte da natureza tanto quanto os outros animais. Kant descreve o homem como possuidor de uma racionalidade que o separa dos animais selvagens, mas não seria um tanto pretensioso se considerar acima disso?ou se caso essa realidade seja realmente verdade, Não deveríamos ter o papel de proteger aqueles que submetidos a nossa convivência, não tem a capacidade de se defender de nós?

    Talvez algum dia os transgênicos sejam a alternativa "correta", mas por agora, há outras alternativas melhores, como a agroecologia. Nesse ponto de vista, o uso dos transgênicos é imoral. Pois a ciência não é feita com o intuito de se adequar a uma máxima moral que visa o bem, mas por interesses individuais e capitalistas, ou seja, um fim nela mesma, e essa ciência vem nos trazer soluções para problemas que antes não tínhamos.

    Robert Paixão 210.613-13

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  158. Jonathan Leite Soares RA: 21073313

    Embora o artigo de Hugh Lacey apresente a questão dos transgênicos e seu intenso debate, é difícil formar uma opinião baseado apenas em um artigo, uma vez que existem diversos aspectos a serem considerados.

    Creio que o artigo pode ser visto sob dois aspectos correlacionados, o primeiro sendo a moralidade dos transgênicos e o segundo, a moralidade da ciência.

    Primeiramente, podemos analisar até que ponto seria moral a plantação, o uso e a comercialização de alimentos geneticamente modificados. Não penso que por ser uma modificação genética e ter sido produzido em laboratórios pelo ser humano seja algo imoral, até porque não teria motivos para isso, mas o fato de que possa fazer mal ao consumidor, gerar pobreza para pequenos produtores e a negligencia de pesquisa dos grandes produtores é, para mim, uma atitude imoral. É não se importar com o próximo e visar o lucro, a ganancia, nas custas de outras pessoas. Como explicitado no texto, existem outras alternativas que não são abordadas pelos defensores dos transgênicos (geralmente associados às grandes empresas), uma vez que estas não gerariam o lucro que os transgênicos proporcionariam. Existe uma série de fatores que podem ser associados a isso, não apenas geraria o lucro das grandes corporativas, mas também acabaria com pequenos agricultores, levando mais pessoas à miséria, sem contar que a plantação de transgênicos aumentaria a produção sim, mas esses alimentos seriam distribuídos para áreas pobres, justificando assim o argumento de diminuir a fome no mundo? O problema aí está na distribuição de renda, não na quantidade de alimento.

    Foi abordado em outros comentários que a ciência poderia ser considerada imoral, pelo lado obscuro que pode assumir em certas situações, mas penso, novamente, que o problema são as pessoas por trás disso, e não a ciência em si. Descontextualizar uma pesquisa, mostrando apenas um lado e não as alternativas, pode sim ser considerado imoral, junto com o fato de alguém aceitar fazer uma pesquisa enviesada para o benefício de um pequeno grupo ao invés de algo que pudesse beneficiar um maior número de pessoas. O problema é a utilização, não a ciência por si só.

    Mais a fundo existe também o problema do meio ambiente, cada vez mais degradado. Seria o uso dos transgênicos uma alternativa sustentável? Por não saber a fundo sobre esse aspecto, não prosseguirei, mas penso ser um tópico igualmente importante para discussão, dado que uma ação que destrua o meio ambiente, prejudicando gerações futuras, seja também imoral.

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  159. Sara A. de Paula RA: 21041713
    Sabe-se que os transgênicos são importantes para a ciência, pois recebem apoio governamental e econômico em suas pesquisas. Porém, além disso, há uma discussão de cunho social, porque eles são eficazes; mas qual o preço disto?
    Um importante argumento a favor dos transgênicos parte de sua capacidade de satisfazer as demandas de alimentação das populações, entretanto, como colcoado anteriormente, com a discussão voltada ao social, vê-se que tem características ruins e prejudiciais, pois até que ponto vale focar nesse tipo de ciência? Cientistas afirmam que não há consequências sérias, e que isso pode ser combatido com os grandes benefícios dos alimentos transgênicos.
    Entretanto, os transgênicos podem trazer riscos à saúde humana à curto prazo, e há ainda os riscos a longo prazo, pois há efeitos cumulativos para a saúde, meio ambiente, e há também o contexto socioeconômico envolvido, em um cenário mundial marcado pela dominação das grandes corporações.
    Outra consequência econômica é o fato de que investir em transgênicos torna inviável investir em alimentos mais saudáveis, por exemplo. Ou seja, nos mostra um caso da influência socioeconômica, em que há apenas um olhar para o dinheiro envolvido. É complexo, mas analisar essa situação merece um olhar mais amplo, já que nos é colocado, como consumidores, apenas a ideia do benefício, mascarando todo o esquema que há por trás.

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  160. Rogério Rodrigues de Aguiar
    RA: 11019912

    Estamos acostumados a pensar que a ciência é uma instituição alheia aos valores sociais e morais, que se a metodologia científica for seguida à risca, teremos uma verdade absoluta que aumentará o bem-estar da sociedade. Essa visão positivista e o modelo de desenvolvimento linear da ciência vem sendo questionada desde o pós 2ª Guerra Mundial. A ciência está penetrada por questões éticas e quando o seu desenvolvimento está relacionado à uma tecnologia que interfere em possíveis assuntos de saúde pública, é necessário que reforcemos isso.
    Os defensores dos transgênicos, utilizam o argumento da eficiência para incentivarem a prática, pois com essa biotecnologia pode-se combater predadores, tornar os alimentos mais nutritivos, etc. Os críticos, creem que não existe o mínimo de informações para que possamos inferir que os transgênicos não são ruins à saúde ou não possuem outros efeitos negativos quando utilizados em larga escala.
    Falta contextualização social de algumas pesquisas científicas. Isso é motivado pela visão positivista da ciência, que prega que ela tem um fim em si mesma, desvinculando-a do universo social, político, econômico e ético. Essas pesquisas descontextualizadas esquecem a existência de consequências de longo prazo e riscos indiretos da produção de transgênicos, negligenciando algum possível efeito ecológico sobre a biodiversidade ou a criação de um monopólio da produção alimentícia por grandes corporações.
    O debate ético, portanto, se dá quando adentramos o limite das pesquisas científicas sobre transgênicos e o quanto elas são “vendidas” como boas sem nenhuma corroboração de suas ineficiências e inefetividades. Ao meu ver, é antiético vender uma tecnologia como uma solução de um problema como a fome, sem saber os danos que ela pode causar à longo prazo e sem analisar se existem outras alternativas, que talvez não sejam tão eficientes do aspecto da produção, mas, certamente e comprovadamente, menos nocivas.

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  161. Luize Gonçalves Fernandes18 de maio de 2014 às 00:57

    No texto de Hugh Lacey, discute-se se há alternativas ao uso de transgênicos que seja capaz
    de satisfazer a demanda mundial por alimento e nutrientes. Essa é uma questão que ainda está aberta a muitos debates. A necessidade de uma grande produtividade relacionada à sustentabilidade, ao multiculturalismo e à preservação faz com que a biotecnologia torne-se essencial nessa discussão. Claro que questões ligadas à moral e à ética não ficam por fora.


    Na agricultura, a produção eficiente deve ser biologicamente boa com um alto nível de produtividade. Além disso, ela não deve ser nociva a saúde humana e deve preservar a biodiversidade. Como aliar tudo isso com o que é socialmente e politicamente correto? Ou seja, como convergir todos esses quesitos para que se tenha uma boa plantação às necessidades indígenas, dos grandes latifundiários, ambientais, das grandes empresas, órgãos estatais e privados. Por isso, pode-se dizer que, no texto de Lacey, o assunto possui um domínio ético que não se apresenta de forma explícita, mas está, senão nas ações de um ser com outro, nas de empresas e instituições.


    Como solução aos transgênicos, o autor propõe a agroecologia, que leva em conta tanto a eficácia biológica quanto a social. Ao ressaltar que o dinheiro público deveria ser revertido para o desenvolvimento da agroecologia, Hugh demonstra extremo interesse e preocupação com questões morais, essas que não são atendidas por motivos de interesses mercadológicos e capitalistas.

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  162. Após a leitura do texto “Há alternativas ao uso dos Transgênicos?” de Hugh Lacey, pude refletir sobre o uso dos transgênicos com base em uma nova perspectiva. A grande questão que o texto nos apresenta é: existe alternativa ao uso de transgênicos capaz de satisfazer a demanda mundial por alimento e nutrientes? A agroecologia seria uma boa alternativa.

    Porém, a ciência parece não dar a atenção merecida a essa questão de forma abrangente. A eficácia de uso dos transgênicos não liquida as questões acerca do valor social e da legitimidade de seu uso disseminado. Os transgênicos são indispensáveis? Não existem alternativas que sejam eficientes, que tragam maior benefício e menos riscos? Os porta-vozes das instituições científicas e agroindustriais dizem que não, mas as pesquisas em que eles se baseiam não levam em consideração o contexto socioeconômico, riscos de longo prazo e riscos indiretos. A alegação de que não há alternativas não reflete conhecimento científico, mas sim poder econômico. Essa descontextualização da ciência é manipuladora e imoral, além de considerar apenas o interesse de uma minoria que só busca o lucro e esquecer-se dos valores sociais.

    Lara Rodrigues Alves. RA: 21059213

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  163. Segundo Lacey, a falta de pesquisa sobre os riscos dos transgênicos levando em conta apenas os benefícios e deixando de lado problemas a longo prazo como a saúde e meio ambiente, além dos riscos indiretos como a possível perda de biodiversidade, escassez de alternativas mais saudáveis e monopólio de sementes e alimento das grandes indústrias que põem em risco a segurança mundial em relação a nutrição, torna a investigação sobre os transgênicos menos científica, já que não há variedade relevante de materiais sobre isso. Os cientistas ressaltam que os benefícios superam os possíveis problemas, mas há a necessidade de contextualização dos problemas, já que o mundo está em constante mudança e a sociedade deve ser melhor interpretada, assim a existência de alternativas é imprescindível e uma delas é a agroecologia, que preza a sustentabilidade, mas como não traz benefícios para as grandes empresas ela acaba sendo defasada.
    Portanto há a necessidade de pesquisas relacionadas a alternativas mais seguras e sustentáveis do que os transgênicos, algumas já estão sendo desenvolvidas, porém precisam de apoio de organizações como a EMBRAPA para poderem competir com os transgênicos que envolvem problemas de poder econômico, dessa forma um debate sobre a ética dessas relações precisa ser implementado.

    RA: 21070713

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  164. Com base no texto de Hugh Lacey, percebi duas abordagens em relação ao tema dos transgênicos. As duas abordagens seriam, primeiramente, sobre o fato dos transgênicos serem a única opção para acabar com os problemas de fome no mundo, e a outra com relação a forma de como esse assunto é abordado pela ciência.
    Temas com esse possuem, segundo o autor, “uma aura científica”, o que possibilita diminuir a credibilidade dos críticos, cuja posição é “anticientífica”. É possível averiguar que, apesar de das eficácias desses produtos, não é possível eliminar as questões de valor social e da legitimidade de seu uso.
    A crítica a esses produtos envolvem compromissos éticos, além de socioeconômicos. Levar em conta esse último aspecto permite averiguar os benefícios, os riscos e as alternativas.
    As avaliações que são feitas são descontextualizadas, ou seja, fora do padrão apenas biológico, e ignoram os riscos de longo prazo, que ignoram os efeitos na saúde, meio ambiente, cultivo e consumo, além de ignorar os riscos indiretos, como nos mecanismos socioeconômicos, como risco à biodiversidade, outras formas de agricultura e ameaças á segurança mundial devido às corporações privadas. Apesar de todos esses possíveis efeitos, cientistas alegam que os transgênicos não causam riscos sérios que não possam ser suprimidos pelos seus benefícios.
    Há uma convicção de que a investigação é “menos científica” se não for redutível a pesquisas que possuam abordagem descontextualizada. Essa perspectiva não cumpre as finalidades da ciência. Tal questão mostra-se complicada, pois a tradição da ciência moderna diz que “a pesquisa científica caracteriza-se pela aplicação da abordagem descontextualizada”, mesmo que essa visão estivesse em tensão com outra, que fundamentaria o argumento: a investigação científica deve ser sistemática, empírica e mantida conforme padrão de objetividade.
    A ciência alega não existir método mais eficaz que esse para a produção de alimentos suficientes para a crescente população mundial, mas há outra alternativa, como a agroecologia, que é uma forma de agricultura fundamentada em resultados científicos derivados da utilização de metodologias não enquadradas pela abordagem descontextualizada, e não trata questões da ciência clássica. Seus métodos são apropriados para a investigação. Nesse tipo, os ecossistemas são tratados como locais e integrantes de um sistema socioeconômico mundial, com análises de como se relacionam a produtividade, a sustentabilidade, a saúde social, as tradições culturais e a atuação das populações locais.
    O argumento apresentado não quer dizer que o uso de transgênicos seja errado ou que a agroecologia será a melhor alternativa, mas que a ciência não solucionou as questões acerca das alternativas. E, além disso, tem-se a ideia de nega que a “autoridade da ciência seja um sustentáculo para legitimar a priorização do desenvolvimento de transgênicos nas políticas agrícolas públicas”. É mostrado que, ao estreitar demais apenas uma concepção da ciência, acaba-se restringindo as metodologias às que se enquadrem na abordagem descontextualizada, e inibe a realização de pesquisas relevantes.
    Pode-se questionar o quão científica é uma investigação que oferece soluções sem levar em conta o contexto socioeconômico do qual se originam e a manutenção do problema estudado. Alegar que não existe outra alternativa senão os transgênicos não é alegar conhecimento científico, mas sim poder econômico. É visível que os interesses das grandes corporações agroindustriais e dos governos são distintas.
    A questão é que existem outras possibilidades que podem ser bem-sucedidas em outras áreas, como agroecologia. É preciso redirecionar as prioridades das instituições de pesquisa, retirar o foco do lucro das corporações, e priorizar a população e sua alimentação.

    RA: 21019613

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  165. No artigo “Há alternativa ao uso dos transgênicos?”, de Hugh Lacey, o autor nos fala que a biotecnologia está traçando a trajetória econômica mundial, e os transgênicos são parte disso. Mas daí vem as perguntas iniciais: 1. a agricultura baseada em transgênicos é
    capaz de desempenhar um papel relevante e indispensável para satisfazer as demandas de alimentação e nutrição de todas as populações, e pode-se esperar que isso aconteça sob as condições socioeconômicas em que está sendo implantada? 2. há sérios riscos implicados que não são compensados pelos benefícios e não podem ser administrados de forma adequada no contexto de uma política regulamentar judiciosa? 3. existem alternativas “melhores”, ou seja, alternativas que propiciem maiores benefícios e envolvam menos riscos?
    Na visão do autor, a investigação cientifica costuma ser descontextualizada, mas no caso da investigação acerca dos transgênicos, como eles afetam varias áreas, deve-se investigar levando-se em conta contextos, sociais, humanos e ecológicos.
    Assim, os riscos obtidos através dessa pesquisa descontextualizada, ignoram os riscos a longo prazo e os indiretos. E os defensores do uso dos transgênicos costumam falar que com o aumento da sua produção, vai diminuir as áreas de fome no mundo e alimentar essa população mundial que cresce tanto a cada ano; portanto, é necessário. Mas, segundo Lacey, isso não é verdade, há alternativas como a agroecologia, que se recebesse o apoio e investimentos usados para a produção transgênica quem sabe não poderia no futuro se tornar uma agricultura sustentável.
    Sobre o fato de os transgênicos ajudarem a alimentar a população que tem fome, isso certamente é enganoso, pois a produção de alimentos mundial é suficiente para alimentar a população mundial e ainda sobra, o que acontece é que está mal distribuída.
    Assim, o autor conclui que não há uma politica agrícola publica bem resolvida, precisa-se delinear isso com a ajuda cientifica. Pois ainda há muitas duvidas, principalmente sobre o uso disseminado dos transgênicos atualmente.

    Nome: Dayane Gonçalves Costa RA: 21044313

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  166. Dimitria Alexia do Nascimento de Souza Teles18 de maio de 2014 às 17:59

    É importante fazer uma análise socioeconômica em cima dos transgênicos (que é o que ele faz nesse texto), pois o contexto onde isso é inserido se torna extremamente essencial para que se faça um levantamento dos riscos e benefícios. Isso é o que justifica essa importância, onde as consequências de longo prazo que quase nunca são levadas em conta. Mas essa quando se leva em conta o contexto onde se está inserido, a “ciência” começa a perder seu caráter cientifico como é aceito hoje. Mas não é novidade dizer que, na realidade, não se tem como despreender essas coisas, elas são interligadas e, portanto, como defende o autor, a ciência também deveria levar em conta a ciência social envolvida.
    Há uma crença aonde o desenvolvimento tecnológico vem a trazer soluções diversas para que aja bem estar na sociedade (até mesmo para resolver os problemas causados pela tecnologia), e que possuindo um valor generalizado se justifica com termos éticos e sociais. E esse tipo de pensamento somente aumenta a falta de preocupação com os riscos indiretos que certas tecnologias, como no caso os transgênicos, afetam socioeconomicamente a sociedade.
    Em seguida, o autor se utiliza em achar alternativas que venham antes dos transgênicos, uma delas seria a agroecologia. “A agroecologia é considerada uma disciplina científica que transcende os limites da própria ciência, ao pretender incorporar questões não tratadas pela ciência clássica (relações sociais de produção, eqüidade, segurança alimentar, produção para auto consumo, qualidade de vida, sustentabilidade).” Se tem até uma pesquisa que mostra que, em certas condições, essa alternativa trás resultados semelhantes aos dos transgênicos.
    O texto é finalizado com a ideia, não de que a agroecologia é melhor que os transgênicos, mas que a ciência não tem que se ater aos transgênicos como a única alternativa. Além de ressaltar que a ciência perde seu “ar” solucionador quando passa a ignorar a contextualização.
    Realmente, acho que muito na ciência, num geral, é feito de tal maneira onde pode-se até ter tido diversos testes e análise mas carece em sentir o impacto, e as futuras consequências dessas tecnologias podem trazem para a sociedade num todo. Com a ideia que a ciência só vem para o bem, muitas vezes nos esquecemos das bombas nucleares e impactos destrutivos que a ciência trouxe à humanidade. Um exemplo até mesmo mais presente que bombas ou transgênicos seria as redes sociais e a globalização, onde se tem uma extensa discussão sobre as consequências impensadas que a internet trouxe para o cotidiano de cada individuo. Isso é o que mais achei legal do texto, ele não trata somente dos transgênicos, mas sim de aplicações diversas, principalmente uma dúvida sobre eficiência social da ciência.

    RA: 21025613

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  167. Luana Alice Forlini
    RA: 21046313

    Ao ler o texto de Hugh Lacey e sobre como a descontextualização da ciência pode trazer resultados apenas parciais sobre o uso dos transgêneros, me recordei de um artigo lido para a matéria Problemas Metodológicos das Ciências Sociais do autor Boaventura de Sousa Santos, no qual ele discorre sobre a fragmentação e especialização crescente da ciência, apoiadas pelas indústrias e pelo avanço tecnológico, desembocando, assim, numa desconexão das áreas científicas. Além disso, para Boaventura, seria necessário uma interdisciplinariadade, em que esses espaços entre as disciplinas seriam superados e poderíamos tratar de assuntos como um todo.
    Voltando ao texto apresentado, Hugh compreende que a questão socioeconômica (muitas vezes ignorada no contexto dos trangêneros), é de suma importância e merece, sim, ser discutida e avaliada. Assim, poderíamos trabalhar os transgêneros abarcando todos os pontos possíveis relacionados ao tema, e não apenas aqueles puramente científicos e baseados em seu positivismo, em que apenas os metódos referentes às ciências naturais seriam, de fato, a verdade absoluta. Além disso, o autor nos mostra outras possibilidades em contraponto aos transgêneros: a Agroecologia, que seria uma agricultura sustentável. Também, um fator muito disseminado em favor ao uso de transgêneros, seria a possível diminuição da fome que ele poderia ratificar, entretanto, segundo mencionado no texto, a FAO relata que a quantidade de alimentos produzida atualmente é suficiente para alimentar toda a população. Ou seja, o problema estaria na má distribuição de renda e não na produção alimentícia em si.

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  168. É indiscutível que as questões socioeconômicas e culturais sempre estarão envolvidas em qualquer campo da ciência e os transgênicos não fogem à regra. Na medida em que a ciência é uma invenção humana, discordo que seja viável o desenvolvimento de pesquisas com abordagens descontextualizadas. Ora, o homem e sua época precisam ser levados em consideração se são suas necessidades básicas que estão em pauta. Já se é conhecido que não é a falta de alimento que assombra a fome mundial e sim o acesso à comida. O desenvolvimento dos transgênicos é defendido e muitas vezes pautado como a "salvação". Seu uso é indiscriminado, ou seja, incentivado sem que haja pesquisas suficientes que encontrem seus riscos e, por vezes, desconsiderando as alternativas tão igualmente necessárias. Não é preciso ir tão longe para encontrar regiões que aprenderam como otimizar a utilização de solo e água sem precisar recorrer aos transgênicos, o que não o torna obsoleto, uma vez que nem todas as regiões são produtivas ao ponto de obter sucesso em tentativas semelhantes.
    Ainda que seja otimista demais pensar que esta prática vá esperar pesquisas mais específicas para garantir que seus riscos não serão de impactos irreversíveis, penso que é exatamente o que deveria ser feito, uma vez que as alternativas até o presente momento tem "dado conta" de suprir as necessidades, embora seja de forma terrivelmente sem distribuição homogênea, o que (mesmo sendo utópico) deveria ser realidade.

    Gabriela Tampelini
    21068413

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  169. Romulo Camaro RA: 21056613.

    O texto gira em torno de duas questões principais:
    1. A não utilização de alternativas ao modo de cultivotransgênico.
    2. A não investigação de modos alternativos de cultivo.

    As implicações que essas questões causam são complicadíssimas, e mais complicado ainda é ter de classificá-las como morais ou imorais. É imoral não utilizar outras formas de cultivo que talvez fossem menos danosas à comunidade? Não. Não vejo por que utilizar um ou outra forma de cultivo seja moral ou imoral, o maior problema aqui, seja talvez o problema o por que não se utiliza ou não se pesquisa alternativas à utilização dos transgênicos. Outra questão é como lidar com o pequeno agricultor, e no uso abusivo do poder econômico.

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  170. Tatiane dos Santos Moura18 de maio de 2014 às 23:46

    O texto de Hugh Lacey se fundamenta em torno do questionamento sobre a existência de alternativas “melhores”, que propiciem maiores benefícios e envolvam menos riscos que os transgênicos. Para investigar os transgênicos de forma apropriada, devem-se levar em consideração o contexto socioeconômico, biológico, assim como os compromissos éticos.
    Segundo o autor, tais questionamentos podem mostrar que os transgênicos não são considerados totalmente benéficos, e podem ser respondidos de acordo com a abordagem descontextualizada, em que os transgênicos são investigados nos termos de seus componentes e processos. Essa abordagem desassocia os contextos humano, social e ecológico nos quais o objeto está inserido.
    As avaliações que se fundamentam em pesquisas realizadas pela abordagem descontextualizada ignoram os riscos de longo prazo e raramente colocam em prática a monitoração sistemática dos efeitos acumulativos potenciais; ignoram também os riscos indiretos potenciais implicados nos contextos e mecanismos socioeconômicos, como os riscos à biodiversidade pelo uso disseminado de monoculturas transgênicas.
    É defendido que não existem alternativas de cultivo que possam substituir as técnicas baseadas em transgênicos e que eles são necessários para alimentar o mundo nas próximas décadas. Porém, as evidências de que as pesquisas científicas atuais não confirmam a ausência de alternativas são cada vez maiores.
    Sustenta-se que os métodos agroecológicos que estão sendo e podem ser desenvolvidos têm capacidade para gerar uma alta produtividade com menos riscos. A agroecologia seria uma alternativa de destaque.
    Em suma, percebe-se que a utilização adequada dos transgênicos no âmbito da ética é algo ainda difícil de ser debatido, já que seu uso envolve um grande interesse econômico, deixando-se, de certa forma, as questões morais em segundo plano.

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  171. De inicio, a analise principal é a da 'superioridade' da ciência, devido a não questionarmos os riscos que as tecnologias trazem. Tanto que é questionado os efeitos e a eficiência da ciência na sociedade.

    Por mais que tenhamos vários exemplos na história, ainda temos predominantemente uma confiança na ciência, nos lembrando mais dos benefícios que ela traz e esquecendo das complicações e até desastres que ela já proporcionou - como o caso das bombas atômicas, TNT, pólvora. E mais recentemente, tivemos conhecimento de que a ciência não tem resposta para tudo, que nem sempre soluciona algo e que ela está muito ligada a interesses econômicos e políticos - isso no caso dos transgênicos é muito forte.

    Ainda não se sabe ao certo os riscos que esse método pode trazer, mas o autor apresenta alternativas além dos transgênicos, no caso a agro-ecologia - “que em certas condições trás resultados semelhantes aos dos transgênicos”. E que essa não é a única alternativa, a ciência pode e deve buscar e usar outros métodos, ela não pode esquecer a contextualização - já isso pode trazer problemas ao invés de soluções.

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  172. Os alimentos transgênicos vêm cada vez mais assumindo um papel polemico e constantes discussões sobre seus pontos favoráveis e desfavoráveis vem aparecendo com um grande destaque.
    Hugh Lacey em seu texto “Há alternativas ao uso dos Transgênicos?” expõe alguns importantes pontos contra o uso de alimentos transgênicos. Lacey argumenta que os pesquisadores de transgênicos focam apenas os pontos positivos em suas pesquisas, e muitas vezes se utilizam de estudos que independem da sociedade e do meio ambiente.
    Na opinião do autor, os alimentos transgênicos não trazem consigo somente um valor “alimentício” para sociedade, para ele os transgênicos além de poderem causar problemas para a saúde das pessoas ainda causam grandes impactos na economia ,no meio ambiente e na sociedade. Para Lacey os transgênicos não são alimentos de alto valor nutritivo e não levam em consideração a sustentabilidade da produção (seja ambiental como econômica) e as variações regionais e culturais.
    Por ser um objeto de impacto no mercado, os transgênicos geram lucro, devido a essa movimentação de capital os transgênicos estão constantemente relacionados a questões e interesses tanto econômicos quanto políticos e é nesse ponto que entra o debate ético sobre estas questões. O autor critica a ciência no ponto em que a mesma não procura por alternativas ao possível déficit na produção de alimentos que o mundo pode vir a passar e ao mesmo tempo se rende a cientistas que tem seus interesses ligados a grandes corporações.
    Embora alimentos transgênicos possam vir a ser uma alternativa para sustentar e dar condições da crescente população mundial se alimentar, o modo como são encaradas as soluções para este problema e o modo como é imposto o uso de alimentos transgênicos se mostra imoral, pois a busca por soluções para os problemas não deviam estar ligadas a grandes instituições que visam lucro, mas sim a instituições que procuram solucionar e dar alternativas ao problema, mesmo que as alternativas gerem lucro, é importante estudar as questões de longo prazo, os impactos ambientas, econômicos e sociais podem trazer inúmeros outros problemas maiores do que o problema de falta de alimentos para a população mundial.

    Guilherme Allan I. C. da Fonseca - RA:11131211

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  173. Não acho que a ciência consiga se descontextualizar, ela tambpem é feita por homens, e sofre suas interferências, sejam econômicas, socias e até polítucas. Esxite sim defesa de interesses no fazer ciência.
    Muito do problema é que acreditamos fielmente no que a ciência nos fala, muitas vezes os vemos como "salvadores da pátria", porém eles são parte da sociedade, estão sucetíveis a sua história e a interesses, sem falar que muitas coisas vistas como negativas também vieram através dela.
    A questão que o autor aborda sobre transgenico é complexa, todos sabemos que a fome no mundo é algo realmente próximo de nós, porém os transgênicos servem para mercado e não relamente com essa preocupação, é confusi ainda entender o processo de como são feitos, benefícios e perigos, ainda ficam alguns buracos.
    O autor defende outras formas de ratificar problema da fome, pela agroecologia, que seria uma agricultura sustentável. O importante de frizarmos é que segundo a FAO existe sim alimento suficiente para alimentar a população, o que temos que rever é como essa distribuição é feita, e acabamos caindo num velho problema conhecido nosso : a desigualdade.

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  174. Vinícius Pintor
    RA:21039813

    Por trás do debate sobre transgênicos é possível encontrar uma questão maior: Até onde a ciência é autônoma? Lacey nos mostra que a discussão que cerca os transgênicos está limitada por se focar majoritariamente no campo científico, questões socioeconômicas apesar de presentes passam a ser deixadas de lado.

    Vários autores trataram a questão de até onde a ciência é influenciada apenas pela própria ciência, talvez o autor que logrou maior êxito tenha sido Pierre Bourdieu. Bourdieu estabelece que o campo científico é um “microcosmo” influenciado por outros “microcosmos”, o que determina até onde esta influência vai é o poder de “refração” deste campo, ou seja, como consegue adaptar e devolver as demandas externas a ele. O campo científico é fortemente influenciado pelo econômico, ainda mais quando o setor privado toma as rédeas do financiamento das pesquisas, assim as pesquisas são focalizadas para o lucro destas entidades, diminuindo o poder de “refração” do campo científico.

    É evidente que na questão dos transgênicos a influência externa aos agentes que compõem o campo científico estão limitados pelo poder financeiro que os financia e enriquece com o agronegócio. Uma alternativa aos transgênicos é possível, porém para isso deve-se aumentar a autonomia dos agentes científicos para que possam se dedicar para o desenvolvimento de tais alternativas, ou até mesmo para métodos de distribuição mais eficientes que os atuais.

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  175. O texto referido trata da questão dos trangênicos e suas questões socioeconômicas pois há de se ponderar um levantamento sério entre risco e benefícios da prática. O autor relata a alternativa trangênica estar blindada por trás do "selo certificado ciêntifico" uma autoridade tão incontestável quanto Deus nos dias atuais. Dessa forma se qualquer produto for "ciêntificamente testado" esta tudo bem "ta na mão de Deus".
    Na balança risco/benefício se é alegado pelos cientistas que os trangênicos trazem tanto benefício que o risco pode ser suprimido e quase nulo. Ou seja estão anulando um risco seja ele para o ser humano,biodiversidade,meio ambiente pelo produto trangênico trazer benefícios. Mas acredito que seja uma falácia você não pode suprimir os riscos alegando os benefícios. Há outra falácia no quesito de a ciência alegar de esta ser a única maneira para a produção de alimentos frente a crescente mundial, mas há a agroecologia.
    A questão central não é se os trangênicos são errados e a agroecologia seja a nossa "nova salvação" e sim que a ciência e o avanço não solucionaram nossos problemas que vem dos tempos da espada. A questão a ser levantada é qual o tamanho do teor ciêntifico frente a assunto sócioeconomicos corporativos ? O que os "cientistas" debatem não é o binômio população/alimentação, pessoas passam fome desde os tempos antigos e não deixarão de passar fome com esse tipo de abordagem, e sim como é a relação ciência/agroindustria frente a necessidade de lucro das grandes corporações e a aceitação da "única alternativa trangênica".

    Felipe Trevisan 21041013

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  176. O texto de Hugh Lacey trata sobre os transgênicos, sobre seu papel tanto no presente como no futuro e também sobre se existem cultivos alternativos de alimentos que projetam maiores benefícios e menos riscos. Vistos pelos cientistas como a solução que abolirá a fome mundial, os transgênicos é um tema controverso, principalmente no âmbito social e ecológico. Lacey expõe que as pesquisas em torno desses alimentos modificados são realizadas para a procura de consequências a curto prazo. É uma abordagem descontextualizada, que desconsidera efeitos tardios para a saúde e o meio ambiente.
    O propósito de Lacey não é somente criticar os transgênicos, mas sim mostrar que existem alternativas que podem ser melhores, mas que suas pesquisas não são aprofundadas. Ele dá como exemplo a Agroecologia, um estudo que atende a questões fora do círculo da ciência natural, como a sustentabilidade, as relações sociais de produção e a segurança alimentar.
    A argumentação da ciência de que não há outras alternativas é imoral, pois usa-se de um argumento somente científico e descontextualizado em torno dos benefícios dos transgênicos, desprezando outros métodos (a agroecologia como exemplo, mas não como único outro método) que, visando todos seus ‘prós' e ‘contras’ tanto de curto como longo prazo, podem ser sustentáveis e terem uma distribuição que atenda toda a população mundial.

    Fernanda Tokuda de Faria - 21071013

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  177. O avanço tecnológico sempre foi motivo de controvérsia ou até mesmo de preocupação como por exemplo na irradiação de alimentos, microoondas ou na pasteurização sendo que muitas vezes o temor existente era infundado (Lajolo, 2003) , todavia por a ciência ser extremamente dinâmica são necessários estudos constantes para avaliar possíveis riscos a longo prazo. Discute-se ainda que o que comemos já é modificado geneticamente há milhares de anos, seja por ação do homem ou da natureza, além disso observa-se que há 25 anos a modificação genética tem sido utilizada na fabricação de produtos farmacêuticos sem que tenha ocorrido registro de casos de perigo atribuídos ao processo de modificação genética.
    A grande polêmica é que a utilização desta tecnologia pode proporcionar bons resultados no momento atual, mas poderia ocorrer a formação de pragas mais resistentes nas colheitas do futuro; ou ainda discute-se que seria possível melhorar técnicas já utilizadas proporcionando dessa forma também um aumento de produção sem um risco maior (Nodari & Gerra, 2000) .

    Entretanto, esta nova tecnologia não deve ser classificada como boa ou má mas deve se ter mecanismos para sua correta avaliação (Nodari & Gerra, 2000). Em enquête realizada pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul na Grande Porto Alegre com 418 pessoas acima de 18 anos no ano de 1999 verificou-se que 66% já ouviram falar de produtos transgênicos e que 95,2% era a favor da continuidade das pesquisas sobre transgênicos entre algumas questões levantadas .
    A comunidade científica e leiga deve estar aberta a pesquisas e debates sem qualquer tipo de preconceito permitindo dessa forma uma avaliação criteriosa da aplicação desta tecnologia e sua utilização em alimentos e especificação nos rótulos desses alimentos permitindo assim uma livre escolha no consumo destes produtos. Dessa forma, este trabalho tem por objetivo identificar questões quanto a produção e aspectos envolvidos no consumo destes alimentos.

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  178. O uso de transgênicos sempre foi um assunto polêmico e que divide opiniões. Lacey procura trazer outra visão do assunto, questionando certos métodos e alegações científicas sobre o uso de transgênicos.

    O grande problema nas pesquisas realizadas sobre transgênicos está no fato destas pesquisas serem descontextualizadas. Isto é, cientistas investigam tal assunto, mas somente sob o ponto de vista biológico. Mas o uso de transgênicos requer uma abordagem interdisciplinar, abrangendo também os aspectos social, político, econômico etc.

    Apesar de o autor apontar os riscos deste avanço tecnológico, ele não condena totalmente seu uso. A grande questão é: será que os transgênicos são realmente a única opção para satisfazer a crescente demanda de alimento do mundo? A resposta é não. Existem outras possibilidades, mas falta investimento para que novas alternativas sejam descobertas e usadas.

    Existe uma ideia amplamente difundida de que hoje os alimentos não são suficientes para alimentar todos os seres humanos do planeta, por isso muitos passam fome. Mas eu acredito que o problema não é a falta deles, mas sim sua distribuição. Deste modo, a solução deveria abranger não somente o aumento na produção de alimentos, mas também um meio de fazer com que essa distribuição seja mais justa.

    Jacqueline Mendes 11038112

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  179. Victor Fleming de M. Pereira19 de maio de 2014 às 15:55

    Victor Fleming de Menezes Pereira 21081413
    No texto de Hugh Lacey é abordado a questão dos transgênicos. No texto o autor diz que os cientistas fazem pesquisas sobre os benefícios e os riscos descontextualizadas dos contextos humano, social e ecológico. Na verdade eu não acredito que a abordagem seja descontextualizada já que ao estar realizando uma pesquisa de um objeto que será utilizado pelo ser humano inevitavelmente você esta inserindo sua pesquisa em um contexto humano. O problema dos transgênicos é que as pesquisas realizadas pelos cientistas não são feitas de forma apropriada. No contexto capitalista, os cientistas e empresas que patrocinam esses estudos estão preocupados com os próprios interesses. Eles querem que os transgênicos gerem lucros, e na hora de realizar a pesquisa só apontam os pontos positivos desse produto e deixam de lado os possíveis riscos para a saúde dos seres humanos e outras coisas. Os transgênicos são anunciados como uma forma de acabar com a fome do mundo, mas hoje já se sabe que existe comida suficiente para alimentar toda a população do planeta, o problema é que essa comida não é distribuída de forma homogênea, só tem acesso a comida quem possui dinheiro para consumi-la. Então por que devemos usar os transgenicos? Será que os benefícios são maiores que os riscos? Na verdade o que deve ser feito é uma pesquisa apropriada, em que os cientistas apontem todos os benefícios e risco desse tipo de alimento, para assim permitir comparar com outras formas de alimentos.

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  180. Nathaly Z. Ramazzini19 de maio de 2014 às 16:12

    Nathaly Zenerato Ramazzini RA 21034713

    Foram as pesquisas científicas que levaram ao desenvolvimento das aplicações atuais dos transgênicos (culturas de plantio resistentes a herbicidas específicos ou pesticidas).A eficácia por si só e a pesquisa que a confirma,não liquidam todas as questões acerca do valor social e da legitimidade do uso disseminado de transgênicos.Todas essas questões implicam algumas indagações como “a agricultura baseada em transgênicos é capaz de satisfazer as demandas de alimentação e nutrição de todas as populações?”, “há sérios riscos implicados que não são compensados pelos benefícios e não podem ser administrados ?”, “existem alternativas “melhores” que propiciem maiores benefícios e envolvam menos riscos?”.

    Para Lacey os transgênicos são claramente objetos biológicos e uma boa quantidade de conhecimentos sobre eles e suas potencialidades pode ser obtida por pesquisas que adotam a abordagem descontextualizada,e além disso são objetos socioeconômicos pois são, na maior parte, mercadorias ou detentores de direitos de propriedade intelectual. Não levar em consideração o contexto socioeconômico impede que os benefícios, os riscos e as alternativas sejam investigados de forma apropriada.Os riscos do uso dos transgênicos podem aparecer a partir do seu caráter biológico ou socioeconômico. As avaliações de risco lidam com os riscos diretos (de curto prazo) à saúde humana e ao ambiente, associados a mecanismos biológicos, químicos, bioquímicos e físicos,ignorando os riscos de longo prazo,riscos esses que são desconsiderados e descartados quando os cientistas alegam que o uso dos transgênicos não causa riscos sérios que não possam ser compensados pelos benefícios que traz.

    As metodologias das pesquisas biotecnológicas são insuficientes para a investigação não apenas de todos os riscos potenciais resultantes da utilização de transgênicos,mas também das possibilidades produtivas,de formas alternativas de agricultura, como a agroecologia.Quando as relações entre comércio e progresso tecnológico são fortes, as instituições científicas tendem a não levar a sério a possibilidade de haver alternativas corroboráveis por conhecimentos científicos obtidos por meio de metodologias não redutíveis à abordagem descontextualizada.Mesmo que a agricultura baseada em transgênicos seja capaz de alimentar o mundo,podem existir alternativas “melhores”. Mais especificamente, pode existir uma diversidade de métodos alternativos complementares, específicos ao local, que, pode produzir gêneros alimentícios nutritivos, ambientalmente sustentáveis, que protejam a biodiversidade e fortaleçam as comunidades locais ou que estejam mais em sintonia com as aspirações das comunidades rurais e as variações regionais e culturais;entre outros. Segundo o autor,a agroecologia é uma alternativa que se destaca. É uma forma de agricultura fundamentada por resultados científicos.

    O argumento apresentado por Lacey não determina que a utilização de transgênicos em culturas de plantio seja ilegítima ou que, de forma geral,a agroecologia se mostrará a longo prazo uma alternativa melhor que a agricultura baseada em transgênicos. Em vez disso, sustenta que a ciência ainda não solucionou as questões acerca das alternativas.

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  181. O debate sobre transgênicos é um debate que na maioria dos casos é analisado a partir de uma perspectiva superficial, esquecendo dos interesses das grandes corporações produtoras de sementes transgênicas, a dependência dos cientistas para com essas empresas, além de se ‘deixar de lado’ as questões sociais e os interesses da sociedade.

    No texto, o autor Hugh Lacey faz uma análise profunda sobre os impactos dos transgênicos, o jogo de interesses por trás da produção desse tipo de alimento, além de associar os impactos ambientais as questões sociais. O autor deixa claro que o argumento defendido pelos defensores de transgênicos, de que estes alimentos podem acabar com a fome no mundo, não é um argumento verdadeiro uma vez que o problema da miséria nos países mais pobres se dá pela má distribuição dos alimentos produzidos (e o desperdício) e não pela falta destes. O maior valor nutricional dos transgênicos também é negado por Hugh, além do autor enfatizar as questões ambientais ‘esquecidas’ pelos produtores, que fazem questão de defender que os benefícios são maiores que os malefícios causados, e por isso é válido o plantio e consumo de transgênicos.

    O autor também critica duramente as corporações produtoras das sementes transgênicas que na ausência do estado no incentivo aos cientistas, fazem com que essas mega-corporações (que possuem interesses que estão acima do bem e mal) assumam o ‘papel’ de subsidiar as pesquisas científicas, ocorrendo a dependência dos cientistas por essas empresas.
    O surgimento de alternativas como a agroecologia faz com que pela falta de pesquisas por partes desses cientistas, seja uma alternativa negada, por não possuir informações suficientes e dados que comprovem sua eficácia.

    Claro, que a atuação das empresas de transgênicos não é uma atuação ética perante aquilo que se espera destas empresas e o ‘papel’ que elas poderiam desempenhar e, demonstra que por mais que subjugemos a participação dos interesses e das vontades nas realizações das ações, estes estão sempre lá para interferir seja de maneira positiva ou negativa, sendo que bem maior (da sociedade) é substituído pelos interesses dos cientistas e das empresas.

    Essas empresas por possuirem altos recursos e por dominarem grande parte da produção mundial de alimentos, deveriam ter uma conduta e uma posição melhor no que diz respeito a problemática da fome mundial e da interferência causada no meio ambiente, sendo que é importante lembrar que por mais que essas empresas esqueçam do ambiente e acabem com a vegetação próxima as plantações transgênicas, é a partir do solo que (elas utilizam e fazem o que bem entendem), que a sobrevivência delas se baseia.
    O interesse da sociedade deve ser fator prepoderante neste debate atual, pois o futuro dela e de suas próximas gerações passa por decisões que estão sendo tomadas agora.

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  182. A primeira coisa que me chama a atenção é o fato do autor do texto atuar em uma área sem ligação alguma, ou com pouca ligação com o campo da biotecnologia. Com base em minha experiência pessoal, a maioria das pessoas que se aventuram a falar sobre assuntos ligados a questões socioambientais, vêm de áreas que não as exatas e geralmente aparecem afirmações no sentido de “não temos certeza sobre os efeitos”. Provavelmente não têm mesmo, por que não são assuntos de seus conhecimentos. Pense bem, sem querer fazer uso de falácias como apelo a autoridade, posições como a minha são totalmente justificáveis, afinal, que legitimidade me é transmitida ao ver afirmações de conteúdo tecnocientífico proferidas por um filósofo?
    Dando continuidade, o autor em certa altura discorre a respeito do caráter político do incentivo à cultura de transgênicos, e assim como ele pretendo agora expor minhas opiniões.
    Ora, por acaso é ético ditar através de medidas políticas o que e como os indivíduos devem consumir/produzir seus produtos? A questão dos transgênicos não caracteriaza uma questão a ser resolvida através de mecanismos políticos pois elas desrespeitam somente aos hábitos de consumo dos indivíduos, e indivíduos são soberanos sobre si próprios, e somente sobre si próprios. Qualquer medida que venha a interferir nos interesses de um indivíduo, por mais que venha a agradar a maioria, resulta numa ação antiética, inclusive na questão dos transgênicos. Ou seja, o consumo/produção de transgênicos desrespeita somente aos indivíduos, que devem tomar suas decisões voluntariamente a respeito de seus hábitos relacionado ao tema.

    Deyvisson Bruno Alves de Paiva
    21004513

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  183. O texto de Hugh Lacey gira em torno de três tópicos principais: "as alternativas ao uso dos transgênicos, suas possibilidades de implementação e os tipos de pesquisa científica que podem contribuir para esclarecê-las".
    Na investigação sobre esse tipo de alimentos deve-se considerar o contexto socioeconômico, biológico e as questões éticas. Contudo, as pesquisas feitas utilizam-se de uma abordagem descontextualizada, investigando as características desejáveis dessa cultura e alienando-se dos contextos humano, social e ecológico nos quais estão inseridos. Além disso, a abordagem descontextualizada desconsidera os riscos à saúde humana de longo prazo e indiretos.
    É reiterado que não há alternativas de cultivo capazes de substituir as técnicas baseadas em transgênicos e serem superiores nos quesitos de produtividade, sustentabilidade e satisfação das necessidades humanas. A opinião é de que os transgênicos são necessários para alimentar a população global durante as próximas décadas, principalmente as regiões mais pobres e devastadas. Entretanto, as pesquisas científicas atuais não comprovam a não-existência de alternativas eficazes.
    Como conclusão, a discussão ética da utilização dos transgênicos é complicada pois, apesar de visarem um bem-comum para sociedade global, pode causar riscos à saúde da mesma. Mas uma coisa é certa: a atitude dos cientistas em não pesquisarem devidamente alternativas mais eficientes é algo antiético, já que causariam bem a todos.
    RA: 21036213

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  184. O texto de Hugh Lacey, “Há alternativas ao uso dos transgênicos?”, traz a discussão dos transgênicos associada a uma descontextualização da ciência. Esta acaba por não levar em consideração fatores como o contexto humano, ecológico e social. O autor destaca a importância das pesquisas científicas, pois essas levaram levaram ao desenvolvimento, dentre tantas outras, das atuais aplicações dos transgênicos. O avanço da ciência na pesquisa de transgênicos continuam a ajudar os grandes setores, o interesse financeiro acaba prevalecendo. Uma área destacada pelo autor é a biotecnologia, em que esta tem assumido papel determinante na economia internacional.

    O texto traz algumas questões acerca do tema, como de que a agricultura dos transgênicos ser mesmo capaz de suprir demandas de alimentação e nutrição da população global, questões relacionadas a seus riscos e questões relacionadas às alternativas que envolvam menos riscos e mais benefícios.

    O autor afirma que boa parte do conhecimento que se tem dos transgênicos foi obtida de maneira descontextualizada. Segundo o autor, estes não apenas objetos biológicos, mas são também objetos socioeconômicos. Com relação aos riscos, estes podem vir de seu caráter biológico ou de seu caráter socioeconômico. Há uma avaliação descontextualizada aqui também, pois não são discutidos os riscos indiretos e os de longo prazo, apenas os diretos e de curto prazo. Essa abordagem descontextualizada faz parte da tradição da ciência moderna.

    Por fim, o autor discute as possíveis alternativas ao uso dos transgênicos. Para ele, a agroecologia seria uma alternativa a se pensar, pois seus resultados científicos vêm do uso de metodologias não encabeçadas pela visão descontextualizada. Mas o que fica é que a ciência avança e que esta ainda não solucionou o debate e as questões sobre as alternativas.

    Lothar Schlagenhaufer

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  185. A questão dos transgênicos abordada por Hugh Lacey tem uma via extremamente importante a meu ver, a que aponta como as pesquisas que investigam alternativas (geoecologia) para tal problemática não recebem investimento – tanto no âmbito de capital quanto no de divulgação. A partir daí conseguimos extrair e direcionar a imoralidade para a negligência quanto à informação. Considerando que, na minha opinião, não há nada imoral na mudança genética em si, o grande problema refere-se aos efeitos desse tipo de alimento – manipulado geneticamente – no organismo de seus consumidores (principalmente, em longo prazo). O dano já mostra uma imoralidade, mas somado à omissão dos riscos do consumo toma grandes proporções. Visar o lucro de uma minoria à custa de uma população (tanto no âmbito social quanto no ambiental) só assinala ainda mais essas atitudes imorais, já que há apenas o egoísmo e a ganância como atores.
    Em relação à ciência, vejo que tal qual qualquer outro meio de pesquisa - sociologia, filosofia, por exemplo -, ela é efetuada/guiada por seres humanos, e infelizmente, diversas vezes interesses pessoais são tomados como mais importantes, sendo assim, não vejo porque considerá-la, em sua essência, imoral, já que depende do modo como é direcionada.

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  186. Desde que os alimentos modificados geneticamente surgiram, há um consenso entre grande parte dos cientistas sobre a segurança desses alimentos.
    Há alimentos alterados geneticamente para aumentar a produção, para resistir a pragas e agrotóxicos, além aumentar a durabilidade e o valor nutricional.
    Mas discutir a segurança desses alimentos vai muito além da abordagem genética: os estudos feitos acerca da segurança de alimentos transgênicos geralmente desconsideram o contexto social e os riscos ecológicos, econômicos e de saúde a longo prazo.
    O texto “Há alternativas ao uso dos transgênicos?” de Hugh Lacey faz crítica em relação a essa descontextualização, critica a abordagem dada somente pelo ponto de vista científico, que está intimamente ligado a interesses econômicos. O texto critica também o fato dos transgênicos se justificarem em termos éticos e sociais, entre progressistas, por marcar um avanço na tecnologia.
    Há diversas questões éticas e sociais a serem feitas sobre alimentos modificados geneticamente: as patentes que tornam grandes empresas donas de determinados alimentos, além do direito de segredo industrial, que garante o monopólio, dificultando ainda mais o acesso da população mais pobre.
    Embora haja uma insistência da comunidade científica sobre a necessidade dos alimentos transgênicos para a alimentação da população mundial, o texto de Hugh Lacey propõe métodos alternativos complementares para produzir alimentos, dando destaque à agroecologia, cuja abordagem não é descontextualizada, pois o principal objeto de investigação é “o sistema socioecológico em que a produção agrícola e a distribuição do produto acontecem”.
    A insistência de que não existem alternativas para os transgênicos é uma demonstração de poder econômico. O problema da fome, que a princípio, os alimentos transgênicos combateriam, é mais político do que advindo da produção agrícola.

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  187. A comunidade científica vêm fazendo de suas descobertas verdades absolutas, com seu linguajar específico e dificilmente compreendidos por nós, leigos. Mas, até onde podemos aceitar e acreditar em suas afirmações?
    Hugh Lucey fala sobre o que ele chama de abordagem descontextualizada, que seria a desconexão entre as ciências que visam estritamente o avanço tecnológico e as ciências que tratam de questões sociais, econômicas, ambientais e políticas. E ele liga a isso, as explicações sobre o uso de transgênicos e os motivos para acreditarmos que é algo positivo, como por exemplo na justificativa de que eles ajudarão no combate à fome no mundo ou que , mas devemos lembrar que a maior e verdadeira motivação de seu uso está no âmbito econômico, porque aumenta a produção, a resistência e o lucro dos envolvidos. Além disso, não são citados os pontos negativos dessa prática, como a interferência ao ecossistema, o monopólio sobre pequenos agricultores por causa das sementes transgênicas e o mal à nossa saúde.
    O texto também expõe a agroecologia como uma alternativa ao uso dos trangênicos, que seria uma boa opção, já que ultrapassa os limites da ciência, abordando questões relacionadas à qualidade de vida, sustentabilidade e as relações sociais de produção, mas mostra que, infelizmente não há um foco de pesquisas voltados para a agroecologia, não podendo assim, ter maiores informações que respondam às questões que possam vir a surgir.

    Danielle Satie Yonamine Yamaguti
    21080813

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  188. No texto escrito por Hugh Lacey, o autor aborda uma perspectiva mais obscura da ciência. Até que ponto o uso dos transgênicos pode "salvar o mundo da fome?". A partir do momento em que o uso destes transgênicos estão na mão de grandes produtores, há um monopólio da produção de alimentos. É nesse ponto que a discussão ética entra: a produção de alimentos geneticamente modificados é moralmente aceito ou não? A partir do momento que a ciência já não se preocupa com o contexto social e ambiental, e passa só a se interessar pelo econômico, novas descobertas podem se tornar extremamente perigosas.

    Hugh discorre sobre o assunto dos riscos associados aos transgênicos, em que os experimentos só captam efeitos em curto prazo, sendo que os possíveis efeitos cumulativos a longo prazo são ignoradas. Acredita que uma substituição a esse método seja a Agroecologia, que produz alimentos nutritivos, sustentáveis, protegendo diversidade e contexto social, esteja ligada as comunidades rurais e culturais, assim como desempenhar o papel de abastecer a crescente população terrestre.

    Acredito que uma atitude moralmente aceita seria a produção de alimentos em grandes escalas, sempre observando o contexto político, social, científico e econômico, em que a ciência tenha um papel não só teórico e focado nos resultados finais, mas levando em conta todas as possíveis consequências, tanto boas ou ruins, para que a sociedade consiga manter uma vida digna e saudável, dentro das vertentes de alimentação.

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  189. O texto explicita o cenário atual de pesquisa e do uso dos transgênicos, aonde o setor econômico irá se sobre sair diante os demais. E também aborda, os problemas como o risco a saúde humana e por trazer o desequilíbrio entre os médios/pequenos produtores que ficam em segundo plano em contraponto aos gigantes produtores.
    Mas, o que são os transgênicos? Os transgênicos, ou organismos geneticamente modificados, são produtos de cruzamentos que jamais aconteceriam na natureza, como, por exemplo, arroz com bactéria. O que pode ocorrer quando realizamos estas mutações genéticas é a perda da diversidade local.
    O ponto principal da discussão são os patrocinadores desta pesquisa, que no caso são os grandes produtores que financiam a pesquisa com a intenção de baratear o custeio com a produção.Uma das principais críticas é que as pesquisas relacionadas aos transgênicos são descontextualizadas já que não irão abordar os riscos e impactos sócios-econômicos.
    Acredito, os personagem principais desta discussão ética são os grandes produtores, que plantam inconscientemente estes alimentos, sem necessariamente saber os riscos (ou até mesmo sabendo), aos governos que não têm e não criam uma legislação que ocupe-se em regulamentar sobre o uso dos alimentos transgênicos.Onde quero chegar é que a ciência não é a única e exclusivamente culpada sobre isto, ou seja, não é somente movida apenas por interesses econômicos, e também não vejo que os transgênicos, como alguns veem como alternativa para extinguir a fome no mundo.

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