sábado, 20 de abril de 2013

14. TEMA 12 - ÉTICA E PROGRESSO


 

Caros Alunos,
Após ler o texto: “Discurso sobre as Ciências e as Artes” de J. J. Rousseau, disponível em:
elabore uma postagem com seus comentários, até as 24hs. do dia 26 de maio.

280 comentários:

  1. Rousseau me parece muito conservador em seu discurso. Ele fala dos tempos onde a sociedade não havia sido corrompida pelas artes e pelas ciências de forma nostálgica.

    No discurso, o autor defende que as artes a as ciências corromperam a sociedade, tirando o foco das virtudes. Para Rousseau as artes a as ciências nasceram da ociosidade e dos nossos vícios e por isso corromperiam nossa sociedades.

    Rousseau tenta trazer de volta valores antigos (por isso que vi seu discurso como conservador) e luta contra novos valores. Durante o discurso ele cita diversos exemplos reais para fundamentar sua idéia. Para ele o grande problema seria as pessoas quererem algo belo e não algo útil. As virtudes seriam úteis, foram elas que manteram impérios de pé, já as artes e ciências são belas ou talentosas, exatamente o que derrubaram esses mesmos impérios, na opinião do autor.

    Rousseau, entretanto, não é contra a arte/ciência “útil”, mas ele, infelizmente, se esquece dos potenciais dessas ciências/artes “inúteis” e “não virtuosas” de se tornarem exatamente o que ele diz que elas não são, úteis.

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  2. A grande questão do discurso de Rousseau é se a ciência e a arte contribuíram para purificar ou corromper os costumes? Aqui alguns pontos do texto em que ele discute esta pergunta:

    A necessidade elevou os tronos, as ciências e as artes consolidaram-nos.
    Se as ciências purificassem os costumes, se ensinassem os homens a derramar o sangue pela pátria, se animassem a coragem, os povos da China deveriam ser sábios, livres e invencíveis.
    Vós, senhores das nações, vos tornastes escravos dos homens frívolas que vencestes! São os retóricos que vos governam! Foi para enriquecer os arquitetos, os pintores, os estatuários e os atores cômicos que regastes com o vosso sangue a Grécia e a Ásia!
    As ciências e as artes devem seu nascimento aos nossos vícios: duvidaríamos menos das suas vantagens, se o devessem às nossas virtudes.
    Se as nossas ciências são vãs nos objetivos que se propõem, são ainda mais perigosas pelos efeitos que produzem.
    O luxo raramente existe sem as ciências e as artes, e elas jamais sem ele.
    Tantos estabelecimentos feitos para vantagem dos sábios só servem para os espíritos para a cultura. Parece, pelas precauções que se tomam, que se têm lavradores demais e que se receia que faltem filósofos.
    Ide, escritores célebres, para os quais a ignorância e a rusticidade dos pais não seriam capazes, acompanhai até aos nossos descendentes essas obras mais perigosas ainda, donde se exala a corrupção dos costumes do nosso século, e levai ao mesmo tempo aos séculos do porvir uma história fiel do progresso e das vantagens das nossas ciências e das nossas artes.

    As relações entre a perspectiva e a construção da nova ciência que surgiu durante a revolução científica, percebendo que a arte ajudou a ciência a trilhar os novos caminhos.

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  3. Achei o texto de Rousseau de difícil entendimento e só lendo resumos, e relendo a obra, consegui compreender parte das ideias do autor. Após a leitura lembrei-me da discussão presente em um dos primeiros temas do curso que associava ética a perfeição. Naquela discussão eu não conseguia assimilar completamente a ideia de ética completamente ligada à perfeição dos atos, e após o contato com o “Discurso sobre as Ciências e as Artes” concluo que essa ligação realmente não é completamente fundamentada.

    A importância desta obra de Rousseau provavelmente é verificada por ele estava inserido no contexto do Iluminismo, no século 18, e todo encantamento da chamada “Era das Luzes”. Acredito que havia uma empolgação não só por parte de pensadores, mas de maneira geral com os feitos que o homem alcançava. O vigente progresso cientifico, com o restabelecimento da ciência é de artes, realmente podia causar uma sensação de que a humanidade caminhava rumo à perfeição, e isso refletiria diretamente nos costumes, na virtude.

    Rousseau, analisando de forma grosseira, parece querer frear essa empolgação e demonstrar que não era bem dessa forma maravilhosa que caminhava a humanidade. Ele aponta para o contrário, que a ciência e as artes estariam contribuindo para degradação humana, sendo que elas teriam nascido da ociosidade e dos vícios humanos. A empolgação devia ser tamanha que Rousseau antes de iniciar sua obra faz uma advertência para uma possível censura e perseguição que sofreria, pois suas ideias iam de encontro com o que mais despertava a admiração dos homens.

    Para demonstrar sua argumentação o pensador suíço utiliza de muitos exemplos históricos. Foram esses exemplos, que “olham” para as sociedades da antiguidade, o que eu o mais achei interessante do texto. Mostra como povos que experimentavam avanços em seus respectivos contextos de conhecimentos e arte caíram na degeneração da virtude, ao invés de chegarem a excelência dos costumes.

    Exemplos como o da Roma antiga que, como Rousseau coloca, “outrora templo da virtude, torna-se teatro do crime, opróbrio das nações, joguete dos bárbaros. O império Romano após ter engolido todas riquezas do universo, foi presa de gente que nem mesmo sabia o que era riqueza”. Ele cita ainda a Grécia, diferenças entre Esparta e Atenas, os povos da china, entre outros.

    Em minha opinião o progresso não torna o homem menos ou mais ético. O homem aparentemente evolui em algumas questões, mas surgem sempre outras. E quando mais se afasta de sua natureza é que ele realmente foge da virtude. Acredito que o progresso da ciência e das artes pode sim ser “culpado” por parte da degradação dos costumes e da virtude humana. Mas também é inegável a contribuição de ambos para o desenvolvimento do homem. Ou seja, a balança de benefícios e malefícios estaria de certa forma equilibrada.

    Gostei também das ideias de que a alma humana seria corrompida pela ciência e as artes e a felicidade ligada a simplicidade é o estado primitivo do homem. A virtude só viria em sociedade que oferecessem situações mais iguais entre os homens. Olhando para os dias de hoje é possível enxergar isso. Países considerados desenvolvidos tecnologicamente e culturalmente apresentam grandes problemas sociais que passam pela degeneração de costumes, enquanto algumas regiões do mundo “pobres” e pouco desenvolvidas não enfrentam tantos problemas éticos.

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  4. Verifiquei no texto “Discurso sobre as Ciências e as Artes” de Rousseau, que o autor questiona a necessidade e importância destas habilidades do ser humano para com a manutenção e perenidade das civilizações. Ele menciona que depois que gregos e romanos (entre outros) se inebriaram com o luxo proporcionado pelos artistas, poetas e cientistas, perderam suas soberanias bélicas e vieram a capitular diante de outras civilizações bárbaras que sequer conheciam a riqueza, muito menos ainda, as artes e as ciências.
    Em uma primeira análise concordei com a advertência do autor e me identifiquei como um daqueles leitores de quem Rousseau “só poderia esperar a censura universal”. Depois de refletir e me questionar: Quem é o gênio aqui, eu o Rousseau? Concluí que deveria ter algo, a mais, submerso no texto. Ao reler a apresentação de Nélson Jahr Garcia, inferi que a essência do que o autor pretendia com seu texto poderia ser a indagação de que: “o homem ao deixar a natureza para se dedicar as ciências e as artes não teria se corrompido no que possuía de mais puro”?
    Edson Rodrigues

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  5. Tive algumas dificuldades em absorver a essência dos pensamentos de Rousseau, haja vista o condensamento do texto e o emaranhado de pensamentos, dentre eles a forte perspectiva iluminista.

    No texto percebe-se a “preocupação” sobre a relação entre artes e ciência e a consequência disto para a sociedade, gerando assim um conflito entre sociedade e a natureza humana.

    A concepção de corrompimento da ciência pela arte é interessante pela perspectiva do progresso e a contribuição que esse conflito trouxe. Para Rousseau este conflito trouxe alguns problemas de distanciamento social, como a degradação de certos costumes e a própria crise social, o que distanciaria o indivíduo do alcance da virtude.

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  6. Tomo como ponto de partida de meu comentário a opinião do colega André Battistini para colocar minha opinião:
    "Acredito que o progresso da ciência e das artes pode sim ser “culpado” por parte da degradação dos costumes e da virtude humana"
    O progresso da ciência muda a forma com que encaramos o mundo, só é possível fazer ciência se ousar desconfiar que as coisas não sejam ou não deveriam ser da forma que são explicadas. A refutação ou melhora dos modelos anteriores de leitura do mundo trazem uma visão diferente, que pode ser considerada melhor ou não.
    Do avanço da ciência é possível o avanço tecnológico, gerando aparatos que modificam nossa forma de viver, agir socialmente, mudando nossa cultura.
    Ora, se ciência só é feita por seres humanos (que também podem ser considerados os únicos seres éticos) e tal ciência, que muda nossa forma de encarar o que consideramos verdade, gera tecnologia que afeta nossa forma de agir, considero que por fim não é a ciência em si que nos degrada e destrói a virtude humana mas sim a própria vontade humana de conhecer “a verdade” sobre o mundo.
    A ciência nasce da filosofia e tem como proposito o mesmo, entender o mundo. Considero que costumes não são algo estático, mudam. O que se torna uma ideia perigosa já que a mudança de costumes pode abrir interpretações para descarte ou submissão de um costume a outro. A ciência, que é a procura do homem por explicações do mundo propicia mudança de costumes, mas não encaro isso como totalmente ruim. A mudança não tem em si valor de bom ou mau.
    A ideia de virtude humana é relativa, alguns pensadores defendem que o homem é vil, Kant defende isso, mas que são livres para escolher se serão maus ou seguirão sendo morais.
    Se por ‘degradação dos costumes’ Battistini significa mudança de costumes por outros eu concordo. A tecnologia possibilita a disseminação de informações gerando mudanças em como entendemos o mundo o que se reflete na forma que nos expressamos culturalmente e socialmente. Mas quando cita “virtude humana” discordo, não considero a humanidade virtuosa. Rousseau defende a ideia do bom selvagem, que o homem quando vivia em isolamento era bom e quando vive em sociedade é corrompido, me oponho a essa ideia e acredito que o homem só consegue viver em sociedade se reprime parte do seu mau, o que mesmo assim não se traduziria na “virtude humana”.
    O pensamento de Rousseau sobre a incoerência da ciência e da virtude só me fazem sentido se pensar no bom selvagem. O homem era bom, quando vive em sociedade é corrompido, mas se só em sociedade é possível fazer ciência e a ciência é uma produção humana então faz sentido pensar que a ciência tem relação com a degradação humana. Mas não considero que exista tal degradação e nem que a ciência seja causa. Aceito melhor a visão de Kant sobre o homem e a ciência sendo criação humana reflete a possibilidade de ser boa, mas para tanto é preciso a aplicação dos princípios categóricos kantianos.
    Termino o post deixando claro que essa é minha opinião e que o post do André é muito bom e me faz pensar.

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  7. Concordo em muito com o comentário de André Battistini.

    Partirei minha análise do ponto de vista histórico.
    No século XVIII, antes da revolução francesa o absolutismo prevalecia, assim como toda a sua cultura, que ficaria conhecida nas artes e ciência produzidas com o renascimento.
    Rosseau em seu discurso coloca essa cultura como uma consequência e símbolo de uma sociedade que considera carente de valores que julga necessário para produzir a virtude humana, como exemplo usa a sociedade romana antes de seu apogeu, onde a virtude considerada era a que formava um homem de vigor e força, detentor do significado da honra e da pátria, que com virtudes como essas conquistaram grande parte do mundo antigo, porém permitiu se entregar ao luxo e a ociosidade, colocadas como um dos motivos que levaram a sua ruína pelos bárbaros. O luxo e os vícios é que alimentam as artes e seu culto, o autor afirma isso nesta pergunta retirada da segunda parte: “Que faríamos das artes sem o luxo que as nutre?”.

    Em minha opinião essa virtude considerada, não caracteriza o “bom selvagem”, mas assim como o autor não usa somente o exemplo romano, mas o grego que conseguiu combater com imensa desvantagem numérica os persas e seus conflitos internos caracterizaria o homem da guerra, que na simplicidade de seus valores fez deles extremamente capazes naquilo que faziam. Voltando ao início do meu comentário Rosseau presenciou outros tipos de homens da guerra, na sua época os comandantes militares eram nobres ensinados nas artes e nas ciências, que na maior parte das vezes não possuíam vigor ou força, um condicionamento físico débil para o exercício de sua atividade e da liderança. Acredito que a forma de ensino aplicado com extremo rigor pela elite do século XVIII, visto não somente nos exemplos, mas na maneira de se comportar à mesa, na dança e comportamento, deu maior importância aos pequenos detalhes , do que outros que o autor considera mais importantes (a virtude moral), construindo seres humanos que sabiam como dizer algo, deixando no passado aqueles realmente faziam algo.

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  8. O texto de Rousseau é incrivelmente polêmico, o que se pode perceber logo nas primeiras linhas. Aliás, o próprio autor, ao escrever o livro, já declara esperar muitas objeções. É sem dúvida uma obra impactante, e eu pude sentir isso.

    Creio que essa obra de Rousseau tem um caráter revolucionário, assim como a Conferência sobre Ética de Wittgenstein. Ambas chamam a atenção do leitor para pontos até então pouco explorados. Elas retratam ideias inovadoras que muito provavelmente nenhum filósofo tinha tratado até então, e rompem completamente com o senso comum.

    Se em outra postagem defendi a ciência, em si, como algo amoral, após ler o Discurso sobre as Ciências e as Artes confesso que tive minha visão abalada. Será que de fato as ciências e as artes nada mais são que a expressão de nossos vícios, supertições, mentiras, vaidades e ódio? Viver virtuosamente seria então viver na mais plena ignorância e simplicidade, de forma parecida com os animais?

    Certamente, é muito difícil se desvencilhar da ciência, das artes, ou em uma palavra, do chamado progresso. Principalmente para aqueles que cresceram nas grandes cidades – como a Paris no período de efervescência do Iluminismo, ou ainda a São Paulo de hoje -, que são a representação física desse progresso.

    Desvincular-se do progresso seria, talvez, cancelar a matrícula na universidade, doar todos os livros e quadros, vender a casa na cidade e comprar uma na zona rural, bem longe do mundo tecnológico e globalizado. Pensar nisso até nos remete a escola literária do Arcadismo, que por sinal foi contemporânea a Rousseau. De fato, é um pensamento quase que absurdo.

    No entanto, a reflexão proposta por este pensador é interessante e necessária. Afinal, de certa forma, a visão dele faz sentido e pode ser aplicada aos dias atuais.

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  9. Apesar de ser um texto rebuscado, consegui extrair desse discurso do Rosseau, que seu foco está no fato de que as ciências e as artes nos modelaram de tal forma que perdemos os nossos rústicos e naturais costumes. Rosseau tem uma frase famosa em que diz que o homem nasce bom, e é a sociedade que o corrompe. Partindo disso, ele diz que a sociedade urbanizada fez com que ninguém tente mais ser o que é, todos seguem os mesmos usos e costumes. Também diz que não há mais amizades sinceras.
    Ele faz uma dura crítica às instituições de ensino, onde se cobravam muito caro dos alunos para ensinar lhes de tudo, menos os deveres. Não gostava do fato de que as pessoas estavam interessadas em saber se tal livro fora bem escrito, ao invés de procurarem saber se ele era útil.
    Inserido no contexto do Iluminismo, Rosseau nos atenta que, ao meu entender, quanto mais conhecimento o homem adquire, mais distantes das nossas virtudes ficamos. A arte para ele apenas se trata de um luxo que a sociedade alimenta através da conquista de um povo.

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  10. Eu não compreendi muito bem o texto, então minha opinião pode estar sendo meio vaga, acho que comparar a ciência e a arte, não foi uma coisa bem elaborada, provavelmente influenciado pela pela época do iluminismo, onde as artes e a ciência crescia de forma bastante acelerado, ele juntou os dois pontos onde mais apareciam mudanças, o que na minha opinião são coisas bastantes distintas, a arte tenta mostrar, expressar algo do ser humano, enquanto as ciências são feitas para o ser humano, lógico que é possível mistura-los, mas essa não é a questão. O problema seria o que causa a ciência e a arte para ser humano, esquecendo dos valores mais rústicos, como mostrado no texto, mas eu acho que quanto mais nos aprimoramos em qualquer segmento, mais conscientes isso nos torna.

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  11. Para Rousseau a inovação e o progresso alienam o homem e ele deixa de agir de forma ética. Como o Akram bem lembrou de uma frase celebre de Rousseau "O homem nasce bom e é a socidade que o corrompe" exemplifica muito bem seu pensamento. Para Rousseau as artes e a tecnólogia experimentadas em sua época refletidos nos custumes do povo era a negação daquilo que era para ele considerado ético.

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  12. Dois pontos são curiosos no discurso de Rousseau. Primeiro é a perspectiva negativa sobre a ciência e a arte que toma o autor em seu ensaio, e isto é curioso porque o discurso é direcionado aos intelectuais da Academia de Ciências de Dijon. O segundo ponto é sua crítica ao iluminismo e aos próprios filósofos, que correspondem respectivamente ao movimento intelectual o qual ele figura como um dos principais expoentes e sua própria profissão.

    Não sei até que ponto esse discurso deve ser considerado válido. Me parece que Rousseau tomou este caminho mais pelo exercício intelectual e para se diferenciar dos demais competidores do que pela própria convicção filosófica. É conhecido suas habilidades com as letras e seu poder de persuasão, portanto, descobrirmos de fato seu ponto de vista é uma tarefa dificultosa.

    Pessoalmente, não concordo com essa imoralidade científica criticada por Rousseau. É dito por ele que o homem ao se ocupar da ciência deixa de se preocupar com os reais problemas da vida -a moralidade e a virtude-, atendendo exclusivamente ao comércio e o dinheiro.

    Entretanto, após vermos a expectativa de vida quase dobrar no último século, boa parte disso graças à medicina, biologia, química, etc..., muitos destes argumentos defendido pelo autor se esvaem. O estudo científico possui suma importância para a vida humana e sua contribuição me parece incontestável.

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  13. Em seu discurso Rousseau levanta a questão “O restabelecimento das ciências e das artes contribui para purificar ou para corromper os costumes?". Para Rousseau a arte e a ciência corrompem o homem, pois elas criam um molde distante da natureza do ser humano desvalorizando suas qualidades inatas.

    Cristina Gomes Firmino

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  14. Não consigo concordar com a abordagem de Rousseau quando imagino as artes a as ciências não como uma “corrupção do homem”, mas sim com um desdobramento de nossa própria capacidade nos construirmos e modelarmos o mundo à nossa volta. O papel da ciência sempre é positivo quando regulado por posturas eticamente modeladas.

    Rousseau, concordando com o comentário do Renan, me parece nostálgico em seu discurso. Não poderia lhe tirar em originalidade o foco das suas palavras, porém me parece confusa a relação entre a ciência e a decadência do homem que Rousseau ilustra.

    A arte e a ciência refletem evidentemente a natureza do homem, mas não creio que sejam elas as causas da imoralidade, mas os seus efeitos. O virtuosismo do homem não deixou de sê-lo nas ciências, mas se elevou com elas.

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  15. Jean-Jacques Rousseau, descreve em seu discurso a maneira como o homem corrompe-se com a utilização das artes e das ciências, colocando-as como um empecilho à pureza dos costumes. Cita exemplos históricos de dominação através desses dois elementos em diversos momentos históricos, tratando-os como os responsáveis pela decadência dos povos antigos, como o Romano e o Grego, por exemplop.

    Discordo na maioria das vezes com o texto de Rousseau, já que minha conclusão acerca daquilo que penso é de que as artes e as ciências purificaram nossos costumes.
    Durante mais de um milênio o europeu mediano sofreu com a opressão da imposição eclesiástica, e não pôde de maneira alguma inventar, criar, sobretudo pensar. Matar, estuprar, genocídio, racismo, submissão das mulheres, falta de liberdade, escravidão, fome, pestes, sofrimento e qualquer outro tipo de flagelo era muito comum até essa época, incluindo as civilizações antigas que Rousseau cita em seu discurso.

    O iluminismo apareceu como o próprio autor reflete para salvar a humanidade de “um estado pior que a ignorância”. Sem conhecer as consequências do que a Revolução Francesa tenha causado em apenas 200 anos, Rousseau não imaginaria tanta evolução e desenvolvimento que essas ideias trouxeram. Claro que existem aqueles críticos da Revolução Industrial que citam a mesma alienação que Rousseau descreve em seu texto como “povos policiados”, “urbanidade de costumes”. Mas ao invés disto, eu me pergunto o que nós teríamos/seríamos, não fossem as artes, e também das ciências?

    Argumento que o conceito de liberdade e de bem generalizado trazidos nos últimos séculos com a potencialização das ciências, trouxe em larga escala benefício a população em geral. Pergunto-me em qual hipótese o ser humano perdeu moralmente falando? No final do texto, Rousseau dá o exemplo dos índios americanos: “Pode ser imposto a homens que não têm necessidade de nada?”. Sou um pouco cético sobre a relação que o autor quis usar pelo desconhecimento dos fatos históricos que aconteceram no “Novo Mundo”. Fica claríssimo a influência que o europeu conseguiu exercer sobre a maioria dos povos indígenas que porventura visitou, invadiu e dominou. Essa suposta “necessidade de nada” é nada mais do que falácia!

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  16. A constatação de Rosseau de que a ciência e a arte, ou, em outra palavra, o progresso, afastam o homem da virtude reflete sua visão otimista da natureza humana, onde o comportamento virtuoso é associado a aquele do homem primitivo. Isso demonstra o quão importante é a questão da natureza humana nas discussões éticas. Isso também havia ficado claro na discussão entre Hume e Kant, onde concepções bastante distintas da natureza humana estavam associadas a filosofias morais opostas.

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  17. A ciência e a arte são manifestações do ser humano de suas emoções e sentimentos e na busca do conhecimento de si e na natureza na qual vive. Jean-Jacques Rousseau pode ter provocado a sociedade em seu discurso por achar talvez mínimo as ações tomadas pelo ser humano para expressar a ciência e a arte, que na verdade expressam os sentimentos humanos.
    Muitas vezes o ser humano megalomaníaco, tenta se exaltar na expressão de suas ações, e esquece da sua simplicidade na qual estão os princípios de suas virtudes.

    Ricardo Seiti Kinoshita (rkinoshitaufabc@gmail.com)

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  18. Respostas
    1. Galera, há muitos disponíveis na internet, segue um dos links: http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/cienciaarte.html

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  19. Rousseau entende que a ciência e as artes foram criadas porque os seres humanos possuíam vícios como a ganancia para saber tudo, a vontade de ostentar o poder através do luxo, entre outros.

    Por isso, ele diz que os ignorantes do conhecimento é que são pessoas boas, felizes, éticas, pois, elas não sentem a necessidade de ser alguém que não são apenas para agradar os outros, de buscar por saberes que vão além de suas compreensões.

    Entretanto, o mundo foi tomado pelas ciências e artes, e isso significaria seguindo o raciocínio de Rousseau, que as pessoas perderam a sua capacidade “plena” de serem éticos, porque elas se afastaram de seus valores/ suas virtudes, para que fosse possível se tornar um humano com mais conhecimentos. Também é possível notar que desde a época de Rousseau ou ainda mais distante, os valores vem perdendo a sua importância. Como dito no próprio texto, “não se pergunta mais se um homem tem probidades, mas se tem talentos”.

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  20. Assim como muitos aqui eu também achei o texto um tanto quanto confuso.
    Deu certo trabalho; e fiquei um pouco em dúvida, só pela leitura desse texto, se Rousseau seria totalmente desfavorável à ciência e à arte. Mas não me parece que poderia sê-lo, pois seria uma contradição.

    A crítica central de Rousseau busca dizer que o progresso da Ciência e das Artes corrompe a virtude dos seres humanos, que quanto mais as Ciências e as Artes avançam, mais a alma se corrompe, mais o homem se afasta de sua natureza. Que elas surgem dos nossos vícios e não das nossas virtudes.

    Rousseau defende/faz um elogio à ignorância, relembrando Sócrates, dizendo que quanto mais sábios, mais afastados do bem e mais corrompidos. E, ao contrário, quanto mais ignorantes, mais próximos da natureza e, portanto, mais próximos do bem (“Os homens são perversos; seriam ainda piores, se tivessem tido a desgraça de nascer sábios.”). Leva, ainda, o assunto para a questão moral de forma mais acentuada quando diz que as ciências não conseguem atingir os objetivos aos quais se propõem, nem sempre alcançando o bem e, portanto - por nem sempre causar o bem e por tantas vezes ter o mal como efeito-, seriam em alguma medida imorais.

    Concordo com Rousseau quando ele diz que nossa curiosidade já causou muitos males. As ciências, afinal, tem origem numa curiosidade; e o que se torna objeto de estudo nem sempre gera coisas boas, por inúmeras vezes os resultados se tornam muito mais prejudiciais que benéficos. Nesse sentido, a ciência parece de fato ter o poder de corromper o individuo.

    Entretanto, não concordo que a arte seja tão danosa. Acredito que a arte nos possibilita um reencontro com a nossa natureza, acredito que a arte nos aproxima de nossas virtudes.

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  22. Jean-Jacques Rousseau escreve o “Discurso sobre a Ciência e as Artes” com intuito de mostrar se houve, ou não, contribuição da ciência e das artes para os costumes.
    Para Rousseau, antes das artes modificarem nossos costumes, seria muito mais simples e fácil distinguir as pessoas e suas ações, aparentemente hoje todos estamos sujeitos aos mesmo conceitos, aos mesmos moldes como cita o autor: “todos os espíritos foram atirados num mesmo molde”. Ou seja, aparentemente todos são iguais, seguindo um mesmo código de conduta, o que dificulta saber quais ações são sinceras e quem é quem de verdade. Essa igualdade entre todos e a dificuldade na diferenciação, Rousseau cita: “Não há mais amizades sinceras não há mais estima real; não há mais confiança fundada. As suspeitas, as desconfianças, os temores, a frieza, a reserva, o ódio, a traição hão de ocultar-se sempre sob o véu uniforme e pérfido da polidez sob essa urbanidade tão louvada, que devemos às luzes do nosso século...”
    Seguindo ainda o texto, tanto a ciência quanto a arte teriam sido produzidas graças aos nossos vícios, a astronomia nascera das superstições, a física da curiosidade, a moral do orgulho humano, entre outras.
    Rousseau declara ainda que sabe que seu texto causará grande impacto e choque, pois sabe que está indo contra a ciência e as artes, aceitas universalmente e vistas como essencial nesse código de conduta, nesse molde que torna todos os homens semelhantes. Na medida em que as culturas e as artes se propagam, as virtudes naturais são deixadas de lado, esquecidas.

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  23. O texto de Rousseau é feito de uma poética muito profunda, característica de escritores mais românticos, e um pouco difícil de entender a princípio.

    Sua ideia principal se assemelha um pouco com a do Contrato Social, de que no ambiente natural o ser humano não está preso às demandas dos outros indivíduos nem está sujeito às rotinas constrangedoras impostas pela sociedade.

    Assim, as artes, as ciências e os discursos devem vir para quebrar os costumes de nossa sociedade que nada fazem além de impedir a criatividade humana.
    E deste ponto que Rousseau elogia Sócrates por compreender que a ignorância não é a falta de conhecimento, e sim o entendimento desta falta, que é o que gera a ciência e as artes.

    Mas o problema de nossa história é o processo de quem desvirtua as nossas ciências e artes. Tiranos e ditadores destruíram as conquistas e saberes dos cientistas e filósofos, mas a força os faz prevalecer. Deste modo, os vícios nos afastam de nossa natureza, de nossa capacidade. E a curiosidade pode ser mais perigosa do que benéfica ao ser humano.

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  24. Rousseau em todo o texto defende que "as aparências de todas as virtudes sem ter nenhuma". Defende que a virtude deveria ser a busca real do ser humano, não os títulos de filósofos e artista.

    Defende em alguns momentos, que antes os costumes eram naturais.E, revela através de vários exemplo de Nações e ou povos que se "preservaram do contato com vãos conhecimentos" e se destacaram, sendo exemplos de virtudes e de felicidade.

    Fantástico o exemplo que ele deu de Sócrates, que fez um elogio a ignorância. Segundo ele, os verdadeiros sábios são aqueles que não são presunçosos, mas que deixam legados de humildade e justiça - são virtuosos, e instruem as próximas gerações.

    Ele revela o exemplo dos Romanos, "haviam contentado em praticar a virtude; tudo se perdeu quando começaram a estudá-la". Mostra sua indignação, chamando-os de insensatos, ao enriquecer seus artistas. E, defende que "o único talento [...] é o de conquistar o mundo e reinar a virtude".

    Diante disso, se pergunta: "A Ciência e a virtude são incompatíveis?". Daí em diante defende:

    I)Todas as ciências e a própria moral nasceu do orgulho humano;

    II)A ciência é vã em seu objetivo - o mesmo não foi estabelecido em suas origens.

    III)A virtude não parece ser incompatível com o "enriquecer a qualquer preço". Pois os costumes e as virtudes deixam de ser a busca principal do ser humano.

    IV)A cultura das ciências é prejudicial as qualidades guerreiras e as morais.

    Sendo assim, percebe-se que Rousseau é muito crítico quando analisa aquilo que parecia ser "o progresso", o mesmo argumenta que é necessário uma educação sensata, que não corrompa nossos pensamentos. Ou seja, que busque a virtude, ou seja, a verdade, os deveres, a magnanimidade, equidade, temperança, humanidade e a coragem.

    Portanto, o principal argumento de Rousseau é de que a ciência nasceu do orgulho humano, e que o desenvolvimento da mesma, tem atraído o homem para condutas não mais virtuosas, ou seja, que busquem o bem comum, e que levem em conta as ações acime mencionadas.

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  25. Rousseau argumenta que o progresso científico e das artes corrompe o ser humano. Corrompe porque nasce do ócio e do orgulho..

    O que Rousseau entende é que quanto mais o homem avança nos estudos da ciência e na arte, ele se afasta do seu estado de natureza. O estado em que o homem é bom.

    O que precisa ser entendido neste texto ao meu ver, é que natureza é esta. Rousseau trabalha sobre a premissa de que o homem é bom. Mas existem outras formas de se enxergar o estado de natureza. A forma hobbesiana, lockeana e talvez muitas outras.

    Na minha opinião a avanço das ciências nos leva a dilemas éticos. A utilidade prática embora útil, de tudo que é inventado, de alguma forma nos transforma em seres orgulhosos, mas a humanidade precisa caminhar junto da crítica. Ele precisa fazer a crítica, fazer a análise do que ele está desenvolvendo.

    Saber que o advento de determinada coisa pode trazer benefícios, mas trará tantos outros malefícios. E como lidar com os malefícios? Este é na minha opinião a pergunta que deve ser feita.

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  26. A grande questão abordada no texto de Rousseau é se as artes e o conhecimento em geral, ao passo que modificam a natureza humana - marcada pela ignorância- , purificam ou corrompem aquela.
    Rousseau acredita que a constante busca pela 'perfeição' , seja no uso de uma linguagem mais rebuscada ou no desejo de possuir uma 'primazia intelectual' , implica na corrupção da alma do indivíduo. Segundo o teórico, portanto, a curiosidade excessiva é maléfica ao ser social.
    É possível fazer um paralelo nesse ponto com Wittgenstein ; para esse a ética é o 'máximo' da perfeição, visão contestada por Rousseau, como já foi visto, já que a 'busca pela perfeição',segundo ele, corrompe o homem.
    O conhecimento científico, para Rousseau, na medida em que leva o homem a descobertas de grande magnitude cria naque le um sentimento de 'supremacia', fazendo com que o sujeito acabe por não levar em consideração o 'outro', gerando situações de violência e desrespeito morais.
    Um dos exemplos utilizados por Rousseau a fim de defender essa tese é o exemplo da cidade de Atenas, a qual com a propagação de 'filósofos' em seu território, acabou por conhecer corrupções morais de diferentes níveis , como o aumento do número de escravos. Vale lembrar que para os 'filósofos' o trabalho braçal era desprezado , sendo o ócio a 'virtude' dos 'homens de bem'.
    Rousseau defende a análise dos resultados desse 'progresso cultural e intelectual' , se dedicando a isso, portanto, na segunda parte de sua obra.
    Para ele, uma vez que as consequências derivadas do progresso das artes e ciências são duvidosas , esse provêm de nossos vícios e só se origina a partir desses. Pode-se citar como exemplo as Grandes Navegações que implicaram no surgimento de inúmeras inovações tecnológicas , como a bússola; essas 'descobertas científicas' tiveram sua origem na ambição humana e acabaram por gerar consequências negativas, tais como a subjugação de inúmeros povos indígenas e africanos.
    Infere-se , com isso, que o 'progresso científico' , em demasia, leva a ações imorais, fundamentadas, como postula Hume, nos vícios humanos.
    Contextualizando, a cidadania do indivíduo é desprezada pois o foco principal é formar cientistas, engenheiros, médicos. Devido a isso, muitos 'intelectuais' passam a dedicar seus estudos em prol de novas descobertas que, segundo eles, serão benéficas à coletividade. Entretanto, o que muito se observa é uma 'motivação' destinada à obtenção de certos 'prestígios sociais' ou de retornos financeiros. Nota-se nesse sentido um desrespeito a uma das máximas de Kant: "Age por forma a que uses a humanidade, quer na tua pessoa como de qualquer outra, sempre ao mesmo tempo como fim, nunca meramente como meio".
    Dentro da teoria utilitarista, uma ação só pode ser considerada moral se essa gera como consequência um sentimento de felicidade ao sujeito. Visto isso, muitas inovações tecnológicas são, segundo essa tese, consideradas imorais, como no caso do exemplo citado anteriormente em relação à Expansão Marítima, que levou inúmeras populações ao desprazer.
    É importante ressaltar que Rousseau não é contrário ao conhecimento fornecido pelas artes e ciências; o ponto com o qual ele discorda é a apropriação , por parte de alguns sujeitos 'despreparados', desses entendimentos; como o fazem alguns filósofos sofistas. Nisso se sustenta a obra de Rousseau, que se utiliza de uma visão racionalista e não empírica.
    Cito , para finalizar, uma das frases presentes na Apologia de Sócrates : 'Tudo o que sei é que nada sei'. Ouso inferir, com isso, que quanto mais o homem busca pelo conhecimento, mais ele se engana ao pensar que possui alguma 'primazia intelectual'.

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  27. Podemos colocar como questão fundamental discutida por Rousseau em seu Discurso sobre a Ciência e as Artes a seguinte: “A Ciência e as Artes contribuíram para melhorar os seres humanos e aprimorar seus costumes?”. A partir da leitura do texto, conclui-se que a resposta do autor a essa questão é que não.

    O próprio autor reconheceu que possivelmente sofreria censura e perseguição por ter publicado ideias contrárias a tudo o que despertava admiração dos homens: a ciência, a erudição, as letras e as artes (principalmente pelo contexto em que Rousseau escreve). Ele aponta a Ciência e as Artes como contribuintes da degradação humana na medida em que fortalecem os vícios e não valorizam as virtudes. Dessa maneira, pode-se inferir que a Ciência não contribui para a moralidade humana, porque não se voltou para o próprio homem. Percebo que muito do que Rousseau escreve trata-se da defesa do estado natural - simples - do homem, que caracterizaria a “felicidade da ignorância”.

    Rousseau fundamenta seu posicionamento utilizando uma série de exemplos históricos que mostram como o avanço que povos antigos experimentaram em suas épocas invariavelmente os levava à tal “degeneração da virtude” e à exaltação dos vícios.

    Eu tenho alguma dificuldade em aceitar a ideia de que a Ciência e as Artes sejam fatores que corroboram a instituição dos vícios e que fornecem enclaves ao aprimoramento dos costumes e ao pleno desenvolvimento das virtudes. Creio que a degradação da moralidade humana possa ter sido em parte influenciada por avanços da Ciência (mesmo porque os exemplos que Rousseau fornece são bastante consistentes e mostram que, de fato, o avanço científico muitas vezes veio acompanhado da degeneração da virtude), mas não concordo que a erudição e a busca pelo conhecimento sejam dignas de completa censura. A defesa da virtude, em Rousseau, é impulsionada pela reverência à ignorância e ao estado primitivo do homem: a simplicidade. Homem virtuoso, nesse contexto, é aquele que valoriza a natureza e os sentimentos.

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  28. Apesar da primeira parte do texto ser muito "rebuscado", "romântico" e de difícil compreensão, é na segunda parte que podemos compreender melhor o que Rosseau quer dizer. No texto podemos perceber a sua teoria do bom selvagem, ou a de que o homem nasce por natureza bom mas a sociedade o corrompe. Ele tenta nos convencer de que algumas sociedades, com homens rudes porém virtuosos, prosperaram sobre sociedades de homens sábios e ricos, mas com poucas virtudes. E se pensarmos sobre o que ele diz e sobre o progresso das artes e ciências, de fato parece que o homem está cada vez mais corrompido e infeliz com o "progresso", destruindo o meio ambiente e ajudando a destruir a si próprio. Basta lembrarmos da bomba atômica.

    Ainda assim, Rosseau não se opõe ao progresso da ciência, mas sim da forma como ela acontece. Ele acredita que se o avanço das ciências e das artes acontecer "harmoniosamente" com as virtuosidades da natureza, o avanço tornará o homem feliz, caso contrário apenas trará infelicidades e corrupção. Após ler esse texto, também pensei no capítulo 10 do livro "Ética para Principiantes - Há limites éticos para a ciência e a tecnologia?", o qual discute sobre a moralidade na forma como é feita a C&T atual.

    Ass: Helder Aires da Silva - RA 21008610

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  29. Rousseau possui uma visão crítica e muito negativa da ciência e das artes. Ou, das consequências que o seu desenvolvimento trouxe para a sociedade e para o gênero humano. Tudo faz parte do modo como Rousseau encara o mundo; para o autor, a desenvolvimento das sociedades ‘estragou’ o homem e a sua natureza. Em seu estado de natureza o homem seria bom e puro – mesmo que ignorante – e a convivência com outros homens o prejudicaria, de modo que, apesar de receber e aprender muito sobre o mundo (e no texto sugerido, sobre as artes também), perderia a sua bondade e as suas virtudes.

    A ideia de Rousseau não é de toda errada. De fato, o desenvolvimento de algumas capacidades de cunho artístico e científico inibem outras, mas não necessariamente tornam o homem pior ou melhor. Dedicar-se mais às ciências não tornam o homem necessariamente mais egoísta ou menos lúdico perante o mundo. Questionar-se e entender o modo como o mundo funciona é papel importante, se não para o desenvolvimento moral dos indivíduos, ao menos como meio de se desenvolverem mecanismos para tornar a vida das pessoas melhor. O que possui o seu caráter moral.

    Antes de se avaliar e de se julgar, é necessário que se questione a utilidade e finalidade que se dá a pesquisa científica. Mesmo que se possa fazer uma crítica ao modo de vida que se pauta apenas pelo luxo e pelo acúmulo, não se pode negar que esse o desenvolvimento trouxe benefícios. A grande crítica de Rousseau deveria ser, então, contra a desigualdade de oportunidades e de usufruo do que se desenvolveu. E isto toca também o âmbito das artes. Há um benefício, mesmo que ‘puramente estético’ em seu desenvolvimento. E a estética de algum modo se impõe aos indivíduos, de mofo que ao observar um quadro ou ouvir uma música, temos impressões e sensações – às vezes agradáveis e às vezes desagradáveis, de acordo com o teor e, ou, se assim se pode falar, uma pureza desse objeto ou música.

    Se os homens pudessem se dedicar mais àquilo que lhes toca o íntimo (as artes) e utilizassem a ciência para benefício de toda a sociedade, não haveriam críticas reais às artes, às ciências e à própria sociedade. Desta perspectiva, o grande mal da questão é o próprio ser humano. Não pretendo colocá-lo aqui como um ser mal por essência, pois vemos diferentes homens, agindo de maneiras diferentes e em diversas situações. O homem não é um ser imoral, mas é um ser que pode (e deve) se esforçar para alcançar aquilo que é mais benéfico e melhor, tanto para si, quanto para os outros.

    O individualismo talvez não seja o maior dos defeitos, pois há de se pensar nos indivíduos, mas o egoísmo e a constante postura de se pensar somente em si e excluir todos os outros são males, males estes que existiram em todas as sociedades, fossem elas predominantemente militares, artísticas ou científicas.

    Se o objetivo e finalidade das virtudes é produzir e causar o bem, devem ser valorizadas todas as formas possíveis para que se chegue a esses fins. E daí a importância da ciência, a importância das artes e a importância da própria filosofia e do questionamento sobre o homem e o mundo. Se não é possível mudar o mundo apenas com pensamentos e reflexões, é possível ao menos levar as pessoas a se questionarem sobre o uso que elas fazem dos objetos e os caminhos que tomam para chegarem à virtuosidade.

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  30. Com uma visão que considero um tanto conservadora, Rousseau associa as artes com a depreciação de alguns valores por justificar seu nascimento e desenvolvimento a partir de nossos vícios, curiosidades, ambições, do orgulho humano, entre outras sensações.Sua visão denota que a arte modelou o comportamento humano e encaminhou este para uma 'trilha' ruim, pois afasta o humano do seu estado de natureza, o conhecimento o tira da ignorância. Desse modo a ignorância é por ele saudada, pois é a ponte com seu estado de natureza. E o conhecimento perturba a inércia quando a estuda e não mais a pratica.Tendo o homem se afastado do estado de natureza logo sua perversidade será mostrada, e os caminhos podem ser nefastos. É por isso que em sua visão os homens já não nascem sábios, pois "[...] a natureza nos quis preservar da ciência, assim como uma mãe que arrebata uma arma perigosa das mãos do seu filho."

    Rousseau relembra Sócrates que defende os artistas, poetas e afins como aqueles que como todos - nada sabem - mas que no entanto se colocam como conhecedores mais sábios. A única diferença entre sábios e não-sábios se encontra no fato de que não-sábios reconhecem que nada sabem. O que o assusta, percebo, é a magnitude que podem ter as verdades, questões como: como encontrá-la? Que meios utilizar para encontrá-la? Se for encontrada, que critério utilizar para saber se é de fato boa em si? E quem saberá fazer dela um bom uso?
    Realmente, são questões merecedoras de grandes discussões e análise, para Rousseau toda essa dúvida e procura pelo conhecimento real, coloca o humano num padrão de conduta que faz com que as ações sejam orientadas de modo parecido, esquecendo assim do real valor ético que está conectado a natureza do humano, e que a medida que a busca pelo conhecimento maior se dissemina, a virtude natural é esquecida, tendo uma sociedade cada vez mais calcada no material, que sustenta e agrava o luxo, e distorce o que se tinha em um estado natural.

    Discordo de alguns pontos de vista de Rousseau, pois vejo como possível a adaptação a algumas inovações sem que se perca no sentido ético, será inevitável que com os avanços se crie novas molduras nas condutas, mas vejo que seria mais imoral ainda, em nome da moralidade da natureza humana, não acompanhar aquilo que surge como novo, não se adaptar vejo como conservadorismo. Mas tenho que concordar e admitir, que muitas destas inovações movidas pela curiosidade humana foram prejudiciais, mostrando que há corrupção do humano por muitas vezes frente à ciência e poderio. Então vejo, que o melhor que pode acontecer é ter sempre um senso crítico apurado para que não se deixe levar pelo malefício do avanço, perdendo a consciência ética. Deste modo se tenta recolher o que de melhor é proporcionado pelo avanço, tendo consigo uma ética.

    Raquel Ribeiro Rios

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  31. O "Discurso Sobre as Ciências e as Artes" de Rousseau apresenta argumentos indicativos de que as ciências e as artes tiveram resultados negativos, e não positivos, para o ser humano. A teoria desse discurso muito se assemelha com a ideia apresentada no livro "Do Contrato Social", pois igualmente defende o pensamento de que o homem é bom por natureza e a sociedade o corrompe, dizendo, no caso, que a ignorância que tínhamos antes das letras e das artes era o conhecimento verdadeiramente puro, sendo o atual resultado dos nossos vícios. "A astronomia nasceu da superstição; a eloqüência, da ambição, do ódio, da adulação, da mentira; a geometria, da avareza; a física, de uma vã curiosidade; todas, e a própria moral, do orgulho humano. As ciências e as artes devem seu nascimento aos nossos vícios: duvidaríamos menos das suas vantagens, se o devessem às nossas virtudes. "

    Rousseau no discurso faz referencia a Apologia de Sócrates, texto já estudado nessa disciplina, afirmando como Sócrates, que sábio é aquele que afirma que nada sabe, não o indivíduo que pretende parece-lo, uma vez que a verdadeira ignorância não é aquela sucessiva das letras, mas a precedente, pois aí então vivíamos bem. Os costumes eram então rústicos, mas naturais, e dessa forma evitada muito vícios. O filósofo apresenta profunda admiração por Sócrates, inclusive afirmando que este, se fosse vivo, desprezaria a "vã" ciência da época, deixando apenas "o exemplo e a memória de sua virtude. E assim que é belo instruir os homens. "

    As "luzes" que supostamente teriam trazido o bem para a sociedade, para o autor na verdade trouxeram suspeitas, desconfianças, temores, frieza, e ódio, mas estes são escondidos embaixo do manto da ideia louvável de ciência. Assim é possível entender sua defesa a tese de que a sociedade corrompe o ser humano (se levarmos em conta que por sociedade entende-se o início das letras e artes). Fazendo uma analogia com a situação de um estrangeiro que chega para ver os costumes europeus, afirma que se este os analisasse bem, perceberia que embora os costumes aparentemente tão sóbrios e corretos, na verdade se mostrariam contrários ao que dizem ser. A medida que as nossas ciências e artes encaminhavam para perfeição, nossa alma era mais corrompida.

    Para basear sua tese, usa vários exemplos históricos, citando grandes nações como a Roma, a Grécia e o Egito, seguido do declínio apresentado por eles, resultantes do surgimento das letras e sua influencia sobre os costumes e a bondade humana.

    Para ele, por fim, as ciências e as artes foram meios de levar à ignorância, não à sabedoria como dizem fazer, desejando na verdade voltar a "ignorância" inicial, a inocência e a pobreza, os únicos bens que considera que levem a felicidade. Portanto, não devemos invejar homens célebres no mundo das letras, sendo certo não "saber dizer bem" mas "saber fazer o bem".

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  32. Jonatas Silveira de Souza
    RA: 21040912

    Após a leitura do texto e ter refletido um pouco sobre o meu post feito no tema passado que seria imoral a não passagem do conhecimento, Rousseau, dentre os filósofos contemporâneos a ele, que defendiam a ampliação do conhecimento para que pudéssemos sair das amarras da ignorância defende uma tese contrária. Ao colocar o questionamento “O restabelecimento das ciências e das artes teria contribuído para aprimorar os costumes?” ao que me parece o mesmo responde essa pergunta de uma maneira negativa durante a leitura do texto, se colocando contra o senso que havia na sua época.

    Mas tal crítica não o torna um homem contra ciência, pois o conceito de ciência para o mesmo toma um rumo diferente dos seus contemporâneos. Tem um cunho muito mais moral, que vai muito além da transmissão das luzes, o fazer ciência para Rousseau vai muito além da que ele vê que foi e fora praticada por orgulho, “os homens ociosos passavam a vida a disputar sobre o soberano bem, sobre o vício e a virtude, e que, orgulhosos raciocinadores, fazendo-se mutuamente grandes elogios, confundiam os outros povos com o nome desprezível de bárbaros”. O mesmo não só critica os homens que fazem as ciências, mas como também o nascimento das ciências colocando até a própria ética como algo que nasce do orgulho humano.

    “A ignorância desprezada será substituída por um perigoso pironismo. Haverá excessos proscritos, vícios desonrados”. O autor chega um elogio à ignorância, relembrando Sócrates, que durante a Grécia antiga já fazia uma crítica aos ditos sábios e artistas, Sócrates dizia “colocando-me no lugar do oráculo e perguntando a mim próprio o que mais eu desejaria ser, o que sou ou o que eles são, saber o que eles aprenderam ou saber que nada sei, respondi a mim mesmo e ao deus: — “Quero continuar o que sou.” Esse defesa do sofismo traz o homem a uma certa ignorância, a um estado próximo ao de natureza e não podemos nos esquecer que para Rousseau o homem é bom por natureza, o que chegaria a corrompê-lo seria a sociedade.

    Tudo bem, Rousseau crítica este tipo de fazer ciência e arte, mas o que seria para ele o fazer ciência de uma maneira que fosse boa ou correta? Seria, ao que me parece o sábio que busca as virtudes “Oh virtude, ciência sublime das almas simples”, que tem um amor pelo saber, mas o mesmo diz que não há mais homens virtuosos, mas apenas alguns menos corrompidos do que outros. Então o que nos resta para podermos evoluirmos no campo das ciências e das artes? O autor coloca que esses poucos homens, que ainda não foram corrompidos, podem impedir que a corrupção seja maior ainda.

    Sinceramente, acho que esse tipo de exigência ao fazer científico pode ser trazido para os dias de hoje como uma maneira de diminuir a construção de cientistas e artistas que buscam apenas a fama e a glória, colocando esses fazeres em um patamar mais exigente esses fazeres, buscando uma veracidade na alma daquele que quer fazer ciência ou arte. O que me parece ecoar as palavras de Rousseau de uma maneira bem mais simplória é a indicação que os mais jovens recebem, para que não façam as coisas apenas pelo dinheiro, mas faça aquilo que você gosta e lhe dará maior prazer. Chego a dizer que concordo com Rousseau no ponto de que o fazer ciência ou artes tem de ser algo que vá além das vaidades humanas, mas o “parâmetro”, se é que o mesmo deixa algum, para chegar a ser um homem virtuoso me parece muito alto e com a dinâmica que existe hoje dentro do fazer ciência e artes me parece ser algo muito utópico. Podemos procurar fazer o que nos motiva para que ao fazermos possamos fazer com um maior prazer, mas não chego a crer que possamos chegar a estes “parâmetros” Rousseanianos para o fazer ciência ou artes.

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  33. Rousseau no começo do Discurso, refere-se ao mal estar que este pode vir a causar em muitas pessoas e que não tem como objetivo agradar a nenhum tipo de pessoa.
    Rousseau diz isso, pois sabe que esse é um assunto controverso, afinal, o período o qual divulgou esse texto, era justamente a época de grande desenvolvimento tecnológico. Época essa que o ser humano vivia a fase das “luzes da razão” e acabavam se esquecendo deles mesmos, dos comportamentos que os regiam, da ética.
    Rousseau considerava o ser humano como um ser moral a ser reconhecido como tal. Dessa maneira, é possível dizer que a ciência desenvolvida na época , só ajudou na expansão de seus mecanismos, na sua expansão, mas, claramente pode-se notar que essa razão, provinda das ciências e das artes, nada contribuiu para as questões éticas, pois em nenhum momento, foi voltada para o próprio homem.

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  34. Rousseau sempre associou a existência humana e sua socialização com métodos dos quais a política fizesse parte de uma realidade concreta e próxima do indivíduo. Colocando a participação do indivíduo em atos virtuosos como algo imprescindível para a busca do virtuosismo, portanto, da sabedoria e da satisfação em conhecer, em conhecer o real valor de fazer o bem para o seu meio social. Como é de notar no texto, Rousseau condena a existência da arte, de forma que a mesma seja um meio de escape para a vida política, sendo o passo primordial para o indivíduo ignorante e alienado. Tendo considerado as políticas semelhantes apresentadas por diversos modelos de organização social, política e governamental, como grandes impérios romanos, os quais colocavam a arte como entretenimento gratuito, e dessa forma tinham a visão de que a massa populacional estaria subordinada pela concessão de entretenimento e de elites políticas que articulavam propostas do mantimento de tal política alienadora. Colocando como exemplo a grave situação política do estado brasileiro em 1970, e a copa do mundo sendo um álibi para pregar o nacionalismo e conformismo com o estado militarizado. Dessa forma, mesmo que um tanto quanto distanciada da realidade colocada por Rousseau, pode ainda ser aproximada, de certa forma.
    Na busca pela perfeição contida na arte, Rousseau coloca uma moral voltada para a vida política, e que o indivíduo deveria buscar um estado equilibrado e estável, sendo participativo no mesmo, e quando notou que artistas buscavam a perfeição da sua arte, colocou que os mesmos tinham um afastamento e corrupção da alma, que deveria estar voltada para a vida pública.
    Portanto, para Rousseau, uma visão conservadora e elitista do mesmo, coloca a política como uma questão abordada como interessante às elites locais, e excluindo os indivíduos apreciadores da busca da perfeição através das artes.

    Gustavo Siqueira 21025112

    gustavo.siqueira0@gmail.com

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  35. Caroline den Hartog Batagini1 de julho de 2013 às 01:21

    RA: 21024712

    A questão introdutória que motiva todo o discurso de Rousseau acerca das ciências e artes é: “O homem, ao deixar seu estado de natureza, com toda a sua probidade, honradez, força e energia para se dedicar às ciências e às artes não teria se corrompido no que possuía de mais puro?”
    O filósofo responde a essa pergunta ao longo de seu Discurso afirmando que não houve aperfeiçoamento da humanidade com as ciências e as artes; pelo contrário, essas teriam contribuído para o estado de dissolução moral em que se encontrava a sociedade se sua época.
    O motivo pelo qual Rousseau aponta as artes e a ciência como meios de degeneração do homem, se deve ao fato dessas estarem relacionadas ao conceito de homem social tido pelo autor. Para ele, o “estado de natureza” do homem é o suprassumo de sua existência, pois o homem natural é possuidor de um instinto de autopreservação, dotado de sentimento de compaixão por outros de sua espécie e é inocente, já que não conhece noções do bem e do mal.
    Rousseau tem a civilização como responsável pelo decaimento dos valores morais da natureza humana quando os substitui pela cultura intelectual, de forma que as artes e as ciências são, desse ponto de vista, ferramentas corruptoras homem. Isso porque, segundo ele, as artes e a ciência provêm dos vícios humanos e do ócio. Portanto, valorá-las é o mesmo que apontar uma primazia dos vícios em detrimento da virtude.
    No primeiro momento causa estranhamento o posicionamento de Rousseau sobre a ciência e as artes quando se rememora o fato de que o filósofo viveu no movimento Iluminista. No entanto, para além daqueles entusiasmados com o progresso da “época das luzes”, Rousseau parece chamar a atenção para o comportamento moral do homem que parece sucumbir com os holofotes voltados para o desenvolvimento da ciência. Parece-me que, ao longo de seu discurso, Rousseau aponta sua crítica para as “luzes” que, contraditoriamente, acabaram por ofuscar a mente humana, de forma que os princípios da moralidade foram esquecidos ou ignorados.
    Na medida em que o homem adentra no conhecimento racional, mais se esquece de si mesmo. E, quanto mais valora as artes, mais valora o comportamento vaidoso que se afasta do homem em seu estado de natureza, cedendo à competição característica da vida social.
    No entanto, em meu entendimento pessoal, acredito que, tanto a ciência quanto as artes são como facas de dois gumes que, em si mesmas, não apresentam algum tipo de contribuição para a imoralidade do homem, mas sim a forma com que esse último as manuseia. Entendo que a crítica de Rousseau não se volta especificamente à ciência, mas sim a importância dada ao seu desenvolvimento e o consequente esquecimento do próprio homem e sua natureza. É uma crítica que, em certa medida, vai contra o que vem sendo estudado sobre o domínio ético, visto que, em muitos autores, a teoria moral deriva da concepção de epistemologia que esses têm.
    Se as artes e a ciência fossem abolidas do mundo, suprimindo-as como precursoras da imoralidade, certamente outras formas de expressão do homem - como, por exemplo, a linguagem - também seriam a longo prazo.

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  36. Em sua obra “Discurso Sobre as Ciências e as Artes” Rousseau apresenta um posicionamento crítico e um tanto negativo em relação ao desenvolvimento que a Ciência e as Artes trouxeram para a história da humanidade. Daí, percebemos a ideia trazida pelo pensamento do autor sobre a teoria do bom selvagem – o homem em seu estado natural é bom e livre, mas a sociedade o corrompe. Nesse sentido, as ambições pela criação da arte, da ciência, das letras, da pintura teriam transformado o homem de tal maneira que teriam o corrompido, isto é, teriam os levado a exaltação de seus vícios e, consequentemente, à depreciação de seus valores.

    A curiosidade humana teria motivado o homem a buscar o conhecimento e este, por sua vez, o teria tirado do seu estado de natureza original, que é a ignorância. Na visão de Rousseau, não é de desejo da natureza que o homem nasça sábio, pois “os homens são perversos; seriam ainda piores, se tivessem tido a desgraça de nascer sábios”, alegando que “a natureza nos quis preservar da ciência, assim como a mãe que arrebata uma arma perigosa das mãos do seu filho; que todos os segredos que ela vos esconde são tantos males dos quais vos preserva, e que a dificuldade que encontrais para vos instruirdes não é o menor dos benefícios”. Com isso, o autor pretende mostrar que a ignorância era o conhecimento puro original do homem e que, na verdade, as letras e as artes - caracterizadas como ferramentas corruptoras do ser - são o que formaram nossos vícios, sendo estes últimos resultados do orgulho humano.

    Em seu discurso, o autor menciona o texto “Apologia de Sócrates” e retrata a simplicidade do mesmo que dizia que sábio é aquele que se abstém da afirmação de que possui conhecimento sobre qualquer coisa, o que sustenta a busca por manter sua essência original, já que “fazia elogio da ignorância”. “Acredita-se que, se ele ressuscitasse entre nós, os nossos sábios e artistas o fariam mudar de opinião? Não, senhores: esse homem justo continuaria a desprezar as nossas vãs ciências”.

    Ainda, Rousseau faz menção a diversos períodos históricos destacando cidades que tiveram declínio após seu desenvolvimento cultural e intelectual, apontando para a alienação do homem no meio social. Segundo ele, “(...) nossas almas se corromperam à medida que nossas ciências e nossas artes se encaminharam para a perfeição.”

    O discurso de Rousseau afirma com ênfase que a criação das Artes e das Ciências de fato não contribuiu para a melhoria dos seres humanos e para o aprimoramento de seus costumes, mas sim para a degradação da moralidade humana na medida em que o conhecimento e o desenvolvimento que ele resulta põem em conflito suas virtudes e seus vícios – pondo a prova sua natureza intrínseca.

    Andrezza Gonçalves

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  37. Para Jean-Jacques Rousseau as artes não acalentaram para a melhora do mundo humano, mas agiram como sua corruptora.

    Rousseau coloca a civilização como fator responsável pela deteriorização das prerrogativas morais mais profundas da condição humana e a troca de cultura intelectual, ignorando as necessidade naturais.

    As ciências e as artes seriam meras "máscaras da vaidade e do orgulho" e a etiqueta de tratamento esconderia a mesquinhez humana, mas não o excluiria da sociedade.

    Assim, fala que o homem é bom por natureza, mas a sociedade o corrompeu, o cito: "As ciências, as letras, e as artes (...) atam flores ao redor das cadeias de ferro que o liga (o povo), sufoca nele o sentimento daquela liberdade original para a qual ele parece ter nascido, faz ele amar sua escravidão e o transforma no que é chamado 'povo civilizado'".

    Sendo assim, as artes e as ciências contribuem para a degradação da moralidade humana no que concerne o conhecimento e o desenvolvimento que ele resulta tendo posto em conflito suas virtudes e seus vícios - sua origem mundana e funesta.

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  38. Rousseau em “Discurso sobre as ciências e as artes” faz uma reflexão sobre a seguinte questão: “O restabelecimento das ciências e das artes terá contribuído para aprimorar os costumes?” A conclusão a esse respeito cabe a quem lê, mas o pensador é contundente, declara que as ciências e as artes, ao contrário, resultaram na dissolução moral da sociedade.
    Rousseau como defensor do estado de natureza coloca o avanço da civilização como um mal que retirou o homem de um estágio primitivo que era mais propício à natureza do homem.
    Neste discurso Rousseau faz uma crítica à sociedade plenamente estabelecida e repleta de adversidades provenientes da desigualdade, para ele as ciências e as artes de forma alguma contribuíram pra aprimorar valores, em verdade promovem a degeneração das sociedades e a produção de elementos típicos de um modo de viver egoísta: ociosidade, vaidade, soberba...
    As artes se assemelham à propaganda, segundo Rousseau, e causam desigualdades, pois aumentam o poder econômico dos que já são abastados. As normas sociais impostas fazem com que o indivíduo oprima suas inclinações naturais e esconda sua verdadeira essência.
    Essas concepções vinham de encontro ao Iluminismo bastante vigente na época, porém o discurso de Rousseau alerta sobre os males advindos do progresso e é útil ao servir de fundamento para uma tomada de consciência do excesso de deferência às ciências, a sua incapacidade de admitir falibilidade e de admitir suas potenciais limitações e perigos.


    Rosangela de Paula
    RA 21069412

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  39. Em seu texto, percebemos que Rousseau questiona as ciências e as artes, tentando saber se elas corrompem ou contribuem para os costumes da sociedade, a preocupação dele esta em saber quais as conseqüências que elas geram a população.
    Ele acredita que tanto a ciência quanto a arte contribuíram para alterar o homem, sendo geradas a partir dos vícios da sociedade. A arte e a ciência são responsáveis pela ignorância humana, Rousseau cita exemplos de cidades que depois que adquiriram arte e ciência foram corrompidas.
    Acredito que os progressos da ciência e da arte não são os únicos que corrompem o ser humano, cada um tem seu pensamento e sabe o que é certo e errado para sua vida, tem o direito de escolher se quer seguir aquilo ou não, assim não culpo o progresso pela degradação da sociedade, eles podem ter suas partes ruins, sim , mas existe muita coisa boa que aprendemos com elas, os avanços nas pesquisas científicas na parte da medicina, tecnologia, tudo isso ajuda a sociedade, não tem como ser totalmente imoral.

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  40. Rousseau em seu livro “Contrato Social”, tem uma visão antagônica do homem, a qual ele só seria bom em seu estado de natureza, caso contrario a sociedade o corromperia.

    Trazendo essa visão para o texto lido “Discurso sobre a ciência e as artes”, Rousseau permanece com uma visão negativa de que a ciência e a arte contribuiriam para a degradação humana, ou seja, com o desenvolvimento da sociedade o homem perde seu estado puro de natureza devido as ciências e as artes saírem da ociosidade dos próprios vícios.

    A arte e a ciência para Rousseau, também corromperam a cidade e tiram o foco da virtude, assim tenta trazer os valores antigos e a luta contra novos valores. Para o autor, a virtude seria algo útil e que manteria os impérios e a ciência e a arte, apesar da beleza conseguiria destruir os impérios.

    Rousseau fundamenta seu posicionamento com exemplos históricos. Esse exemplos mostraram como os povos que experimentaram os avanços e as artes caíram na degeneração da virtude.

    Assim, acredito que a ciência e a arte inserida dentro de uma sociedade, em partes são culpadas pela perca de alguns costumes e virtudes humanas, entretanto, ao mesmo tempo, percebo que elas também contribuem para o desenvolvimento do homem e a busca da perfeição nas condutas. Portanto, sou contra a visão de Rousseau de que o homem virtuoso seria aquele que valoriza de certa forma a ignorância e o estado de natureza.

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  41. Ana Jacqueline O. R. Nunes - 210679121 de julho de 2013 às 13:01

    J. J. Rousseau, um autor muito estudado no campo das ciências humanas, publica em seu “Discurso sobre as Ciências e as Artes” uma crítica aos então novos modelos de sociedade da época. Rousseau afirma, em toda sua obra, que o homem nasce bom e que a sociedade – ou, neste caso, as ciências e as artes – o corrompe, já que estas lhe tirarão tudo o que há de virtuoso e substituirá pelos sentimentos egoístas. O modelo de urbanidade recém iniciado na Europa, que valorizava o avanço da ciência e das artes (presentes em quadros e esculturas), deixaria os homens apenas interessados no luxo e na polidez que estas proporcionam, fazendo com o que esquecessem os verdadeiros valores da virtude, ou seja, do rústico. Além disso, a prática das ciências e das artes disseminaria o paganismo e afastaria mais ainda o homem de sua natureza, o enchendo de vícios.
    Rousseau sustenta seus argumentos citando os fracassos em colonizações, tais como os Impérios Grego e Romano que, segundo ele, tiveram sua ruína na demasiada valorização das ciências e artes ao invés do que seria útil, como as “produções físicas” – ensino de ofícios, preparações físicas para atividades, guerra, etc.
    Acredito que a crítica que o autor faz não é propriamente dita ao ato de produzir ciência ou arte, mas sim de forma moral, já que aqueles que estariam engajados nestes objetivos seriam seres mesquinhos que se acham superiores aos outros. Uma vez que Rousseau elucida Sócrates como um homem sábio, já que louvava a ignorância, este pensamento fica ainda mais claro, pois assim os homens se manteriam simples, virtuosos e éticos. Pude assim, durante a leitura do texto, crer que, embora a visão de Rousseau seja conservadora e extremamente passível de críticas, ele está correto em criticar este estilo de produção de ciência e arte que toda o ser humano egoísta e que só busca o luxo, a glória e a fama com isso.

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  42. No texto de Rousseau dá para se percebera preocupação sobre a relação entre artes e ciência, e a consequência que tal relação tem sobre a sociedade, o que gera um conflito entre a sociedade e a natureza humana. As “luzes” que supostamente trariam o bem para a sociedade acabaram trazendo suspeitas, desconfianças, frieza, temores e ódio, assim torna-se possível entender sua defesa à tese de que a sociedade corrompe o ser humano, ou seja, na medida em que as ciências e artes se encaminhavam para perfeição, a natureza humana era cada vez mais corrompida, isso ocorre, pois, elas nasciam do ócio e do orgulho. Rousseau diz que a virtude do homem só viria em sociedades que oferecessem situações mais iguais entre os homens.

    Segundo Rousseau, o conflito entre a ciência e a arte trouxe alguns problemas de distanciamento social, o que distanciaria o indivíduo do alcance da virtude. Tal concepção é interessante pela perspectiva do progresso e a contribuição que esse conflito trouxe.

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  43. Em seu “Discurso sobre as Ciências e as Artes”, Rousseau apresenta seu ponto de vista extremamente pessimista com relação à sociedade na qual o homem está inserido, segundo o autor, as artes e todo o processo científico acaba por nos afastar de nossa natureza primeira e, assim, nos levando ao individualismo e a exaltação de “falsas virtudes”, proporcionando o pior que o homem pode oferecer.

    Faz uma crítica direta à estética e como sua valorizam é demasiada supérflua, pois esta, não é uma vontade natural, mas uma vontade que a nós nos foi imposta, com fins gananciosos e a hierarquização do processo civilizatório. Imagino o desgosto de Rousseau, caso vivenciasse o período da Alemanha hitlerista, em que foi criado e legitimado toda uma política estética com base em um engrandecimento racial. Acredito que sugeriria que o ser humano teria se deparado com o ápice de sua barbárie. Indo além, perderia ainda mais as esperanças ao vivenciar o período pós-nazismo, em que apesar da criação do julgamento de Nuremberg, apesar de toda a confluência para determinar a justiça, praticamente nenhum nazista foi condenado, isso porque prevaleceram fins econômicos uma vez que o mundo ingressava na Guerra Fria e, para não perder a Alemanha para o Oriente, os Estados Unidos e Grã-Bretanha trataram de não investir em tantas indenizações sobre o país.

    Seu texto mostra claramente sua posição já defendida em sua obra “Do Contrato Social”, o homem após abdicar sua liberdade, sua natureza humana puramente boa passa a ser corrompida pela sociedade. Durante as passagens de seu discurso, argumentando através de fatos históricos, o autor também faz menções extremamente crítica à ciência: “Se as nossas ciências são vãs nos objetivos que se propõem, são ainda mais perigosas pelos efeitos que produzem. Nascidas na ociosidade, por sua vez a nutrem; e a perda irreparável de tempo é o primeiro prejuízo que necessariamente causam à sociedade.” Entretanto, se a ciência nasce da ociosidade, como pode ela ser perda de tempo?

    Entendo toda a descrença que Rousseau descarrega sobre as relações humanas, sua frustração ao deixarmos nossa inocência e boa ignorância em troca de méritos individuais e alienados, de fato, a sociedade seria muito mais “correta” e atribuiria virtudes a ações “mais dignas”. Todavia, achei seu pensamento muito extremista e pessimista a respeito das ciências e das artes, de fato há pontos negativos, o que não são poucos, que trouxeram à humanidade infortúnios. Contudo, não julgo o processo e progresso destas, apesar de tantos contratempos, prejuízos, guerras... Aperfeiçoarmos técnicas positivas a nós, ignorar esses talentos, dizê-los fúteis, me parece perder a esperança no homem e, perdê-la, me parece ser o pior dos indícios de que, de fato, não temos chances de mudança. Não vejo nossas condutas apenas como altas apostas, de um tudo ou nada, mas de certa forma uma intermediação, um balanço, se um homem há de ser injusto, há também aquele que o é, embora as proporções não sejam igualitárias. A curiosidade humana pode ser sim considerada boa até certo ponto, toda a ética não foi difamada, nossas condutas não podem ser generalizadas de tal maneira, pois, se ainda que um não siga a maioria, seja moralmente correto em suas ações, estaríamos fazendo uma aproximação da realidade e não um estabelecimento concreto da nossa mesma.

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  44. Jean Jacques Rousseau nos apresenta seu questionamento quanto à ciência e as artes e suas contribuições/consequências no âmbito social, principalmente no aspecto do aprimoramento do ser humano. Vemos que o autor discorda que tenham auxiliado nesse processo de melhoria e afirma ainda que estas fortalecem os vícios e desvalorizam as virtudes, portanto, degradam o homem. A série de exemplificações históricas exposta é extremamente sólida para alicerçar sua “tese”.

    Acredito que sua visão provém de sua própria teoria do bom selvagem, logo, conviver com uma sociedade seria danoso ao seu estado natural, no entanto, não enxergo esse dano – pelo menos não nessa proporção, principalmente quando tratamos da erudição e das letras. Compreendo que ele critique a maneira como a ciência se constrói, não sua essência, mas percebo que a moral está na empreitada científica por instrumentos que proporcionem dias melhores.

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  45. Rousseau, tendo seu principal pensamento de que o homem é bom por natureza, e de que a sociedade, o processo civilizador, que acaba o corrompendo, procura entender quais são os papéis da ciencia e da arte dentro deste 'detrimento' do 'bom selvagem', se guiando pela pergunta: “O restabelecimento das ciências e das artes terá contribuído para aprimorar os costumes?”
    Logo, nota-se a resposta negativa a esta pergunta, afirmando que as ciências e as artes tem como seu príncipio nossos vícios, e a partir disto corrompem nossa virtude, sendo esta o único caminho que deveríamos trilhar, ou seja, conforme avançamos nestes campos que se originam de nossos vícios, mais nos distanciamos daquele caminho onde o homem é bom, mais nos distanciamos de nossa natureza boa e virtuosa, sendo bem esclarecida esta relação entre a origem das artes e ciencias na sentença: "A astronomia nasceu da superstição; a eloqüência, da ambição, do ódio, da adulação, da mentira; a geometria, da avareza; a física, de uma vã curiosidade; todas, e a própria moral, do orgulho humano. As ciências e as artes devem seu nascimento aos nossos vícios: duvidaríamos menos das suas vantagens, se o devessem às nossas virtudes. "
    Ou seja, Rousseau sempre procura trazer o homem de volta a natureza, também tratando a respeito sobre a ignorância, citando até mesmo a Apologia a Sócrates, de Platão, considerando que o desenvolvimento da ciência e da arte somente trouxeram duvidas, temores e ódio sob um olhar que as tratava como a luz atuando sobre a nossa ignorância, ou seja, de fato não trouxeram o verdadeiro conhecimento, tal como Sócrates tinha, o saber que nada sabe, mas sim permitiram a visão de que o ser humano conhece as coisas, quando na verdade não conhece, sendo assim uma ignorância mais perversa do que a encontrada na natureza. “A ignorância desprezada será substituída por um perigoso pironismo. Haverá excessos proscritos, vícios desonrados”
    Tendo isto como verdade, Rousseau consegue exprimir a ideia de que as ciências e a arte não contribuíram aos costumes, a virtude, onde vem ao longo do texto exemplos de civilizações que se corromperam sobre estes preceitos desvirtuosos, como Grécia, Egito e Roma. Nos levando a conclusão de que o texto é como se fosse uma apologia a ignorância, uma real ignorância, e que os caminhos que as ciências e as artes deveriam trilhar não seriam os dos vícios, e sim se constituírem como ciências e artes virtuosas.
    É difícil entender o que ele realmente procura fazer com este texto, seria para nos alertar de nossa desconhecida ignorância a partir dos vícios? Seria para nos propor novos rumos de como trilhar pelo conhecimento? Fico com a explicação de que esse texto vem para expor de como nossas ações se devem dar dentro da sociedade, em busca do bem, no caso, em busca da volta da natureza, mas ainda sim, qual seria a moralidade dentro de como tomamos a ciência e a arte para nós mesmos.

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  46. Rousseau é o autor que preconiza sobre a discussão moral diante da ciência, das artes e do dito progresso científico. O autor parte do pressuposto que os homens nascem virtuosos, onde a moral reside naturalmente dentre os corações dos mesmos, porém o convívio em sociedade o transforma e o corrompe, suprimindo assim sua natureza boa.

    As ciências e as artes entram nessa discussão como sendo os artifícios usados pela sociedade para dominar a natureza humana e consolida o domínio da sociedade usando-se de uma aparência de virtudes, apesar de ser vazio da mesma,e assim corrompe a natureza humana, condenado-a a uniformidade de paixões.

    Rousseau afirma que as ciências e as artes como são divulgadas e construídas não passam de expressões dos vícios humanos, como o egoísmo, a avareza, o orgulho e a soberba. A verdadeira ciência seria aquela baseada na virtude, na construção do saber por si só e não alienado pelos vícios humanos.

    Desse modo, o autor discute sobre a construção do saber científico e das artes, a medida que não os nega inteiramente, nega a maneira com que são construídos a partir dos vícios e com o objetivo de suprimir a natureza humana boa e ser utilizado como método de imposição da sociedade através da uniformização das paixões humanas.

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  47. “A arte amolece o espírito e corrompe a sociedade. Mais vale conquistar o mundo do que ser um mundo de arte”, diz Rousseau (página 213-14).
    Podemos ver a partir desta frase, o pensamento acerca das atividades artísticas, segundo essa visão negativa da cultura que, ao meu ver é ultrapassada e que destoa do verdadeiro sentido que ela toma na sociedade. Rousseau vê como corrompimento do homem perante a sociedade, por provocar nele a necessidade de conhecimento e com isso exaltar a ambição e ódio e portanto, afastando-o da natureza humana, que prega os valores morais, e da virtude, que considera como necessário para a felicidade. Com isso, critica todos os movimentos culturais como o iluminismo e renascimento, como consequência de uma mudança no paradigma de uma sociedade que visa o lucro e o poder.

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  48. Rousseau presenciou uma época em que na França os valores de liberdade, igualdade e fraternidade dominavam as mentes e o comportamento da sociedade vigente. Onde as luzes do conhecimento se difundiam através do iluminismo, onde o mais belo espetáculo seria o de conceber o conhecimento, ou seja, o ato de sair da escuridão e ir em direção as luzes.
    Porém Rousseau indagava-se se a ciência e as artes corrompiam os costumes. Pois Rousseau dizia que tanto a ciência como as artes haviam nascido dos vícios e ociosidades presentes nos homens, o que acabava por ser perigoso e totalmente vinculado ao luxo.
    O luxo e a vaidade dos homens acabavam por superar suas virtudes, as quais eram esquecidas e muitas vezes abandonadas. Ele até menciona em seu discurso “Viu-se a virtude fugir a medida que a luz da ciência e das artes se elevou sobre nosso horizonte”.
    Para ele quando houve a difusão das luzes houve também uma uniformização entre as pessoas, a Revolução pode ter trazido o esclarecimento, porém ainda manteve muitas das características negativas humanas presente na sociedade, como a desconfiança, a traição, as suspeitas, os temores, entre outros.
    Para ele essa ciência e essa arte que passam a vigorar não só na França da Revolução, mas também em outras épocas do passado e em diversos outros impérios que existiram possuem o poder de destruição dos mesmos. Pois para ele “Se as ciências purificassem os costumes, se ensinasse os homens a derramar o sangue pela pátria, se animassem a coragem, os povos da China deveriam ser sábios, livres e invencíveis”.
    A sociedade não é ensinada sobre seus deveres, ela acaba por ser alienada a todas as coisas que deveriam ser de importância e preocupação, é então necessário que as crianças sejam ensinadas quais deverão ser seus deveres quando esses se tornarem homens.

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  49. Jessica Raissa Oliveira Laureano1 de julho de 2013 às 18:15

    Rousseau em seu texto argumenta que o progresso das artes e da ciência corrompeu a sociedade, isso porque tirava o foco das virtudes e a busca pela perfeição das artes e das ciências nascia da ociosidade e do orgulho e, portanto, afastava o homem do seu estado de natureza, o estado em que ele é bom.
    Para Rousseau, não é da vontade da natureza que o homem nasça sábio, uma vez que os homens já são perversos e seriam ainda piores se tivessem a desgraça de nascerem sábios. Ele se refere a Apologia de Sócrates e retrata que o mesmo dizia que sábio era aquele que afirmava que nada sabia, buscando assim permanecer em sua original essência. Rousseau ainda afirma que se Sócrates fosse vivo ele continuaria justa e desprezaria essas vãs ciências.
    No texto, ainda faz menção a vários acontecimentos históricos, mostrando que esses lugares tiveram se declínio decretado na medida em que buscavam a perfeição intelectual e cultural.

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  50. Rousseau no Discurso sobre as Ciências e as Artes, mostra sua visão acerca do assunto e as consequências que são geradas pela prática dessas atividades, para o autor elas corrompem o ser humano e nada o acrescentam, sendo total perda de tempo comparando-se aos deveres que temos.
    Descreve que tais práticas são oriundas de nossos vícios e são prejudiciais as nossas qualidades, principalmente quando nos referimos as morais e também as qualidades guerreiras, pode-se facilmente notar esse contexto no trecho subtraído no texto, abaixo:
    ”...Desde os nossos primeiros anos, uma educação insensata orna o nosso espírito e corrompe o nosso julgamento. Vejo, por toda parte, imensos estabelecimentos onde se educa a juventude por preços exorbitantes, para lhe ensinar todas as coisas, exceto os seus deveres. Vossos filhos ignoram a sua própria língua, mas falarão outras que não se usam em parte alguma; saberão fazer versos que mal poderão compreender; sem saber separar o erro da verdade, Possuirão a arte de os tornar irreconhecíveis aos outros por meio de argumentos especiosos; mas, as palavras magnanimidade, eqüidade, temperança, humanidade, coragem, eles não saberão o que são; o doce nome de pátria jamais lhes impressionará os ouvidos; e, se ouvirem falar de Deus, será menos por apreendê-lo do que por temê-lo(11).”
    Em suma, Rousseau defende que saímos da nossa natureza pra viver a arte e a ciência e que não devemos agir de tal forma, pois desperdiçamos tempo e tudo isso nada mais é do que um luxo, gerado pela ociosidade e a vaidade de nós, homens. Ele, em nenhum momento, muda de concepção referente ao assunto e conclui no final do texto que devemos procurar a nossa felicidade em nós mesmos, não nos outros e em suas respectivas contemplações; que devemos nos limitar a isso e deixarmos os outros encabidos dos deveres que devem ser passados de gerações a gerações, nos limitando a isso.
    Entretanto, na minha concepção, discordo desse ponto de vista, indiferente da época em que se viveu e se criou arte e ciência, elas foram fundamentais para desenvolver o ser humano e dessa forma não limitá-lo, são meras formas de expressão, principalmente tomando como ponto que não vivemos só do trabalho que desempenhamos e da reprodução; tais atividades nos possibilitam nos adaptar a viver de forma melhor, seja contemplando ou produzindo uma forma de arte que faça-nos sentir bem ou produzindo também ciência ou usufruindo dela, de tal forma que nos faça feliz; o que nos faz chegar obviamente a conclusão de que o desenvolvimento da ciência e da arte não foi perda de tempo, considerando aonde chegamos e a influência delas positivamente nos dias de hoje.

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  51. Rousseau foi extremamente corajoso ao defender que a ciência e as artes não são praticas e sentimentos que podem modificar, ou aprimorar os costumes humanos, em uma época onde a contemplação “o belo”, eram muito valorizados.
    Ao contrario do popular, acreditava que a ciência, as artes, contribuíam para a degradação humana, por valorizar os vícios, e não as virtudes. Pelo que começo de Rousseau, penso que sua opinião vai de encontro ao estado de natureza, onde o homem é bom por sua ignorância, e ao entrar em contato com essa novas modalidades de saber perde sua pureza, como se o saber fosse o “fruto proibido” que o homem moderno nunca deveria ter encontrado.
    Concordo porém, mas não sei se é isso que Rousseau queria dizer, mas a Ciência tem um poder muito grande de modificar o espaço, os símbolos e as relações entre pessoais, por ser fruto do afastamento, o que pode causar em alguns a crença de que são superiores por deterem o conhecimento da realidade do mundo.Mas não vezo isso em relação a cultura, pelo contrario, acredito que é um das poucas manifestações que nascem com o homem.Todavia, sei que existe culturas mais valorizadas do que outras, que é domínio da moral, por ser a expressão do que é tido como conhecimento de excelência, em detrimento da cultura mais periférica.

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  52. Rousseau inicia seu discurso apresentando a ideia de que os estudos científicos levaram para a Europa um saber que acabou por tornar o povo europeu esclarecido, pois segundo Rousseau, a mesma se encontrava na ignorância e na barbárie séculos atrás.
    No entanto, ao decorrer do texto Rousseau diz que as mesmas ciências e as artes que tornaram os povos esclarecidos são as mesmas que os corromperam, pois ajudaram no estado de “decomposição moral” em que as sociedades se achavam. Parece que Rousseau compartilhava muito das ideias de Locke, porque considerava que o homem era bom por natureza, mas a sociedade acabava por corrompê-lo. Portanto, as ciências e as artes levariam a uma degeneração da moralidade humana, pois seriam originados do ócio e do vício, e como resultado as virtudes perderiam valor.

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  53. “(...) nossas almas se corromperam à medida que nossas ciências e nossas artes se encaminharam para a perfeição.”.

    Rousseau, em seu texto “Discurso sobre as Ciências e as Artes”, faz uma crítica ao desenvolvimento da Ciência e das Artes (sustentada por exemplos históricos que expressam a decadência de cidades que se desenvolveram culturalmente e intelectualmente).

    Para o autor, os seres humanos são bons no estado de natureza (teoria do bom selvagem), no entanto, alguns anseios humanos (gerados através da curiosidade)os teriam corrompido. Assim, os anseios pela construção e desenvolvimento das Artes e das Ciências transformaram o homem, cerceando seus valores e colocando em conflito virtudes humanas e vícios.

    Para Rousseau, o homem no estado de natureza seria ignorante. A sabedoria traria problemas para a humanidade já que ela é uma ferramenta devastadora, na visão do autor, e, partir dela, a perversidade dos homens seria “aflorada”. Tal fato pode ser destacado a partir de um trecho do texto em questão:

    “a natureza nos quis preservar da ciência, assim como a mãe que arrebata uma arma perigosa das mãos do seu filho”.

    Ou seja, para o autor, a ignorância seria o conhecimento original do ser humano e a partir dela se construiria a teoria do bom selvagem, enquanto as Ciências e as Artes seriam consequência do orgulho e corroborariam com nossos vícios, causando um empasse entre vícios e virtudes.

    A partir do que foi dito podemos entender a passagem do texto de Rousseau que faz referencia ao texto “Apologia de Sócrates”.

    Embora os argumentos de Rousseau sejam fortes, não concordo plenamente com sua teoria. O autor diz que as Ciências e as Artes não contribuíram para o aprimoramento e melhoramento do ser humano, e por consequência, das relações sociais, no entanto, não acredito que as Ciências e as Artes em totalidade sejam “a maçã da arvore proibida”. De fato precisamos pensar em limites éticos para a Ciência e para Arte, mas dizer que toda a Ciência e toda a Arte constituem malefícios para a humanidade é algo equivocado.

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  54. professor, o link do texto está indisponível

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  55. Jessica Mayumi Tomigawa1 de julho de 2013 às 21:24

    Em “Discurso sobre as ciências e as artes”, Rousseau apresenta uma visão polêmica sobre o progresso. Para ele, os homens são como um rebanho reunido em forma de sociedade, na qual não há espaço para individualidades, todos farão as mesmas coisas. Não há mais “amizades sinceras” e “confianças fundadas”, o que existe é escondido sob a urbanidade (traição, ódio, frieza), o que demonstra a sua visão um tanto quanto pessimista da humanidade.

    O autor ainda afirma que a depravação da sociedade é real e que “nossas almas se corromperam à medida que nossas ciências e nossas artes se encaminharam para a perfeição”. Os povos que não buscaram esses vãos conhecimentos, utilizaram suas virtudes para felicidade própria e exemplo de outras nações. A consequência dessa busca pela saberia é o “luxo, a dissolução e a escravidão”,

    Rousseau acredita que a natureza preserva a ciência, pois seus segredos escondem males. “Os homens são perversos; seriam ainda piores, se tivessem tido a desgraça de nascer sábios”. A busca pela verdade pode resultar em falsos conhecimentos, esses erros podem tornar-se muito mais perigosos do que a verdade em si, pois o que é falso pode ter “uma infinidade de combinações”, a verdade, pelo contrário, só existe uma. Como podemos saber que, de fato, chegamos a verdade? Quem poderia utilizá-la e fazer um bom uso?

    “Se as nossas ciências são vãs nos objetivos que se propõem, são ainda mais perigosas pelos efeitos que produzem. Nascidas na ociosidade, por sua vez a nutrem; e a perda irreparável de tempo é o primeiro prejuízo que necessariamente causam à sociedade. Em política, como em moral, é um grande mal não fazer o bem; e todo cidadão inútil pode ser olhado como homem pernicioso. Respondei-me, pois, filósofos ilustres, vós, por quem sabemos as razões pelas quais os corpos se atraem no vácuo; quais são, na revolução dos planetas, (...), vós de quem recebemos tão sublimes conhecimentos: se nunca nos tivésseis ensinado nada dessas coisas, seríamos por isso menos numerosos, menos bem governados, menos temíveis, menos florescentes ou mais perversos?”

    Concluindo, o progresso das ciências e das artes “nada acrescentou à nossa verdadeira felicidade”; apenas corrompeu os nossos costumes e atingiu a nossa pureza do gosto. Portanto, nós, enquanto homens vulgares, sem talentos e sem que o destino nos reserve glória, devemos ficar na obscuridade e não buscar uma reputação de sábio que poderia custar muito mais do que valesse e ainda ser efêmera. “De que serve procurar a nossa felicidade na opinião dos outros, se podemos encontrá-la em nós mesmos! Deixemos a outros o cuidado de instruir os povos nos seus deveres, e limitemo-nos a bem cumprir os nossos: não temos necessidade de saber mais”.

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  56. João Lucas Moreira Pires1 de julho de 2013 às 22:02

    Para Rousseau, o homem é bom por natureza e seu espírito pode sofrer aprimoramento quase ilimitado, o memos vai abordar a moral em uma quadro empregado a que é a arte e o progresso cientifico .O Progresso cientifico e a arte se encaixam no debate moral como métodos utilizados pelo homem para dominar a natureza humana e estrutura o domínio da sociedade criando preceitos de pureza , mas o mesmo acaba por corrompe a natureza humana, e a mantem no estado de condenação de paixões. Rousseau coloca esses dois subtemas como reflexo do que a de mais ruim no humano o vicio, o egoismo e mais, vai construir que a verdadeira ciencia e arte tem de ser construida em cima da virtude acima dos vicios mundanos, dessa forma ele não destroi esses conceitos mas propõem uma reforma nos mesmos.

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  57. Em sua obra “Discurso sobre as ciências e as artes” Rousseau mostra-nos suas posição sobre a ciências e as artes em relação a moralidade e ao desenvolvimento da humanidade. Como brilhante interlocutor Rousseau não exprime suas ideias através de muitas afirmações, mas através de como se molda o processo reflexivo qual este se utiliza para chegar a suas conclusões, assemelhando-se muito a maiêutica de Sócrates que se baseia em mostrar um caminho ou raciocínio através de questão, levando a que o outro induza ideias através das mesmas, processo conhecido como “dar a luz”. Bom, em sua obra Rousseau aborta uma questão principal, qual seria “O homem, ao deixar seu estado de natureza, com toda a sua probidade, honradez, força e energia para se dedicar às ciências e às artes não teria se corrompido no que possuía de mais puro?”
    A resposta que nos é dada pelo autor é que sim, a dedicação e o avanço do homem nos campos da ciência e da arte acabariam por fazer com que esse afaste-se do seu estado de natureza, em qual é descrito como Rousseau em sua obra “O Contrato Social”, como “bom selvagem”, um homem em um estado mais puro, dotado de toda a liberdade, que, quando vive por si só é um homem virtuoso, ou seja, o homem seria “bom por natureza” e estaria mais próximo daquilo que é moral. Toda essa virtude seria derivada de sua simplicidade, compaixão e humildade. Dentro desse “estado de natureza” assim como dito por Rousseau, o homem poderia viver em paz e harmonicamente, mas através de suas relações sociais e do avanço das técnicas e ciência esse seria corrompido, sendo a propriedade privada a qual mais corrompeu o homem, desfazendo toda a possibilidade de vida harmônica, criando nos homens medos e fazendo que esses seguissem os vícios e não as virtudes que tinha quando se encontrava no estado de natureza. Tal corrompimento levaria o homem a passar por um processo de sociedade civil e logo após gera a necessidade da criação de um Estado.
    No texto apresentado podemos ver como Rousseau acusa a dedicação do homem a ciência e a arte o levariam a um corrompimento de sua integridade e de sua moralidade. Ideia bem semelhante a apresentada anteriormente em “O Contrato social”, onde podemos pensar que a vida em sociedade esta intrinsecamente ligada ao desenvolvimento das ciências e das artes, pois esses são imprescindíveis para a mesma, e esta, por sua vez, gera o desenvolvimento destes. Como as relações sociais são causadoras e fomentadoras dos vícios do homem, quais são opostos as virtudes morais, as ciências, tecnologias e as artes seriam geradas e o fim dos mesmos vícios, "A astronomia nasceu da superstição; a eloquência, da ambição, do ódio, da adulação, da mentira; a geometria, da avareza; a física, de uma vã curiosidade; todas, e a própria moral, do orgulho humano. As ciências e as artes devem seu nascimento aos nossos vícios: duvidaríamos menos das suas vantagens, se o devessem às nossas virtudes. " As práticas do homem em relação as ciências e as artes, não teriam como vim uma virtude em si, mas seriam fruto da ambição do homem em satisfazer seus desejos, por orgulho e pelo título de cientista ou artista e estas não tinham como o fim o aprimoramento da moral ou da alma humana, mas tinham como fim o aprimoramento de si mesmas. Podemos entender-se então o surgimento da sociedade civil como o surgimento das ciências, das artes e das letras, quais também são posses do homem, qual coloca-se em detrimento do outro, devido a atribuir-se maior valor, sendo a arrogância do conhecer, um dos maiores vícios.

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    Respostas
    1. O próprio ato de pensar-se em ética e discutir-se a mesma seria um desenvolvimento qual viria em detrimento da alma humana, pois esse nível de sofisticação o afastaria da sua simplicidade e ignorância e o levaria a tomar-se a mais do que outros.
      Rousseau faz em uma parte de seu texto uma referencia a “ Apologia de Sócrates”, no qual afirmava a sabedoria de Sócrates que se colocava como aquele que sabe apenas que nada sabe, e que ignorância maior seria a arrogância de pensar e afirmar que sabe das coisas que não poder-se-ia saber, não é aquela que vinha do desconhecimento das ciências e das letras.
      Em seguida mostra-nos exemplos históricos de como o advento da sociedade civil organizada, como precedente as ciências e as artes, declinaram em seus costumes morais.
      Em si não acho que o corrompimento do homem venha puramente do advento das letras e tecnologia, pois em si estes podem ser usados com o fim de ajudar ao progresso da humanidade. Claro que em si podemos ver que muitas vezes o próprio progresso tecno cientifico acaba por trazer mal consequência a humanidade, mas acho que podemos abordar essa crença de Roussau no corrompimento do homem através da ciência e arte de duas diferentes perspetivavas. Também seria imoral para Kant quando o desenvolvimento Tecno cientifico dá-se como fim por si só, ou seja, desenvolve-se ciência apenas pela ambição e curiosidade de desenvolver-se a mesma e não como uma tentativa do aperfeiçoamento da humanidade ou como da tentativa de submeter a essa como ferramenta para a humanidade. Também compreendo que a ciência pode ser imoral pois muitas vezes não previmos racionalmente as consequências de seu uso, ou seja, com o desenvolvimento da ciência pode-se acabar gerando fins imorais, não porque os tinha-se como pretensão, mas que sua formulação levou-nos a chegar a tal consequência. Não há, por mim, valor moral na pura ciência ou arte, já que, oque a carregaria de tais valores seriam os motores que as impulsionam ou seus fins e consequências, sujeitando-a a estes, tornando seu valor moral dependente de sua relatividade com tais fatores.

      Excluir
  58. Em “Discurso sobre as Ciências e as Artes”, Rousseau discute as consequências da arte e da ciência sobre a sociedade, mas de uma maneira muito polemica. Parece-me que do ponto de vista dele, a ciência e a arte tiram a ética dos seres humanos, os deixam menos morais. As criticas contra a ciência e a arte são muito negativas e fortes em sua obra.

    Do meu ponto de vista Rousseau equivocou-se um pouco e foi até mesmo duro demais com a ciência e a arte, acredito que bem orientada e pensando sempre no bem conjunto ou em não fazer mal ao próximo a ciência é sim uma excelente ferramenta, assim como a arte nos ajuda a desenvolver algumas habilidades. Que o progresso pode sim trazer o bem.

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  59. Guilherme Bocalini
    RA: 21033512

    Ética e progresso é uma tema muito abrangente, entretanto Rousseau foca em seu texto o rumo que a ciência e a arte deram a humanidade. Tendo em vista que ambas objetivam o belo, ou o melhor, Rousseau questiona se é isso de fato que estas estão buscando.

    Para o autor já em sua essência ambas não podem alcançar o belo, as duas não valorizam o guerreio, a natureza do homem, que segundo Rousseau é de autopreservação da espécie e compaixão. Ao invés disso possuem valores que afastam o homem de sua natureza. Ele ainda trabalha um ponto muito interessante, do agir e do falar, mostrando que a ciência e a arte tem um discurso muito belo, mas seus resultados são desastrosos para a humanidade.

    Pessoalmente acho muito interessantes várias das criticas elaboradas por Rousseau no texto. Entretanto discordo no motivo principal dessas críticas. Realmente a humanidade por vezes parecer caminhar no sentido contrario a moralidade, alguns valores vigentes na sociedade atual, como acumulo e individualismo, não permitem que se caminhe para um estado de felicidade geral.

    Nosso valor é determinado pela profissão, e nossa vida definida pela rotina de trabalho. Um trabalho alienado, e o motivo dessa alienação não é a ciência ou a arte, estas são usadas como ferramentas para contribuir no processo de alienação do homem. E este é o custo do "progresso" a qualquer custo.

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  60. “Como seria agradável viver entre nós, se a aparência fosse sempre a imagem das disposições do coração, se a decência fosse a virtude, se nossas máximas nos servissem de regras, se a verdadeira filosofia fosse inseparável do título de filósofo.”

    Rousseau, Discurso sobre as ciências e as artes

    Em seu texto Rousseau reflete sobre a influência das ciências e das artes na história da vida em sociedade, de uma maneira um tanto pessimista. Expressa certa nostalgia com relação ao passado, e descrença com relação ao futuro das relações sociais.

    O autor começa ressaltando que no passado a vida era muito mais simples, as pessoas viviam em harmonia, buscando cumprir seus deveres diários, sem essa ambição desenfreada pelo luxo que é vista na sociedade atual.
    Há a busca incessante pela uniformidade, um padrão a ser seguido. Qualquer um que foge àquele molde é visto com estranheza, e desta forma, ninguém se permite ser aquilo que verdadeiramente é, o que torna os indivíduos iguais perante a sociedade.

    Segundo ele, os conceitos de amizade e de estima estão perdidos, não há mais uma amizade real, o que dita os relacionamentos é o interesse. A alma dos seres humanos se corrompeu, e isso se deu devido ao aperfeiçoamento das ciências e das artes.
    O próprio estabelecimento das ciências seria fruto dos vícios humanos. ”A astronomia nasceu da superstição; a eloquência, da ambição, do ódio, da adulação, da mentira; a geometria, da avareza; a física, de uma vã curiosidade; todas, e a própria moral, do orgulho humano”. Desta forma, as ciências não trouxeram nada de bom aos seres humanos, apenas a degradação dos costumes morais e o incentivo à opulência e à vaidade.

    Esta degradação da moral levou a uma banalização do valor do ser humano enquanto pessoa. “Os homens são avaliados como rebanhos de gado”, não há mais respeito pelos semelhantes, apenas a busca pelos próprios interesses.

    Acredito que Rousseau foi radical ao culpar o advento da ciência e das artes pela degradação da sociedade, mas isso não quer dizer que de fato não houve este distanciamento entre o indivíduo e os valores morais com o passar das épocas. Conforme as mudanças foram ocorrendo os objetivos humanos mudaram, e a busca restrita que havia nos tempos passados por uma vida tranquila foi evoluindo até atingir hoje a necessidade de tudo saber, tudo possuir, tudo ser.

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  61. Em "Discurso sobre as ciências e as artes", J. J. Rousseau analisa se o restabelecimento das ciências e das artes contribuiu ou não para o aprimoramento dos costumes da sociedade. Para tal, Rousseau analisa as conseqências do desenvolvimento das ciências e das artes no comportamento das pessoas.

    Rousseau acredita que as ciências e as artes são algo ruim para as pessoas, uma vez que implicam em vícios e costumes que andam na contra mão do desenvolvimento da sociedade, ou seja, para Rousseau, as ciências e as artes corrompem o homem. Pode-se comprovar essa posição de Rousseau, por meio do seguinte trecho, retirado de sua obra: “Oponhamos a esse quadro o dos costumes do pequeno número de povos que, preservados desse contágio de conhecimentos maus, por suas virtudes construíram a própria felicidade e constituem exemplo para as nações. Tais foram os antigos persas, nação singular no seio da qual se aprendia a virtude como nós aprendemos a ciência, que com tanta facilidade subjulgou a Ásia, sendo a única a possuir tal glória, e cuja história das instituições pode ser considerada um romance da filosofia”.

    Rousseau diz ainda que a ciência é algo que agride a a melhor virtude do ser humano: a moral. Para ele, as ciências e as artes nasceram de nossos vícios. As considera inúteis no seu objetivo, que é de nos tornar mais sábios, e muito perigosas pelos efeitos que produzem, corrompendo nossos valores.

    J. J. Rousseau aponta para as luzes da razão da razão como o único meio de sair das trevas das quais a natureza o envolveu, principalmente após o desenvolvimento das artes e das ciências. Ele considera os nossos costumes primordiais rústicos, porém puros.

    Seriamos todos pessoas do bem (o "bom selvagem" de Rousseau), eis que a ciências aparece e corrompe esses valores. Segue um trecho de seu obra, demonstrando seu pensamento: “Antes que a arte polisse nossas maneiras e ensinasse nossas paixões a falarem a linguagem apurada, nossos costumes eram rústicos, mas naturais, e a diferença dos procedimentos denunciava, à primeira vista, a dos caracteres. No fundo, a natureza humana não era melhor, mas os homens encontravam sua segurança na facilidade para se penetrarem reciprocamente, e essa vantagem, tem de ser renovar a cada dia, através da busca incessante pelo conhecimento.

    Me chamou a atenção na obra a citação de Sócrates utilizada por Rousseau, a qual fala que o verdadeiro sábio é aquele que se contenta em não saber nada. A frase explica a crítica de Rousseau às ciências e as artes, uma vez que elas são consideradas fundamentais ao conhecimento humano - Rousseau logo diz que sábio é aquele que se contenta em não saber nada, mostrando uma preferência pelos costumes rústicos.

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  62. Rousseau, como se é de imaginar, é conhecido por sua teoria de que o homem seria um “bom selvagem” e que, sendo assim, torna-se imoral por ser irremediavelmente corrompido pela sociedade. Entretanto, Rousseau vai além de simplesmente dizer que a “sociedade” genericamente seria a responsável pela perda dos “bons cidadãos” de cada Nação: seria a busca e a prática das ciências e das artes as grandes responsáveis pela perda dos mais elevados valores e “bons gostos” que poderiam preencher um homem ético.


    Para o autor, o homem, quando abandona o seu estado de “natureza”, “pureza”, ingenuidade e pobreza estaria abandonando consequentemente sua honradez, força, energia e dignidade em nome da busca por conhecimento que ele nem sequer é capaz de provar se é fidedigno à realidade – e que também acaba por gerar inúmeros problemas para todos aqueles que de alguma maneira estejam relacionados à ele; problemas estes que seriam maiores do que as supostas e eventuais vantagens que a ciência e a arte seriam capazes e proporcionar.


    Todavia, durante seu discurso, embora Rousseau constantemente anuncie que se empreitará em críticas para com a prática da ciência em especial, ele admite que não é exatamente a ciência seu maior alvo, mas sim os homens que a praticam e dessa forma as virtudes e imoralidades envolvidas na ação e, por conseguinte, as virtudes “legítimas” resguardadas àqueles que a desprezam e valorizam outros tipos de prática.


    Ele continua admitindo que a ciência não pode ter todo o seu mérito retirado, devido ao fato de que especialmente durante o Renascimento do século XIV, muito de suas contribuições foram importantes para a nova organização político-econômica que os novos Estados-Nações desenvolveram, assim como para a queda das práticas da Idade Média e para a intensificação das relações sociais entre os diversos países, em detrimento da centralização feudal e da universalidade do domínio católico sobre a política dos territórios. Contudo, o comércio exacerbado que desenvolveu-se em um novo modelo globalizado seria, segundo Rousseau, um dos maiores vícios que a Humanidade pode ter desenvolvido durante os tempos modernos, considerando as consequências fora de controle que o novo capitalismo gerou nas relações humanas. Luxos, frugalidades, futilidades, desigualdades, seriam somente alguns dos prejuízos gerados à Humanidade envolvidos na perda das virtudes: “[...]Povos policiados, cultivai-as [as ciências]: felizes escravos, vós lhes deveis esse gosto delicado e fino com que vos irritais; essa doçura de caráter e essa urbanidade de costumes que, entre vós, tornam o comércio tão suave e tão fácil; em uma palavra, as aparências de todas as virtudes sem ter nenhuma”.


    Para Rousseau, os luxos gerados pelo avanço da ciência e das artes somente impôs que aqueles que têm suficiente poder econômico para adquirir ornamentos valiosos que carregariam algum tipo de valor; enquanto, na realidade, a legitimidade dos valores jazeria nos corpos daqueles que não competem entre si por ornamentos, mas sim que carregam em seus “corpos nus” o símbolo da força e do vigor da alma. Os ornamentos serviriam, na realidade, para ocultar algum tipo de deformidade e deficiência na alma dos que os valorizam; e, principalmente, para instituir uma espécie de padronização de comportamento na sociedade, padronização esta que ocultaria as virtudes da alma de cada um: “Ninguém mais ousa parecer aquilo que é; e, nesse constrangimento perpétuo, os homens que formam esse rebanho chamado sociedade colocados nas mesmas circunstâncias farão todos as mesmas coisas”.


    Além disso, a padronização imposta no convívio social – assim como Eça de Queirós também defendeu em seu livro “A cidade e as serras” -, faria com que a essência do convívio humano se tornasse perversa, fundada sobre egoísmo, inveja, superficialidade e mentira: não seria mais possível que amizades verdadeiras – “honestas” – fossem construídas, assim como a confiança em seus pares também acabaria por abalar-se.


    (continua)

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    1. Rousseau cita em seu discurso diversos casos em que povos – tais como os egípcios, os gregos e os romanos – perderam suas virtudes quando engajaram-se com a busca e a valorização dos conhecimentos científicos e da produção do “belo” através das artes: para ele, povos verdadeiramente morais teriam sido na realidade aqueles que permaneceram na simplicidade, naturalidade, ignorância e pobreza: pois estes – os povos germânicos (anglo-saxões), por exemplo – teriam sido aqueles que preservaram sua força e vigor da alma e, sendo assim, tiveram tido a capacidade de vencer os povos “letrados”. Assim como é o caso da China: “Se as ciências purificassem os costumes, se ensinassem os homens a derramar o sangue pela pátria, se animassem a coragem, os povos da China deveriam ser sábios, livres e invencíveis. [...]Que frutos retirou das honras com que foi cumulado? Seria o de ser povoado de escravos e perversos?”


      Sócrates também foi um partidário das virtudes da ignorância em detrimento dos vícios causados pela suposta “sabedoria”; para ele, seria melhor permanecer ignorante e “verdadeiro” do que impregnado pelas imoralidades produzidas pelos conhecedores das ciências e das artes: “[...] sabemos, nem os sofistas, nem os poetas, nem os oradores, nem os artistas, nem eu, o que é o verdadeiro, o bom e o belo. Mas, há, entre nós, esta diferença: embora essa gente nada saiba, julga saber alguma coisa; ao passo que eu, não sabendo nada, ao menos não tenho dúvida”.


      Para Rousseau, além dos luxos e ornamentos espalhados pelos corpos, edifícios e pinturas das cidades, também os títulos dados àqueles com “talentos” para as ciências e as artes em detrimento das pessoas “naturais” deveriam ser condenados pois, para ele, a origem de tais conhecimentos assim como a origem do próprio estudo da moral jazem no orgulho humano: “A astronomia nasceu da superstição; a eloqüência, da ambição, do ódio, da adulação, da mentira; a geometria, da avareza; a física, de uma vã curiosidade; todas, e a própria moral, do orgulho humano. As ciências e as artes devem seu nascimento aos nossos vícios: duvidaríamos menos das suas vantagens, se o devessem às nossas virtudes”.


      Independentemente do mérito da capacidade da ciência revelar a verdade contida na natureza ou não, fato é que Rousseau estava correto pelo menos quanto às finalidades de suas práticas, que em grande maioria efetivamente perdeu seu intuito inicial: o de promover o bem-estar humano; tendo sucumbido à egoísmos e interesses de um círculo de pessoas diretamente relacionadas à sua prática.


      Contudo, mesmo ambas as práticas – científicas e artísticas – terem realmente representado ocupação ociosa do tempo por seus praticantes assim como gerado desigualdade, devemos pesar se realmente somente males foram colhidos das duas áreas, assim como da filosofia (tão bem avaliada por Rousseau), por exemplo. Será que realmente não é relevante que muitas vidas já tenham sido salvas pela medicina, assim como liberdades conquistadas através das manifestações artísticas? É fato que também muitas vidas já foram tiradas em nome de ambas práticas; afinal, a tecnologia e o conhecimento são instrumentos neutros que tornam-se positivos ou negativos conforme aqueles que os manipulam. Resta saber se sempre que manipulados, gerarão comportamentos imorais em todos aqueles que descobrirem algum tipo de “poder” inerente à estes instrumentos capaz de os superpor em relação aos seus demais. Nos resta algum dia saber se realmente os “homens são perversos”, se sempre a essência humana nos conduzirá ao fortalecimento das desigualdades e se a Humanidade teria sido ainda pior caso “tivesse tido a desgraça de nascer sábia”. Resta-nos por fim saber se todo homem é inerentemente honesto, bondoso, moral; ou se sempre subjugará a seu próximo em nome de um pouco de poder – “poder” este que não deve ser o culpado, mas tão somente o seu manipulador. Deverá toda forma de conhecimento e arte serem culpados e aniquilados?

      (continua)

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    2. Talvez haja um erro de interpretação aqui: assim como as máquinas não foram as culpadas pelas consequências ruins das Revoluções Industriais, não o são as ciências e as artes; a menos não essencialmente. Por isso eu também me pergunto: será a vida nas “serras” de Eça de Queirós, assim como na ignorância para Rousseau – “restitui-nos a ignorância, a inocência e a pobreza, os únicos bens que podem fazer a nossa felicidade e que são preciosos diante de ti” – sequer capazes de tornar o homem um bom selvagem?

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  63. No texto o discurso sobre as Ciências e as Artes, Rousseau discorre sobre a relação entre as artes e ciência e as consequências para sociedade. O progresso da ciência muda q forma como o mundo é encarado, a ciência se da pela vontade de melhorar ou pela desconfiança de que algo não é da forma que se conhece. O autor fala que o progresso da ciência e da arte afastam o homem de suas virtudes corrompendo-o, ele ainda afirma que os seres humanos possuem vícios como ganancia pelo conhecer e vontade de ostentar o poder, e por isso afirma que os ignorantes de conhecimento que são de fato pessoas boas.

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  64. Este comentário foi removido pelo autor.

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  65. Rousseau massacra as Ciências e as Artes em seu texto, argumentando que estas são as causas da ignorância humana (devemos recordar, no entanto, que Rousseau cita um outro tipo de ignorância, anterior à escrita e a arte, e desta se originou o conhecimento puro, a verdadeira sabedoria).

    Faz afirmações, na minha opinião, de certa forma extremas: Justifica a decadência de civilizações (egípcios, romanos, gregos) pelo início da tendência destes a dedicar-se a atividades artísticas e científicas.

    Rousseau é conhecido pelo 'mito do bom selvagem'; considera que os homens são bons por natureza. E ao se dedicarem à estas atividades (Ciências e Artes), o homem acaba por se distanciar do seu estado natural original de bondade. A busca pela verdade dos fatos que a Ciência tanto valoriza, acaba por corromper os valores naturais do ser.

    O autor foi um tanto corajoso ao expor suas idéias tão divergentes. Aqueles que dominam as Ciências e as Artes sempre foram admirados no âmbito social; Rousseau expõe sua visão, totalmente oposta o que se pode considerar como o 'senso comum', ciente da possível repressão que poderia sofrer com a publicação de seu discurso;

    A única ciência que o homem deve seguir, então, são suas virtudes. O avanço científico e o exercício da arte segundo Rousseau, degradam as virtudes e fortificam os vícios.

    Antes das artes e ciências, o homem era primitivo, mas acima disso, era natural e virtuoso. Após o surgimento e desenvolvimento destas surgiram medos, vaidades, desconfianças; tudo isto devido à incessante busca pela 'perfeição'.

    Fecho com uma citação do próprio autor, que deixa bem claro a mensagem que este provavelmente quis passar ao escrever tal discurso: "Mais vale conquistar o mundo do que ser um mundo de arte”.

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  66. Rousseau em seu texto “Discurso sobre as Ciências e as Artes”, quer mostrar que a ciência e as artes podem moldar o comportamento dos homens, mudar os costumes (nem sempre para melhor).
    O autor considera que as ciências não deixam o homem mais sábio, elas apenas corrompem os valores da sociedade, segundo Rousseau, as artes e a ciência são capazes de agredir a moral humana.
    Em síntese, o pensamento de Rousseau a respeito da ciência é extremamente pessimista, isso pode ser explicado por sua concepção de moral, já que de acordo com o autor, a moral é uma das virtudes humanas, os costumes primordiais eram rústicos, mas puros.

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  67. Para entendermos o que Rousseau conclui no texto apresentado temos que entender sua resposta para qual foi a contribuição das artes e da ciência nos seres humanos. Ele acredita que elas contribuiram negativamente para os humanos ao invez de positivamente, como é o mais conhecido.
    Ele acredita que as a ciência e as artes deteriorariam o homem de forma que os fez criar vícios que poderiam ser caracterizados pelo fato de não incentivar a moral e a ética, por não utilizarem principalmente das virtudes que cada ser humano tem. Podemos ter como exemplo o avanço da tecnologia nos dias atuais, que causa o vício ao imediato, aquela sensação de que não existiria um mundo se não houvesse tantos aparelhos tecnológicos.
    Por criar essa degradação de forma a transformar numa competição de seres humanos, Rousseau acredita que o valor do homem foi desmerecido, pois cada um se importa mais com seus próprios interesses do que como um todo.

    Acredito que são muitas as variáveis que causam a degradação humana, dentre elas talvez, a supervalorização da ciência e das artes, porém acredito que os rumos tomados por boa parte das teorias científicas são benéficas e ajudaram em muitas áreas como saúde e educação, e que servem apenas como melhora para uma sociedade. Entretando, a utilização excessiva de qualquer área do conhecimento sem um limite pode causar a degradação, já que o instinto do ser humano é sempre ser superior.

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  68. Rousseau soa excessivamente conservador em seu discurso, na minha opinião. Ele descreve os tempos onde a sociedade ainda não havia sido corrompida pelas artes e pelas ciências com certa nostalgia presente em seu texto. Ele defende que as artes a as ciências desvirtuaram a sociedade. Para Rousseau, as ciências e artes nasceram do ócio humano e dos nossos vícios.

    Rousseau faz uma tentativa de resgatar os valores antigos e argumenta contra novos valores. Ele cita inúmeros exemplos reais para fundamentar sua ideia e deixa claro que, para ele, o problema é a ânsia das pessoas por algo belo e não por algo útil. As virtudes, em sua visão, são úteis, já que foram elas que mantiveram impérios de pé; por outro lado, as artes e ciências são belas e talentosas, exatamente o que causaram a queda desses mesmos impérios. Jacques Rousseau, no entanto, não é contra a arte/ciência “útil”, mas ele se esquece do potencial dessas ciências/artes “inúteis” e “não virtuosas”, de se tornarem úteis.

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  69. Baseando-se no texto disponibilizado e em um trabalho realizado na Universidade Estadual da Paraíba, intitulado Rousseau e Discurso sobre as Ciências e Sobre as Artes: O Prelúdio de uma Visão Crítica da Centralidade Tecnocientífica, tentarei esclarecer meu entendimento sobre o tema abordado.

    Rousseau, cerca de 260 anos atrás, previa o que acontece nos dias atuais, devido a evolução e avanço da ciência e das artes, tornando o cidadão escravo das mesmas, e afastando-o de sua virtude pura de origem. O texto leva o leitor a refletir sobre a corrupção moral gerada pelas artes e ciências.

    Se aproximando do naturalismo, o texto trata o ser humano como alguém corruptível, mudando sua forma de viver somente devido a influência que a arte e as ciências exercem em sua vida.

    Através deste discurso o autor propõe uma nova abordagem sobre os temas, que até então eram vistos com uma visão mais "santificada", e não como Rousseau os vê, desta forma mais crítica.

    O brilhantismo do autor é tamanho que lendo o texto percebo exatamente a mesma características que o autor disse, cerca de 2 séculos e meio e atrás, na sociedade moderna. O homem se tornou escravo das ciências, levando assim uma vida muito menos feliz, mais agitada, sem ter tempo para refletir sobre o que realmente tem valor para si mesmo.

    Ao refletir sobre o texto, me veio na cabeça a imagem do filósofo Diógenes, que vivia de uma forma extremamente natural, tendo hábitos similares a de um cão, porém não era dependente de nada que o tirasse de sua virtude principal.

    Certamente Rousseau será lembrado sempre. Vendo a sociedade da maneira atual, cada vez mais escrava da tecnologia, estimo que os frutos desta escravidão, que certamente não serão positivos, em breve se manifestarão, e então teremos que buscar uma nova forma de viver, para isso recorremos certamente ao autor.

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  70. A crítica central de Rousseau busca dizer que o progresso da ciência e das artes corrompe a virtude dos seres humanos, então quanto mais as ciências e as artes avançam, mais a alma se corrompe, mais o homem se afasta de sua natureza, que é boa , pois como em sua célebre frase: “O homem é bom por natureza. É a sociedade que o corrompe”.Para Rousseau, a ignorânia é algo positivo, já que em sua opinião a sabedoria é uma arma devastadora onde a peversidade dos homens cresce.Apesar de não crer que o fim desse conceito das ‘’sabedorias destrutivas’’, concorda com uma reforma no modo em que se baseiam, onde deveriam apoiar-se nas virtudes acima dos vícios mundanos.
    Acredito que essa teoria seja um tanto quanto exagerada, uma vez que os progressos tanto científico quanto artístico, de um modo geral, trouxeram benefícios para as pessoas.

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  71. Em sua obra, Rousseau analisa as consequências das artes no comportamento humano. Mas sua concepção é de tanto as artes como as ciências são coisas ruins para o homem. Porque corrompem o estado de natureza do homem. Trazendo vícios e costumes que só trazer ócio e disputas entre os homens.
    O nascimento desses vícios destroem o que há de mais importante no homem que seria a moral, porque corrompe valores do homem em estado de natureza.
    Por mais rústicos que sejam os costumes primeiros, Rousseau os considera mais puros. Ele defende que quando não havia conhecimento tão apurado os homens tinham mais moral. Principalmente porque quanto mais ciência e arte há mais competição e brigas para sempre um homem se tornar melhor que o outro, isso acaba rompendo totalmente a moral.
    Vejo a ciência e a arte como um mal necessário, porque é necessário desenvolver para viver sempre com mais qualidade de vida. Se uma ação vem para ajudar a maioria das pessoas, essa ação ao meu ver não deve ser considerada com imoral.

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  72. Arthur El Reda Martins
    RA 11002610


    No primeiro trecho do texto de Rousseau já vemos que será um discurso pautado pela visão iluminista em excesso, o que era de se esperar do autor. Ele coloca as ciências e as artes acima, até mesmo, do poder político, alegando que ambas o consolidam. Discorre no entanto se isso seria bom ou ruim, tendo como foco a influência destas na natureza humana. Corromperia os homens ou os purificaria? Na primeira alternativa ele dá em seu texto exemplos do Egito, da Grécia, de Roma, impérios pautados por grande intelectualidade onde de acordo com ele havia mais sabedoria do que barbárie, mas que caíram exatamente pelas mãos dos portadores dessa sabedoria e donos do poder. Cita até mesmo a China em ‘Se as ciências purificassem os costumes, se ensinassem os homens a derramar o sangue pela pátria, se animassem a coragem, os povos da China deveriam ser sábios, livres e invencíveis’, o que demonstra ainda mais sua convicção de que quanto mais se sabe mais se cria orgulho, convicção, e mais se aproxima de uma queda. Ele também cita o ‘só sei que nada sei’ de Sócrates e glorifica essa visão, a da ignorância e da humildade em nunca se satisfazer com o que já se sabe.
    O texto, no geral, é excessivamente romantizado e de certa forma polêmico. Acho que Rousseau atribui às ciências e às artes demasiada responsabilidade pelo fracasso movido pela mão do homem e não considera o que talvez seja mais importante ao analisar essa situação: a natureza humana.

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  73. Mateus Baeta Diógenes2 de julho de 2013 às 17:14

    Rousseau não vê com bons olhos o advento e desenvolvimento da Ciência e das artes, já que estes surgiram na ociosidade humana, e através dos vícios dos humanos.

    Ele ainda critica a Ciência, pois, dificilmente, ela consegue chegar na verdade, já que só há um caminho para isso e vários caminhos para a mentira.

    Eu vejo a visão de Rousseau de maneira muito unilateral, só fazendo críticas a Ciência e não reconhecendo os avanços que esta produz.Pois se é quase impossível chegar a verdade através da Ciência, sem ela, certamente é impossível, e estaríamos limitados no que concerne a habilidade e a capacidade humana.

    A ideia de eficiência da ciência e da arte é banalizada por Rousseau, e portanto, estaríamos em situação pior diante de uma sociedade com mais sábios.Isto é que me parece pernicioso, o alto julgamento de uma necessidade imediata da produção da Ciência e da arte.


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  74. Em seu texto Rousseau faz duras criticas ao progresso cientifico e das artes, em plena academia de Dijon, discurso que o premiou em 1750. Para sustentar sua opinião da decadência e vícios que as artes e a ciência levam, ele cita civilizações que entraram em declínio após desenvolvimento das artes. Seguindo sua teoria do bom selvagem o homem em seu estado natureza é virtuoso e moral, porém seu espírito é de alcançar avanços interruptamente e isto afasta ele de seu estado natural, o de bondade, as ciências contribuíram para o estado de dissolução moral que se encontrava a sociedade. A critica de Rousseau é muito ampla e polêmica, principalmente pelo lugar onde ela foi feita, em uma academia financiada pelo poder oficial e que pretendia legitimar suas políticas, e é de se admirar sua coragem e convicção, mas não consigo concordar com o que ele diz, realmente um avanço desenfreado da ciência deve ser evitado e não são todas as tecnologias que surgem para melhorar nossa vida, realmente muitas delas apenas nos fazem trabalhar mais e ficar mais estressado, porém a melhoria na vida e saúde das pessoas que as ciências e artes trouxeram é inegável.

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  75. Para Rousseau, o espírito, assim como o corpo tem suas respectivas necessidades, e de certa forma quem as sana são as artes e as letras. Porém, também comenta que “antes de a arte modelar nossas maneiras e ensinar as nossas paixões a falar uma linguagem apurada, nossos costumes eram rústicos porém naturais;” argumentando que antes da sistematização da arte, havia mais liberdade de expressão de arte, que por sua vez, evitava muitos vícios.

    Hoje em dia, entretanto, o nosso comportamento nos é limitado através de um molde a que todos os seres humanos estão sujeitos, já que os indivíduos não tem mais vontade de se mostrar como são, por medo. Sendo assim, não é possível enxergar a individualidade dos seres, o que é considerado por Rousseau algo ruim.

    Dessa forma, Rousseau crê que o ser humano é bom por natureza e ao longo de sua busca pelo conhecimento, ele se afasta da bondade e ele se torna menos crítico, menos ele se mantém um indivíduo com características diferenciadas. Podemos fazer um paralelo com os paradigmas de Kuhn, já que eles regem a ciência, entretanto a mesma não pode se tornar não crítica, pois é a crítica que leva ao desenvolvimento e a não estagnação.

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  76. Rousseau constata, que sob uma aparente sofisticação e um fino verniz de erudição, os homens escondem seus atos perversos e corruptos.
    Os homens pretensamente evoluídos se utilizam de maneiras finas e de vestes suntuosas, enquanto a verdadeira honestidade e o caráter mais puro, não brilha nos salões elegantes, mas, se esfalfa trabalhando nos campos.
    As artes evoluem de maneira impressionante, sem contudo tocar a alma de quem as pode comprar, o que importa é o que está na superfície e o que é mostrado como evolução intelectual não é acompanhado de um aprimoramento do caráter.
    Mas o autor vai além, e aponta como em todas as épocas e em todos os centros de convivência humana, o mesmo fenômeno se repete, como a hipocrisia que levou Sócrates a ser condenado a ingerir sua taça de cicuta se aprimorou e assumiu formas mais sutis de se perpetuar.
    Eu fico tentando imaginar como se sentiria Rousseau se vivesse nos dias de hoje....onde a hipocrisia e a futilidade são a tônica dos relacionamentos em sociedade de forma infinitamente mais cruel e desumana em tal proporção que faria Rousseau se orgulhar de seus contemporâneos.

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  77. Thaís Alves Villalobos2 de julho de 2013 às 19:04

    Em seu “Discurso sobre as ciências e as artes”, Rousseau discorre sobre o conflito entre sociedades modernas e natureza humana, destacando o estado selvagem, além de denunciar as ciências e as artes como corruptoras dos homens.
    Para Rousseau, a restauração tanto das artes quanto das ciências serviu para corromper o homem e não para purificá-lo. Ambas seriam escravizadoras, além de serem instrumentos de propaganda e mais uma fonte de riqueza para os já abastados. A civilização é vista por ele como responsável pela degeneração das exigências morais da natureza humana e sua substituição pela cultura intelectual.

    Rousseau emprega um significado político ao patrocínio das artes na medida em que afirma que aos governantes era prazeroso ver se difundir entre os governados gostos, como o pela arte e por supérfluos, que não resultavam em gasto de dinheiro. Dessa forma, o povo não só mostraria sua insignificância espiritual, condizente com a escravidão, como faz com que este se esqueça da liberdade e passe a ser o chamado “povo civilizado”.

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  78. Fernando Santiago Moraes da Rocha2 de julho de 2013 às 19:11

    Jean-Jacques Rousseau é muito conhecido pela sua obra “O Contrato Social”. Nesta obra ele apresenta que o homem é bom no seu estado de natureza, e, após aceitar o contrato social, conhecer mais sobre o mundo e começar a conviver com outros homens, ele perderia suas virtudes e se tornaria mau. Essa visão geral de Rousseau seria, em termos lakasianos, o seu núcleo firme, enquanto que o que é colocado no texto “Discurso sobre as Ciências e as Artes” seria um cinturão protetor.
    O que ocorre é que Rousseau apresenta sua ideia de que o desenvolvimento das ciências e das artes seguem uma linha inversamente proporcional ao desenvolvimento do homem no que se trata de sua bondade e de suas virtudes. Isso ocorre pois as artes e as ciências trazem ao homem vícios e costumes que causam somente o ócio e disputas entre eles.
    De certa forma Rousseau pode ser visto com um visionário, pois hoje em dia é nítido ver que o desenvolvimento das ciências e das artes fazem com que o homem vire de certa forma um escravo delas, o que acaba com o homem puro do estado de natureza de Rousseau. Os paralelos que me aparecem imediatamente são com Karl Marx e com o blog do professor Dedalus.
    Marx coloca uma visão similar à de Rousseau mas em tempos diferentes, em que já existe uma divisão de classes entre empregador e empregado, fazendo do empregado literalmente um escravo da maquina, e do empregador aquele que escraviza por meio da máquina. E no blog do professor Dedalus há uma postagem intitulada “Publicar e perecer” que foi postada às 7 horas da manhã de uma segunda feira, em que ele descreve a sua situação e a de muitos colegas pesquisadores. Ele coloca que “Na academia, o lema é publicar ou perecer: e assim pilhas de palavras, gráficos e equações são produzidas apenas para aumentar a quantidade das coisas que irão, rapidamente, para o lixo da história, inflando por algum tempo o ego e a reputação local de alguns.”. Coincidência ou não, 24 horas depois dessa postagem ele escreveu sua última postagem dizendo que “Ontem cheguei ao fundo do poço. No começo do dia encarei o abismo por longos minutos, decidindo se dava um passo à frente ou não, depois vaguei o dia todo a pé sem rumo, sem lugar para ir e sem praticamente falar com qualquer pessoa, só para terminar o dia muito cansado.”

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  79. A intenção de Rousseau em "Discurso sobre a Ciência e as artes" é relacionar esses dois temas com a purificação dos costumes humanos.

    Rousseau acredita que tanto a arte quanto a ciência são frutos de nossos vícios, ambições, mentiras e isso afeta nossos costumes.

    Ele afirma que quanto mais valorizamos a ciência e as artes, menos valorizamos nossas virtudes. O ideal para ele é representado pela simplicidade encontrada no início da vida humana, onde há a presença da inocência.

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  80. Este comentário foi removido pelo autor.

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  81. Em sua obra Discurso sobre as Ciências e as Artes, Rousseau recrimina completamente as ciências e as artes, que forma que não se pode encontrar sequer um elogio. Segundo o autor, ambas recebem a culpa pela inércia e a ignorância humana.
    Ele não economiza nas criticas quanto às grandes civilizações, que em sua concepção caíram após começarem a se dedicar a estas atividades, seria o exemplo da Grécia, Roma e Egito.
    Deste modo, sua crença é de que o homem ao se dedicar a ciência ou a arte tem um distanciamento de seu estado natural, o estado no qual ele considera o homem bom.
    O discurso de Rousseau tem um tom conservador, que não me agrada muito, creio ser possível a obtenção de avanços nestas áreas sem perda moral. É claro que ele tem razão quando fala que nossa curiosidade já causou muitos males, e que pode ter sido motivo de corrupção humana, do mesmo modo que ela também foi responsável pela nossa evolução.

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  82. Luis Alfredo da Silva2 de julho de 2013 às 21:24

    A visão de Rosseau sobre a arte (e as ciências como um todo) e seu suposto poder de corrupção do homem do seu estado de natureza e bondade para um estado de desigualdades -que de alguma forma alteram o caráter do homem- é um dos pontos mais defendidos para o autor defender suas teorias de contrato social e tema interessante quando adequado á filosofia ética.
    De certo modo é atraente pensar de uma maneira mais aprofundada sobre os inúmeros problemas e conflitos sociais ligados à avanços científicos, sendo muitos destes temas fontes para a conceituação ética do que é considerado moral ou imoral. A ciência e a racionalidade humana extremada já levou a períodos de grande positivismo em épocas de revolução industrial, por exemplo. Por outro lado, períodos de grande descrédito como a segunda guerra mundial e a guerra fria que levaram grande parte do mundo ao espanto dos rumos que os estudos científicos estavam tomando.
    Contudo, observo que talvez este caráter atribuído a arte não seja de todo verdadeiro ou válido universalmente. Realmente a história demonstra períodos negros do desenvolvimento científico que ampliaram diferenças entre os povos, mas não podemos esquecer dos diversos usos sociais da ciência na diminuição destas mesmas diferenças. Se seguirmos os preceitos defendidos pelo utilitarismo- principalmente o autor Stuart Mill, cujo a teoria, em critério subjetivo, é uma das mais interessantes e que aborda de maneira mais contundente as áreas relacionadas ao desenvolvimento do entendimento humano não se pode defender que a ciência seja a origem de todo mal da humanidade e responsável último pelos problemas do relacionamento humano, pelo contrário, ela constituiria uma das maiores fontes de prazer e conseqüentemente de comportamento ético. No mais, vale o exercício do bom senso para definir como utilizar a ferramenta científica de modo a evitar o seu ônus e alavancar os seus aspectos positivos.

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  83. Em seu discurso, Rousseau critica o modo como o desenvolvimento das artes e das ciências influencia a sociedade. Logo no início, o autor diz: “O restabelecimento das ciências e das artes contribuiu para purificar ou para corromper os costumes?”. Para Rousseau, esse reestabelecimento criou um “molde” de costumes e condutas, fazendo com que os homens perdessem suas virtudes. As pessoas buscam agir de modo a imitar o que é posto como certo, deixando de lado sua verdadeira vontade. “Ninguém mais ousa parecer aquilo que é; e, nesse constrangimento perpétuo, os homens que formam esse rebanho chamado sociedade colocados nas mesmas circunstâncias farão todos as mesmas coisas, se motivos mais poderosos não os desviarem”. Este modo de agir seguindo padrões, que o autor define como um “véu uniforme e pérfido da polidez”, tomou o lugar da natureza virtuosa do homem. Assim, as pessoas deixaram de agir com sinceridade, com probidade.

    O autor afirma que as ciências e as artes nasceram dos nossos vícios e cita alguns exemplos: “A astronomia nasceu da superstição; (...)a geometria, da avareza; a física, de uma vã curiosidade; todas, e a própria moral, do orgulho humano.” Assim, como algo nascido dos nossos defeitos, e não das nossas virtudes, poderia trazer benefícios?

    A partir disto, pode-se concluir que Rousseau apresentava um certo descontentamento referente à constituição da sociedade. Segundo o autor, a maioria dos nossos males seria evitada se vivêssemos de forma simples, como a natureza prescreve. Porém, como já foi dito, os vícios dos homens (que são os “pais” das ciências e das artes) acabam distanciando-o desta forma simples de viver, tornando-o falso e imoral.

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  84. Este texto volta-se contra a dependência vivenciada hoje pelo homem com relação à ciência e a arte. Há muito tempo atrás Rousseau via em sua sociedade o inicio de um fenômeno que se intensificaria cada vez mais, fenômeno esse que se caracteriza pela criação de uma dependência humana por parte da ciência e das artes.
    Esse fenômeno pode ser visto hoje como a necessidade de estar sempre a caminho do avanço tecnológico e cientifico. Podemos ver que essa necessidade causa vários problemas na qualidade de vida, o homem não se sente completo enquanto não atingir o ápice do desenvolvimento e descobrir todas as lacunas existentes no mundo. Também não se contenta mais com os bens que possui e assim toda a vida vai sendo influenciada.
    Concordo em partes com o texto escrito, mas em alguns pontos não me senti muito confortável com a opinião do autor.

    (Não consegui abrir o link do blog e por isso procurei de uma fonte externa, espero ter lido o texto certo...)

    Guilherme N. A. Melo
    RA. 21050512

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  85. No texto "Discurso sobre as Ciências e as Artes", Rousseau se posiciona de maneira contrária as noções que a sociedade tinham sobre a influência das ciências e das artes no aprimoramento dos costumes humanos.
    Isso se justifica pela concepção que Rousseau faz do que seria a ciência. Para ele, a ciência é responsável pela ignorância humana, no sentido de que ela só é buscada quando o homem é regido pelo orgulho. A ciência, portanto, faria parte do conjunto de coisas que formam a sociedade e são responsáveis por corromper o homem.
    Para ele, as ciências e a arte (conhecidas por nós por meio das "luzes") não trouxeram benefícios, pelo contrário, trouxeram sentimentos e ações ruins. Nesse aspecto, não concordo plenamente com ele, mas é possível compreender sua argumentação. Um exemplo que posso dar para corroborar com a tese dele é a descoberta da energia atômica, que tem aplicações muito contraditórias. Por um lado, ela pode trazer os benefícios de uma energia "limpa" e por outro, o descobrimento dela foi responsável pelo surgimento da bomba atômica, que até hoje ainda nos assombra.

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  86. Rousseau objetiva mostrar como as Artes e a Ciência acabaram por interferir em nossos costumes, chegando a conclusão de que, sim, a sociedade sofreu e sofre interferências desses campos.
    Estas, são degradantes ao homem pois, tanto o fazer artístico quanto o cientifico, fortificam os vícios, e são esquecidas as virtudes.
    Sendo que, estes 'desenvolvimentos' afastam, cada vez mais, o homem de seu estado natural, que, segundo o autor, tem uma origem virtuosa, apesar de rústica.
    Para Rousseau, a vida simples conserva os valores morais, e as Ciências e as Artes, provenientes do egoísmo humano, tendem ao vicio, afastando a virtude.
    Para posicionar-se, Rousseau exemplifica com as historias de civilizações antigas, e, ainda, faz alusão à Sócrates, mostrando que sua relação com a ignorância o afastara dos tais vícios.
    Apesar de demonstrar esta aporia entre a vida simples primitiva e o avanço das ciências e das artes, não se mostra um total inimigo das ciências, afinal, elas são produtos do engenho humano.
    Considero a visão de Rousseau um tanto quanto conservadora, porém, vejo sentido no que ele afirma. É visível o quanto as Ciências e Artes nos ajudam a aprimorar a vida cotidiana, ajudando em uma evolução contínua. Porém, é preciso achar um equilíbrio para tais práticas, bem como em outras áreas da vida.

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  87. Em seu "Discurso sobre as ciências e as artes" Rousseau deixa claro que não acredita que as ciências e as artes possam influenciar positivamente os costumes da sociedade. Muito pelo contrário, Rousseau afirma que o desenvolvimento científico e artístico de um povo só leva à inércia e à ignorância. Para provar o que diz, Rousseau dá o exemplo do Egito, de Grécia e de Roma. Conforme mostra a História, os impérios egípcio, grego e romano entraram em decadência após investirem fortemente em ciência e arte. Para ele, os dois objetos levam à ignorância e causam um verdadeiro retrocesso humano.
    O retrocesso humano é explicado: as artes e ciências, segundo Rousseau, são vícios e costumes que corrompem o homem e impedem o desevolvimento da humanidade. O principal problema da ciência é que ela afeta diretamente a moral. Para ele a filosofia cria charlatães, mentirosos. Sua forte oposição às ciências e artes fez dele também um opositor do Iluminismo que, segundo sua visão, traria mais escuridão ao conhecimento do homem. Rousseau faz questão de frisar que existe somente um tipo de arte que o homem pode e deve seguir: a virtude.
    Rousseau me parece um tanto quanto radical ao considerar que as artes e a ciência não tragam nenhum avanço à humanidade. Ao meu ver, a arte é fundamental ao bem-estar do homem, que necessita de algo para apreciar e se sentir bem. Não consigo enxergar de que maneira uma produção artística poderia causar danos ao conhecimento humano. Afirmo o mesmo a respeito da ciência. Mesmo que por várias vezes ela tenha sido usada para fins não tão bons, não se pode descartar os inúmeros avanços dela decorridos.

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  88. Em seu texto, Rousseau aborda de forma interessante a questão de que o nosso estudo da ciência e artes pode nos corromper, nos transformando em seres não morais. Ele crê que todo homem é puro por natureza, ou seja, todos nós somos, a princípio, morais. Esta moralidade poderá acabar portanto, se nos basearmos muito na busca pela ciência, pois nos cegaríamos pela infinita vontade de conhecimento.

    Uma passagem interessante citada em seu texto, é a de Sócrates, que diz que o ser sábio é aquele que não teme dizer que nada sabe. Tenho que discordar um pouco. Acredito que o homem não busca necessariamente o conhecimento, mas sim o entendimento das coisas, pura curiosidade.

    Acho improvável que quando curiosos sobre como certa coisa funciona, nós podemos mudar nossa forma ética de agir, ou até mesmo mudarmos costumes por uma simples vontade de entender algo. Creio que esta vontade seja como uma segunda opção, vindo atrás da ética propriamente dita. Ou seja, o homem encerraria sua vontade pelo 'saber' se esta prejudicasse a si mesmo ou sua sociedade de certa forma, pois afinal, tal conhecimento só levaria ao simples fato de que agora entendemos como tal coisa funciona.

    Acredito que saber como as coisas funcionam é uma importante 'chave' deste jogo chamado vida. Não escolhemos viver, apenas nos apresentam a vida e temos que encará-la. Talvez saber como as coisas que a envolvem funcionam, possa nos ajudar a melhorar a vivência da mesma. Creio portanto, ser indispensável que o ser humano busque pelo entendimento e funcionamento das coisas que o cercam, mas sem que isto prejudique sua convivência social.

    Sem esta vontade, o homem jamais evoluiria seu campo tecnológico e medicinal, privando-nos portanto, de uma vida mais longa e saudável. Sem esta vontade, a sociedade não estaria tão bem desenvolvida a ponto de nascerem pessoas capazes de discutir se tal desenvolvimento foi bom ou não para a natureza do homem. Ou seja, para mim esta discussão de Rousseau é totalmente desnecessária e impossível, uma vez que ele tenta argumentar sobre fatos que caso não acontecessem, o mesmo não teria capacidade para sequer pensar em uma discussão como esta.

    Concordo em partes que a ciência pode nos tirar um pouco do nosso senso ético. Mas acredito ser totalmente necessária para que possamos melhorar o próprio convívio social. O grande problema que acho na discussão de Rousseau, seria o fato de que é impossível sabermos como seria o cenário caso o homem não se interessasse pela ciência. No fim das contas, a ética progride juntamente com sua sociedade.

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  89. Juliana Dos Anjos Fonseca Rosa3 de julho de 2013 às 09:51

    Rousseau busca explorar a ideia de que o homem é bom por natureza e seu espírito pode sofrer aprimoramento quase ilimitado, e o conhecimento cientifico e arte, que ocorrem até o momento de seu discurso, são reflexos do lado sombrio do homem, pois demonstram o egoismo e o vicio. Sendo que esse conhecimento tem que fluir da virtude do homem, sendo assim Rousseau propõem uma reconstrução do conhecimento e da arte existentes até aquele momento.
    Para Rousseau o progresso e a inovação da sociedade alienam o homem, sendo que este deixa de agir de forma ética. Como em uma uma de suas frases celebres "O homem nasce bom e é a sociedade que o corrompe".

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  90. No “Discurso sobre as Ciências e as Artes”, Jean Jacques Rousseau apresenta a ideia de que o desenvolvimento da ciência e das artes é ruim para o ser humano. Rousseau acredita no “bom selvagem”, ou seja, acredita que o ser humano em seu estado de natureza é bom, mas a sociedade e seus anseios o corrompem. O bom selvagem possuía costumes rústicos, porém naturais, e por valorizar a natureza e os sentimentos é que Rousseau o considera virtuoso. O desenvolvimento da Ciência e das Artes acaba por criar um conflito entre as virtudes e os vícios dos seres humanos.

    “Para Rousseau as ciências e as artes nasceram de nossos vícios, superstição, ambição, ódio, adulação, mentira, avareza e orgulho humano e a conseqüência óbvia desta origem é a dissolução dos costumes. Para ele enquanto as comodidades da vida se multiplicam, as artes se aperfeiçoam e o luxo se propaga, a coragem se debilita e as virtudes desaparecem. Tanto é assim que luxo e arte, jurisprudência e injustiças, histórias e guerras não teriam sentido se considerados isoladamente.” (Peluso; Ética para Principiantes, p.71)

    O homem no estado de natureza é ignorante, mas isso é considerado algo bom por Rousseau, uma vez que para ele a sabedoria é perigosa e devastadora. E é por considerar a ignorância como o “conhecimento original” do ser humano que Rousseau escreve no texto o seu apoio a Sócrates, fazendo referência à Apologia de Sócrates escrita por Platão:

    “Eis, pois, o mais sábio dos homens, segundo o julgamento dos deuses, e o mais sábio dos atenienses, segundo o sentimento da Grécia inteira. Sócrates, a fazer o elogio da ignorância!”

    A meu ver, Rousseau está certo em alguns pontos. As influências da ciência e das artes de certa maneira geram uma uniformidade nas pessoas, que passam a seguir padrões ao invés de serem elas mesmas (em suas palavras, “todos os espíritos foram atirados num mesmo molde”), mas não acredito que todo tipo de desenvolvimento tecnológico ou artístico possua este efeito, muito menos que eles não contribuíram para o melhoramento do homem ou que apenas estes dois fatores sejam os principais responsáveis por este tipo de acontecimento.

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  91. Rousseau faz uma crítica o progresso das ciências e das artes que "maquiam" a vida.
    Os homens pensam que encontram a verdade nas artes e nas ciências, e por isso se julgam sábios, mas na realidade eles estão cegos e viciados nesse modo bonito e sistemático, mas inútil de viver.
    Somente a simplicidade pode trazer a felicidade ao homem.
    Por isso, Rousseau acredita ser importante buscar a virtude, o dever e a simplicidade, concluindo o seu discurso dizendo:
    "Oh virtude, ciência sublime das almas simples, será preciso então tanto trabalho e tantos aparelhos para te conhecer? Teus princípios não estão gravados em todos os corações? e não bastaria, para ensinar tuas leis, penetrar em si mesmo e escutar a voz da consciência no silêncio das paixões! Eis a verdadeira filosofia, saibamos nos contentar com ela; e, sem invejar a glória desses homens célebres que se imortalizam na república das letras, tratemos de pôr entre eles e nós esta distinção gloriosa que se notava outrora entre dois grandes povos: um sabia dizer bem, o outro bem fazer."

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  92. Nome: Bruno Euzébio Cont

    Nessa obra, Rousseau tem o mérito de ter ideias que vão de encontro não somente aos seus contemporâneos, mas também à nossa geração, pois não deixamos de associar artes e ciências com boas virtudes, justamente o que o autor suíço critica. É interessante como o autor faz uso da história para corroborar o seu ponto de vista, citando grandes civilizações que, desenvolvendo seus talentos para as artes e as ciências, declinaram moralmente.
    Mas cabe aqui fazer uma crítica: Será que realmente podemos culpar o progresso das artes e das ciências pelo declínio moral de grandes civilizações? Serão os homens realmente bons por natureza e, caso não o sejam, as artes e as ciências os tornariam piores? Não há outros fatores responsáveis pelo declínio moral dos homens?.
    A última dessas perguntas torna-se uma das mais importantes porque, por mais que haja uma bela argumentação, Rousseau propõe o binômio progresso artístico-declínio moral a partir de constatações, não de relações causais. Ou seja, ele apenas verifica que onde houve progresso científico e artístico, houve também declínio moral. Mas isso não nos permite estabelecer uma relação causal.
    Não obstante, é mister reconhecer a qualidade dessa obra-prima. Diferentemente dos filósofos que buscam estabelecer primeiramente fundamentos para a moral a partir de construções abstratas para em seguida discutir o que é e o que não é moral, Rousseau expõe, nessa obra, o que ele acha ser imoral, para em seguida dizer o porquê da imoralidade. Vale ressaltar que o que assegura esse caminho diferente dos demais filósofos é a premissa não declarada nessa obra: os homens são, por natureza, bons. A sociedade os corrompe.
    Essa última premissa não só asfalta o caminho da argumentação, como também é utilizada para culpar as artes e as ciências. Isso se dá pois, conforme dito no texto, as artes e as ciências estão asociadas ao luxo e ao ócio. Ora, como poderia haver luxo e ócio numa vida fora de sociedade? Consequentemente, sendo a sociedade corrupta, não há como o luxo e o ócio serem bons e, por conseguinte, o que for deles criado. A única solução para uma criação daí advinda seria que ela rompesse com o luxo e o ócio, e, por conseguinte, com a própria sociedade, ou seja, houvesse uma revolução. Nesse sentido, proponho a seguinte reflexão para finalizar o comentário: Se as artes e as ciências tornassem-se revolucionárias, rompendo com a sociedade, o luxo, o ócio, e todas as desqualidades sociais, tornariam-se bem vistas por Rousseau?

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  93. Rousseau no começo do Discurso, refere-se ao mal estar que este pode vir a causar em muitas pessoas e que não tem como objetivo agradar a nenhum tipo de pessoa.O "Discurso Sobre as Ciências e as Artes" de Rousseau apresenta argumentos indicativos de que as ciências e as artes tiveram resultados negativos, e não positivos, para o ser humano. Ele associa as artes com a depreciação de alguns valores por justificar seu nascimento e desenvolvimento a partir de nossos vícios, curiosidades, ambições, do orgulho humano, entre outras sensações, para o autor, o desenvolvimento das sociedades estragou o homem e a sua natureza. Em seu estado de natureza o homem seria bom e puro mesmo que ignorante e a convivência com outros homens o prejudicaria, de modo que, apesar de receber e aprender muito sobre o mundo, perderia a sua bondade e as suas virtudes.
    Ainda assim, ele não se opõe ao progresso da ciência, mas ele se opõe a forma como ela acontece. Ele acredita que se o avanço das ciências e das artes acontecer harmoniosamente com as virtuosidades da natureza, o avanço tornará o homem feliz, caso contrário apenas trará infelicidades e corrupção.

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  94. Rousseau escreve com o intuito de mostrar se houve, ou não, contribuição da ciência e das artes para os costumes. Sua ideia principal se assemelha um pouco com a do Contrato Social, de que no ambiente natural o ser humano não está preso às demandas dos outros indivíduos nem está sujeito às rotinas constrangedoras impostas pela sociedade.
    Concordo com Rousseau quando ele diz que nossa curiosidade já causou muitos males. As ciências, afinal, tem origem numa curiosidade; e o que se torna objeto de estudo nem sempre gera coisas boas, por inúmeras vezes os resultados se tornam muito mais prejudiciais que benéficos. Nesse sentido, a ciência parece de fato ter o poder de corromper o individuo e pode-se notar que o principal argumento de Rousseau é de que a ciência nasceu do orgulho humano, e que o desenvolvimento da mesma, tem atraído o homem para condutas não mais virtuosas, ou seja, que busquem o bem comum, e que levem em conta as ações acime mencionadas.

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  95. Rousseau me lembrou muito Platão ao lidar de uma forma tão brusca com as artes como lidou no texto. Dizer que a ciência e a arte foram os fatores essenciais para a corrupção do homem é desacreditar nas próprias potencialidades dele, e ir contra a sua principal posição de o homem era, em seu princípio, bom. Afinal, ambas saíram de sua própria razão, de seus anseios. Por isso sempre achei muito complicado lidar com a questão da natureza de um ser humanos. Percebe-se sempre um caráter teológico com o qual esses desenvolvimento sempre são postos. Como poderíamos ligar casualmente o desenvolvimento científico a artístico com a moral? Como todo este desenvolvimento poderia ser considerado como nefasto, mesmo trazendo toda uma gama de condições positivas do desenvolvimento humano? Acho que abandonar a teologia, aquele prazer de imaginar a perfeição inicial e começar a lidar com os fatores que distorceram o que quer que tenha se tornado negativo na história da humanidade é algo muito mais crítico e menos sonhador do que ter uma espécie de uma nostalgia por um algo perdido que fosse puro. Se a arte é uma lembrança de divino expressa em uma determinada linguagem por um homem através da reminiscência, então poderíamos aformar que o universal é contra a racionalidade e a vida?

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  96. O texto de Rousseau mostra uma face conservadora do filósofo ao criticar o mundo como é hoje, corrompido pelas artes e ciências. De certa forma o autor está certo ao atribuir um ar de inutilidade à algumas artes e ciências, porém creio que toda forma de criação humana tem valor, mesmo não tendo utilidade prática.

    Rousseau utiliza de um discurso saudosista para falar do mundo anterior as ciências como superior ao posterior do homem artista e cientista. Nesse ponto o autor peca, pois é ilógico pensar que o mundo anterior ao homem inventor seja um mundo melhor que o atual, mesmo que exista sim uma carga de responsabilidade e de inúmeros erros humanos com o progresso.

    Concordo com o autor ao atribuir valor às ciências de valor útil que, como os utilitaristas, vê na utilidade o valor moral das coisas. Entretanto, não existem razões para se desmerecer ou até atribuir os males do mundo às ciências e artes de menor valor final.

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  97. Rousseau estava certo ao dizer que seu texto seria polêmico. Nele há uma visão curiosa sobre a relação do homem com a arte. Penso que o autor reafirma sua defesa pelo natural, em detrimento da técnica. Entendo que, de acordo com ele, o gosto pelo luxo, que vem do contato com as artes, nos afasta da virtude, do autoconhecimento. Não que haja problema em si desenvolvimento das artes e da ciência, mas deve haver cuidado com os vícios que isso pode trazer. Segue o pensamento do próprio autor de quem o ser humano nasce bom, e a sociedade que o corrompe. Sendo as artes a ciência são frutos dos costumes do povo, há essa corrupção.
    Pessoalmente, estranho essa visão. Para mim, principalmente as artes, são um modo muito efetivo de conhecer a si mesmo. Escrever, por exemplo, pode ser uma ótima terapia. Despejando nossas ideias no papel, podemos entender melhor nosso modo de pensar, e talvez como resolver nossos problemas. A música, o cinema, a pintura, entre outras artes, podem nos trazer novas visões, tanto para quem faz, tanto para quem recebe e percebe essas artes.

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  98. Carolina Carinhato Sampaio4 de julho de 2013 às 13:35

    Rousseau, ao questionar se o progresso tornou o Homem mais puro ou mais corrompido, me remete à Fernando Pessoa e seus heterônimos. Ele possuía três personagens, dos quais dois me chamam a atenção. Álvaro, o romântico e idealizador futurista da cidade grande, que de tanta mudança e tanto progresso, acaba ficando melancólico ao extremo, chegando a ser até depressivo.
    Já seu outro personagem, Alberto Caeiro, prezava as sensações. Era o menos estudado, o heterônimo camponês. Era objetivo e exaltava as pequenas coisas da vida, todo o que é natural. E, dos três poetas, ele era o mais realizado de todos, ainda que o fosse com pouco. E este tipo de comportamento reflete aquilo que Rousseau diz do Homem e a sua relação com a ciência e o progresso.
    "Antes da arte modelar as nossas maneiras e ensinar as nossas paixões a falar uma linguagem apurada, nossos costumes eram rústicos, porém naturais; e a diferença dos procedimentos anunciava, ao primeiro golpe de vista, a dos caracteres. A natureza humana, no fundo, não era melhor; mas, os homens encontravam sua segurança na facilidade de se penetrarem reciprocamente; e essa vantagem, cujo valor não sentimos, lhes evitava muitos vícios."
    Na frase anterior e como uma síntese do seu texto, ele nos diz que o Homem era mais feliz quando era mais natural; quando a sua polidez e rebuscamento ainda não eram essenciais para torná-lo um indivíduo culto, de bem. E é por causa dessa certa pressão que esse tipo de comportamento mais moderno visa, os problemas também se tornaram e se tornam cada vez mais frequentes. Com esse tipo de argumento, ele explicaria a doença que hoje conhecemos como depressão e como ela vem aumentando nas últimas décadas, por exemplo. As ciências e as artes são criações dos nossos vícios, e estes estão corrompendo a sociedade cada vez mais - fazendo com que o físico já não seja tão importante (esquecimento dos militares, por exemplo) e que as artes sejam um tipo de verdade - sendo que ela não traz a felicidade para o ser humano; pelo contrário, o deixa ainda mais angustiado.
    A ignorância é melhor do que o pedantismo ou o falso conhecimento. É melhor não saber de algumas coisas do que fingir essa sabedoria.

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  99. Rousseau em seu texto critica o progresso das artes e da ciência, para o autor estas nascem dos nossos vícios e não das nossas virtudes, com o progresso o ser humanano se corrompe cada vez mais, se afastando do seu estado de natureza. Para Rousseau as pessoas que não procuram adquirir conhecimento somente para agradar as outras, são as pessoas que ele considera éticas, há então uma valorização da ignorância pelo Rousseau (assim como vemos em Sócrates), como se a ignorância fosse o nosso estado de natureza.
    Para o autor a moral é uma das virtudes humanas, e a artes e a ciência que são produtos da sociedade, corrompem os valores humanos.
    Percebemos que Rousseau tem uma visão muito negativa sobre as artes e as ciências, e as consequências que estas trouxeram para a sociedade, possivelmente por perceber que muitos dessas ações são praticadas por vaidade, ou pelo ócio. Se a arte e a ciência fosse verdadeiramente praticada para produzir o bem, somente como benefício para a sociedade, acredito que não haveria criticas do autor.

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  100. Antes de analisar o texto, faz-se necessário situar o período no qual Rousseau viveu, contemplado com pujança de ideias que recebeu, posteriormente, a nomenclatura de “Era das Luzes”. A empolgação nessa época era crescente, tanto por pensadores quanto pelo resto da população, que enfrentavam um vertiginoso progresso científico-tecnológico e progressos em áreas como a arte, tal crescimento apontava um caminho promissor para a todos.

    Ao ler o texto, percebe-se um discurso conservador de Rousseau, dando a impressão que o autor tinha interesse iminente de brecar a empolgação e apontar que a comunidade não caminhava tão bem quanto parecia. Como argumentação, Rousseau demonstra que o desenvolvimento está contribuindo para a degradação do ser humano, nascidos de vícios e ócio. Com isso, busca trazer valores ultrapassados em detrimento de novos valores, dos quais luta contra.
    O grande problema é o interesse da população por beleza em detrimento de utilidade, fazendo o contraponto da utilidade das virtudes e suas contribuições, ao passo que a beleza e talento incorporado na arte a na ciência é que foram os culpados pela queda destes mesmos impérios.

    Por fim, percebe-se que Rousseau não é contra a utilidade das ciências ou das artes, ele apenas ignora a possibilidade delas assimilarem o valor de utilidade

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  101. Rousseau em seu texto “Discurso sobre a ciência e as artes” expõe que o homem possui um estado de pureza natural até o momento que a Ciência e a Arte o corrompem, já que essas o tirarão a virtude e farão com que caiam no egoismo e assim o individuo expõe o que há de pior nele. A busca pelo luxo e vaidade afasta o individuo de sua virtudes e da sua essência.

    Para o autor a ignorância do individuo faria com que ele permanecesse no estado puro, e a sabedoria e o progresso traria a perversidade para o humano.

    Não concordo totalmente com Rousseau, não acredito que a Ciência e a Arte corrompam a humanidade, a sua pureza e a sua virtude, ao contrario, a Ciência e a Arte em sua grande maioria contribuem para o desenvolvimento humano, aprimora seus conhecimentos e o progresso pode ser algo satisfatório. Porém acredito que sim, a Ciência e a Arte trazem alguns vícios não positivos e fazem que o humano caia na perversidade.

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  102. Daniele Rodrigues de Faria4 de julho de 2013 às 19:39

    A posição de Rousseau em relação às ciências e as artes fica muito clara no decorrer do texto, e o autor apoia suas críticas em diversos exemplos históricos de sociedades e impérios que sucumbiram devido ao restabelecimento das ciências e das artes. De acordo com Rousseau, ambas nasceram a partir dos vícios humanos, e baseiam-se no luxo, na soberba e, sobretudo, na ociosidade, que é duramente criticada pelo autor.
    O autor defende a simplicidade, a ignorância, o exercício das virtudes humanas, a valorização da pátria (em vários momentos ele, ao meu ver, exalta as guerras como atos de coragem), como pode-se perceber no excerto:
    " Se a cultura das ciências é prejudicial às qualidades guerreiras, ainda o é mais às qualidades morais. Desde os nossos primeiros anos, uma educação insensata orna o nosso espírito e corrompe o nosso julgamento. Vejo, por toda parte, imensos estabelecimentos onde se educa a juventude por preços exorbitantes, para lhe ensinar todas as coisas, exceto os seus deveres. Vossos filhos ignoram a sua própria língua, mas falarão outras que não se usam em parte alguma; saberão fazer versos que mal poderão compreender; sem saber separar o erro da verdade, Possuirão a arte de os tornar irreconhecíveis aos outros por meio de argumentos especiosos; mas, as palavras magnanimidade, eqüidade, temperança, humanidade, coragem, eles não saberão o que são; o doce nome de pátria jamais lhes impressionará os ouvidos; e, se ouvirem falar de Deus, será menos por apreendê-lo do que por temê-lo".
    Além disso, Rousseau explicita a importância da utilidade, ou seja, é importante que um livro, por exemplo, seja útil, e não bem escrito.
    Outro excerto interessante: "Que faríamos das artes, sem o luxo que as nutre? Sem as injustiças dos homens, de que serviria a jurisprudência? Que seria da história, se não houvesse tiranos, nem guerras, nem conspiradores? Numa palavra, quem desejaria passar a vida em estéreis contemplações, se cada qual, consultando apenas os deveres do homem e as necessidades da natureza, só tivesse tempo para atender à pátria, aos infelizes e aos amigos? "
    Ou seja, Rousseau critica sobretudo a filosofia (estéreis contemplações) e também as artes (principalmente a escrita) e as ciências pois estas não seriam úteis, ao contrário, serviriam somente para aguçar os vícios dos homens, e desviá-los do caminho do 'coração', da simplicidade, da vida ignorante, mas virtuosa.
    Por fim, o autor novamente exalta a utilidade e o caráter prático das ações em suas falas finais: "Eis a verdadeira filosofia, saibamos nos contentar com ela; e, sem invejar a glória desses homens célebres que se imortalizam na república das letras, tratemos de pôr entre eles e nós esta distinção gloriosa que se notava outrora entre dois grandes povos: um sabia dizer bem, o outro bem fazer."

    Daniele Rodrigues de Faria
    RA:21047112

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  103. O texto de Jean-Jacques Rousseau traz uma crítica às ciências e as artes, denunciando como corruptoras do homem, pois ao invés de contribuírem para a purificação do homem contribui para a sua corrupção. Rousseau faz uma contrariedade entre as sociedades modernas e a natureza humana, devido existir uma influência de modo negativo da civilização sobre os indivíduos, pois a civilização de certa forma substitui a cultura intelectual. Ele se faz uma pergunta, se quando o homem abandonou o estado de natureza ele se perverteu concentrando agora na arte e ciência. Antes, no estado de natureza, o ser humano era ignorante, e com o tempo foi vencendo a barbárie inesperadamente e revolucionaria. Devido a revolução agora vem o progresso e a evolução, esta quase nunca acontece da forma mais ética. A II Guerra Mundial é um exemplo de evolução cientifica da humanidade, que também não devemos esquecer que foi o momento mais violento e desrespeitoso dos direitos humanos.

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  104. Rousseau esclarece seu ponto de vista em relação à natureza humana. Segundo ele, o homem é naturalmente bom e, sendo assim, em seu estado natural é um ser puro. Mas quando se adequa à sociedade humana, se torna um ser corruptível, como resultado das influências dos costumes, que são uma extensão de seus anseios.
    Ele propõe então um conflito entre o homem natural e a sociedade. Segundo ele, aas artes e as ciências são prejudiciais ao homem, pois esse deixa seu estado puro ao entrar na sociedade e é o responsável pelo estudo científico e artístico, esses sendo resultado de sua ociosidade. O que era pra trazer à tona o conhecimento do homem, pode gerar desconfiança, frieza e ódio, como resultado de um conhecimento não cabível ao homem natural. Além disso, elas tiram o foco da virtude humana.
    Discordo com a visão de Rousseau no sentido da natureza humana. Para mim, o homem, mesmo em seu estado mais natural (hoje observado em uma criança que nada sabe) já é alguém naturalmente corruptível. Por mais que sejamos inocentes e despretensiosos, já sabemos quando chorar, fazer birra e pra quem devemos e pra quem não devemos pedir o que queremos ganhar. Portanto, não considero o homem naturalmente bom, mas sim naturalmente corruptível, que se torna um ser mais ético quando socializa com outros.

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  105. A importância da obra da obra de Jean Jacques Rosseau é verificada pois se encontra inserida no contexto iluminismo, do século XVII, e todo o encamento da chamada era das luzes. Na época, acredito eu, havia uma empolgação não só por parte dos pensadores, mas de uma maneira mais geral, com os feitos que os homens alcançava. O vigente progresso cientifico, com o restabelecimento da ciência é de artes, realmente podia causar uma sensação de que a humanidade estava caminhando rumo à perfeição, e isso refletiria diretamente nos costumes,e também na virtude.
    Neste texto, é possível percebe-se que a preocupação, sobre a relação entre artes e a ciência, e também a consequência disto gerando um conflito entre a sociedade e natureza humana.
    Também há a ideia que a alma seria corrompida pelas artes e ciências, e a felicidade estaria ligada a simplicidade, é o estado primitivo do homem. A virtude só virá quando a sociedade dispor de situações igualitárias para os homens. A também a ideia que países considerados como desenvolvidos tecnologicamente e culturalmente sofrem degeneração dos costumes, enquanto os menos desenvolvidos enfretam problemas éticos.

    Fernanda A. Nascimento
    RA 21071312

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  106. Bruno Pestana Macedo
    RA 21049312

    Segundo Rousseau em “Discurso Sobre as ciências e as Artes”, as ciências e as artes tiveram impactos negativos, e não positivos, para o homem. Tal teoria pode assemelha-se com a do livro “Do contrato Social”, uma vez que esta também defende o famoso dito “o homem é bom por natureza e natureza o corrompe.”
    Para Rousseau, o motivo pelo qual as artes e a ciência serem meios de degeneração do homem explica-se devido ao fato dessas estarem relacionadas ao conceito de homem social tido pelo autor. Em sua concepção, o “estado de natureza” do homem é o apogeu de sua existência, uma vez que o homem natural prima pela autopreservação, e possuindo compaixão pelos outros de sua espécie. Este é inocente, uma vez que não conhece a concepção de bem e mal.
    A civilização é responsável pela influencia negativa dos valores morais da natureza humana quando os substitui pela cultura intelectual. Desta forma, as ciências e as artes atuam como ferramentas corruptoras do homem. Isso se justifica, segundo Rousseau, devido as artes e as ciências provirem do ócio e dos vícios humanos.

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  107. O artigo – O discurso de Rousseau sobre a Ciência e as Artes, nos faz trilhar sobre a ideia da existência da Ciência e da Arte, de seus objetivos e suas necessidades. Essas ideias tornan –se complemtares ao longo da história. Não existiria o surgimento da ciência e da Arte se não fosse pelos os vícios e os oprobrios humanos. Por outro lado nos mostra o quão é importante a busca pela virtude e o quanto esse caminho é sinuoso. A ciência em sua maioria nasce da avareza, ambição, curiosidade, quase podemos dizer que pecados e por outro lado a Arte nasce da luxúria. E quem é digno de subjulgá-las? A natureza exige a sua existência e a interpretação erronea reduz o ser humano a vergonha, a limitação , a impureza, por isso, ao seu corrompimento. Para ele o ser humano em seu estado natural era existencial e hoje após as grandes descobertas das ciencias e das artes, assim bem como as letras passa a ser racional e deixa sua essencia para trás. Mas o que seria da humanidade sem elas? Elas se faz necessário, então, o ideal seria buscar sua objetividade. Mas como? Caminho difícil. E se encontrá-la, como reconhecê-la? E se reconhecê-la, qual seria o seu melhor uso? Isso nos mostra como o método de Rousseau se aproxima do estilo de Socrátes, pondo nos a cada resposta um novo questionamento. Ele nos mostra por meio dos fatos históricos que essa realidade sempre existiu e sempre existirá, quando diz: “Dir-se-á que é uma desgraça peculiar à nossa idade? Não, senhores; os males causados pela nossa vã curiosidade são tão velhos quanto o mundo.”
    O percurso que faz ao delinear historicamente os aspectos mais siginificativos do avanço da humanidade com ela o da ciência e da arte, mostra claramente a massa de manobra que a sociedade se torna a ser submetida a elas. O abandono a uma vida pacóvia – natural – fez com que o homem deixasse de ser virtuoso e puro, sendo contagiado por uma moléstia chamada hipocresia. O autor caminha pela história a fim de mostrar quão inútil torna-se a sociedade sujulgada pelo avanço das ciências, das letras e das artes, evidenciando o quanto ela foi, é, e será sempre uma fator de corrupção do homem em busca a cada dia de mais poder, deixando de ser virtuoso e puro. E por fim mostra como são humilhantes essas reflexões, como o orgulho humano deve sentir-se ferido. E nos deixa mais uma questão: Seria a ciência e a virtude imcompatíveis? Existiria um ponto de equilíbrio entre elas? Existe sim, mas não está ao alcanse da sociedade comum. Olhando os dias atuais Rousseau diria que não, ou ao menos a sociedade não alcançou, pois o homem é um ser que almeja a cada dia crescer as custas de algo e se a ciência e a arte são trepolim, elas sim serão inesgotavelmente utilizadas. A cada dia o ser humano perde mais a sua razão e coloca a ganância e o poder acima de tudo. Rousseau nos deixa mais uma súplica quando diz: Oh virtude, ciência sublime das almas simples, será preciso então tanto trabalho e tantos aparelhos para te conhecer? Teus princípios não estão gravados em todos os corações? e não bastaria, para ensinar tuas leis, penetrar em si mesmo e escutar a voz da consciência no silêncio das paixões! Eis a verdadeira filosofia, saibamos nos contentar com ela; e, sem invejar a glória desses homens célebres que se imortalizam na república das letras, tratemos de pôr entre eles e nós esta distinção gloriosa que se notava outrora entre dois grandes povos: um sabia dizer bem, o outro bem fazer.

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  108. Rousseau critica àqueles que expõem suas riquezas e afirma que a virtude vem do rústico, pois é natural. Isso evitava vícios, diferentemente da arte que, com sua linguagem apurada, que modelou nossas paixões.

    Isso constrange o indivíduo, pois se sente na obrigação de agir de formas já propostas e não o deixa a vontade com seu próprio gênio. Isso gera desconfortos que advém também da desconfiança, frieza, ódio e outros sentimentos não nobres.

    “A elevação e o abaixamento diários das águas do Oceano não se sujeitaram mais regularmente ao curso do astro que nos ilumina durante a noite do que a sorte dos costumes e da probidade ao progresso das ciências e das artes.” Rousseau afirma que as ciências e as artes depravaram nossas virtudes pelos costumes que dela adquirimos. Ao tentarmos caminhar para a perfeição, nossa curiosidade seguiu o caminho errado.

    Afirma também que a Ciência e a Arte causam a ociosidade, e por isso o homem não pratica o bem, algo tão importante para a moral.

    Pode ser uma visão errônea minha, mas acredito que Rousseau falha ao procurar uma relação casual direta entre a ciência e arte e as questões de imoralidade presente em sua época. Talvez essa relação seja inversa, onde a ciência é influenciada pela ociosidade, assim como a arte.

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  109. Lívia Maria Cianciulli
    RA:21012612

    Eu, particularmente, gostei de tudo o que já li de Rousseau. A simplicidade que ele sugere para as explicações acerca do que se deve valorizar, do que se deve ser no gênero Humano para que ele seja o mais Humano possível é um prelúdio para a maioria das respostas que, por exemplo, Wittgenstein comenta seculos depois. Não achei diferente este texto dos demais que li no que refere à crítica e discordância do autor com o mundo que vê ao seu redor. Mesmo pertencendo ao movimento Iluminista, sendo inclusive um dos seus maiores representantes, Rousseau discorda do entusiasmo com a “ilustração’’ e “iluminação’’ que essa corrente filosófica supostamente traria ao Ser Humano. Em alguns pontos, chega a enaltecer a “ignorância’’, citando Sócrates, que se mostra, na verdade, mais sagaz do que humilde em admitir sua incompreensão de certos fatos: “ embora essa gente nada saiba, julga saber alguma coisa; ao passo que eu, não sabendo nada, ao menos não tenho dúvida. De sorte que toda essa superioridade de sabedoria que me foi concedida pelo oráculo se reduz apenas a estar bem convencido de que ignoro o que não sei.”.

    Rousseau ia na contra-mão do pensamento de sua época, foi único em afirmar que quanto mais próximo de seu estado natural, mais feliz e livre seria o ser Humano, e quanto mais se afastasse de seu estado de natureza, ou de ‘’bom selvagem’’, o Homem se afastaria de si mesmo e cairia irremediavelmente nas duras condições impostas por um estilo de vida que não lhe é natural. A condução deste texto não se faz diferente disso. Cita exemplos concretos como a Grécia, China e Mesopotâmia, todas berços do conhecimento, mas que também foram palco de chacinas, guerras e atrocidades incalculáveis. Cidades tão cheias de letras, obras de arte, pensadores ociosos e outros artefatos que eram objetos de desejo dos Iluministas e, mesmo assim, sucumbiram em tragédias hediondas. As Artes e Letras não impediram esses flagelos de tomarem forma, na verdade, segundo o autor, as Artes e Letras nos afastam de nós mesmo por sugerir uma busca pela “perfeição’’ que, na realidade, não existe. Inventamos uma polidez que nos dá “virtudes’’, mas por outro lado poda nossa “coragem’’, nossos instintos. A crítica do autor é basicamente sobre esta inversão de valores.

    O progresso da Ciência e das artes não nos ajudou na busca pela felicidade, o recado para os ‘’homens vulgares’’ é direto e claro. Rousseau diz para que não nos pautemos de teorias alheias para que encontremos a nossa Felicidade, mas, sim, que a busquemos seguindo nossas próprias tendências. Buscar a Felicidade seguindo caminhos ‘’ilustrados’’ como este só nos traria uma reputação dentro de um meio, e nada mais.
    O autor não fala explicitamente em Ética, mas se supormos como Ética a forma mais correta e almejada que temos para conduzir nossas escolhas, Rousseau é, na minha opinião, bastante à frente de seu tempo. É um bocado estranho nos depararmos com uma dissertação que procura invalidar o papel ''purificador'' que a cultura tem sobre a ''escuridão imposta pela ignorância''. Jean Jacques Rousseau acha o exato oposto disso, provavelmente porque também chegou à conclusão de que por mais que se fale de forma intelectual, usando os melhores vocabulários, sejam eles em Letras, ou em Artes, não se alcança por esse caminho a Ética. Não estou completamente certa a respeito do que concluí, mas creio que a explicação gira em torno disso.

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  110. Por meio de questões ao decorrer do texto e a chamada de uma característica remetida filósofos antigos (maiêutica – conduz o pensamento) é que Rousseau caracteriza sua critica a inversão de valores diante sua concepção dos mesmos.
    “A necessidade elevou os tronos, as ciências e as artes consolidaram-nos.”
    Rousseau defende a ideia de que as ciências e as artes, as quais nascem do vício e do ócio, corromperam a sociedade ao invés de manter a sua atenção às virtudes. A preferência do belo em detrimento ao útil é algo que intriga Rousseau, por mais que o mesmo tenha feito parte do movimento iluminista; ele aborda o fato de locais ricos terem destruições tão grandiosas quanto suas riquezas. O autor coloca em exposição também no texto, novamente, a natureza do homem – colocando como corrompido e afastado, cada vez mais, de si mesmo; o motivo disso se daria pela busca pela perfeição.
    “A Europa caíra na barbaria das primeiras idades. Os povos desta parte do mundo, hoje tão esclarecida, viviam, há séculos, em um estado pior do que a ignorância.” - importância que se dá ao conhecimento.

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  111. Rousseau afirma neste texto que a ciência e as artes corromperam e ainda corrompem os homens, desviando-os da prática da virtude e do caminho da integridade. Assim sendo, elas não contribuíram para a purificação dos costumes, mas sim para a depravação deles.

    À medida que as ciências e as artes vão progredindo, novos problemas e artifícios se revelam ao homem. Tanto um como o outro, segundo o autor, nos complicam ainda mais e nos afastam de nossa natureza, que é boa e virtuosa em si mesma.
    As perguntas que ficam são: seria a curiosidade um vício, isto é, a ânsia pelo conhecimento do mundo e do sentido da vida seria uma fraqueza, um defeito que nós teríamos? Não seria melhor o homem ignorar esta fraqueza, ficar estagnado, deixar tudo como estava e conviver com os mesmos problemas que sempre o acompanharam?

    Imagino que as críticas de Rousseau às ciências e às artes tenham abalado muitos leitores dos dias de hoje, assim como aconteceu comigo. Numa sociedade que valoriza a ciência a ponto de equipará-la a uma autoridade suprema e que desfruta de suas descobertas e consequências nas artes, é quase impossível imaginarmos um ser que não conheça e viva fora de, pelo menos, um desses dois âmbitos - um ser, para Rousseau, íntegro e virtuoso.

    Porém, acho que a vida, por si só, não basta. Se temos faculdades que nos permitem representar o mundo, descobrir, resolver problemas e apontar outros novos, não há por que não usá-las e falar em corrupção do homem por isso. A graça está em saber lidar com toda a complexidade que a vida nos apresenta, em correr atrás do sentido dela. Certamente, não sabemos nada. Mas isso não implica que não possamos correr atrás do bem supremo, da verdade definitiva, da honestidade. A virtude e a probidade se revelam na busca desses valores.

    Acredito que jamais tenha havido homens naturalmente bons, da maneira que defende a concepção de Rousseau, em algum tempo/lugar na face da terra. A ciência e as artes são criações magníficas que nos possibilitaram chegar aonde estamos e ainda podem nos levar muito mais longe no que diz respeito à compreensão das coisas. O progresso, por sua vez, ao passo que traz novas questões e problemas morais, também contribui para o desenvolvimento e avanço de outros.

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  112. Denis Henrique de Miranda5 de julho de 2013 às 11:20

    De fato, até que ponto a ciência e as artes que produzimos nos define melhor como seres humanos? - não pensando ainda na suposta diferença entre nós mesmos, mas sim entre nós e os outros animais. Podemos nos diferenciar somente porque "somos os únicos" a ver beleza ou a produzir artefatos mais complexos?

    O tempo traz novos conceitos relacionados à vida em sociedade e à nossa função na vida, e considero natural que mudanças aconteçam, e uma parte da população acredite que foi para pior. Um exemplo um pouco contraditório a Rousseau, porém concreto: música contemporânea. Uma parte considerável da população acredita que a boa fase da música já passou, que agora as rádios só tocam músicas ruins e apenas uma pequena porcentagem das músicas lançadas é considerada ao menos aceitável. Ora, quantos críticos influentes de jazz criticaram Miles Davis quando ele mudou toda a concepção acerca do que era o Jazz? Muitos, e, o que mais chama a atenção, é que passaram a idolatrar essa nova forma de fazer música quando o trompetista morreu. [a título de informação, Miles Davis produziu o álbum "Kind of Blue" e 10 anos depois produziu o álbum "Bitches Brew". São realidades de música instrumental totalmente discrepantes]

    Considero "esperado" que qualquer pessoa olhe o passado e o enalteça. Muitos movimentos artísticos (perdão, Rousseau) são baseados nesse enobrecimento do passado. Até a segunda guerra mundial foi baseada em preceitos antigos da suposta superioridade ariana. Mas não acredito que estejamos regredindo, mas sim fazendo avanços como seres humanos. Utilizar a força [dos outros] para defender um ponto de vista é algo de natureza muito primata.

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  113. A argumentativa geral de Rousseau segue a linha que o avanço e progresso cientifico e dar artes corrompem o ser humano pois leva ao surgimento do ódio e do orgulho por modificarem a natureza humana que é marcada pela desconhecimento.
    O mundo foi dominado pela ciência e pelas artes e isso pelo raciocínio dele diminui a capacidade das pessoas de serem éticas, seu raciocínio parece seguir a linha de Sócrates, quanto mais sábio a pessoa é mais afastada do bem e mais corrompida ele é.
    Marcus Vinicius Innocenti Oscar
    As artes e as ciências teriam sido resultados dos nossos vícios, por exemplo, a astronomia é um resultado da nossa superstição, a física da curiosidade e a moral do próprio orgulho humano.
    Sua principal argumentação então é que a ciência corrompe o homem levando a agir não virtuosamente e diminuindo a ética e a moral dos seus costumes.

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  114. No "Discurso sobre as ciências e as artes" Rousseau defende que o desenvolvimento das ciências e das artes na modernidade é acompanhado pela depravação do homem, visto que esse desenvolvimento, marcado pela relação entre o mundo natural e o mundo artificial, traria comodidade e servidão.

    "Antes que a arte polisse nossas maneiras e ensinasse nossas paixões a falarem a linguagem apurada, nossos costumes eram rústicos mas naturais, e a diferença dos procedimentos denunciava, à primei- ra vista, a dos caracteres. No fundo, a natureza humana não era melhor, mas os homens encontravam sua segurança na facilidade para se penetrarem reciproca- mente, e essa vantagem, de cujo valor não temos mais noção, poupava-lhes muitos vícios."(Primeiro Discurso, p. 336).

    O desenvolvimento das ciências e das artes, para Rousseau, corrompe o estado de natureza, que consiste em uma vida simples de valores morais, do homem através da ociosidade e da vaidade na vida social, afastando-o das virtudes e aproximando-o dos vícios. Sendo assim, esse desenvolvimento não contribui para a moralidade humana.

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  115. Rousseau desenvolve seu raciocínio a partir do ponto em que considera o ser humano um ser puro naturalmente, um ser bom, que tem em suas ações o objetivo de praticar o bem para com sigo mesmo e para com seu próximo imediato, e o contato com as características humanas desenvolvidas do contato social, do vínculo com a sociedade humana complexa, fazem do homem um ser que desenvolve sentimentos e ações não tão boias, e até ruins.
    Cita nesse caso como o contato com a ciência e a arte, fazem do homem um ser pior porque desenvolvem nele sentimentos egoístas e que vão contra sua natureza boa, e esse contato com a ciência e a arte nasce sempre da ociosidade, que existe somente na vida do homem em sociedade.
    Logo para Rousseau, o desenvolvimento da ciência e das artes são as formas com que a depravação morall da sociedade afetam o homem, devido ao fato de que a sociedade faz do homem um ser vulnerável à ter contato com elas, que vem de seres depravados e orgulhosos, que desenvolvem raciocínios complexos buscando sempre saciar suas vontades egoístas, ''infectando'' moralmente homens que devido à sua posição social vivem do ócio.

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  116. Rousseau diz que o avanço da tecnologia e da arte gera o ódio e o orgulho entre os seres humanos, pois esse avanço gera uma estado discrepante em relação ao estado natural do homem. Com o avanço da tecnologia, segundo Rousseau, o poder de discernimento do ser humano entre o que é Ético e o que não é fica perdido.
    Fica evidenciado no texto de Rousseau que o mesmo tem a opinião formada de que o desenvolvimento tecnológico não contribui para o senso moral humano, pelo simples fato de que com o avanço tecnológico o individuo se torna mais ocioso e com essa ociosidade o individuo fica mais próximos dos vícios.

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  117. Victor pinho de souza5 de julho de 2013 às 16:27

    Em “Discurso sobre as ciências e as artes”, Rousseau apresenta uma visão polêmica sobre o progresso.O autor afirma “nossas almas se corromperam à medida que nossas ciências e nossas artes se encaminharam para a perfeição”. O resultado disso nada mais é que luxo e escravidão.
    Para ele, a natureza esconde segredos, pois eles escondem males. “Os homens são perversos; seriam ainda piores, se tivessem tido a desgraça de nascer sábios”. A busca pela verdade pode resultar em falsos conhecimentos, pois é muito mais fácil encontrá-los do que a verdade que é só uma.

    O progresso das ciências e das artes “nada acrescentou à nossa verdadeira felicidade”; é melhor ficar na obscuridade e não tentar a glória do conhecimento se não tivermos o talento para isso. O que devemos mesmo é buscar a felicidade em nós mesmos, sem a necessidade de saber mais.

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  118. O texto em questão de Rousseau por ser muito profundo e polêmico, também causa grande reflexão cerca de pensamentos referentes ao estado de natureza humano e como o homem age socialmente. O conhecimento é fruto da curiosidade do homem em buscar o saber, para Rousseau, um dos fatores para moverem os homens para fora do seu estado de natureza é o conhecimento. O conhecimento é um formador de ideias e concepções, capaz de moldar os indivíduos.

    Rousseau tem a ideia de que o homem é bom por natureza, e o grande responsável por seu corrompimento é a própria sociedade, e o grande fator de corrompimento da sociedade para Rousseau seriam as artes e a ciência.

    A ideia de Rousseau de que o homem é bom e virtuoso por natureza, é muito interessante, considero o autor muito corajoso por julgar as artes e as ciências, como os fatores responsáveis por destruir a moral e as virtudes dos homens, levando em consideração que o autor vivia em um tempo de grande desenvolvimento e evolução tecnológica.

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  119. Rousseau, em meu entendimento, pretende, com seu discurso, desvencilhar o homem de uma sociedade onde este é rodeado e altamente influenciado pelas artes e pela ciência, assim como pelos costumes que os levam, como ele diz, a uma “vil e enganadora uniformidade”. Para ele, os homens perderam sua virtude e seus princípios, que, uma vez em seu estado natural, ditavam a vida e as relações destes de forma recíproca.
    As artes e a ciência, em minha opinião, contribuem e, em certos pontos, são necessárias para o progresso da sociedade e humanidade, em geral. Entretanto, não podemos deixar que estas duas coisas sejam inerentes a nós, de forma que nos controle e nos ditem a direção e o modo de pensar sem que nos demos conta disso. Devemos antes de nos preocuparmos em nos inserirmos e participarmos do progresso e da sociedade, nos lembrar de nossos valores e virtude, pois acima de tudo cada homem é único e solitário em sua natureza.

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  120. Em seu texto "Discurso sobre as ciências e as artes", Rousseau questiona a cultura moderna sobre a relação entre desenvolvimento científico e desenvolvimento moral. Ele ressalta que, apesar de ser algo interessante que o homem sempre esteja buscando mais, tal avanço e a modernidade trazem a comodidade da técnica e a servidão humana, o que seria um retrocesso do homem.
    Rousseau explicita que o homem virtuoso é o homem natural - que antes das artes modelarem nossas maneiras, possuíamos costumes rústicos e naturais. Os relacionamentos eram mais abrangentes e os humanos possuíam menos vícios. Com o avanço das artes e da ciência, o humano passa a se preocupar mais com seus modos, com seu jeito de falar, com ser sempre superior, e nunca aquilo que realmente é.
    Na segunda parte de seu texto, o que mais me chamou atenção é a ideia de que a verdade e o conhecimento custam caro. Porque muitos erros são necessários até que o certo se alcança. E todos estes erros trazem impactos. É interessante também a ideia de que as ciências são nascidas na ociosidade e a ela alimentam; e que geram uma perda irreparável de tempo. Apesar de não concordar com esta posição, é um intrigante ponto de vista. Acredito que em certa medida Rousseau esteja correto, o avanço científico tem de fato seu impacto ruim. Porém encarar isso como um motivo para que não haja desenvolvimento algum não me parece muito sensato. É fato que a ciência não é de todo ruim. Os avanços e possibilidades que ela trouxe nos auxiliam e melhoram nossa vida a todo o momento.

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  121. “Discurso Sobre as Ciências e as Artes” é um texto de leitura não muito fácil, de Russeau. Nele o autor propõe que o homem era virtuoso em seu estado natural, sem tantos vícios e sentimentos mais verdadeiros e que as ciências e as artes são as responsáveis por corromper esse nosso lado bom. É como se o desenvolvimento tecnológico e artístico criasse uma necessidade de parecermos sempre melhores do que realmente somos entre outras preocupações que não teríamos naturalmente. Particularmente discordo dessa visão, sempre me pareceu que as ciências e as artes sejam um meio de potencializar nossas virtudes, seja pelo conhecimento ou pelo sentimento que estas proporcionam, respectivamente.

    É claro, não podemos dizer que a ciência e a arte sejam inteiramente boas. Tudo é dotado de diferentes perspectivas pelas quais podemos ver seus custos e benefícios. A ciência e as artes nos trazem comodidade, melhorias de vida, conhecimento, beleza, etc. Ao mesmo passo que os avanços nesses mundos nos obrigam a lidar com fatos sobre nós mesmo e o mundo que nos cerca que, naturalmente, nunca nos preocupariam. Todavia, ainda considero que esse e outros custos sejam válidos perante os benefícios que tanto a ciência quanto a arte podem nos proporcionar.

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  122. No texto de Rousseau, ele posiciona sua opinião acerca da influência das ciências e das artes sobre a humanidade. De forma natural, ele acredita ser boa a natureza humana, quando livre de influências sob as condições originais as quais a natureza o coloca.
    Porém ao se agrupar nas civilizações, passa-se a ignorar as necessidades naturais que o homem tinha anteriormente, abrindo dessa forma um precedente para que ocorra a corrupção das bases de sustentação moral naturais. A cultura intelectual, no espaço em que vem ocupar, são vaidade e orgulho, assim sentimentos malévolos, fruto da corrupção ocorrida e tendo a exaltação dos vícios.
    Em sua justificação, o autor cita a simplicidade do estado natural exemplificação Sócrates em sua Apologia, onde este acredita que a verdadeira sabedoria, é a consciência de que não se sabe nada em contraposto a prepotência que vem como fruto da corrupção mencionada. Afirmando a ignorância, como o estado mais “seguro”

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  123. Considero interessante a posição tomada por Rousseau logo no início de seu texto, demonstrando que apesar de sua posição ser contrária da maioria da população, sabia onde estava entrando e que mesmo com as críticas, não deixaria de expor sua visão e nem estaria disposto à mudá-la caso desagradasse à sociedade na qual vivia. Sendo assim, Rosseau se mostra como um forte crítico contra as ciências e as artes, declarando que tais conhecimentos não acrescentam em nada na vida de um homem e que apenas exaltam a sua ignorância. Devido ao seu olhar conservador, defende que a decadência das antigas civilizações foi proveniente da dedicação à arte e à ciência, pois estas duas afastam o homem do seu estado de natureza. A sua forma de ver o homem em muito importa para a compreensão de sua visão, pois ele acredita que o homem é bom por natureza, mas que certas coisas acabam por corrompê-lo ao longo do caminho. Caminho esse que se divide em dois ou mais, no sentido de que, para a verdade, há um único, mas que para a mentira, há diversos. Por esse motivo, Rousseau afirma que o único caminho a ser seguido, deve ser o das virtudes, pois o resto acaba por trazer vícios ao homem. Afinal, segundo ele a inutilidade da arte encontra-se na ausência de fatores que tornem um homem sábio, fazendo com que assim ela se torne desnecessária aos olhos do autor. Não devemos buscar coisas belas, mas sim, coisas úteis. Devido a todos esses pontos, até compreendo a visão de Rosseau, entretanto, não discordo em muitos quesitos. Penso que a ciência e arte, de maneiras diferentes, puderam engrandecer o homem, trazendo grandes avanços às diversas sociedades. Temos como exemplo os avanços tidos na Europa durante a Revolução Industrial, o seu renome no campo artístico. São coisas imprescindíveis para a vida de um homem e o olhar conservador dele o impede de ver os benefícios.

    Fernanda Sue Komatsu Facundo - 21007812

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  124. Em seu texto do livro “Discurso sobre as Ciências e as Artes”, J. J. Rousseau tem uma visão pessimista em relação à ciência e as artes na contribuição da degradação humana, no qual o homem perde seu estado de natureza puro e não há aprimoramento humano, perdendo suas virtudes e costumes. O autor se baseia em seus argumentos com contextos histórico nos mostrando como houve declínio dos povos que buscavam a perfeição cultural através das artes.

    Eu particularmente discordo de sua ideia, pois creio que a arte e as inovações são inevitáveis e devemos acompanha-las. A arte é um refugio para ter pensamentos livres, ela nos ajuda a desenvolver habilidades, assim como a ciência. Seu pensamento talvez possa ter sido meio selvagem em relação ao panorama social em que vivia, pois a ciência por partes talvez seja responsável pela perda de alguns costumes humanos, mas contribuem principalmente para o progresso cientifico e desenvolvimento humano.

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  125. No texto de Rosseau será trazido uma reflexão acerca das ideias que se referem ao estado de natureza do ser humano e como ele vai agir diante de sua dinâmica social. Rosseau vai dizer que o conhecimento é fruto da curiosidade dos homens em buscar o saber. Pra Rosseau o que vai ser o combustível para o ser humano em seu estado de natureza será o conhecimento.

    Ele também vai dizer que o avanço da arte e da tecnologia gera um certo tipo de avanço e um tipo de orgulho entre os seres humanos. Para Rosseau o avanço da tecnologia vai fazer com o que é ético e com o que não é fique perdido.

    Raul Leone Belorte
    RA:21082612

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  126. Rousseau declara em sua obra, Discurso sobre as Ciências e as Artes, acreditar que as artes, ciências e a ética derivam dos maus desejos do homem. Os vícios dos quais a humanidade estaria prisioneira perpetuamente e que seriam na verdade as causas do desenvolvimento científico e artístico, a astronomia pela superstição, a geometria pela ganância e, assim por diante.
    Na verdade para Rousseau a maneira ou combustível com o qual a sociedade evolui é perigoso, pois, usa as mazelas da humanidade como meio de avançar em suas ciências. Nesse contexto a ética não estaria cumprindo um bom papel no progresso, talvez nem ao menos esteja presente.

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  127. Logo no início vemos um Rousseau desanimado com a superficialidade e falsidade dos de sua época. E aproveita para tecer um ode à desonestidade da polidez. Isso me lembra o Tao Te Ching de Laozi, no qual ele afirma que a polidez é o último patamar da degradação moral.

    Prosseguindo em sua crítica ácida, demonstrando que a saída da ignorância não redundou em sabedoria, mas em mera artificialização e pasteurização dos costumes. Ligando a ciência ao luxo e à ostentação, Rousseau derruba por terra a vocação humanitária da ciência, descobrindo o véu que a separa da mera cupidez.

    Existe uma frase que me atraiu sobremaneira, e na qual acredito uma verdade exemplar, é “o falso é suscetível de uma infinidade de combinações; a verdade, porém, só possui uma maneira de ser”. Dessa forma, uma mentira pode tomar infinitas formas, mas a verdade é sempre única, fria e impessoal.

    Sempre precisamos ter em conta que ele ganhou um prêmio da Academia de Dijon com esse texto, o que demonstra o alto grau de abertura à crítica, raramente encontrado na ciência dos dias de hoje.

    De fato, a inacreditável atualidade de suas palavras nos faz refletir sobre os rumos que nossa sociedade está tomando. Gostaria de encerrar com uma citação que poderia ter saído de um jornal ou blogue, ainda ontem:

    “Vejo, por toda parte, imensos estabelecimentos onde se educa a juventude por preços exorbitantes, para lhe ensinar todas as coisas, exceto os seus deveres. Vossos filhos ignoram a sua própria língua, mas falarão outras que não se usam em parte alguma; saberão fazer versos que mal poderão compreender; sem saber separar o erro da verdade, Possuirão a arte de os tornar irreconhecíveis aos outros por meio de argumentos especiosos; mas, as palavras magnanimidade, eqüidade, temperança, humanidade, coragem, eles não saberão o que são; o doce nome de pátria jamais lhes impressionará os ouvidos; e, se ouvirem falar de Deus, será menos por apreendê-lo do que por temê-lo”

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  128. No texto “Discurso sobre as ciências e as artes” de Rousseau, o ser humano surge como um ser puro por natureza, cuja simples diretriz é realizar apenas ações boas. Entretanto, com o avanço das ciências e das artes temos uma mudança de comportamento do individuo. Ao invés de fazer apenas o bem, ele vai se corrompendo cada vez mais quando avança nessas duas áreas. Ocorre um aumento na complexidade na tomada de decisões que nem sempre agradam a todos ou até à própria pessoa. Essa fuga à natureza original do homem e consequente fuga do alcance da real felicidade ajudam a explicar o famoso ditado “A ignorância é uma dádiva”. Aqueles que menos se envolverem com essa busca intelectual, mesmo não sabendo como fazem isso, são os mais satisfeitos. A busca pela perfeição ironicamente nos afasta dela. Poderia até fazer um paralelo desta reflexão com a relação saudosista da maioria das pessoas que consideram a infância a melhor fase da vida. Quanto mais jovem o ser humano, fazendo correlação com Rousseau, mais feliz ele será. Com o decorrer da idade e as subsequentes descobertas do mundo e interação com a sociedade e seus costumes, nossa atitudes estarão cada vez menos vinculadas com a bondade nata. Não posso concordar completamente com Rousseau, basicamente na dificuldade de avaliar a natureza da bondade como algo natural e se os ditos felizes sabem que o são.

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  129. Em seu texto "Discurso sobre as ciências e as artes", Rousseau discorre sobre a influência da arte e da ciência no comportamento humano, quanto indivíduo e principalmente, quanto sociedade civilizada. Essa influência se deu de forma extremamente degradante, e, se antes a vida era simples e todos viviam em harmonia, sem tantas ambições desenfreadas e buscas desmedidas por luxos, a sofisticação da arte e da ciência fez perder os conceitos de estima e amizade, e todas as amizades passaram a se dar devido à interesses.
    As ciências não poderiam trazer nada de bom aos seres humanos, apenas o corrompimento de suas almas, a degradação dos costumes e o crescimento da ambição, uma vez que a ciência é em si mesma, fruto dos vícios humanos.
    Dessa forma, para Rousseau, as ciências e as artes nada trouxeram além da corrupção da moral.

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  130. Rousseau expõe argumentos baseados em exemplos históricos que nos faz refletir seriam as artes e a ciência frutos do ócio e dos vícios dos indivíduos e por isso, seriam imorais?
    Sendo simplista acho que o autor quis expressar o outro lado da era que vivia afinal o iluminismo buscava a perfeição do homem, onde o ser pensante era mais valorizado.
    O progresso não é algo imoral e não creio que a ignorância seja o caminho pleno para o ser humano.
    O ar saudosista do texto talvez seja motivado pelo excesso, pois o luxo seria apenas uma forma de fútil das artes. Ele não era contra as artes, porém era contra as coisas que não possuíssem utilidade.
    Os novos pensamentos da época do autor, além de produzirem avanço, produziram afastamento das pessoas dos valores morais, importava-se mais se o tema estava sendo debatido bem, do que a utilidade da discussão.

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  131. No texto disponibilizado “Discurso sobre as Ciências e as Artes”, Rousseau frisa que o homem é manipulado pelo progresso, que o faz deixar suas virtudes de lado e o faz desistir de agir de uma maneira ética, onde o progresso traz um sentimento egoísta ao humano. O autor aborda uma visão contrária em relação à ciência e a suposta consequência que seu progresso traz para o homem, visto que na visão de Rousseau a ciência e a arte provém dos costumes humanos, reforçando a ideia de que ciência e artes imorais. Do mesmo modo, o autor afirma que o ser humano é bom e virtuoso por natureza, mas se afasta disso através da alienação causada pelo progresso.

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  132. Bárbara da Silva Miranda5 de julho de 2013 às 23:14

    Temos tal tema que aborda um discurso de Rousseau e a respeito deste filósofo e de seu discurso, acredito ser válido abordar primeiramente a situação em que ele se encontrava. Rousseau muitas vezes é utilizado como crítica às reflexões Éticas sobre o bem e o mal, isso porque ele considera o ser humano como capaz de praticar virtudes que ligam naturalmente os seres humanos às sociedades e gerando, consequentemente, uma igualdade.

    Rousseau questiona se há uma contribuição das ciências e das artes para a purificação dos costumes, e sua pergunta logo de início é respondida com um “Não”. Ele coloca que é dos vícios e ambição (e muitas outras coisas “ruins”) que temos a origem das ciências, e em consequência uma corrupção dos costumes.

    Ao criticar algumas reflexões Éticas e dar uma opinião tão diferenciada, Rousseau se manteve firme e colocou da seguinte maneira: “Não me preocupo de agradar nem aos belos espíritos nem à gente da moda. Em todos os tempos, haverá homens para serem subjugados pelas opiniões de seu século, do seu país e da sua sociedade...”.

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  133. Rousseau fazendo uma analise da historia dos grandes impérios do passado tenta mostrar que as ciências e as artes corrompem a sociedade.

    Para tal ele mostra a ascensão destes impérios ainda quando são compostos por uma sociedade simples com um povo corajoso e virtuoso, mas quando aquele enriquece esta riqueza pode ser acompanhada com o desenvolvimento das artes e ciências, fazendo com que este império entrasse em decadência.

    Essa decadência decorre da corrupção de seu povo, perdendo os bons costumes, que são essenciais para a duração dos impérios, as artes e ciências para ele são vãs já que alcançar a verdade é algo extremamente difícil e mesmo se ela fosse encontrada ele também vê dificuldade em fazer um bom uso da mesma, assim elas seriam uma grande perda de tempo e desperdício de recursos, alem de coloca-los num estado de ociosidade fazendo com que suas virtude militares e coragem se dissipem e, ainda mais importante, prejudicando as qualidades morais, valorizando mais os talentos do que os deveres, assim seria mais importante ser talentoso à ser honesto.

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  134. O texto apresenta um discurso de Rosseau referindo-se ao período em que a sociedade não havia sido corrompida pelas artes e pela ciência. O autor refere-se a ambas como responsáveis por comrromper a sociedade. O filósofo justifica que ambas acabaram tirando o foco dos indivíduos das virtudes, as quais realmente deveriam ter sido mantidas como mais importantes, argumentando que originaram-se da ociosidade e dos vícios.
    Ao tentar justificar sua conclusão, Rosseau retoma a valores antigos, o que acabou tornando o seu discurso um tanto conservador, buscando enfatizar que as pessoas tendem a apreciar e a adquirir a beleza, coisas belas, sem utilidade alguma, deixando de lado o que realmente seria útil: as virtudes. Segundo o autor, as virtudes são uteis e foram elas as responsáveis pela manutenção de impérios, em contraste com as artes e ciências, que por sua vez, tão belas e talentosas, foram as causadoras do declínio destes impérios.
    Embora Rousseau não se posicione contra as artes e ciências uteis, seu discurso nos deixa clara, a sua falta de consideração em relação a diversas questões referentes a arte e a ciência, principalmente, no que tange às suas aplicações e potencialidades, uma vez que as classificou como artes e ciências desvirtuosas, ou até mesmo, inúteis

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  135. CIÊNCIAS E ARTES

    Em seu vitorioso discurso, proferido em 1750, Jan J. ROUSSEAU destaca que a
    força, a coragem , a determinação que construirão impérios poderosos que
    se espraiaram sobre vastos territórios ,dominando , oprimindo e
    escravizando milhões de seres desbaratando culturas e povos para muitas
    vezes serem derrubados pela fraqueza aparente daqueles que mudaram a
    história. A prepotência dos poderosos impuseram a ciência a tarefa de
    fornecer as bases do conhecimento que muito contribuiu para ampliar o
    poder dominante, as Artes foi reservado o papel de suavizar no
    deslumbramento dos salões e nos jogos do circo embevecendo as mentes e
    acobertando as misérias morais que predominavam. Embora pronunciado em
    meados do seculo 18 estas palavras são atuais ainda nos dias de hoje. Em
    sua segunda parte estabelece que a ausência das virtudes impediram que
    as Artes e a Ciência contribuíssem mais para o efetivo desenvolvimento
    humano. Acredito que o desenvolvimento da racionalidade e da inteligencia
    promovido pelas ciências bem como o aprimoramento das sensibilidade
    muitas vezes adormecidas vicejando em latência dentro dos corações e que
    podem ser acordados pelas práticas artísticas podem ser sim instrumento
    de aprimoramento humano a partir do momento que como nos exemplifica
    Sócrates, percebermos que nada sabemos em observando o que temos
    a aprender, também nos ensina o Mestre da Galileia que devemos ter a
    simplicidade de uma criança para conseguirmos despertar as virtudes
    morais que fará a grandeza da humanidade.

    JOSIAS ADÃO BCH MATUTINO S. A003

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  136. AQUI TEM INÍCIO OS COMENTÁRIOS DOS ALUNOS DO PRIMEIRO QUADRIMESTRE DE 2014.

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  137. Nome: Stefanie Gomes de Mello
    RA: 21014113

    "Até então os romanos se haviam contentado em praticar a virtude; tudo se perdeu quando começaram a estudá-la"


    A grande questão aberta por Rousseau é: o restabelecimento da ciência e das artes contribuiriam para a purificação dos costumes humanos? É interessante, antes de tentar esboçar o método pelo qual Rousseau tentará levar o leitor a uma resposta, apontar que esse filósofo acreditava que as instituições e as estruturas sociais corrompiam o ser humano, que teria nascido puro e bondoso. O seu discurso se baseará nessa ideia.

    O método utilizado para persuadir seu ouvinte é o que impõe infinidades de perguntas que levam o receptor da mensagem a chegar à conclusão. Trata-se da maiêutica, um método que não entrega respostas, mas as gera para que nasça daquele que recebe a ideia.

    Para ele, PARECE ser de uma grande beleza ver o ser humano sair das trevas da ignorância iluminado pela razão que não o aprisiona à natureza e permite-o controla-la. Nesse caso, as ciências e as artes seriam como ornamentos da estrutura rígida estatal, um agrado ao espírito que embelezaria a ordem feita pela instituição do contrato social. O resultado dessa combinação formaria o povo policiado, estatizado, escravo das regras do contrato social e também da rigidez científica e artística.

    A 'decência' e a polidez de costumes teriam criado APARENTEMENTE um meio social digno, mas haveriam criado também seres humanos de coração digno? Diante dessas questões, Rousseau parece propor a volta ao estado rústico humano, que levaria à bondade sem necessitar dos ornamentos - no meio social tidos como a ciência e as artes. Paradoxalmente, esse ser rústico promoveria mais felicidade para si e para seu grupo, ou seja, seria mais ético do que o que prega os modos.

    Os ornamentos sociais parecem ter moldado o ser ideal de acordo com as necessidades do contrato social (segurança e felicidade social) e, nesse processo, deformado o ser natural que não necessitaria de regras para promover a felicidade social. Nessa parte vê-se o questionamento sobre a utilidade das ciências e artes, que uniformizam para o bem comum sendo que o bem comum viria com a sua ausência. Para quê serviriam as ciências e as artes, então? De certo, não para trazer felicidade.

    Desse modo, a polidez haveria ocultado o ser humano real, colocando-lhe como bondoso por segui-la e inibindo seu carácter natural ao fazê-lo servo de suas virtudes que não propiciam o bem comum. Nesse caso, como enuncia o filósofo, o avanço das ciências e das artes prenunciariam a corrupção humana.

    Citando as civilizações hoje tidas por intelectuais como exemplos históricos, como a egípcia, a romana e a grega, é percebido que suas decadências se deram quando as virtudes deixaram de ser PRATICADAS e passaram a ser ESTUDADAS, quando as Musas (ciência e artes) golpearam os seres humanos sábios por natureza, lhes tornando pedantes e egoístas, e passaram a ser mais glorificadas do que o seu objeto de estudo (a bondade e a natureza). Nascida do vício (curiosidade vã, ociosidade, orgulho e ambição) a ciência levaria ao vício, com a exaltação da forma e o esvaziamento do conteúdo e não à ética.

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  138. Rodrigo de Lima Felipe21 de maio de 2014 às 00:48

    Rodrigo de Lima Felipe
    RA: 11104913

    Rousseau, na minha opinião, apresenta uma visão razoavelmente acertada acerca de alguns aspectos da Ciência e da Arte, no entanto fora de época. É uma visão à frente de seu tempo, que seria resgatada decisivamente por Max Weber no início do século XX, aproximadamente 150 anos depois de Rousseau publicar o discurso, quando o sociólogo alemão descreve o que ele chama de "desencantamento do mundo" e da ciência. Rousseau conseguiu enxergar aspectos destrutivos do progresso da ciência para a sociedade que ao meu ver ainda não faziam parte do contexto daquela época e. portanto, pouco previsível tanto que o autor acaba por ser um dos poucos, ou talvez o único dentre os mais famosos filósofos da época, a se opor ao avanço indiscriminado da ciência e sua supervalorização.

    Rousseau não viveu para presenciar os desdobramentos das ideias iluministas e das duas revoluções industriais que marcaram a forma como vivemos hoje e proporcionaram descobertas e invenções "utéis", dentro do parâmetro estabelecido pelo próprio, para a sociedade; além disso ele ainda ignora o papel motivador, histórico e cultural da Arte, que influencia e mobiliza pessoas, para o bem ou para o mal, desde a antiguidade. A arte ainda pode ser entendida como a assinatura da cultura de um povo e portanto tendo um importante valor histórico e social para a compreensão de um povo ou sociedade.

    Apesar disso Rousseau critica acertadamente a busca incessante pelo luxo em detrimento da virtude e de valores morais e a crença quase cega que a sociedade tinha no progresso da ciência e na sua capacidade de esclarecer e regular o mundo. Ora fora justamente essa ideia que culminaria na visão do "desencantamento do mundo", citado anteriormente, explicitado por Weber. A Ciência acreditara que tudo estaria ao seu alcance e qualquer efeito poderia ser controlado por meio desta, no entanto o século XX veio e com ele inúmeras atrocidades que colocaram em xeque a ideia de ciência como sinônimo de progresso, provocando a reformulação das ideias positivistas originárias da época de Rousseau..

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  139. Desde o Iluminismo o pensamento humano adquiri um papel central na elaboração de medidas de conduta, e na construção de sistemas ideológicos que norteiam todas decisões e moralidade de uma sociedade submetido a esse pensamento racional. a partir do período moderno, com a afirmação da ciência como método principal no processo da constatação da verdade, a ciência eleva o seu status produto do conhecimento humano, o que nos leva a uma sociedade cientificista, capaz de se adequar ao método cientifico, uma vez que esse representa a verdade racional humana.

    Rousseau faz uma crítica o progresso das ciências e das artes que "maquiam" a vida. Os homens pensam que encontram a verdade nas artes e nas ciências, e por isso se julgam sábios, mas na realidade eles estão cegos e viciados nesse modo bonito e sistemático, mas inútil de viver.
    Somente a simplicidade pode trazer a felicidade ao homem, por isso, Rousseau acredita ser importante buscar a virtude, o dever e a simplicidade, concluindo o seu discurso dizendo:

    "Oh virtude, ciência sublime das almas simples, será preciso então tanto trabalho e tantos aparelhos para te conhecer? Teus princípios não estão gravados em todos os corações? e não bastaria, para ensinar tuas leis, penetrar em si mesmo e escutar a voz da consciência no silêncio das paixões! Eis a verdadeira filosofia, saibamos nos contentar com ela; e, sem invejar a glória desses homens célebres que se imortalizam na república das letras, tratemos de pôr entre eles e nós esta distinção gloriosa que se notava outrora entre dois grandes povos: um sabia dizer bem, o outro bem fazer."

    A crítica de Rousseau consiste justamente nesse aprisionamento humano, ao modo de ser sistemático, o homem por querer ser racional, deixa de pensar questões como o amor e a felicidade, ou quando o fazem retiram desses temas a abstracção necessária para se sentir, amar e entender, ao diminuir esses temas a um carácter banal e temporal.

    Não querermos todos ser felizes? Kant enxerga essa felicidade no cumprimento do dever, entendendo que só a partir do estabelecimento de máximas morais e da adequação da minha conduta a essas máxima, a real felicidade pode ser atingida, mas o que move a vontade humana? Não é o amor que existe dentro de nós de forma única em cada indivíduo, que faz com que ele busque de maneira mais forte? Quando o amor desestabiliza sua alma e o faz se questionar sobre a sua existência e o seu papel?; Onde reside a adequação ao molde cientifico nesses aspectos?

    O homem se limita, ao tentar uma adequação, ao super-estimar a capacidade racional humana e tenta criar modelos de conduta, partindo do principio de que o ser humano é egoísta, ganancioso e mesquinho, nos levam a um modo de vida esquizofrénico, em que se desenvencilhar desse molde cientifico, padronizado de ser, levaria ao caos e a relações de ódio e medo.

    Robert Paixão 210.613-13

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  140. Segundo Rousseau, não houve nenhum aprimoramento dos costumes com o estabelecimento das ciências e das artes. Ao contrário, cada vez assistimos a degradação humana, e a ciência e as artes somente fortaleceram esta degradação.

    Ele deixa claro que não está satisfeito com o endeusamento da razão, porque parece que as luzes ofuscaram a mente humana, de forma que os princípios da moralidade ficaram esquecidos ou ignorados. Rousseau questiona o conhecimento como simples acumulação de informação.

    Mesmo elogiando o feito dos homens graças as luzes da razão e também o valor das ciências e das artes no início de seu Discurso, ele afirma que não podemos nos conformar pura e simplesmente com o avanço da ciência e da tecnologia, uma vez que as virtudes permanecem ignoradas em toda esta corrida em busca da perfeição das ciências e das artes. Ou seja, a necessidade da incorporação da ética e da humildade na elaboração das Ciências nos tornaria mais humanos e mais atenciosos aos nossos sentimentos e ao nosso envolvimento com o próximo. As Ciências deveriam estar subordinadas a valores que envolvessem o interesse público e a felicidade individual, a fim de formar cientistas menos tolos e vazios.

    Rousseau enfatiza a necessidade do homem de conhecer-se a si mesmo quando a atenção humana se volta para as realizações das ciências. A valorização da cultura é expressa de forma que ela nos representa da forma mais plena e simples.

    Há também a crítica em relação ao momento em que se estabelece a polidez dos costumes, que traz a uniformidade desprezível e enganosa, segundo Rousseau. Por conta disso, “Não se ousa mais parecer tal como se é e, sob tal coerção perpétua, os homens que formam o rebanho chamado sociedade, nas mesmas circunstâncias, farão todas as mesmas coisas desde que motivos mais poderosos não os desviem”. Isso pode ser comparado a influência que a mídia tem em nós atualmente, uma vez que muitas pessoas não consultam outros meios de informação e de conhecimento e acabam caindo numa manipulação desenfreada.

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  141. J.J.Rousseau, em seu discurso sobre as ciências, defende que as ciências e as artes ensinaram os seres humanos a viver de forma polida, sufocam o sentimento da liberdade original e se transformou as pessoas em escravos que cultuam seus grilhões. Antes de aprendermos a sermos "polidos", nossos costumes eram rústicos, e tínhamos a certeza de que poderíamos saber quem realmente era a outra pessoa. Vive-se uma uniformidade de costumes, na qual ninguém realmente conhece ninguém e, se colocados nas mesmas circunstâncias, agirão da mesma maneira. Rousseau é categórico: "nossas almas se corromperam à medida que nossas ciências e nossas artes se encaminharam para a perfeição".

    Rousseau prossegue buscando exemplos de sociedades antigas, como Grécia e Roma que, após o grande "desenvolvimento" das ciências e artes, acabaram com suas sociedades corrompidas e as virtudes de outrora degeneradas, dando lugar aos vícios (crimes, assassinatos, etc) e ao posterior declínio dessas sociedades. Ao citar Sócrates e sua fala sobre os artistas e poetas gregos, Rousseau reforça sua forte crítica ao racionalismo e a presunção de acharmos que, através das ciências e das artes, podemos alcançar verdade absoluta e nos julgarmos superiores às sociedades que vivem em uma suposta ignorância e não seguem nossos padrões uniformes de conduta científica e artística.

    O texto de Rousseau, apesar de ter sido escrito em um contexto muito diferente do atual, em minha opinião revela muitos aspectos sobre as atuais sociedades. Somos regidos e dominados por supostos sábios (dos quais se tem a ideia de que se aproximam da verdade absoluta e essa, por ser absoluta, não pode ser questionada) e com base em seus discursos somos todos uniformes, com nossas ações moldadas por essa maneira viciada, no sentido utilizado por Rousseau, de agir e pensar. A presunção advinda dessa maneira de pensar é o que nos leva a aceitar certas "verdades" sem questioná-las de forma coerente, como no caso do tema anterior com o texto sobre os Transgênicos. Muitas pessoas aceitam a argumentação positiva sobre a implementação dos alimentos modificados apenas por serem baseados na ciência e não refletem sobre até qual ponto essa "cega" influência científica molda nossa maneira de pensar e agir, nos tornando os escravos que cultuam os grilhões, como diz Rousseau no início de seu discurso. Além disso, ao citar o luxo que permeia a criação das artes, no mundo atual é muito nítida a intenção dos "artistas" de fazerem criações a nível de seu tempo apenas pelo luxo de serem aplaudidos e deixando de lado as criações realmente relevantes que poderiam ser reconhecidas apenas séculos depois.

    Kevin Rossi Freitas - RA: 21071613

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  142. Sara A. de Paula RA: 21041713

    Nesta obra, Rousseau analisa como a ciência e as artes podem interferir na sociedade, seja para um bom caminho, mas também para o ruim. Ou seja, ele acaba por analisar as consequências que a ciência e as artes podem levar, relacionadas ao comportamento das pessoas.

    Segundo o autor, a ciência e as artes podem trazer vícios e h´sbitos, que podem acabar corrompendo o homem. Para ele, a ciência é algo ruim, que agride algo bom do ser humano, que seria a moral. Elas acabam se aflorando dos nossos vícios, e isso é ruim. Há um objetivo de buscar maior sabedoria, porém nesse caminho, pode acabar corrompendo os valores.

    Antes éramos seres naturais, mas as artes nos ditaram o modo de agir, vestir, falar, e também as nossas paixões, e isso acabou nos moldando numa aparente uniformidade, o que faz com que afete nossas relações interpessoais, é difícil saber ou considerar o que é realmente sincero.
    “o efeito é certo, a depravação, real, e nossas almas se corromperam à medida que nossas ciências e nossas artes se encaminharam para a perfeição”, quando se coloca a ciência em um patamar superior, centro de vaidade, a virtude vai se perdendo, e isso é um problema, porque a virtude combinada com a simplicidade, gera felicidade.

    Por isso, é importante buscar a virtude e a simplicidade do homem natural. E Rousseau não é contra o progresso da ciência, mas ele crítica o modo que isso foi feito, baseado na vaidade, e de certo modo , isso é algo superficial, e cria a competição, e o egoísmo pensando apenas em si mesmo.

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  143. Alexandre S.M. Pereira23 de maio de 2014 às 18:29

    Em seu discurso sobre as Ciências e as Artes que lhe rendeu notoriedade no mundo intelectual, Rousseau fez o que ninguém em sua época teve coragem de fazer: criticar as Ciências e as Artes em si.

    Rousseau faz uma reflexão sobre a influencia das Artes e Ciências sobre a vida do homem e destaca o seu lado predominantemente negativo, no seu ponto de vista. Para ele, elas corrompem a alma bondosa do homem, no seu estado rústico, onde as virtudes e os seus costumes são o que regem sua vida. Ao adentrar no mundo intelectual e adquirir a ''sabedoria'' vinda dos estudos, o homem torna-se apenas mais um em um rebanho de pseudo-sábios, regidos pela presunção, soberba e ganância, sentimentos que surgem das Artes e Ciências. Para ele, isso corrompe os homens, que procuram cada vez mais se destacar no mundo intelectual, tornando-se egocêntricos e viciados, esquecendo-se de suas virtudes.

    Apesar de não concordar totalmente com a argumentação de Rousseau, admito que seu texto é uma elaboração brilhante e atemporal, pois de fato no mundo intelectual encontra-se com certa frequência os vícios e defeitos que ele cita como sendo características dos homens educados pelas Artes e Ciências, contudo acredito que nem todos se corrompem ao adquirir certos conhecimentos. Aqueles que sabem aliar o conhecimento às virtudes e a humildade, são os verdadeiros sábios.

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  144. Luize Gonçalves Fernandes23 de maio de 2014 às 22:54

    Em seu texto, Rousseau discorre sobre o papel da ciência e da arte na história da humanidade.
    O autor começa ressaltando, com certa nostalgia, que no passado a vida era muito mais simples e harmônica. Não havia tanta ambição como na sociedade atual. O padrão que existe e deve ser seguido faz com que ninguém seja o que é de verdade, tornando todos iguais. Rousseau diz ainda que a ciência é algo que tiraria do homem a sua maior virtude: a moral. Para ele, as ciências e as artes nasceram de nossos vícios.

    Reforçando o impacto negativo das ciências e das artes, Rousseau comenta sobre o fato delas corrompem o homem, que possui naturalmente uma alma do bem - o “bom selvagem” que seria irremediavelmente corrompido pela sociedade. Fazem isso pois o homem sente cada vez mais a necessidade de ser superior, desligando-se de suas virtudes. Sentimentos como a ganância e luxúria surgiriam também das artes e ciências.

    Seria essencial, para o autor, a incorporação da ética e da humildade ao se fazer ciência, o que tonaria os seres menos gananciosos e mais prestativos aos sentimentos e com o próximo. Com isso, para Rousseau, as artes e ciências deveriam estar subordinadas a outros valores e não como ocorria na época e atualmente.

    É curioso notar, lendo um texto escrito cerca de 2 séculos e meio atrás, como ele se encaixa na sociedade moderna. O homem torna-se escravo das ciências e da tecnologia, havendo em sua vida uma inversão de valores. Como diz Rousseau: "nossas almas se corromperam à medida que nossas ciências e nossas artes se encaminharam para a perfeição".

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  145. O texto "Discurso sobre as ciências e as artes" analisa se o restabelecimento das ciências e das ates contribui para aprimorar ou tornar podre os costumes da sociedade, e é dividido em duas partes, nas quais a primeira analisa o homem em seu estado natural e civilizado, e na segunda parte é defendida a ideia de que as desigualdades possuem origem nesse estado de sociedade.
    A partir do trecho "Oponhamos a esse quadro o dos costumes do pequeno número de povos que, preservados desse contágio de conhecimentos maus, por suas virtudes construíram a própria felicidade e constituem exemplo para as nações", tem-se que a opinião de Rousseau é de que as ciências e as artes são inúteis no sei objetivo, que seria de o ser humano mais sábios e ruins, uma vez que trazem vícios e costumes que não as favorecem, ou seja, corrompem o homem e tudo o que lhe há de bom: a moral.
    Rousseau acredita não existirem motivos que levem o homem natural a viver em sociedade, visto que esse homem é inocente, não conhecedor das noções de bem e de mal, além de possuir duas características que os distingue dos outros animais, seriam elas a liberdade e a perfectibilidade. Ele afirma que a passagem do homem natural para o homem social é a origem das desigualdades e que isso não poderia ser obra do próprio homem, e sim, de um fator externo. E quando começaram a conviver em sociedade, começou-se a competitividade.
    Neste discurso, Rousseau parte da ideia de estado da natureza e fala da distância entre nossa sociedade e o estado natural. E que com isso, houve lados positivos e negativos, nos quais o positivo seriam os feitos antes inimagináveis e, por outro, a perda dos costumes, no qual houve a exploração do homem pelo e que acarretará na diminuição da bondade e da liberdade natural.

    Danielle Satie Yonamine Yamaguti
    21080813

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  146. Na filosofia de Rousseau, o homem nasce "puro" e a sociedade o corrompe. Em seu O Contrato Social "o homem nasce livre e em toda parte encontra-se a ferros". Entendo que de fato vivemos em uma realidade moldada, mas moldada não por algo que não é inerente e exterior à nós, esta realidade é moldada por nós mesmos, não somos em nenhum momento à parte desta construção. Lembro de Edgard Morin, que diz que o homem faz a humanidade e a humanidade faz o homem. É um paradoxo que parece óbvio de se definir, mas que ao mesmo tempo não é de tão fácil percepção, pois de certa forma evitamos nos comparar como iguais ao outro, de encontrar as mesmas limitações, ao meu ver principalmente as limitações, dos outros em nós mesmos.
    Enfim, sobre o texto disponibilizado, Rousseau faz uma crítica às artes e à ciência, em que estas seriam um vício que destituiria a real virtude do homem. A ciência construiu ao logo do tempo uma certa prepotência em relação ao conhecimento dito real, e Rousseau a vislumbra, em minha opinião, baseada em sua filosofia do homem como um ser puro, que ao tomar a ciência como o verdadeiro caminho do ser, o afasta do seu eu supostamente livre e sem as amarras de um pressuposto. A instrução científica é tida como superior, assim como as artes que se moldaram também em uma dita verdadeira expressão do homem. Porém, seria possível o homem viver completamente sem algum pressuposto? Mesmo essa liberdade natural que o homem possuiria, não se moldaria em alguma outra suposição para dar sentido a sua vida?

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  147. Na obra “Discurso sobre as ciências e as artes”, Rousseau posiciona o lado crítico e negativo do desenvolvimento das artes e ciências durante a história do homem. É através desse discurso que consegue-se perceber os motivos para Rousseau desenvolver a teoria do bom selvagem, que diz que o homem em seu estado natural é bom e livre, mas a sociedade o corrompe. Assim, o autor nos leva a pensar que a ambição do progresso artístico e científico faz com que o homem se transforme, aumentando os vícios e diminuindo seus valores, ou seja, se corrompendo.
    O homem iniciaria sua história no estado de natureza, de completa ignorância, mas sua curiosidade faria com que ele buscasse o conhecimento. Segundo ele, não era vontade da natureza que o homem nascesse sábio, pois eles já são por natureza perversos, imagine se já nascessem sábios.
    Rousseau também menciona o texto “Apologia de Sócrates” e retrata a simplicidade com que ele dizia que sábio é aquele que se abstém da afirmação de que possui conhecimento sobre qualquer coisa, o que sustenta a busca por manter sua essência original. E também menciona alguns períodos históricos em que cidades que estavam em seu auge de desenvolvimento caíram no declínio, alegando que “(...) nossas almas se corromperam à medida que nossas ciências e nossas artes se encaminharam para a perfeição.”

    Nome: Dayane Gonçalves Costa RA: 21044313

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  148. Em “Discurso sobre a Ciência e as Artes”, Rousseau afirma que as ciências e as artes nasceram de nossos vícios, superstições, ambição, ódio, mentira e orgulho humano, e conforme elas se aperfeiçoam, propagando o luxo, a coragem se debilita e as virtudes desaparecem. Assim, expressa a censura às ciências, seu desprezo pelo estudo e a reverência à ignorância, impulsionado pela defesa da virtude.
    Critica também a frivolidade dos homens que privilegiam o luxo e a eloquência, degradando as virtudes e a felicidade humana. Isso se deve pelo fato de que quanto mais valor damos às artes e às ciências, menos reconhecemos nossas virtudes. Para o autor a felicidade é a simplicidade, a inocência, o estado primitivo do homem, e a virtude é a representação dessa vida simples, que as ciências e as artes corrompem. Assim, para Rousseau o homem virtuoso é o que valoriza a natureza e os sentimentos.
    O texto inspira o exame crítico do papel da Ciência e das Artes, em defesa do natural e do primitivo no ser humano, inclusive uma crítica à forma de reflexões sobre a ética construídas apenas como um discurso sobre o bem e o mal. A moral é dada pela capacidade de praticar virtudes, que por sua vez, são dada pelo contexto da união dos seres humanos nas sociedades que tornam possível que todos sejam iguais.

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  149. Melina Cruz RA: 21018213

    O homem corrompido pela sociedade de Rousseau deu origem as ciências e as artes a partir de seus vícios, sendo que esta só poderiam ser realmente tidas como vantagem se tivessem suas origens na virtude, segundo a obra premiada "Discurso sobre as Ciências e as Artes". Para o autor, os costumes que acompanham as temáticas, não favorecem o homem e o corrompem cada vez mais, corrompem seus valores, que consequentemente atingem a moral.
    O rústico e o simples trariam consigo a pureza e humildade necessária para construção de algo mais proximo a consideração de moral para o autor, sendo que o egoísmo que regia na época e atualmente realmente desvirtua o ser humano, que cada vez mais age através de seus impulsos e desejos, sem se preocupar realmente ou 100% com o bem-estar do próximo. Na minha opinião, concordando com os levantamentos de Rousseau, o altruísmo é necessário nas ações humanas, sendo que somados a virtude poderia um dia ter levado ao desenvolvimento das ciencias e artes de modo diferente, sem uma competição de egos constante existente até hoje, já impregnado na natureza humana.

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  150. Em “O Discurso sobre as ciências e as artes”, Rousseau associa a felicidade à virtude, afirmando que desde a sua origem, as ciências e as artes se desvirtuaram. Ele afirma que a virtude não deveria estar associada aos títulos de filósofos, e sim à ruptura com a virtude, com a alma do indivíduo.

    Rousseau diz que quanto mais se avança o conhecimento científico, cria-se um sentimento de supremacia, fazendo com que o indivíduo seja corrompido e não mais se importa com valores éticos e morais.

    Sendo assim, o autor defende o homem em seu “estado de natureza”, pois o homem neste estado se importa com os demais, e é ignorante. Ao ser tirado deste estado por conta da busca pelo conhecimento, a ignorância, que era um sentimento puro original, se desfaz para dar lugar às ações corruptoras do ser, que são responsáveis pelos nossos vícios, a exemplo das ciências e das artes. O autor fundamenta seu pensamento com alguns exemplos, como o seguinte: “As antigas repúblicas da Grécia, com essa sabedoria que brilhava na maior parte das suas instituições, tinham interdito aos seus cidadãos todas as profissões tranqüilas e sedentárias que, abatendo e corrompendo o corpo, enervam em seguida o vigor da alma. De que maneira, com efeito, pensamos que possam encarar a fome, a sede, as fadigas, os perigos e a morte, os homens que a menor necessidade acabrunha, e que a menor pena esmorece? Com que coragem suportarão os soldados os trabalhos excessivos com os quais não estão habituados? Com que ardor farão marchas forçadas sob o comando de oficiais que nem mesmo têm força para viajar a cavalo? Que não me objetem com o valor reconhecido de todos esses modernos guerreiros tão sabiamente disciplinados. Elogiam-me muito a sua bravura em um dia de batalha; mas, não me dizem como suportam eles o excesso de trabalho, como resistem ao rigor das estações e às intempéries do ar”. Com isso, o autor pretende enfatizar que a cultura das ciências é prejudicial às qualidades morais.

    Por fim, o autor acredita que as artes e as ciências são responsáveis pela degradação da moralidade humana, pois ao promover o conhecimento e o desenvolvimento, coloca-se em conflito as virtudes e os vícios.

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  151. Tatiane dos Santos Moura25 de maio de 2014 às 11:05

    Sabe-se que antes da arte modelar nossas maneiras, os costumes eram naturais. O homem vivia em seu estado natural, e não era uma cópia dos outros, era possível saber quem ele era verdadeiramente.
    O texto de Rousseau gira em torno da pergunta inicial, onde se examina se o restabelecimento das ciências e das artes contribuiu para purificar ou para corromper os costumes. O autor deixa a resposta a ser analisada por quem lê.
    Porém, Rousseau ao analisar o desenvolvimento das mesmas no comportamento das pessoas, faz uma crítica ao avanço da sociedade, na medida em que declara que as ciências e as artes, na verdade, resultaram na dissolução moral da sociedade (produzindo desigualdade, vaidade, ociosidade, etc.).
    Isso porque ambas têm como princípio nossos vícios, e assim corrompem nossa virtude, sendo esta a direção que deveria ser seguida. Ou seja, as ciências e as artes seriam algo ruim para as pessoas, pois implicam em costumes e vícios que vão contra ao desenvolvimento da sociedade.
    Com o avanço delas, os homens vão se tornando cada vez mais semelhantes, pois cria-se um molde fixo para cada pessoa, que ao invés de se desenvolver livremente, acaba tornando-se igual à todos os outros.
    E assim, Rousseau procura trazer o homem de volta a natureza. Para ele, grande parte dos males da sociedade poderia ser evitada se vivêssemos de maneira simples, pois assim as virtudes voltaram a ser mais valorizadas, como a natureza prescreve.

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  152. Rousseau, em “Discurso sobre a Ciência e as Artes”, analisa as conseqüências do desdobramento das ciências e das artes no comportamento das pessoas. Assim, o autor acredita que ambos são desfavoráveis a sociedade, ou seja, trazem vícios e costumes que não beneficiam o homem, logo, o corrompem. Rousseau considera que as ciências e as artes nasceram de nossos vícios e por conta disso insulta a nossa própria moral, o que para o autor seria o que há de melhor no homem. Afirma também que não podemos simplesmente assentir com o avanço da ciência. Dessa forma, as ciências e arte são consideradas como algo dispensável, visto que estas corrompem nossos valores, onde então o homem não se perderia. A partir disso, o homem voltaria ao seu estado primitivo. Portanto, segundo Rousseau: “Como seria agradável viver entre nós, se a aparência fosse sempre a imagem das disposições do coração, se a decência fosse a virtude, se nossas máximas nos servissem de regras, se a verdadeira filosofia fosse inseparável do título de filósofo! Mas, tantas qualidades muito raramente vão refluídas, e a virtude não anda assim com tanta pompa. A riqueza do ornamento pode anunciar um homem opulento, e sua elegância um homem de gosto: o homem são e robusto é reconhecido por outros sinais; é sob a vestimenta rústica de um lavrador, e não sob os dourados do cortesão que se encontrarão a força e o vigor do corpo. O ornamento não é menos estranho à virtude, a qual é a força e o vigor da alma. O homem de bem é um atleta que tem prazer em combater nu; despreza todos esses vis ornamentos que dificultam o uso das suas forças e cuja maior parte só foi inventada para ocultar alguma deformidade.”

    Carolline Constanzo dos Santos
    21052113

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  153. Murillo Faria dos Santos Neri
    RA 21045713

    A obra “Discurso sobre as Ciências e as Artes” de Rousseau, interpretei como questionamento principal do autor a importância e necessidade dessas 2 obras do ser humano para contribuir com a manutenção das civilizações. Ele demonstra através de exemplos históricos o vislumbre de algumas civilizações pelas produções artísticas que muitas vezes foram mais almejadas que o poder bélico e econômico.

    Outra questão levantada é referente ao afastamento do homem e a natureza e a degradação da virtude. Acredito que, talvez, quando nos afastamos da natureza por meio da ciência e das abstrações artísticas, nos afastamos sim do que nos é natural, não vejo isso como um fator degradante, mas sim nos insere num novo contexto existencial, com novas atribuições e maneiras de se relacionar com o mundo, ou seja, as virtudes naturais nada tem a ver com o ser menos-natural, já que esse é criado com base em outro meio.

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  154. A leitura do texto de Rousseau faz transparecer o seu gosto pelas coisas simples da vida, da natureza e das coisas mais fundamentais á vida. Essa visão deve ter se originado nas experiências que obteve como ter uma formação rígida mas depois o poder de experimentar um convívio mais extreito com a vida simples mais ligada com aspectos naturais.
    Tido isso, a base do seu argumento consiste, lembrando Sócrates, em fazer um elogio á ignorância, sendo o quanto mais ignorantes, mais próximos da natureza e do bem e quanto mais sábios mais corrompidos e longe da bondade. A frase: "Os homens são perversos; seriam ainda piores, se tivessem tido a desgraça de nascer sábios.” sintetiza bem essa idéia.
    Acredito que a sua visão seja bastante interessante, ela contrapõe inumeros idéias sobre a necessidade de controle da natureza perversa do homem. Seu argumento sintetiza exatamente o contrário, a convivência em sociedade, que traz os nossos roblemas. Ai ele denuncia a ganância e as relações de poder como entraves para a nossa liberdade e comportamento natural de bondade.

    21056212

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  155. Em seu “Discurso sobre as Ciências e as Artes”, Jean Jacques Rousseau explicita seu pensamento de que as artes e as ciências não são boas para os seres humanos. Rousseau segue a linha de pensamento que diz que o homem é naturalmente bom (bom por natureza), mas a sociedade o corrompe. Para provar que as artes e as ciências não são boas para as pessoas, Rousseau se utiliza de exemplos históricos como o caso do Egito, Grécia e Roma, onde as civilizações investiram no avanço das artes e da ciência e posteriormente passaram por uma grande crise.
    O ser é naturalmente ignorante, não que isto seja algo ruim, uma vez que o autor acredita que a sabedoria é perigosa e devastadora, as pessoas que acreditam fielmente nas artes e nas ciências se julgam sábios, mas podem ser cegados por estes modos de enxergar o mundo, podendo alienar os homens e leva-los a agir de forma não ética.
    Embora eu concorde que pessoas que sejam cegadas pela vontade de adquirir conhecimento ou explicar o mundo possam agir de forma nada ética, creio que essa mesma curiosidade e necessidade que temos de entender as coisas e explicar o mundo são muito importantes para o progresso da humanidade, sem essa curiosidade e essa necessidade a sociedade em que vivemos hoje não seria a mesma, graças a estes dois fatores a medicina, por exemplo, avançou de forma incrível e toda tecnologia que temos atualmente foi criada.
    Muitas vezes a ciência se utiliza de atitudes que não são éticas para ter um avanço significativo, em alguns casos a falta de ética se justifica para um bem maior, a longo prazo os resultados obtidos trazem um beneficio maior para um grande numero de pessoas durante um grande período de tempo, sendo assim atitude tem uma utilidade significativa para um “bem maior”. É importante citar que nem sempre e nem toda atitude que não é ética é justificável.

    Guilherme Allan I. C. da Fonseca - RA:11131211

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  156. Lara Silva Obana RA: 21073413

    Rousseau viveu na época do Iluminismo onde a contemplação do belo era muito valorizada, assim em seu trabalho ele se coloca contra a visão da época. Em seu discurso pode-se dizer que Rousseau mantém uma visão conservadora. Ele discorre sobre os tempos em que a sociedade ainda não havia sido corrompida pelas artes e ciências e tenta trazer de volta valores antigos lutando contra os novos valores.

    A grande questão do discurso de Rousseau é se as artes e as ciências contribuíram para purificar ou corromper os costumes. Ele se posiciona falando que elas foram as responsáveis por corromper a sociedade tirando o foco das virtudes (sendo a mais importante delas a moral) e que nasceram da ociosidade e dos nossos vícios.

    Para o autor, quanto mais o homem avança nos estudos da ciência e da arte mais ele se afasta do seu estado de natureza em que o homem é bom, pois ao se ocupar com a ciência ele deixa de se preocupar com os verdadeiros problemas da vida.

    O homem, diante da visão de Rousseau, procura coisas belas e não úteis. As virtudes seriam coisas úteis, e elas foram responsáveis por manter impérios de pé, já as artes e as ciências são belas e/ou talentosas e são as responsáveis por trazer abaixo esses impérios.

    Rousseau, entretanto não é contra a ciência útil, é contra apenas à ciência não virtuosa. Por outro lado ele desconsidera os potenciais e aplicações delas. A arte e a ciência ajudaram a trilhar novos caminhos.

    Não concordo com o ponto de vista dele. Graças às artes e ciências tivemos grandes avanços importantes para a sociedade que fez a qualidade de vida e o conforto aumentarem e com essas características melhores podemos nos dedicar mais ao que ele chama de virtudes. Por outro lado, nota-se que o texto de Rousseau se encaixa na sociedade atual em que vivemos, mesmo ele tendo ser escrito a mais de dois séculos atrás. O homem hoje em dia é escravo das ciências e tecnologias e há uma inversão de valores.

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  157. Nathaly Z. Ramazzini25 de maio de 2014 às 22:34

    Nathaly Zenerato Ramazzini RA 21034713

    A obra é dividida em duas partes, na primeira, o homem é analisado tanto em seu estado natural como civilizado, e na segunda parte, é defendida a ideia de que as desigualdades têm sua origem nesse estado de sociedade.Rousseau inicia sua a obra fazendo uma distinção das duas desigualdades existentes na espécie humana: a desigualdade natural ou física e a desigualdade moral ou política.O autor procura mostrar como a ciência e a arte podem corromper o homem,tanto de maneira positiva como negativa.

    Na primeira parte da obra o autor faz uma análise do homem natural, através do seu aspecto físico e posteriormente metafísico e moral. Questiona as afirmações de filósofos que veem o homem natural como homem social. Ainda nessa primeira parte o autor descreve o homem natural como um ser solitário, possuidor de um instinto de autopreservação, dotado de sentimento de compaixão por outros de sua espécie, e possuindo a razão apenas potencialmente (instinto).Para o autor não existem motivos que levem o homem natural a viver em sociedade, pois o homem natural vive o presente, é robusto e bem organizado, apesar de não possuir habilidades específicas, pode aprendê-las. É inocente, pois não conhece noções do bem e do mal, e possui duas características que o distingue dos outros animais que são a liberdade e o aperfeiçoamento. Encerra o primeiro momento afirmando que a passagem do homem natural ao homem social, que é a origem das desigualdades, não pode ser obra do próprio homem, mas sim de algum fator externo.

    Essa transformação de estado natural para social está associado a ideia de adaptação, pois o homem natural tinha como única preocupação sua subsistência, mas devido a fatores externos (necessidades), foi obrigado a superá-las adquirindo, portanto novos conhecimentos. O homem natural aprendeu a pescar, caçar e por vezes a associar-se a outros homens, para caçar e se defender temporariamente. A partir daí surgem os abrigos,traços de linguagem e noção de propriedade e as primeiras comunidades. Quando começaram a conviver em sociedade, a entenderem-se como indivíduos começa também a competitividade. Os homens passam a se comparar e se identificar: o melhor caçador, o mais forte, o mais bonito, o mais hábil começa a se destacar, o ser e o parecer tornam-se diferentes. Surge então o estado de guerra de todos contra todos, onde a comunidade ainda sem nenhuma lei ou líder, tem como juiz a consciência do homem. E cada um, com sua consciência, começa a agir conforme interesses próprios.

    Nesta obra o autor faz uma análise filosófica-científica da sociedade, partindo da ideia de “estado da natureza”. Ele utiliza a noção “de estado da natureza” para comparar como a nossa sociedade está distante do seu estado natural. Essas diferenças existentes na sociedade hoje foram autorizadas pelo direito natural. Esse homem natural foi criado pelo autor para fundamentar toda a sua teoria e fazer a crítica ao modelo social criado por nossos antepassados. O homem esqueceu as suas funções primárias e passou a se ocupar apenas de assuntos sociais. Preocupou-se apenas com o progresso. Este tem aspectos positivos e negativos. Se por um lado, consegue façanhas e feitos inimagináveis, por outro seus costumes estão depravados, e onde houver a exploração do homem pelo homem, haverá a degeneração da bondade e liberdade naturais. Essa degeneração social foi provocada pelo distanciamento que nós, enquanto seres socais, estamos do ser natural que um dia fomos.

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  158. Dimitria Alexia do Nascimento25 de maio de 2014 às 23:06

    RA: 21025613

    O texto é realmente meio complicado de entender. Rousseau discute se “a ciência e a arte contribuíram para purificar ou corromper os costumes? [...] o homem, ao deixar seu estado de natureza, com toda a sua probidade, honradez, força e energia para se dedicar às ciências e às artes não teria se corrompido no que possuía de mais puro?” Ele, em meu ver, critica a influência das artes e a ciência no agir do ser: “Fazem-nos amar sua escravidão” Ele critica a arte como sendo um padrão certo, enquanto a aparência deveria vir do que a pessoa tem no coração, onde a arte moldou nossas maneiras de amar e nossos atos. Vendo a beleza como algo moldado e definido por essa arte, e algo diferente desse molde é guardado em cada indivíduo. Eu concordo com ele esse ponto de vista. É que nem se formos pensar na beleza. A beleza é algo subjetivo, mas quando estabelecemos um padrão para isso acabamos por reprimir os que veem como belo algo fora desse padrão. Ele até mesmo cita, “Examinei, — diz ele, — os poetas, e os vejo como pessoas cujo talento impõe a eles mesmos e aos outros, que se consideram sábios, que são tomados como tais, e que não são nada menos.” Para mostrar essa relação de imposição do padrão ao ser.
    Há uma visão pessimista das relações mundanas, onde todos os homens se moldam e sendo assim, ninguém é o que mostra ser. Uma sociedade onde não haverá mais mérito por fazer algo e sim fazer algo melhor do que alguém, o rebaixando. Essa conectividade que Rousseau vê no mundo, essa artificialidade, é realmente vista atualmente para aqueles que querem ver. Onde não se consegue mais diferenciar os costumes das influencias, pois “nossas almas se corromperam à medida que nossas ciências e nossas artes se encaminharam para a perfeição” . Ele defende que “Se as ciências purificassem os costumes, se ensinassem os homens a derramar o sangue pela pátria, se animassem a coragem, os povos da China deveriam ser sábios, livres e invencíveis”. O que é um fato. A ciência não traz progresso nesse sentido. Não traz a utopia que todos nós acreditamos que ela trará.
    Mesmo concordando com ele nesse aspecto, acho que ele foi duro demais julgando a ciência de tal forma. Pois não é a ciência que traz uma corrupção dos costumes. A corrupção é inevitável do ser e sua história. Seja pela ciência ou pelas artes, os padrões são inexoráveis aos homens, e se estes não os fossem, criar-se-ia outro.
    A frase que me deixou mais intrigada e ao mesmo tempo reflexiva foi “Povos, sabei, pois, uma vez, que a natureza nos quis preservar da ciência, assim como a mãe que arrebata uma arma perigosa das mãos do seu filho; que todos os segredos que ela vos esconde são tantos males dos quais vos preserva, e que a dificuldade que encontrais para vos instruirdes não é o menor dos benefícios. Os homens são perversos; seriam ainda piores, se tivessem tido a desgraça de nascer sábios”. Mas por mais que essa frase tenha vindo cheia de razão a principio, tenho que discordar com Rousseau, pois o sábio poderia ser sábio de espirito e de conhecimento próprio.
    “As ciências e as artes devem seu nascimento aos nossos vícios: duvidaríamos menos das suas vantagens, se o devessem às nossas virtudes [...] O defeito de sua origem só nos é bem traçado nos seus objetivos. Que faríamos das artes, sem o luxo que as nutre? Sem as injustiças dos homens, de que serviria a jurisprudência? Que seria da história, se não houvesse tiranos, nem guerras, nem conspiradores?” Eu achei essa parte uma das melhores do texto, sendo uma das maiores verdades incontestáveis, em meu ver. Como já falei bastante, vou parar por aqui. (risos) mas gostei muito do texto e de todas as perguntas reflexivas que por diversas vezes são levantas.

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  159. Na obra “Discurso sobre as Ciências e as Artes” de Rousseau, o autor afirma que nossas almas se corromperam e foram depravadas à medida que as ciências e as artes foram se tornando perfeitas, e isso ocorreu porque o ser humano é curioso. A virtude que em nós existia diminuía enquanto os estudos e descoberta das ciências e artes cresciam.
    Cita exemplos como o Egito, Grécia, Roma e Constantinopla, antes mães de fontes de sabedoria, e depois fadadas a serem conquistadas e dissolvidas à corrupção que as artes e ciências trouxeram.
    Rousseau afirma que as civilizações que não foram influenciados pelos conhecimentos, que são vãos, e continuaram com suas virtudes, seguiram felizes e sem seres corrompidos. Isso se deu porque tais povos preferiram outros exercícios que não os do espírito.
    Cita Sócrates, que elogiava a ignorância e que desprezava as ciências e as artes, e com o qual o autor concorda que o que é útil é instruir os homens com a virtude.
    As ciências e as artes nasceram de nossos vícios, mas seriam benéficas se tivessem surgido de nossas virtudes. As ciências são vãs nos objetivos que se propõem, e também nos efeitos que a produzem.
    Rousseau diz que são muito valorizados os pintores, os astrônomos, os químicos, e os cidadãos são deixados de lado. Além disso, privilegiamos as artes e ciências belas, mas não damos importância às uteis.
    Salienta a importância que deveríamos dar as obras e estudos uteis, não os que buscavam a perfeição e aparências vãs. A virtude deve ser priorizada, assim como era antigamente. Os estudos supérfluos sobre ciências e artes afetam drasticamente nossa moral, fazendo com que percamos a essência da virtude.

    RA: 21019613

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  160. Rousseau associa a felicidade à virtude,no entanto ele o faz de uma maneira prática, procurando mostrar que as ciências e as artes, positivas em si mesmas, se desvirtuaram desde a sua origem,no que se refere ao mal-estar que introduz o homem na história: ele supõe ter havido um estágio selvagem, em tudo favorável à natureza do homem, quando este não havia experimentado os males da civilização. Ao contrário do que advogam alguns autores, este estado natural seria o éden do homem na terra.

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  161. Morgana B. Alves Ferreira26 de maio de 2014 às 11:12

    A questão fundamental nesse texto de Rousseau é: o homem, ao deixar seu estado de natureza para dedicar-se às ciências e às artes, teria se corrompido?
    Para o autor, a arte modelou as maneiras do homem e o ensinou uma linguagem mais rebuscada, se contrapondo com seus antigos costumes rústicos mas naturais. Pode-se perceber que o filósofo tem a arte como algo enganador, que modifica apenas as aparências com os ornamentos e vestimentas, tirando a "sinceridade" do homem natural. O decoro imposto pela sociedade uniformiza aparentemente os indivíduos, porém, é enganador porque cada um esconde seu gênio.
    Usando como exemplo Egito, Grécia, Roma e Constantinopla, Rousseau mostra que o progresso das artes e a dissolução dos costumes levaram nações poderosas que eram berços da sabedoria a serem conquistadas e arruinadas.
    Aos povos que preferiram outros exercícios em detrimento dos do espírito, seu destino foi seguirem felizes e sem seres corrompidos. Não abandonaram suas virtudes e não influenciaram-se pelo conhecimento. Essa parte do texto nos remete ao antigo ditado "ignorância é uma benção".
    Se as ciências e as artes tivesse nascido das nossas virtudes, ao invés dos nossos vícios, suas vantagens seriam mais claras. "Se as nossas ciências são vãs nos objetivos que se propõem, são ainda mais perigosas pelos efeitos que produzem", afirma.
    Os cidadãos comuns ficam na obscuridade por não serem dotados de grandes talentos. Devemos nos ater às nossas virtudes e escapar da influência perigosa do conhecimento. "De que serve procurar a nossa felicidade na opinião dos outros, se podemos encontrá-la em nós mesmos!"

    RA 21036213

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  162. Luara Michelin Sartori RA: 11054112

    Rousseau diz que nós somos corrompidos pela sociedade, que nós perdemos nossos costumes naturais e rústicos, deixando de sermos quem realmente somos para nos moldarmos naquilo que as ciências e as artes propõem. Assim, ao deixarmos de ser quem somos, passamos a ser e a ter falsas amizades, e até mesmo, falsos relacionamentos.
    Para Rousseau o mundo tomado pelas ciências e pelas artes, mostra que as pessoas se afastaram de seus valores, de suas virtudes, para adquirir mais conhecimento e portanto perderam sua capacidade de serem éticos. Os valores passaram a ter papel secundário, enquanto o conhecimento papel principal,como dito no próprio texto: "não se pergunta mais se um homem tem probidades, mas se tem talentos".
    Essa abordagem de Rousseau não faz muito sentido para mim, uma vez que vejo as ciências e as artes como sendo construções e modelagens do mundo feitas pela capacidade do homem, evidenciando assim sua natureza, aproximando-o de suas virtudes.

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  163. MARINA MOLOGNONI - RA: 21071313

    No texto “Discurso sobre as ciências e as artes” de Jean-Jacques Rousseau enfatiza as questões morais, especificamente mostrando que as ciências e as artes se desvirtuam desde a sua origem. Ele mostra seu descontentamento com o ser humano civilizado ao responder a questão “O homem, ao deixar seu estado de natureza, com toda a sua probidade, honradez, força e energia para se dedicar às ciências e às artes não teria se corrompido no que possuía de mais puro?”. Isso porque, para ele, ao estudar mais afundo as ciências e as artes, os homens se afastam do seu ‘estado selvagem’ -que é o ‘status’ que mais se aproxima da moralidade- , e se corrompem, gerando uma sociedade que preza mais os vícios do que as virtudes, pois esse estudo das ciências e das artes estimularia essa inversão de valores.

    Para mim, Rousseau trás pontos para a discussão ética que são imensamente importantes como, por exemplo, a questão de visar o status de cientista e artista ao invés de prezar a ciência e a arte em si, porém acredito que o desenvolvimento de tais não significa, necessariamente, um desmoralização do homem, mas pode até significar um conhecimento a mais para elevar o nível da discussão ética e das atitudes morais.

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  164. Em “Discurso sobre as Ciências e as Artes”, Rousseau alega que o progresso das ciências e das artes corrompe o homem, pois tal progresso surge do orgulho e da inércia. O autor compreende que, quanto maior o avanço do homem no meio artístico e científico, mais distante ele fica de seu estado de natureza (estado no qual o homem é bom).

    Deve-se compreender que natureza é esta, pois Rousseau parte do princípio de que o homem é naturalmente bom, mas, no entanto, há outras maneiras de se analisar esse estado de natureza.

    O avanço científico, sem dúvidas, acarreta impasses éticos. Tal avanço faz com que o homem se transforme em um ser pretensioso, entretanto, a crítica e a humanidade devem andar lado a lado; há a necessidade de criticar e analisar o que está sendo desenvolvido. O avanço das ciências e das artes pode trazer consigo muitos benefícios, mas também pode causar malefícios. Deve-se procurar saber a maneira correta de lidar com tais prejuízos.

    Aline B. Silva - RA: 21080413

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  165. Em “O discurso sobre as ciências e as Artes” Rousseau disserta sobre o papel da ciência na humanidade. Desde o principio Rousseau imprime um caráter negativo as duas, atribuindo as mesmas, a responsabilidade pela inércia e ignorância humana. Ele aponta a arte como agente causador da corrupção da sociedade, pela dissolução moral na mesma. Rousseau também afirma que tanto a ciência como a arte nasceu dos vícios do homem. Ele acredita em um estágio selvagem do homem (quando ele ainda não havia experimentado os males da civilização) onde os costumes eram rústicos, porém naturais; ele acredita que no fundo, este estado não seria melhor, mas os homens encontravam a segurança na facilidade de se penetrarem reciprocamente e isso evitava muitos vícios.
    Para fortalecer seu raciocínio, Rousseau cita alguns exemplos de civilizações que ruíram por “ceder” a arte e as ciências, além de que povos que se preservaram desse “contágio” e foram bem sucedidas. “Tais foram os primeiros persas: nação singular, na qual se aprendia a virtude como entre nós se aprende a ciência, a qual subjugou a Ásia com tanta facilidade e foi a única que teve a glória da história de sua história(...)” (p. 21). Rousseau também levanta a importância do luxo: ele acredita que raramente existe sem as ciências e as artes, e elas jamais sem ele.
    Acredito que o texto de Rousseau levanta um debate importante ainda atualmente. Quando argumenta sobre o status de arte, é interessante observar o argumento de que o que se torna mais importante são os “ornamentos” em determinada apresentação, e a aparência não é a “imagem das disposições do coração”, mas apenas as vestimentas.

    Mayara Sanches - 21023913

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  166. Achei o texto de Rousseau complicado e difícil de retirar informações, porém, acho interessante textos escritos de modo que façam o leitor responder por si só a questão colocada, não há uma resposta certa, depende da ideia do leitor. Rousseau, em seu diálogo tem como principal objetivo questionar seu leitor se a ciência trouxe progresso ou se ela corrompeu o homem. Utiliza de fatos históricos para tentar mostrar ao leitor suas ideias, para que as ideias de ambos se tornem parecidas. Ele acredita que a ciência, a sociedade criada corrompe o homem, e apenas em sociedades mais simples, há uma melhor maneira de viver.
    Acredito que na época que ele escreveu, seu texto foi importante, pois acreditava-se que a ciência era o que havia de melhor e resolveria todo os problemas do mundo, havia um romantismo em relação à isso, e esse texto vai contra essa ideia. Porém, atualmente, as coisas mudaram, ainda há grande importância ligada a ciência, porém, não acreditamos mais que ela é neutra, nem que resolverá os problemas do mundo, há muita coisa relacionada a isso, como política, história, economia.
    Sabemos que a ciência não anda sozinha e podemos observar isso principalmente na 2ª Guerra Mundial, logo o romantismo envolto já se foi. A ciência trouxe ambos os lados do ser humano: o bom e o ruim. Discordo com Rousseau que a ciência e o progresso degridem o homem, acredito que em todos há atos morais e imorais, e que depende de nós como utilizá-los, a ciência pode evidenciar isso, mas não causar isso. Até em sociedade mais simples, uma vez ou outra, mesmo que raramente, terá alguém que pode causar um mal estar.

    Bruna Rosalem - 21035913

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  167. Brenda Dantas Lopes Bela - 21036513

    O texto de Jean- Jaqc Rousseau é denso, levando me a uma grande análise. O autor descreve em seu discurso a maneira como o homem corrompe-se com a utilização das artes e das ciências, colocando-as como empecilho à pureza dos costumes, elas teriam nascido da ociosidade e dos vícios humanos. Parece que ele quer ferar a empolgação vigente no século em questão, e demontras que não bem desta forma que caminhava a sociedade, antes de iniciar sua obra o autor faz uma advertência para um possível censura e perseguição que sofreria já que suas ideias iam de encontro com o que mais despertava admiração e empolgação nos homens. Quanto mais as Ciências e as Artes avançam, mais se corrompe e mais o homem se afasta de sua natureza. Para demonstrar sua argumentação Rousseau utiliza de inúmeors exemplos históricos. Ele mostra como povos que experimentavam avanços em seus respectivos contextos de conhecimento e arte caíram na degeneração da virtude ao invés de chegarem a excelência dos costumes. Como exemplo, ele cita Roma: ‘outrora templo da virtude, torna-se teatro do crime, opróbrio das nações, joguete dos bárbaros. O império Romano após ter engolido todas riquezas do universo, foi presa de gente que nem mesmo sabia o que era riqueza’. Além da diferença entre Esparta e Atenas na Grécia, os povos da chiva e entre outros. Rousseau também faz um elogio à ignorância, relembrando Sócrates, afirmando que quanto mais sábio mais afastados do bem eles são e mais corrompidos. E, ao contrário, quanto mais ignorantes são, mais próximos da natureza eles se tornam, portanto,mais próximos do bem. Rousseau leva ainda o assuto para a questão moral de forma acentuada, ele afirma que as ciências não conseguem atingir os objetivos aos quais se propõem, nem sempre alcançando o bem ou seja, por não alcançar o bem e ter o mal como resultado algumas vezes, é considerado imoral. Acredito que o progresso não torna o homem mais ético e também não o torna menos ético, porém acredito como o autor, que quanto mais se foge de sua natureza, mais se afasta de suas virtudes. As Ciências e as Artes, são formas de se aproximar de suas virtudes pois quem as pratica possuí tendências relacionadas a elas, ou seja, tem uma natureza forte com ambas.

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  168. No texto, Russeau defende que as ciências e as artes surgiram a apartir dos vicíos, orgulho, supertição dos seres humanos. O caráter negativo de seu discurso sobre as ciências e as artes se dá devido a elas corromperem a alma humana, que é regida pelos costumes e as virtudes. A ciência é algo ruim para Rosseau, pois esta fere a moral humana, considerado algo bom por ele. O rústico e o simples tem papel de destaque no discurso, pois estes remetem a pureza e a humildade, que levam a noção mais próxima de moral do autor.

    A disputa do mundo intelectual e a obessão por sabedoria faz com que os homens se corrompam, pois são movidos pelos vícios, a individualidade aflora, o bem-estar social é posto de lado, as virtudes são esquecidas, além desses ‘sábios’ serem tidos como a fonte de conhecimento verdadeiro e perfeito, que não pode ser questionada e criticada. A ganância e a soberba são outras características que somam aos problemas originados a partir do surgimento da arte e das ciências na visão de Rosseau.

    Ao realizar seu discurso, Rosseau certamente teria consciência do problema e da retaliação que poderia surgir, pois ir contra as artes e a ciência que ganham cada vez mais importância, a ciência sendo tida como a única fonte de se conhecer o verdadeiro e o real, sendo de extrema importância para aquisição de conhecimento e pelo fato de estarem atrelados a interesses que abrangem a esfera política e econômica, criticar a ciência e as artes é uma tarefa árdua e complexa.

    Rosseau é contra a maneira como o progresso científico foi feito, colocando valores necessários e importantes de lado, mas mesmo que essa forma de progresso científico tenha sido a principal, existe certamente cientistas que ao adquirirem conhecimento não se tornaram soberbos e ganânciosos, mas aliaram o conhecimento obtido às virtudes, simplicidade e humildade, tão defendidadas por Rosseau.

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  169. Ana Caroline Coutinho26 de maio de 2014 às 12:40

    No texto “Discurso sobre as Ciências e as Artes”, Rousseau procura demonstrar que as ciências e as artes são responsáveis pela depravação e corrupção da natureza dos homens. Segundo ele, antes da arte modelar as nossas maneiras e educar as paixões a obterem uma linguagem moderada, nossos costumes eram rústicos, mas naturais. Isso não quer dizer que a natureza humana era melhor, porém, anteriormente as ciências e as artes, os homens podiam encontrar “sua segurança na facilidade de se penetrarem reciprocamente; e essa vantagem, cujo valor não sentimos, lhes evitava muitos vícios.” Desse modo, conforme o autor, é como se as ciências, as letras e as artes - menos despóticas e mais poderosas que o governo e as leis - estabelecessem um molde para todos os costumes dos homens, de modo que se vive uma “enganadora uniformidade” e ninguém é suficientemente corajoso para parecer aquilo que é, a menos que motivos mais poderosos o desviem.

    Ana Caroline de Aguiar Coutinho
    RA: 21048113

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  170. Podemos colocar como questão fundamental discutida por Rousseau em seu Discurso sobre a Ciência e as Artes a seguinte: “A Ciência e as Artes contribuíram para melhorar os seres humanos e aprimorar seus costumes?”. A partir da leitura do texto, conclui-se que a resposta do autor a essa questão é que não.

    O próprio autor reconheceu que possivelmente sofreria censura e perseguição por ter publicado ideias contrárias a tudo o que despertava admiração dos homens: a ciência, a erudição, as letras e as artes (principalmente pelo contexto em que Rousseau escreve). Ele aponta a Ciência e as Artes como contribuintes da degradação humana na medida em que fortalecem os vícios e não valorizam as virtudes. Dessa maneira, pode-se inferir que a Ciência não contribui para a moralidade humana, porque não se voltou para o próprio homem. Percebo que muito do que Rousseau escreve trata-se da defesa do estado natural - simples - do homem, que caracterizaria a “felicidade da ignorância”.

    Rousseau fundamenta seu posicionamento utilizando uma série de exemplos históricos que mostram como o avanço que povos antigos experimentaram em suas épocas invariavelmente os levava à tal “degeneração da virtude” e à exaltação dos vícios.

    Eu tenho alguma dificuldade em aceitar a ideia de que a Ciência e as Artes sejam fatores que corroboram a instituição dos vícios e que fornecem enclaves ao aprimoramento dos costumes e ao pleno desenvolvimento das virtudes. Creio que a degradação da moralidade humana possa ter sido em parte influenciada por avanços da Ciência (mesmo porque os exemplos que Rousseau fornece são bastante consistentes e mostram que, de fato, o avanço científico muitas vezes veio acompanhado da degeneração da virtude), mas não concordo que a erudição e a busca pelo conhecimento sejam dignas de completa censura. A defesa da virtude, em Rousseau, é impulsionada pela reverência à ignorância e ao estado primitivo do homem: a simplicidade. Homem virtuoso, nesse contexto, é aquele que valoriza a natureza e os sentimentos.

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  171. Em sua obra, Rousseau faz reflexões sobre o sentido e o valor do desenvolvimento científico, bem como, se esse desenvolvimento tem alguma relação com a virtude.
    Ao longo de sua argumentação ele se utiliza de exemplos históricos para confirmar sua posição, demonstrando que os povos ao alcançarem um avanço nos conhecimentos científicos ou técnicos corromperam suas virtudes em vez de alcançar a excelência dos costumes.
    Trechos como “As ciências e as artes devem seu nascimento aos nossos vícios: duvidaríamos menos das suas vantagens, se o devessem às nossas virtudes” (ROUSSEAU, 2001, pag. 32), e, “O luxo raramente existe sem as ciências e as artes, e elas jamais sem ele” (ROUSSEAU, 2001, pag. 35), apontam que o criar das artes e das ciências não tem origem em algo bom, virtuoso, alegando assim, que não poderia ter fins bons, pelo menos propositalmente.
    Assim, ele nos leva a concluir que o desenvolvimento das artes e das ciências corrompe a dignidade humana, afastando o homem de sua humanidade.
    E apensar de ser escrito a tanto tempo atrás, esse questionamento sobre as relações entre a ciência e a virtude, sempre se mostrará oportuno, pois o acúmulo de conhecimento cientifico tem um caráter de progresso, de enriquecimento ao homem, mas raramente promoveu sua felicidade, vide por exemplo, o medo constante de guerras combinados aos conhecimentos científicos (utilização de bombas nucleares, drones etc.).

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  172. Mariana Fabricio de Moura RA: 21088113

    Apesar de seu Discurso sobre as ciências e as artes ter sido premiado pela Academia de Dijon, e o próprio autor caracteriza a obra como medíocre, além de externar sua infelicidade com as consequências dessa publicação, pois sofreu inúmeras perseguições. Ainda hoje, o tema do discurso levanta contendas entre os filósofos.
    Inspirado pela questão a respeito do restabelecimento das ciências e das artes e sua contribuição para aprimorar os costumes, foi capaz de responder que as ciências e as artes haviam colaborado para com a dissolução moral em que se encontrava a sociedade. Portanto, é um discurso que da um enfoque para as questões morais, não se tratando das “sutilezas metafísicas”, porém das verdades que importam à felicidade do gênero humano. Felicidade, inerente à condição humana, no entanto associada aos conflitos do indivíduo na sociedade do século XVIII, período do iluminismo, mas também relaciona a felicidade à virtude, de maneira prática com o intuito de mostrar que as ciências e as artes se desvirtuaram desde sua origem.
    Para Rousseau, o estado de natureza, ao contrário do que afirma Hobbes, é em tudo favorável a natureza do homem, ou seja, o “éden” deste na terra , pois este não havia experimentado os males da civilização, mostrando sua descrença em relação à civilização.

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  173. Luana Alice Forlini
    RA: 21046313

    Ao ler o texto para esse tema “O discurso sobre as ciências e as Artes”, me recordei de uma das frases mais divulgada - senão a mais, do autor Rousseau: o homem nasce bom e a sociedade o corrompe. Partindo dessa premissa, no texto apresentado, podemos notar alguns fatores que contribuem para essa corrupção presente no homem: as artes e a ciência. Para o autor, essas duas ferem a moral e o caráter humano, se opondo ao simples e ao rústico que seriam formas de ascender a moral por remeterem a algo mais puro. Podemos inferir disso que “a ignorância é uma benção”, outra frase da qual me lembrei ao realizar a leitura, presente em um dos filmes da trilogia “Matrix”.
    Em alguns momentos a ignorância pode parecer realmente encantadora, pois sabemos que a ciência, principalmente, traz consigo vários pontos negativos, entre eles podemos citar: bombas atômicas, gás utilizado nos campos de concentração da Segunda Guerra Mundial e a teoria de raças superiores que influenciou, também, a Segunda Guerra e o Imperialismo, tendo como um dos seus autores Arthur Gobineau. Entretanto, buscar o conhecimento e o entendimento de como as coisas funcionam, da onde viemos e qual o motivo que estamos aqui, é algo inerente ao pensamento humano, além de ser essência para compreensão da vida ao nosso redor. Alguns dizem que só podemos transcender e demonstrar total individualidade utilizando a arte, e não devemos esquecer dos avanços científicos que nos fazem viver com qualidade melhor, como a vacina, por exemplo. Por esse motivos, não concordo completamente com a visão de Rousseau.

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  174. A questão central do texto de Rousseau é se o estabelecimento das ciências e artes irão tornar os costumes da sociedade mais aprimorados ou não, acreditando que estes dois serão algo ruim, pois trazem alguns vícios e costumes que corrompem o ser humano.

    Para Rousseau, o avanço da ciência na sociedade é algo ruim, pois agride a moral, que é o item bom do ser humano, e corrompe nossos valores. Assim, diz que a vida no passado era mais simples e as pessoas viviam de modo harmônico, em vez da sociedade atual, que vive na ambição desenfreada. Logo, não há mais amizade real, sendo que os relacionamentos são de interesses, com a alma dos seres humanos corrompida. As ciências, então, não trouxeram coisas boas para sociedade, apenas a degradação dos costumes antigos. Antes, ainda segundo o autor, o ser humano não era banalizado, não era um gado no rebanho, mas havia respeito um pelo outro.

    O pensamento do autor em relação a ciência é muito pessimista, pois há uma degradação nos valores humanos, pois nascemos seres puros e, ao longo do tempo com a admissão de conhecimento, não podemos enxergar a individualidade de cada ser humano, e isso não é correto.

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  175. Victor Fleming de M. Pereira26 de maio de 2014 às 14:48

    Victor Fleming de Menezes Pereira RA: 21081413
    No discurso sobre as Ciências e as Artes de Rousseau podemos ver que Rousseau apresenta sua ideia de que o desenvolvimento das ciências e das artes seguem uma linha inversamente proporcional ao desenvolvimento do homem no que se trata de sua bondade e de suas virtudes. Isso ocorre pois as artes e as ciências trazem ao homem vícios e costumes que causam disputa entre eles. Rousseau diz ainda que a ciência é algo que agride a melhor virtude do ser humano: a moral. Para ele, as ciências e as artes nasceram de nossos vícios. As considera inúteis no seu objetivo, que é de nos tornar mais sábios, e muito perigosas pelos efeitos que produzem, corrompendo nossos valores. Rousseau em seu discurso relembra Sócrates que defende os artistas, poetas e afins como aqueles que como todos - nada sabem - mas que no entanto se colocam como conhecedores mais sábios. A única diferença entre sábios e não-sábios se encontra no fato de que não-sábios reconhecem que nada sabem.

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  176. Jean Jacques Rousseau nos apresenta seu questionamento quanto à ciência e as artes e suas contribuições/consequências no âmbito social, principalmente no aspecto do aprimoramento do ser humano. Vemos que o autor discorda que tenham auxiliado nesse processo de melhoria e afirma ainda que estas fortalecem os vícios e desvalorizam as virtudes, portanto, degradam o homem. A série de exemplificações históricas exposta é extremamente sólida para alicerçar sua “tese”.

    Acredito que sua visão provém de sua própria teoria do bom selvagem, logo, conviver com uma sociedade seria danoso ao seu estado natural, no entanto, não enxergo esse dano – pelo menos não nessa proporção, principalmente quando tratamos da erudição e das letras. Compreendo que ele critique a maneira como a ciência se constrói, não sua essência, mas percebo que a moral está na empreitada científica por instrumentos que proporcionem dias melhores.

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  177. A questão apresentado po J.J. Rousseau no "Discurso sobre as Ciências e as Artes" é se elas contribuíram para melhorar os homens no quesito virtude. À primeira vista, pode-se depreender da leitura do texto que ambas corrompem a virtude, sem mais considerações. Entretanto, conforme avança-se na obra e presta-se atenção maior na conclusão, é possível ter uma visão mais favorável da Ciência e das Artes.
    A Primeira Parte, somos bombardeados por exemplos históricos de povos em que houve um intenso desenvolvimento e valorização da razão e da beleza e, contrariando a percepção iluminista, ocorreu uma proliferação de homens com práticas vis como avareza, a bajulação, a calúnia, a opulências, etc (embora reconheça exceções como Sócrates).
    Em contrapartida, na Segunda Parte, Rousseau considera na sua análise a Ciência e as Artes em si mesmas. Percebe-se que em algumas passagens que defende a "felicidade da ignorância", seríamos felizes se fôssemos ignorantes, isto é, se fôssemos homens em estado rústico. Mas, supondo que não podemos retornar à tal estado natural, somente a própria Ciência e as próprias Artes aliadas com o Poder tornaria novamente os homens felizes e virtuosos.
    Sinceramente, reservo dúvidas sobre a felicidade e virtuosidade do homem em estado natural. De fato, humildemente, não arrisco qualquer opinião sobre essa suposta felicidade do homem em forma bruta. Porém, compartilho da opinião de Rousseau quando afirma que a Ciência e as Artes juntas com o Poder salvarão a humanidade do estado vilipendioso em que se encontram. Sem isso, ambas nos manterão como escravos em vez de livres.

    Nome: EWERTON SOUZA MELO
    R.A.: 21024013

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  178. A obra de Jean-Jacques Rousseau, “Discurso sobre as ciências e as artes”, traz as principais reflexões deste filosofo acerca da moralidade e tais reflexões estão guiadas pela questão “o restabelecimento das ciências e das artes terá contribuído para aprimorar os costumes?”. O suíço responde negativamente para esta questão e diz que os costumes não foram aprimorados com o estabelecimento das ciências e das artes. Para ele, a degradação humana crescente foi fortalecida pelas ciências e pelas artes. Rousseau diz que por mais que a ciência e as artes possuíssem todo o seu encantamento, elas também fizeram com que os homens esquecessem deles próprios e, assim, questões morais estão sendo ofuscadas pelas “luzes da razão”. O autor apresenta em seu texto inúmeros exemplos históricos deste processo para solidificar o seu posicionamento de que a o estabelecimento da ciência e das artes não aprimoraram os costumes. Para ele, com tal estabelecimento, houve o ápice do vicio (já que as ciências e as artes derivam dos nossos vícios) em detrimento da virtude. Rousseau diz que antes que a arte polisse nossas maneiras e ensinasse nossas paixões a falarem a linguagem apurada, nossos costumes eram rústicos, mas naturais. E que os homens encontravam sua segurança na facilidade para se penetrarem reciprocamente, o que não ocorre mais. Com o estabelecimento das ciências e das artes, Rousseau acredita que não temos mais amizades sinceras e estima real ou confiança cimentada. Temos, então, suspeitas, receios, medos, frieza, reserva, ódio e traição que devemos às luzes (ciências e artes) de nosso século.

    Matheus Nunes de Freitas RA: 21031213

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  179. A grande questão que Rousseau levanta está relacionada com o avanço da humanidade. As artes, ciências e letras tem permitido um progresso, mas este não abrange as virtudes do ser humano.

    Rousseau acreditava que a ciência e a arte não ajudam o homem a se tornar melhor ou a praticar boas ações. Para ele, todos os nossos esforços estão concentrados na busca pelo conhecimento, mas esse conhecimento nunca nos dirá qual é nosso dever como seres que devem agir corretamente. Assim, o conhecimento poderia ser uma armadilha em alguns casos. Alguns “segredos” da natureza não deveriam ser conhecidos, para nosso próprio bem.

    Ele levanta mais uma questão: e se todos esses avanços nunca tivessem existido, será que seríamos pessoas piores por causa disso? Não de acordo com Rousseau, pois esses avanços ignoraram as virtudes que seriam úteis para o ser humano e introduzem aquilo que é belo, porém inútil.

    É preciso reconhecer que o discurso de Rousseau, apesar de enxergar o progresso apenas nos seus aspectos negativos, mostra um pouco da realidade do conhecimento ainda hoje. Realmente, nas escolas pouco se fala sobre deveres ou moral. E o progresso muitas vezes ainda justifica os meios que levam até ele. Mas a ciência e a arte não podem ser consideradas como inúteis, pois por mais que não nos torne pessoas melhores, ainda podem ser utilizadas para ampliar os conceitos que usamos nos nossos julgamentos morais.

    Jacqueline O. Mendes 11038112

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  180. Segundo Rousseau, o reestabelecimento das ciências e das artes não contribuíram para o aprimoramento dos costumes, pelo contrario, impulsionaram a dissolução moral da atual sociedade.
    Em seu texto “Discurso sobre a Ciência e as Artes”, ele afirma que as ciências e as artes são nasceram de nossos vícios, por isso suas vantagens podem ser duvidosas, o mesmo não aconteceria se tivessem nascido de nossas virtudes.
    Ele nos fala que seria agradável viver na sociedade se o ser e o parecer fossem reflexos reais e sem retoques um do outro, ou seja “se a aparência fosse sempre a imagem das disposições do coração”. Que antes de ser modelados pela arte, não precisávamos recorrer aos vícios, embora a nossa natureza não fosse melhor, nossas maneiras, paixões e linguagens eram naturais. Contudo, na sociedade na qual o ser o parecer se contradizem, há uma “enganadora uniformidade” o homem vive conforme os usos da época, e não de acordo com sua essência. A sociedade é um rebanho, onde “ninguém ousa parecer aquilo que é “, e quando diferentes homens são colocamos diante das mesmas circunstâncias, fazem as mesmas coisas.
    O império da ciência e das artes extermina as amizades sinceras e a estima real. E no lugar delas temos desconfiança, temores, frieza, ódio e traição. O homem não comemora mais seus méritos, mas rebaixa os dos outros, não odeia outras nações e nem ama a sua pátria.
    Na medida em que a ciência caminha para a perfeição nossa alma é corrompida. Pois todos os esforços que a humanidade fez para “sair da ignorância que a sabedoria eterna as colocara “ foram recompensados com o luxo, a dissolução e a escravidão. Sabendo dos perigosos que corria nossas almas, a natureza quis preservar o homem da ciência, pois a perversidade dos homens seria ainda maior se eles tivessem nascido sábios.
    A estima que temos pela ciência, ao passo que o termo “cientifico” é tido como um grande adjetivo com potencial de sugerir mérito e confiabilidade ao que quer que seja é uma herança maldita que carregaremos dentre os séculos, pois como poderíamos pensar que “a ciência a virtude seriam incompatíveis”?
    No discurso há criticas sobre o luxo, segundo as quais ss defeitos das ciências e das artes estão em sua origem e em seus objetivos: arte e luxo; injustiça dos homens e jurisprudência; historia e tiranos, guerras, conspirações. A ciência e as artes não nasceriam sem o luxo, e nem o mesmo sem elas. E ele é o responsável pela dissolução de nossas costumes e corrupção de nossos gostos.
    Em suma, considero importante destacar a tentativa de moldar a sociedade por meio das artes e da ciência, e assim corrompe-la, além da diferença entre o parecer (aquele que sabia dizer bem) e o ser (saber fazer o bem).


    Com base no texto proposto, concluo que a ciências e as artes não tem progredido eticamente, dado os ônus apresentados nas linhas antecessoras a esta conclusão.

    Ana Lídia 21065313

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  181. Jean-Jacques Rousseau, em seu “Discurso sobre as Ciências e as Artes”, critica nosso formalismo racional, critica o quanto este processo crescente nos mantém longe de nossa vontade natural, de uma essência do viver correto. Critica o quanto nossa crescente busca por progresso artificial e admiração estética virtual nos põe longe da virtude, do modo que realmente queremos viver como na tese de Max Weber, o crescente desencantamento do mundo que se torna a gaiola de ferro das razões.

    A tese de Rousseau repousa na crença de que o homem que não sabe é abençoado. O intocado pela domesticação do processo civilizatório é mais puro, exercendo sua vontade, sua coragem, não se alienando no vão conforto, na frivolidade das aparências, na banalidade do luxo. Em sua outra obra, “O Contrato Social”, também advoga a mesma crença de que o homem natural, portanto íntegro, biologicamente saudável e austero moralmente é corrompido, desequilibrado pela ordem social. E há a mesma crítica ao processo moderno quando diz que tudo que a sociedade produz são máscaras, são mentiras, são falsos apelos que nos afastam do que somos. Mas Rousseau neste livro vai mais além. No “Contrato”, Rousseau estabelece que para que ele funcione, as vontades humanas têm que imperar, propõe que é preciso eliminar os interesses conflitantes entre os homens para surgir o interesse comum, algo que ele domina vontade geral. E daqui o nazismo entra.

    A Alemanha nazista, também descontente com a dura competição que se alastra na racionalidade capitalista, recortou as partes rousseaunianas que os interessavam. Excluíram, por exemplo, sua crítica à propriedade privada. Mas muito semelhante ao projeto de Rousseau, o nazismo também tinham suas próprias pretensões de renaturalizar a vida humana através de uma reconstrução da vida social de uma forma que favoreça o que consideravam como bem, como belo (estética ariana e costumes bárbaro-germânicos) e bloqueie o que consideravam como mal, como feio (a degeneração, o judeu). E seria este o caminho para a salvação, para estabelecimento de uma vontade geral e natural.

    Considero a crítica a estes dois tipos de determinismo, a crítica que faz o existencialismo de Jean-Paul Sartre muito válido. Não há nenhuma essência, nenhuma base fixa natural que contenha o espírito humano por que este é profundamente performático, tudo nele é dinâmico e mutável pela própria realidade, pelas circunstâncias que nós mesmos criamos. O homem não é "estado", é justamente “processo”. “Nada na realidade é dado, tudo está para ser construído” e é esta máxima que nos permite ser livres e responsáveis pelo que nos tornamos. Claro que estamos putos e ferrados com a realidade das prisões lógicas da quais estamos inseridos e compelidos por ela a agir, mas fomos nós mesmos que a criamos. Não se pode culpar só “os outros”, como o nazismo propunha. As responsabilidades são compartilhadas. O mundo das prisões racionais não é, simplesmente está sendo, está apto a mudança, é refém do que nós mesmos estamos prontos para fazer com ele. E é justamente o caráter instável da realidade, é por ela ser mutável que o agir tem esse peso na nossa consistência. E é justamente a própria razão que nos enjaula, a que pode confabular, que pode pensar maneiras, viveres, a que pode pensar alternativas à jaula, à realidade.

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  182. Nessa exposição Rousseau debate a influência das ciências e das artes na sociedade, defendendo a concepção que elas corrompem os homens. Essa crítica se dá por conta do remodelamento dos costumes e condutas feito por esses campos.

    Esse novo padrão de conduta desvia o homem de seus verdadeiros desejos, sua verdadeira virtude. A partir do momento que um novo padrão é estabelecido os homens buscam veementemente segui-lo, esquecendo-se de suas virtudes naturais, ninguém mais assumia sua individualidade, era fiel a si mesmo, apenas buscava fazer o que o padrão lhe ditava.

    Ele radicaliza ao afirmar que as ciências e as artes provem de nossos vícios (exemplo a astronomia nasceu da superstição), deste modo elas seriam filhas de nosso orgulho não podendo ser benéficas a nós enquanto indivíduos e principalmente enquanto sociedade. Demonstrando nesse ponto sua decepção com a sociedade, diversas mazelas seriam evitadas se os homens fossem fieis a sua virtude natural e não cedessem as armadilhas dos vícios e do orgulho.

    Naara Campos RA: 21050313

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  183. O desenvolvimento do texto trata de uma questão colocada no início do mesmo: O restabelecimento das ciências e das artes contribuiu para purificar ou para corromper os costumes? Para o autor, é maravilhoso ver o homem saindo, por seus próprios esforços, das trevas em que a natureza o colocou. Mas esse homem ( o ideal para Rousseau) não possui o ego inflado por conta disso.
    Rousseau coloca as ciências e artes como coisas ruins, que trazem vícios e costumes que servem para corromper o homem. Para Rousseau, o iluminismo substituiu o comportamento rústico, considerado o correto e puro, por um comportamento mais refinado, tirando o homem de seu caminho. A ciência e as artes corrompem as normas e os valores e nascem de nossos vícios. Elas são inúteis no sentido de nos tornar mais sábios, por que só servem para criar mais desigualdades.
    A busca pelo conhecimento não leva o homem à elevação moral, ele não nos leva ao caminho a ser percorrido para que nossas ações sejam corretas. O conhecimento pode nos aprisionar.
    Rousseau utiliza vários exemplos históricos para demonstrar que sociedades que obtiveram avanços científicos e artísticos caíram na degeneração, e não somente evoluíram.
    Dessa forma, Rousseau vai contra a corrente da época, uma corrente de empolgação e de expectativas com as inovações artísticas e científicas, demonstrando que não era bem assim que as coisas aconteciam, não era tudo maravilhoso e o homem não tendia apenas ao sucesso e à evolução, os feitos do homem não tinham necessariamente reflexo sobre os valores e a virtude. O avanço científico não significava um progresso moral.
    As ciências e artes só podem ser boas quando utilizadas por alguém autodidata, alguém que aprendeu por meio do esforço próprio.

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  184. Em pleno iluminismo, ele ia contra a corrente. Ao invés de emancipação e tomada de responsabilidade era obrigação e leis vindas de fora.

    -A natureza colocou o homem na escuridão e a razão o trouxe a luz, mesmo assim ele não perde a cabeça e seu ego não infla por causa disso. Ele se auto-analisa e sabe de suas obrigações.-esse é o homem ideal iluminista à moda Roussoniana.

    A sociedade grega é a ideal para Russeau. Era uma sociedade com regras e principios. Os homens tinham virtudes, eram pobres,estavam mais perto da natureza, eram guerreiros rústicos, ou pensadores autodidata e até inocentes, nada de ruim tinha ainda lhes corrompido. O ser humano era visto mais pela função/atuação na sociedade, eram mais cidadãos. A vida era assim e estavam satisfeitos só com isso.

    Mas aí veio o iluminismo com as ciências e as artes. Ele diz que as duas são necessidades artificiais que levam a sociedade à um confinamento e alienação. Nessa nova cultura o comportamento rustico, que julgava ser o correto, foi sendo substituido por gostos mais refinados e isso tira o homem do caminho que era dele, da sua própria receita de vida. Todos no mesmo molde, uma roupagem de pessoa civilizada do iluminismo. Isso acaba trazendo problemas sociais, pois se não é mais sincero, a relação é artificial. Crimes e caos também estão associados, porque as ciencias e as artes são agitadoras colocam as normas e valores em jogo. Ele diz que elas tem origens em nossos vícios. (sou artista e sou foda). No final as duas só servem para criar distância entre as classes. Elas vão acabar destruindo tudo o que virá depois.

    No final ele faz uma exceção. Só quem pode mexer com ciências e artes é o autodidata, e provavelmente não vão se enfeitiçar com as tentações dos vícios aprendidos nas escolas dos saberes.

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  185. Russeau descreve a sociedade pós-iluminista como sendo uma sociedade artificial.
    Ele diz que o homem não precisa de muito para que sua existência se comprove como uma existência feliz, mas que a mentalidade pós-iluminismo moldou e viciou os indivíduos a partir de necessidades superficiais por meio da manipulação de seu ego. Para ele, não devemos ser orgulhosos só por conseguirmos atingir um nível de esclarecimento, que devemos nos esclarecer mas sem deixar que influencie nossa moral.
    Durante todo o texto, é esclarecido que a busca pelo conhecimento não apenas desenvolve as sociedades, mas também provoca sua ruína. O desenvolvimento do intelecto deve ocorrer, mas o controle dos resultados deste sobre a moral devem ser postos em observação.

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  186. José Luis Almeida Rocha - RA: 21035312

    Rousseau trás dois pontos a serem analisados. Primeiro é a perspectiva negativa sobre a ciência e a arte que toma o autor em seu ensaio, e isto é curioso porque o discurso é direcionado aos intelectuais da Academia de Ciências de Dijon. O segundo ponto é sua crítica ao iluminismo e aos próprios filósofos, que correspondem respectivamente ao movimento intelectual o qual ele figura como um dos principais expoentes e sua própria profissão. Parece que Rousseau tomou este caminho mais pelo exercício intelectual e para se diferenciarem dos demais competidores do que pela própria convicção filosófica. São conhecidas suas habilidades com as letras e seu poder de persuasão, portanto, descobrirmos de fato seu ponto de vista é uma tarefa dificultosa. Pessoalmente, não concordo com essa imoralidade científica criticada por Rousseau. É dito por ele que o homem ao se ocupar da ciência deixa de se preocupar com os reais problemas da vida-a moralidade e a virtude-, atendendo exclusivamente ao comércio e o dinheiro. Entretanto, após vermos a expectativa de vida quase dobrar no último século, boa parte disso graças à medicina, biologia, química, etc..., muitos destes argumentos defendidos pelo autor se esvaem. O estudo científico possui suma importância para a vida humana e sua contribuição me parece incontestável.

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  187. As ciências e as artes têm contribuído para a nosso bem estar? Com todo conhecimento tecnocientífico acumulado tivemos mais benefícios ou malefício à sociedade? Rousseau, brilhantemente, há 265 anos já nos indagava acerca desta questão.
    Segundo Rosseau, inegavelmente é um belo espetáculo ver o homem, através dos seus próprios esforços, dissipar com a ajuda da razão todas as trevas as quais o rodeava. Contudo, parece-lhe que todas estas luzes ofuscaram os conceitos de moralidade.

    A obra “Discurso Sobre as Ciências e as Artes” segue na mesma linha de obras tais como “Discurso Sobre a Origem e a Desigualdade entre os Homens”. Na segunda, Rousseau deixa claro que perdemos nossa liberdade natural, isto é, aquela que o ser humano possuía no Estado de Natureza. Sobretudo devido à própria organização social e à propriedade privada, tendo como produtos a desigualdade entre os homens. Voltando à primeira obra, Rousseau diz que as artes e a ciência sufocam nossa liberdade original, fazendo com que nós a amássemos. A ciência surgiu a partir do momento em que o ser humano se organizou em sociedade, tal como suas manifestações artísticas, cujo caráter de “arte” só lhe foi atribuído após a organização já citada.

    Portanto, acredito que as críticas de Rousseau se estribam justamente na passagem do Estado de Natureza ao Estado Civil. Voltando às ciências e às artes, Rousseau salienta que ambas corrompem nossas almas à medida que caminham para a “perfeição”, isto quer dizer que estamos perdendo nossa virtude. Mas para onde correr? Segundo Rosseau: “O homem de bem é um atleta que tem prazer de combater nu; despreza todos esses vis ornamentos que dificultam o uso de suas forças e cuja maior parte só foi inventada para ocultar alguma deformidade.” Na natureza humana, portanto, tínhamos vantagens que nos preservavam de determinados vícios.

    É evidente que seria impossível deixarmos não só nossas roupas de lado, mas todo “progresso” ou legado para trás. Atualmente, o desenvolvimento da ciência, ou progresso, é inevitável. O que devemos ter consciência é de não usar uma justificativa determinista para este progresso. Há diversos campos perigosíssimos e que, às vezes, é melhor que continuem estagnados, pois podem levar a consequências devastadoras à humanidade.

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  188. Em “O discurso sobre as ciências e as Artes”, Rousseau fala do papel da ciência na humanidade. A moral já não existe mais na sociedade, e a arte é a culpada por tal corrupção, mesmo sendo tão admirada pelos homens. As ciências e as artes não contribuíram para melhorar os seres humanos, nem seus costumes.

    Rousseau defende a o “estado de ignorância” do homem, onde seus costumes são naturais, ainda que rústicos; poderia não ser o melhor estado, mas seria um estado onde o homem poderia encontrar uma felicidade, e evitaria diversos tipos de vícios, assim também como o luxo.

    Exemplos históricos fundamentam a posição do autor, mostrando que civilizações ruíram por se apoiarem nas ciências e nas artes, e sociedades que evitaram-nas, persistiram na história.

    Andressa Alves - 21081013

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  189. Nessa obra Rosseau analisa as consequências do desenvolvimento das artes e das ciências e defende que ambas corrompem o homem, nos trazendo vícios e virtudes. Quando na escola escutamos muito a citação de Rosseau: “ O homem é bom, a sociedade que o corrompe.” Ao falar da sociedade, nunca associei que ele estava se referindo às ciências e as artes. O autor é quase depressivo em suas citações sobre a sociedade da época, afirmando que ““não há mais amizades sinceras não há mais estima real; não há mais confiança fundada. As suspeitas, as desconfianças, os temores, a frieza, a reserva, o ódio, a traição hão de ocultar-se sempre sob o véu uniforme e pérfido da polidez sob essa urbanidade tão louvada, que devemos às luzes do nosso século...” O mais irônico é que sua teoria surgiu da ciência e que ele veio a se tornar um cientista da área de humanas, um curioso que busca respostas para a sociedade, ou seja, seu texto estaria tendo uma contribuição para as trevas.

    O autor cita o texto já estudado a apologia de Sócrates para argumentar que o homem selvagem é o mais puro e moral, reforçando que o verdadeiro sábio é o que se contenta em não saber nada e que aqueles que se consideram verdadeiros sábios são as que menos sabem, na minha opinião o autor distorce a frase glorificando a ignorância.

    Sobre as artes é afirmado que há a busca pela perfeição e constatou que os artistas não se empenhavam na busca de um estado equilibrado e que havia um afastamento dos mesmos na política, a visão atual dos verdadeiros artistas é o oposto da de Rosseau é que os artistas são pessoas politizadas que aproximam o povo da politica através de suas criações.

    O texto foi bem confuso para mim , mas a minha conclusão disso tudo é que não existe homem puro, nem mesmo o selvagem pelo simples motivo dele ter iniciado as ciências e as artes por perceber que a vida somente pelos instintos não é o suficiente.

    Nicole Lilian Dos Santos Marques RA: 11094813

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  190. Amanda Sachi Patricio26 de maio de 2014 às 20:50

    Recorrer à obra de Rousseau para abordar a crítica a tecnociência é buscar o início do sentido da evolução sócio-técnica para a modernidade, se elas têm algum tipo de relacionamento com a virtude humana. Para Rousseau, as ciências e as artes são algo ruim para o indivíduo, o corrompem. O nascimento desses vícios, para ele, destrói o que há de mais importante no homem, sua moral. Quando não havia tanto conhecimento, o homem tinha mais moral, principalmente porque quanto mais há ciências e artes, há mais brigas e disputas para sempre um homem se tornar melhor do que o outro, acabando por corromper totalmente a moral.


    Amanda Sachi Patricio 21072213

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  191. Deyvisson Bruno Alves de Paiva26 de maio de 2014 às 20:53

    Para Rousseau não houve aperfeiçoamento dos costumes, pelo contrário, as ciências e as artes haviam contribuído para o estado de dissolução que se encontrava a sociedade. A ciência e as artes são massacradas pelo autor, já que são consideradas as destruidoras da moral do homem, pois o avanço das ciências e artes ocasionaria, posteriormente, conflitos e disputa entre os homens, por um querer ser melhor do que o outro. Afastando o homem da sua “natureza” que é boa. A ignorância das pessoas é algo bom, já que para Rousseau, a sabedoria é uma arma devastadora onde a perversidade dos homens cresce.



    Deyvisson Bruno Alves de Paiva RA: 21004513

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  192. "O restabelecimento das ciências e das artes contribuiu para purificar ou para corromper os costumes?" Assim Rousseau inicia seu discurso, no qual traz para a discussão o papel das ciências e das artes na formação da sociedade. Para ele, os homens tais como eram dois séculos atrás, distantes da sua natureza e do lado rústico, são resultado de mudanças e alterações para ocultar deformidades, que por sua vez geram uma uniformidade, tal como se tivessem sido todos feitos em moldes, para alcançar um modelo ideal e perfeito. Mesmo nos dias de hoje, podemos observar a intensa cobrança de algumas partes para que nossas ações estejam de acordo com o esperado, moldadas para formar um padrão perfeito, o que considero extremamente ultrapassado, e muitas das vezes são exatamente o que motivam ações antiéticas. Sendo assim, esse "refino" traria uma mudança boa ou ruim?
    Para ele, o distanciamento da espontaneidade para aproximar-se de aspectos pré-definidos e que corrompem a bondade intrínseca do homem é o que leva o homem a deixar de agir eticamente.
    Desta forma volto a refletir sobre as discussões iniciais sobre ética e perfeição, e ainda estou me perguntando se a busca por aprimoramentos não seria a contramão do objetivo de alcançar ações puramente boas.

    Heloísa Fernanda da Silva Santos
    RA: 21064313

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  193. O “Discurso sobre as ciências e as artes” foi escrito por Rousseau no século XVIII, período marcado pelas “luzes” do Iluminismo e pelo sentimento de aperfeiçoamento da sociedade. Indo em total desacordo com o pensamento da época, Rousseau responde à pergunta “O restabelecimento das ciências e das artes terá contribuído para aprimorar os costumes?” de forma negativa, culpando-as pela degradação do homem e obstruindo o caminho até a pureza dos costumes.
    Sua opinião é que a sociedade, ao avançar através das ciências e das artes, esquece de suas virtudes naturais e da sua felicidade autêntica, que reside na simplicidade primitiva, e busca seguir padrões fixados ao progresso. Ele inclusive dá exemplos de civilizações antigas que esqueciam suas virtudes conforme conquistavam riquezas.

    Fernanda Tokuda de Faria - 21071013

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