sábado, 20 de abril de 2013

9. TEMA 7 - HUME E KANT


 

Caros Alunos,
Após ler o texto: “David Hume e a Questão Básica da Crítica da Razão Prática”, de Eduardo O. Chaves, disponível em:
elabore uma postagem com seus comentários. Vc. tem até o dia 28 de abril, as 24hs. para postar.

301 comentários:

  1. O texto “David Hume e a Questão Básica da Crítica da Razão Prática”, de Eduardo Chaves , mais do que mostrar apenas as diferenças básicas entre as éticas de Hume e Kant (Hume acredita que a moral é instrumental e só pode ser escrava ou coordenadora das paixões, e Kant afirma que a razão pura pode ser prática) analisa a construção do pensamento ético dos dois filósofos.

    A primeira consideração feita é que o Tratado da Natureza Humana teria despertado Kant de uma “sonolência dogmática”, o que culminou no livro Crítica da Razão Pura.

    O texto de Eduardo Chaves deixa claro que Kant estava familiarizado com as teorias éticas de Kant - parece que há pessoas que dizem o contrário, que ele não estava a par das teorias éticas de Hume quando escreveu a suas teoria -, tanto que o filósofo prussiano até elogiou Hume afirmando que as teorias do escocês “embora inacabadas e deficientes, são as que mais levaram adiante a busca dos primeiros princípios da moralidade”, e que ele tinha como objetivo suplementar essa teoria.

    Respondido isso, a principal dúvida que o texto se propõem a analisar é se Kant tentou mesmo refutar a posição defendida por Hume atacando o problema central de sua tese. A conclusão do texto é que Kant não respondeu Hume, simplesmente afirmou o que ele negava e construiu toda sua teoria em cima de um pressuposto central que julgou como verdadeiro (que a razão pura pode ser prática, e não apenas um instrumento). Mas ao fazer isso Kant deu uma teoria muito suscetível a falhas.

    Uma das possíveis falhas é a circularidade na argumentação de que a razão pura pode ser prática. O próprio Kant admite que esse problema que ele propôs é “insolúvel”, ou seja, que não há como provar o que ele quer demonstrar, e passa a considerar que a razão pura pode ser prática através da liberdade. E ele também admite a circularidade da argumentação: “Devemos confessar abertamente que há uma espécie de círculo aqui, do qual parece não haver escape”. A circularidade para Kant só poderia ser evitada se distinguirmos o homem como membro de um mundo dos sentidos e o homem como membro de um mundo inteligível.
    Mas para considerarmos o homem como membro de um mundo inteligível ao invés de um mundo sensível governado pelas leis naturais, temos que considerar que somos livres, e para isso Kant também não oferece argumentos claros. A questão de “sermos livres” é insolúvel, e essa é outra falha que muitos apontam na ética Kantiana.

    Minha conclusão são que as ideias de Kant são muito interessantes, já que ele tentou rebater as ideais de Hume e aperfeiçoá-las, porém parece que ele se “enrola” ao tentar explicar sua própria teoria. Talvez seja por isso que muitos filósofos posteriores aderiram as ideais de Hume e fundamentaram o utilitarismo.

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  2. O texto “David Hume e a Questão Básica da Crítica da Razão Prática”, de Eduardo Chaves , mais do que mostrar apenas as diferenças básicas entre as éticas de Hume e Kant (Hume acredita que a moral é instrumental e só pode ser escrava ou coordenadora das paixões, e Kant afirma que a razão pura pode ser prática) analisa a construção do pensamento ético dos dois filósofos.

    A primeira consideração feita é que o Tratado da Natureza Humana teria despertado Kant de uma “sonolência dogmática”, o que culminou no livro Crítica da Razão Pura.

    O texto de Eduardo Chaves deixa claro que Kant estava familiarizado com as teorias éticas de Kant - parece que há pessoas que dizem o contrário, que ele não estava a par das teorias éticas de Hume quando escreveu a suas teoria -, tanto que o filósofo prussiano até elogiou Hume afirmando que as teorias do escocês “embora inacabadas e deficientes, são as que mais levaram adiante a busca dos primeiros princípios da moralidade”, e que ele tinha como objetivo suplementar essa teoria.

    Respondido isso, a principal dúvida que o texto se propõem a analisar é se Kant tentou mesmo refutar a posição defendida por Hume atacando o problema central de sua tese. A conclusão do texto é que Kant não respondeu Hume, simplesmente afirmou o que ele negava e construiu toda sua teoria em cima de um pressuposto central que julgou como verdadeiro (que a razão pura pode ser prática, e não apenas um instrumento). Mas ao fazer isso Kant deu uma teoria muito suscetível a falhas.

    Uma das possíveis falhas é a circularidade na argumentação de que a razão pura pode ser prática. O próprio Kant admite que esse problema que ele propôs é “insolúvel”, ou seja, que não há como provar o que ele quer demonstrar, e passa a considerar que a razão pura pode ser prática através da liberdade. E ele também admite a circularidade da argumentação: “Devemos confessar abertamente que há uma espécie de círculo aqui, do qual parece não haver escape”. A circularidade para Kant só poderia ser evitada se distinguirmos o homem como membro de um mundo dos sentidos e o homem como membro de um mundo inteligível.

    Mas para considerarmos o homem como membro de um mundo inteligível ao invés de um mundo sensível governado pelas leis naturais, temos que considerar que somos livres, e para isso Kant também não oferece argumentos claros. A questão de “sermos livres” é insolúvel, e essa é outra falha que muitos apontam na ética Kantiana.

    Minha conclusão são que as ideias de Kant são muito interessantes, já que ele tentou rebater as ideais de Hume e aperfeiçoá-las, porém parece que ele se “enrola” ao tentar explicar sua própria teoria. Talvez seja por isso que muitos filósofos posteriores aderiram as ideais de Hume e fundamentaram o utilitarismo.

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  3. Eduardo Chaves analisa tanto Hume quanto Kant procurando os "antagonismos" entre ambos. Hume, para minha surpresa, parece ter sido uma das grandes influências de Kant, mesmo tendo visões filosóficas tão diferentes.

    Para Hume a razão era puramente instrumental, não poderia estabelecer a moral pois era algo inerte. A moral então viria dos desejos, esses que conseguiriam gerar ações, ao contrário da razão pura que não tem forma prática.

    Kant, então, tenta mostrar que a razão pura (a priori)pode sim ser prática e por isso é fundamental para estabelecer as leis morais e uma teoria ética.

    Para Hume,a razão era escrava das emoções, já para Kant ela era independente delas.

    A liberdade toma um papel importante na obra de Kant,pois seria indo contra os desejos e respeitando o dever que estaríamos exercendo nossa liberdade.

    Mas essa liberdade se confunde com a razão pura prática de uma forma que torna o argumento de Kant, de acordo com o autor do texto, circular. A liberdade prova a razão pura prática e essa prova a liberdade.

    Para Eduardo Chaves, Kant simplesmente afirmou o que Hume negava e não conseguiu provar que a razão se opõe aos desejos, o que não faz sua obra e conclusão não serem admiráveis, mas certamente expõe problemas em seu raciocínio.

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  4. Eduardo O. C. Chaves, apresenta em seu texto que a intenção de Kant ao fazer as investigações que levaram a elaborar a Crítica da Razão Pura era tentar responder a filosofia cética naturalista de David Hume. Inclusive relata que o próprio Hume propôs o problema básico da primeira Crítica a Kant. Para Hume, “a razão é, e somente deve ser, a escrava das paixões, e nunca pode pretender a nenhuma outra função, a não ser servir e obedecer as paixões”, enquanto que para Kant, “a razão pura pode ser prática, pode influenciar diretamente a vontade e mover-nos a agir”.
    Em sua Crítica Kant distingue dois tipos de bem: bonita naturalis, onde o bem é um bom que se deseja; e o bonita moralis, onde o bem é o bem absoluto que não considera desejos. Baseado nesses dois princípios, agimos em conformidade com as “ordens” da razão ou “imperativos”. Bonita naturalis relaciona-se com o imperativo da razão empírica onde nossas ações são ordenadas para satisfazer um determinado fim. Enquanto que na bonita moralis, a ordem provém de um imperativo categórico que ordena diretamente uma conduta sem propósito ou fim.
    Finalmente, o autor conclui em seu artigo que David Hume tentou provar que a razão não pode ser prática ao contrário de Kant, que respondendo a Hume, afirmou que razão pura pode ser prática.
    Edson Rodrigues

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  5. Ao discutirmos a filosofia ética, tenho a sensação de que discutimos algo além do que simplesmente seria uma conduta ideal ou repulsiva. Debatemos o que motiva as ações humanas. Aliás, creio não saber completamente distinguir entre a discussão ética e a discussão metafísica da conduta humana.

    Ao avaliarmos duas visões autorais diferentes, como Hume e Kant, por exemplo, parece-me que estamos lidando com conceitos diferentes. Talvez o que Hume chama de ética, ou seja, os princípios recebidos inatos e dados de forma intuitiva nas ações em busca da paixão, para Kant isso tenha outra termologia, mas não quer dizer que não exista, ao contrário, é dito por Kant que o homem natural intuitivamente busca prazer. Portanto, são teorias diferentes para conceitos diferentes de um mesmo termo; isso torna a discussão bastante complexa.

    O trabalho de Hume se desenvolve na tentativa de explicar quais fins buscam as condutas humanas, porém Kant busca investigar como uma conduta ideal ou moral deve ser atingida. Kant em nenhum momento diz que uma ação não pode ter sido excitada pela paixão, contudo, ela pode não ser considerada moralmente correta caso não cumpra com as obrigações e o dever moral dado pela nossa própria razão.

    No meu ponto de vista, a discussão central entre os autores rodeia o papel da razão –se secundário ou fundamental- na conduta humana. Porém ao ponderarmos ambas as teorias, o ser perfeitamente moral se torna muito mais acessível pela perspectiva Humeana à teoria idealizada por Kant, graças ao agir natural que intuitivamente o homem tende a ter.

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Segue comentário em anexo:

    https://docs.google.com/document/d/1PhpISBr2_Xk5c5BFDIQG2JmQlE8gZAHudAyXL9CBgYQ/edit

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  8. Segundo Luis A. Peluso, A razão humana é transcendental ela é universal e tem sempre a mesma forma. Esta razão pura teórica para Hume é o mundo dos objetos que acontecem de forma determinada. É o reino da natureza. Já para Kant, é o mundo das ações humanas que acontecem por causa de uma finalidade escolhida com liberdade pelo agente.

    Ou seja, para Hume o homem age por impulso, desejos e paixões, naturalmente; as noções de bem e mal são primarias, as de certo e errada secundárias, e derivadas das primeiras. Uma ação ou intenção certa é simplesmente aquela que leva, ou tende a levar a um bom resultado.

    Kant entende que o homem age por dever; e o homem moral é aquele em quem a vontade boa coincide com a pratica do bem. Querer o bem e obedecer ao dever moral é o que faz o individuo ético.

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  9. As visões dos dois autores sobre a ética em si e principalmente sobre o campo do seu desenvolvimento são bastante divergentes no que se refere a conceituação das ações e/ou circunstâncias que conferem a algo o atributo de moral ou imoral.

    Enquanto Hume aborda os princípios inatos e intuitivos do ser humano, que buscam sempre a realização da paixão, Kant se concentra no papel central que a razão tem a frente da atuação humana em busca da perfeição.

    No texto, Eduardo O. C. Chaves apresenta um pouco dessa “rivalidade” entre Hume e Kant, onde mostra a oposição entre paixão e razão e também de certa forma a inconclusividade destes embates.

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  10. Eduardo O. C. Chaves tenta nos mostrar a oposição entre Kant e Hume sobre o que rege a conduta humana. Enquanto Hume vai dizer que são as paixões e as nossas inclinações que nos movem, Kant dirá que antes disso é a razão que conduz as ações humanas.
    O texto se propõe a analisar o Tratado da Natureza Humana de Hume através do pensamento de Kant. Uma coisa que achei interessante é que para Hume, o bem e o mal são noções primárias e o certo e o errado são derivadas da primeira, ou seja, uma boa ação é aquela que trará um bom resultado. Hume pouco fala sobre a noção de dever, ao passo que para Kant a noção de dever é fundamental dizendo que um homem bom age habitualmente corretamente e essa ação é derivada de um sentimento de dever.
    O texto mostra o quão difícil é para nós escolher qual das duas visões é a correta, pois na minha humilde opinião, há ações em que nós às executamos pela paixão, ou seja, não raciocinamos, é quase por instinto, e há outras em que antes de praticá-las, nós pensamos, calculamos e até refletimos sobre as futuras consequências que elas poderão nos trazer.

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  11. Para defender o discurso ético Kant utiliza como ferramenta o discurso do bem, sendo a bonitas moralis o bem na qual a razão se fundamenta o bem absoluto que todo ser humano racional deve buscar. Em contrapartida Hume acredita na distinção entre o bem e o mal na qual é definida a partir da experiência humana, ou seja, além do bem ser alcançado tendo como argumento as relações de emoções e paixões humanas estas devem ser ainda aprovadas levando-se em consideração a aprovação geral da humanidade.
    A intuição e emoção às vezes são validas no campo quando o conhecimento humano ainda não é profundo, e poderá ser benéfica se a pessoa que se vale destes sentimentos tive - lá bem desenvolvida. Fica evidente que determinadas atitudes são tomadas levando-se em consideração o peso maior de uma destas premissas. Não se pode negar que cada escola filosófica, nação ou qualquer outro grupo, deixa-se influenciar por uma destas correntes, e que o seu extremo muitas vezes se torna perigoso.
    Kant confronta as ideias de Hume colocando o ser humano em outro patamar acima dos seus instintos naturais na qual a razão seria um bem humano que o diferencia dos outros seres vivos, e tendo na razão o principio de como deve agir sobrepondo-se aos seus instintos, muitos deles imorais. Com isso o desenvolvimento do conhecimento humano é fundamental para se chegar próximo a conceitos éticos concisos.

    Ricardo Seiti Kinoshita (rkinoshitaufabc@gmail.com)

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  12. O texto apresentado como já foi citado anteriormente pelos outros alunos dos argumentos do Kant não responderem ao que foi proposto por Hume e que Kant desenvolveu sua tese em cima de pressupostos que achava estar certo, mas não desvalorizando a sua teoria. Uma coisa que eu acho realmente interessante são as diferenças de Hume para Kant, um segue para o lado mais prático levando em conta os sentimentos e o outro a razão, e que apesar deles serem de vertentes diferentes, na minha opinião eu acho que a razão depende do lado mais prático do ser humano, do sentir, e esse sentir precisa estar associado a uma razão, apesar de serem diferentes teorias, e se uma não tentasse desmentir a outro, no fundo, mas bem no fundo uma complementa a outra e vice-versa.

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  13. Na minha percepção o que Kant fez não foi responder ou refutar a Hume, mas, por ter um concepção diferente sobre a razão, propôs um teoria que inevitavelmente contradiz a de Hume. Para Hume a moral é instrumental, conhecemos uma ação como boa ou não atraves da experiencia, já para Kant é possívelconhecermos uma ação como boa ou não mesmo antes de sua prática, somente com o uso da razão pura. Imagino que o erro dos autores é a generalização que ambos fazem, creio ser possível haver açoes movidas puramente pela razão em alguns casos mas que na maioria dele agimos mesmo impulsionados por nossas experiencias no mundo real.

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  14. Eduardo O. Chaves afirma que Kant conhecia as ideias humenianas. E a partir dai constrói um texto tentando mostrar se Kant estava respondendo ou não aos conceitos propostos por Hume.

    Para Kant por nós sermos movidos pelas nossas emoções, por instintos devemos ter normas, deveres que imponham o que é ou não moral. Pois nós não temos esse conceito naturalmente. E através da vontade da realização do dever nos tornamos seres éticos.
    "O fato moral - o fenômeno a ser explicado e feito inteligível - é a consciência da obrigação de executar as ordens da lei moral. Não temos uma faculdade independente, seja intuição ou sentido moral, que nos ofereça o conceito do bem como algo que deva ser alcançado. O modo em que a preocupação moral surge é a consciência da obrigação moral, que é expressa pela lei e seu imperativo, e não a intuição, ou mesmo a crença, de que algo a ser alcançado, ou realizado, através de ação, seja bom" *
    Já para Hume somos movidos por nossas emoções em busca de prazer e nos esquivando da dor. Nossos sentimentos que vão julgar se uma ação é boa ou má empiricamente. E a razão é uma simples ferramenta para alcançarmos nossas paixões humanas.
    "a razão é, e somente deve ser, a escrava das paixões, e nunca pode pretender a nenhuma outra função, a não ser servir e obedecer as paixões" *

    Chaves conclui que Kant afirmou aquilo que Hume negou e não opôs a razão aos nossos desejos. Desta forma não estava respondendo as ideias humenianas, e sim que reconheceu essas ideias e a partir daí elaborou sua argumentação.

    * Trechos extraídos do texto “David Hume e a Questão Básica da Crítica da Razão Prática”, de Eduardo O. Chaves

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  15. Para Hume, o comportamento do ser humano, ou seja, as atitudes que ele julga como morais ou imorais são regidas única e exclusivamente pela busca da felicidade e fuga do sofrimento, sendo que a razão tem um papel apenas secundário. Isso é inescapável. Não há indivíduo que sinta aversão ao prazer e atração pela dor. Até o masoquista, que a primeira vista parece ser atraído pelo sofrimento, no fundo está à procura do prazer que a dor o proporciona. Portanto, embora varie quanto ao seu conteúdo, o fato é que o prazer é buscado por todos. Da mesma forma que os humanos, os outros animais também se comportam segundo essa lógica. Assim, a ética humana aproxima-se da ética dos chimpanzés, por exemplo.
    Kant, por sua vez, dá um papel especial para a racionalidade humana em sua teoria. Para ele, a razão torna o ser humano ético. E isso o distancia dos demais seres. Pelo simples fato de existir, a razão nos impõe uma série de deveres. O não cumprimento desses deveres nos coloca no nível animalesco, nos conduz à barbárie, e significa uma abdicação de nossa racionalidade.
    Outra notável diferença entre os dois pensadores, além do papel desempenhado pela razão nos juízos morais, refere-se à natureza humana. Enquanto Hume e os utilitaristas, de modo geral, parecem enxergar a natureza humana de forma mais otimista, Kant parece enxergá-la com um grande pessimismo.
    O fato é que, embora as ideias de ambos os filósofos tenham muitos pontos que fazem todo o sentido, não podemos tentar unir as duas teorias. Devido às diferenças que observei neste comentário – além de muitas outras que não observei – pode-se considerar que são teorias incompatíveis.

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  16. Opondo-se Hume e Kant estamos fazendo oposição entre a emoção e a razão. Enquanto para Hume a moral é guiada por sentimentos e paixões para Kant a moral tem que ser guiada pela lei racional que é universal e inquestionável. Para kant se agissemos apenas pelos sentimentos o que teriamos é uma moral egoísta, cruel e destrutiva. Hume em contraposição admite que a moral é determinada pelos desejos humanos, e experiências vividas.

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  17. O texto de Eduardo O. C. Chaves relaciona a filosofia moral de Kant do ponto de vista de sua relação com a filosofia moral de Hume. Para demonstrar essa relação o autor descreve entre outras coisas sobre a tentativa de Kant para responder as questões de Hume sobre moralidade. Enquanto Hume dizia que a base da nossa moralidade está em nossas paixões excluindo a racionalidade, Kant descreve em contrapartida as possíveis falhas da teoria Humeana e destaca a importância da racionalidade humana nas ações morais.

    Cristina Gomes Firmino

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  18. Acredito que a intenção de Kant é suplementar a Teoria de Hume considerando essa uma obra de relevância quando estudou o Tratado da Natureza Humana respondeu que, “embora inacabadas e deficientes, são as que mais levaram adiante a busca dos primeiros princípios da moralidade”, resultando em sua obra A crítica da razão pura e a Crítica da razão prática, onde tentar refutar aquilo que Hume negava, sobre o papel da razão, apesar de uma obra que pessoalmente considero muito interessante a maior parte das opiniões sobre o assunto é que Kant falhou nesse desafio, o que não considero como perda, pelo contrário, acrescentou muito conteúdo relativamente interessante ao debate filosófico.

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  19. A diferença entre as teorias éticas de Kant e a de Hume tem entre suas origens concepções completamente distintas acerca da natureza humana, que por si só são suficientes para as tornar inconciliáveis. Assim, Hume parte de uma visão que poderíamos chamar de otimista da natureza humana, afirmando que o homem naturalmente é capaz de fazer distinções morais, sem ter de recorrer à razão, sabendo identificar o bem e o mal e, em consequência, o certo e o errado. Ele teria o desejo de alcançar o bem, assim para agir eticamente bastaria seguir esses impulsos naturais que o guiam para as ações certas. Para Kant, em contrapartida, o homem natural seria guiado por instintos egoístas e destrutivos, e apenas a razão permitiria libertá-lo desses impulsos e mostrar-lhe qual é o dever, o qual seria o caminho de para uma conduta ética.

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  20. "O homem é um ser que tem necessidades, na medida em que ele pertence ao mundo dos sentidos. Por causa disto, sua razão certamente tem uma responsabilidade inescapável, para com sua natureza sensual, de atender aos seus interesses e de formular máximas práticas que visem à sua felicidade" (CRPr, p. 63)” Emanuel Kant
    “É óbvio que quando antecipamos a possibilidade de que dor ou prazer possam advir de um certo objeto, sentimos uma conseqüente emoção de aversão ou propensão e somos levados a evitar ou buscar aquilo que nos dá este desconforto ou esta satisfação. Também é verdade que esta emoção não para aqui, mas fazendo-nos lançar a vista em todas as direções, compreende quais objetos estão ligados com o objeto original através da relação de causa e efeito. Aqui, portanto, o raciocínio tem lugar, pois procura descobrir esta relação, e nossas ações variarão segundo a variação de nosso raciocínio” David Hume
    Retirei essas duas partes do texto para início de meu comentário propositalmente, para mostrar que a ideia Humeana de que somos movidos pela paixão é plausível e aceita parcialmente até mesmo por Kant. Como outros alunos citaram em seus comentários, nós alunos iniciantes no estudo da Ética, quando nos deparamos com a influência da obra de Hume sob os estudos de Kant, tomamos um susto haja visto a diferença fundamental entre tais teorias, para não dizer opostas. Como o autor diz “Portanto, a questão básica entre Hume e Kant é que o primeiro negou, e o segundo afirmou, que a razão pura pode ser prática.”.
    A ideia de “dever” de Kant, de certa forma envolvida com “revelações” religiosas não me parece plausível ao que o ser humano é. Certos deveres morais tiram qualquer autonomia do indivíduo, sacando-lhe toda liberdade e impondo-lhe o certo e o errado através de um conceito que após nossas aulas, leituras e estudos, pudemos observar ser de difícil acordo e não inteligível , da diferenciação e definição do bom e ruim, do bem do do mal.
    O final do texto conclui com a dificuldade de Kant em sair de um círculo envolvendo tais autonomia, liberdade e a Lei Moral. O autor revela sua insatisfação com o final das conclusões de Kant, criticando-o fortemente: “a conclusão se oferece que a seriedade moral de Kant, que é bastante admirável, é muito superior à sua lógica, que, em alguns pontos, deixa muito a desejar.”
    Particularmente, as ideias de Hume me agradam em detrimento das de Kant. Hume descreve como as coisas são e Kant busca descrever como deveriam ser, em minha opinião.

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  21. Entendi que Kant não chega a refutar as ideias de Hume, mas o que gostaria de apresentar aqui é uma certa proximidade entre as ideias de Hume e Kant que pude identificar:
    Se por um lado Kant sustenta suas ideias de que existe uma razão suprema que rege as condutas morais, Hume coloca esta última como refem de dois grandes agentes, o prazer e o sofrimento.
    Entretanto o prazer será sempre o mesmo e então condicionando a ação moral. A menos que ao longo do tempo a sociedade mude as formas de obter prazer máximo, a ação sempre terá como príncipio a mesma sensação de prazer.
    Se entendermos que a forma de obtenção máxima do prazer geral ainda não é conhecida, podemos dizer que essa mesma forma é a razão suprema que Kant evidencia.
    Assim, foi a forma que entendi de proximidade dessas duas ideias, a busca pela forma de maior prazer, buscando uma máxima ação moral, seria a razão suprema.

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  22. Eduardo O. Chaves cita o autor C.D. Broad, que afirma que o ponto de desacordo entre Hume e Kant é que para Hume as noções de bem e mal são primárias, e as de certo e errado secundárias. Hume não se preocupa com a noção de dever.
    Já para Kant um homem bom é aquele que age de forma correta e uma ação certa é aquela realizada por um sentimento de dever. Nesse sentido Kant parece pensar no bem da sociedade. Por exemplo, quanto mais feliz é a sociedade, mais feliz será cada indivíduo que dela pertence. E para conseguir uma sociedade mais feliz é dever de cada um agir corretamente.
    O conceito de bom de Hume é relacionado ao bem estar individual, as vontades individuais de cada um. Hume não pensa na esfera social e nas consequências dessas ações na vida dos ouros. Hoje em dia somos todos meio partidários de Hume.
    Com a separação entre 'bonita naturalis' e 'bonita moralis' Kant separa a razão em dois domínios: a razão empírica e a razão pura. Para Kant, a ética é um estudo que engloba apenas a razão pura. Pois a razão empírica não abrange o que Kant pensa como a moral. Na razão empírica, que se baseia nas paixões individuais de cada um, o que faz um ser feliz não faz, necessariamente, o outro feliz também.

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  23. Hume e Kant

    Segundo o texto de Eduardo O. C. Chaves, Kant executa uma tentativa de resposta à filosofia cética naturalista de David Hume, tentativa está que seria uma proposta do próprio Hume a Kant.

    Hume tem o empirismo ligado à moralidade, sendo assim, a razão seria uma fonte de determinação das vontades humanas. Para ele, as ações humanas são determinadas pelos sentimentos que nos afetam após a práticas destas ações, sentimentos que podem ser bons ou não.

    Já Kant, propõe três máximas morais, que indicam o dever como condutor das ações morais humanas. Propõe também que o dever é essencial para a moralidade dos seres humanos, pois somos seres egoístas, cruéis e etc., assim necessitando do dever como ele é para cumprir nossas necessidades éticas.

    Bruno Mendes Cavalcante

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  24. AQUI COMEÇAM OS COMENTÁRIOS DA TURMA DE 2013.

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  25. Kant foi apresentado às teorias de Hume antes mesmo de criar sua própria. Ele concordava com alguns aspectos desta, mas ao mesmo tempo criava seus próprios ideais sobre moralidade e ética baseados no discurso de Hume, muitas vezes o contradizendo.

    Uma das mais notáveis diferenças é o fato de que para Hume, uma ação é certa quando se tem a intenção de praticar o bem, neste caso, o conceito de bem ou mal vem em primeiro lugar. Já para Kant, um homem bom é aquele que age de forma certa, seguindo um sentimento de dever, neste caso, o conceito do dever e do correto vêm em primeiro lugar.

    Continuando com esta forma comparativa, Kant acredito que as ações boas seriam aquelas que levassem á felicidade do homem, deduzida por Kant como a realização de desejos e vontades próprias. Claro que nem tudo que faz uma pessoa feliz, necessariamente fará a outra feliz, por isto tais ações dependeriam de pessoa para pessoa, mas sempre seguindo um imperativo categórico, que 'aconselharia' o que é uma ação boa ou ruim.

    Já para Hume, bom é aquilo que é aprovado pela maior parte da humanidade, e ele tenta em seus estudos achar algum tipo de padrão para todas estas 'ações boas'. Ele acreditava também que a razão não poderia influenciar em nossas ações, sendo assim, seria impossível que a moralidade dependesse da razão. A razão então, seria escrava das paixões do homem, sempre seguindo as vontades desta e não podendo influencia em quaisquer outras coisas que não sigam a paixão.

    Com a leitura do texto percebemos que Kant e Hume possuíam ambos alguns problemas em suas teorias e se enrolavam nelas mesmas uma vez ou outra. Concluímos no entanto que a busca pelo real significado de certo e errado, do bem e do mal, do vício e da paixão, ainda estão muito longe de serem alcançados, se é que existem.

    Talvez esta busca por melhores definições seja totalmente desnecessária, uma vez que ambos pensadores concordam que o que importa é a felicidade e bem estar do homem. Sendo assim, tudo sempre dependerá e mudará de pessoa para pessoa, seja por causa de sua criação, de sua cultura, de sua religião, mas nunca existindo portanto, um padrão que possa ser levado universalmente.

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  27. Hume e Kant

    Talvez, se Hume não tivesse formulado suas ideias e teorias, Kant não teria estabelecido as suas. A filosofia moral de Kant pode ser entendida como uma tentativa de fazer uma "crítica" e dar respostas às conclusões (consideradas, por muitos, como céticas e "irracionalistas") de Hume. Segundo Eduardo O. C. Chaves, "O que Kant fez foi compreender a essência do desafio Humeano, tentando, então, atacar este problema central.”.

    A familiaridade de Kant com a teoria de Hume pode ser evidenciada a partir de um trecho de uma carta escrita por Kant, fazendo referência às teorias de Shaftesbury, Hutcheson e Hume.

    "embora inacabadas e deficientes, são as que mais levaram adiante a busca dos primeiros princípios de toda a moralidade".

    Hume relaciona as distinções morais ao sentimento e ao gosto, dizendo que a racionalidade não é a propulsora das nossas ações. É possível dizer que Kant considerou isso como um erro e escreveu “A Crítica da Razão Prática” para demonstrar tal falha do pensamento humeano.

    Podemos dizer que uma das principais divergências entre Hume e Kant diz respeito ao conceito ético fundamental. Tal fato fica explícito na passagem do texto de Eduardo O. C. Chaves que retoma palavras de C. D. Broad.

    "Para Hume, as noções de bem e mal são primárias, as de certo e errado secundárias, e derivadas das primeiras. Hume mal menciona a idéia do dever. Uma ação ou intenção certa é simplesmente aquela que leva, ou tende a levar, a um bom resultado. Para Kant, a noção do dever, ou da obrigação, e as noções do certo e errado, são fundamentais. Um homem bom é aquele que habitualmente age certamente, e uma ação certa é aquela que é realizada por um sentimento de dever".

    Para Hume, os homens buscam o bem e a felicidade. Ações boas seriam aquelas aceitas por um grande número de indivíduos. O juízo moral seria híbrido, composto pelo sentimento e pela razão, sendo que a razão afetaria, de certo modo, o sentimento, nos dizendo quais sentimentos seriam gerados por determinadas ações. Nós poderíamos readequar nosso senso moral como auxílio da razão, mas o “certo” e o “errado” não seriam determinados apenas pela razão, já que esta é inativa por si mesma, na visão de Hume.

    Muitos dizem que a moral descrita por Hume é “irracional”, mas, no meu ponto de vista, essa afirmação está incorreta, justamente pelos motivos expostos.

    Kant dialoga com Hume, expondo que a divisão da moral que baseia a razão como “auxílio” ou “influência” sobre o sentimento moral não faz sentido.
    Para Kant, a ética decorre das condições que a torna possível. Os seres humanos apenas tornar-se-iam morais ao obedecer ao dever e agir POR ele (e não de acordo com a sua natureza, que seria cruel, egoísta e etc). Ele tenta interiorizar o sentimento moral para dentro da razão.

    A partir da leitura do texto proposto, podemos perceber que Hume e Kant acabaram encontrando dificuldades em suas próprias teorias. Sabemos que precisamos de quadros teóricos para determinar o que seria uma ação boa e uma ação má, entretanto, sabemos que um determinado indivíduo pode julgar uma ação “X” como boa, enquanto um segundo poderá considerar tal ação como má. Buscamos a moralidade em nossas ações, mas o debate sobre a determinação do bom, do que é ruim, do certo e errado ainda está muito longe do fim.







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  28. David Hume dedicou seus estudos à questões epistemiológicas, morais e religiosas, tendo agregado à essas novos conhecimentos e suposições. Em decorrência das reformulações feitas por Hume, Kant formulou de modo dialético sua teoria moral, que buscou em sua origem responder às teses empiristas Humenianas.
    Analisando a teoria de ambos os filósofos é possível inferir que o principal ponto de convergência entre essas é a epistemiologia da ética\moral . Segundo Hume, a razão não é o ponto de partida das ações morais; para ele, são os 'sentidos' que fundamentam a ética. A partir de uma análise profunda dessa visão, Kant formulou sua Teoria Metafísica, na qual são encontradas inúmeras referências à tese de Hume. Dentro da análise Kantiniana nota-se uma busca por 'complementar' de forma mais precisa e crítica a visão da moralidade segundo Hume, procurando como objetivo central refutá-la.
    Um exemplo dessa complementação feita por Kant é a idéia do dever; segundo ele esse conceito determina a obrigação de se executar uma determinada atitude, por vezes contrária ao nosso interesse, sendo primário aos conceitos de bem\mal, definidos pela moral e suas leis de modo imperativo. Esse ponto de vista é contrário à Hume, que postula a tese de que as noções de bem\mal são iniciais à prática da ação.
    Kant afirma que o 'bem' decorrido da prática moral é absoluto e não leva em consideração os desejos e 'sentidos', ou seja, o 'bem moral' não é empírico (experimental), como afirma Hume.
    A principal indagação de Hume é a origem das distinções morais (certo\errado , vício\virtude); a partir desse questionamento, Hume busca respostas através de seu método experimental. A partir dessa análise empírica Hume teoriza que, por exemplo, os conceitos vício\virtude são, respectivamente, condenados e aceitos pela sociedade que se utiliza de julgamentos morais para estabelecer essas 'regras'. Em decorrência disso, somos levados à seguir essas imposições, tendo como guia nossos 'sentidos' ao invés da razão pura, definida por Hume como inerte e, portanto, incapaz de definir ações. Vale salientar que de acordo com Hume a razão empírica tem certa influência sobre nossas atitudes, visto que essa estabelece relações de causalidade.
    Partindo para Kant, a obrigação moral é consciente e não intuitiva (sentimento moral), sendo aquela particular ao sujeito que executa a ação. A razão pura de Kant é prática e origina uma lei universal, condicionada pela liberdade de seres racionais, e cuja essência se encontra no 'dever'.

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  29. Kant defende que somos movidos pelas nossas emoções, e com isso devemos seguir e ter normas que dizem o que é imoral e o que é moral, porém esse conceito não é obtido instintivamente.
    Hume diz que nós, seres humanos, somos movidos pela nossa emoção que busca evitar a dor e obter prazer, que são nossos sentimentos que dizem se tal ação é boa ou má, e que a razão só serve para obedecer nossas paixões.
    Portanto, Kant só usou as ideias de Hume para compor sua própria argumentação, deixando totalmente de lado a razão.

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  30. Pela leitura dos dois autores e do texto de Eduardo Chaves, percebemos que Kant tinha conhecimento dos pensamentos de Hume e tinha como objetivo refutar a posição defendida por ele.

    Entre as principais diferenças entre Hume e Kant, há a questão do fundamento da moralidade. Hume mal menciona a ideia do dever, ou de virtude, no sentido de propensão para a prática do bem, pensamento presente (e fundamental) na filosofia moral de Kant. Para Hume, a única coisa capaz de mover a vontade do homem é a sua natureza. Assim, a razão apenas influencia a moral no sentido de encontrar meios para o conhecimento ou a realização dos desejos e das paixões humanas (não pode ser fonte de distinções morais e não pode provocar ações). E Kant refuta este pensamento, afirmando que a razão pura (não influenciada pelas emoções) pode, sim, ser um determinante direto da moralidade e causador de ações.

    O texto de Eduardo Chaves também tem como foco a análise da seguinte questão: “será que Kant fez algo mais do que simplesmente afirmar aquilo que Hume negava?”. Após a sua argumentação, o autor conclui que Kant apenas refutou a posição de Hume e que construiu baseado nessa refutação de ideias a sua própria teoria ética.

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  31. Eduardo O. Chave em seu texto trabalha principalmente em cima da questão ética abordada principalmente por Hume e Kant. Ele faz isso, não confrontando os dois autores, mas desenvolvendo seus raciocínios individualmente a fim de deixar clara a posição de cada um. Uma surpresa é notar que, Kant, apesar de ir contra as ideias de Hume foi muito influenciado por este. O ponto principal do texto é a discussão a respeito da razão/emoção no que tange as ações humanas. Hume é defensor da emoção enquanto Kant defende a razão. O primeiro diz que à razão cabe apenas ser uma ferramenta das emoções uma vez que o que rege nossas ações é a busca da felicidade e prazer enquanto o segundo diz que não, razão pode ser também pratica, através de uma lei universal. Kant diferencia o homem dizendo que ele não apenas faz parte da natureza, ele é um cidadão com um propósito mais elevado. A razão tiraria o homem de sua animalidade. Como a razão não esta condicionada aos nossos desejos, ela não pode servir como ferramenta para a emoção. Muito interessante o ponto em que o autor escreve sobre a liberdade. Caso ela não existisse, não existiria também a lei moral e seriamos guiados pelos desejos. Caso a lei moral não existisse, não saberíamos que somos livres pra agir mesmo contra nossas vontades primeiras. Apesar de Kant, segundo o autor, não ter respondido a Hume, o texto é muito útil ao expor as diferentes visões que cada um e mostra que as discussões são sempre validas para a construção do conhecimento.

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  32. E relação entre os filósofos Hume e Kant é inegável e comprovada historicamente, sendo Kant posterior à Hume, o mesmo afirma que seu antecessor o despertou de sua sonolência dogmática, o que pode ter servido de incentivo para a escrita de sua Crítica da Razão Pura Prática. Para entender a relação das filosofias éticas de ambos é necessário expor os preceitos da moral Humeniana que incitou a resposta de Kant.
    Hume em sua filosofia moral extirpa qualquer poder da razão na determinação das ações morais, o mesmo afirma que o que influencia a moralidade são nossas inclinações naturais, nossos sentimentos. A moralidade é vista por ele como um meio para se atingir um fim, sendo esse fim o promover do prazer ou evitar a dor. Hume ainda diz que o único papel da razão está em discernir os objetos que promoverão o prazer e a dor, e assim dá subsídios para que os sentimentos determinem uma ação na busca do seu fim – promover o prazer ou evitar a dor.
    Kant vem, em partes, na contramão, à medida que, ao contrário de Hume, busca provar como a razão é a determinante da moral, para tanto introduz a idéia de dever e liberdade. Kant afirma que os humanos possuem dois mundos em sua formação que influenciam sua moralidade, a saber, o mundo sensorial, onde os homens estão entregues à suas vontades e determinações sensoriais, onde são egoístas e maus, e o mundo inteligível onde a razão que possuem os liberta dessas imposições sensoriais e o que determina a ação é a idéia de dever, que exprime a moralidade antes determinada pela razão. Essa interpretação de Kant sobre a moralidade, sua origem e determinação vem para provar que a razão é determinadora das leis morais que imprimem a ideia de dever, onde o dever é uma ação vista como um fim em si mesmo, sendo ele intrinsecamente bom, nota-se que essa afirmação é exatamente oposta da proposta por Hume, que diz que a moralidade vem para se atingir um fim. A ideia de Liberdade vem como a passagem do mundo essencialmente sensorial que se encontram os humanos entregues aos seus sentidos, para o mundo inteligível, onde usando-se da razão, enxergam as leis morais e entendem que sua ações devem ser feitas por dever para possuírem conotação moral. Essa foi a teoria proposta por Kant para solucionar um problema que Kant viu na teoria moral Humeniana, a de que a razão nada influencia na determinação da moralidade.

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  33. Daniele Rodrigues de Faria7 de junho de 2013 às 18:52

    No texto há a análise entre a relação entre Hume e Kant, bem como as influências do primeiro para com o segundo e as diferenças entre as obras e concepções dos dois autores.
    Uma das principais diferenças é em relação ao que é bom e ao que é certo, e qual vem primeiro. Para Hume, o entendimento do que é bom vem antes do que é certo, porém, de acordo com Kant, deve-se entender o que é bom em referência àquilo que é ordenado pela lei moral, ou seja, em termos do que é certo.
    Ainda, de acordo com Hume, " a razão pura não pode ser prática, e que, portanto, as regras da moralidade não podem ser conclusões de nossa razão", e esta afirmação foi, de acordo com Chaves, a base de Kant para escrever a Crítica da Razão Prática e mostrar que Hume estava errado. Isto mostra a importantíssima influência da obra de Hume no desenvolvimento do pensamento kantiano e o modo como os dois encararam a problemática da moralidade e da razão prática de modos totalmente diferentes.
    Após uma extensiva análise das refutações de Kant à Hume, e do modo como o primeiro procura tão somente afirmar aquilo que o segundo nega, Chaves conclui que, na realidade, a lógica de Kant não deu de fato bases para provar as afirmações dele em relação à oposição da razão aos desejos, mas simplesmente "afirmou aquilo que Hume negava, pressupondo que aquilo que afirmava era verdadeiro e construindo toda a sua filosofia moral naquele pressuposto."

    Daniele Rodrigues de Faria RA: 21047112

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  34. Eu acredito poder considerar a obra de Kant como uma evolução das teorias de Hume.
    Hume pode, hoje, ser considerado até um pouco ingênuo ao considerar que os sentimentos e as emoções conduziam os atos morais, pois, Hume considerava o objetivo maior de todo homem a busca da felicidade, a esse argumento, Kant refuta declarando de maneira categórica que a natureza humana é perversa e estando dissociada de um juízo moral, não produziria nada além de atos egoístas e perversos.
    Porém, é necessário levar em consideração que o próprio Kant admite ter sido "despertado" do dogmatismo pela influência de Hume, ou seja, seria razoável imaginar que, sem o trabalho desenvolvido por Hume, Kant poderia nunca ter encontrado a direção correta para desenvolver suas teorias.
    Minha tendência natural seria tentar encontrar um meio-termo entre a generosidade de Hume e a severidade de Kant, porém os trabalhos desenvolvidos por Kant não deixam margem para questionamentos, o homem, enquanto animal que é, tem como único recurso para avaliar seus atos, a capacidade de absorver o conceito de certo e errado, bom e mau, moral e imoral, e baseado nesses conceitos, tomar suas decisões.
    Embora o texto questione o fato de Kant não ter respondido a questões apresentadas por Hume, acredito que o trabalho de Kant é além de uma resposta, uma homenagem.

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  36. Percebemos diferenças claras entre as proposições filosóficas éticas de cada autor. Apesar de viverem praticamente na mesma época, e terem acesso as mesmas mudanças cruciais ao conhecimento humano que influenciaram o período, eles viveram em países diferentes, abertos a influências diferentes. Mesmo Hume sendo essencial para o desenvolvimento da teoria crítica kantiana, eles costróem uma disparidade que até a contemporaneidade se encontra nas discussões sobre teorias morais.

    Comecemos com Hume. Existe por então uma exaltação do ser como sendo regido pela atividade emocional. Toda ação seria o meio que nossas emoções (paixões morais) iriam modelar para chegar ao fim de caráter benéfico. Tendo em vista que a racionalização dos eventos não exerceria a influência na determinação da moralidade dos atos, onde só teriam a sina de ferramentaria para desqualificação dos fins não-prazerosos. Isso é proposto como a forma que os seres humanos iriam entender e discenir o que é moral ou não. Portanto se defende a idealização da percepção primeira, motivada por vontades e quereres.

    Já em Kant, encontramos uma diferenciação de princípios. Enquanto que em Hume podemos interpretar uma origem natural boa que acarreta - com a preferência ao prazer - um ajustamento das decisões de cada um, pois as noções de bem e mal seriam anteriores e geradoras das noções de certo e errado, desconsiderando o fundamento do dever, e uma intenção ou ato certo quando simplesmente tende a um bom resultado. Kant já se posiciona primeiramente remetendo nossas origens como sendo totalmente más. No entanto, possuimos a razão, e isso faz toda a diferença. É somente através do senso de “dever” proporcionado pela razão prática que a forma moral se apresenta ao homem. Se cabe então a esses seres o qualitativo da humanidade, pois esse dever nos é autoimposto, e dele deriva toda nossa liberdade - gráças aos imperativos categóricos -, ajustada à ética universal.

    Enquanto Hume relaciona as diferenciações morais ao sentimento e a busca prazer de cada ser atomizado - remetendo a razão apenas como meio -, Kant considera isso uma precipitação em sua obra, baseada na idealização racional ante cada ato e de uma universalização da moral. Esse é o principal divisor de águas entre o conceito ético fundamental de cada um. O diálogo basicamente consiste nisso: Enquanto um expõe a construção da moral sob influências exógenas - paixões -, outro mostra a moral como intrínseca à razão.

    Pois então, teríamos o juízo moral heterogêno, composto da razão montada sobre a emoção, ou apenas a razão definindo o que é ético, para fugirmos de nossas proveniências funestas?

    Esse embate ainda está longe de um fim. Para mim, isso sempre entrará no campo da conveniência e adequação de situações.

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  37. A partir do texto, podemos ver o grande embate entre Hume, que propõe certos problemas e explicações e Kant, tentando contrariá-lo ao tentar provar tudo que o primeiro refuta
    Kant tenta expor que a razão atende aos interesses e as fórmulas das máximas prática e que dela, se deriva a lei moral
    porém se apresenta um dualismo nas críticas de Kant, onde o ser é membro do mundo inteligível(onde obedece o imperativo categórico) surgindo o conceito de liberdade, onde o indivíduo segue um bem dito como absoluto e que busca a virtude, baseada na razão que interfere na moralidade das condutas
    Em contraste a isso, esse mesmo ser se encontra no mundo sensível, dominado por seus desejos e interesses, focado na sua vontade de ser natural, sofrendo influências do passado e do ambiente em que se encontra, regra que não se aplica ao mundo inteligível
    Hume, mesmo antecedendo a Kant, já tinha exposto problemas que autores que buscassem partir do pressuposto que a moralidade deriva da razão, visto que a moralidade(princípio ativo) influencia nas paixões e ações, regulando portanto a conduta. sabendo-se que a razão é um princípio inativo e inerte, não poderia ter originado a moralidade.

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  38. Os filósofos Hume e Kant possuem ligação à medida que a Filosofia Moral proposta por Kant é, de certa forma, uma resposta à Filosofia Moral proposta por Hume. Além disso, Kant diz que foi Hume que o despertou de seu “Sono dogmático”; o que influenciou a produção de sua “Crítica da Razão Pura”.

    O que os distingue é exatamente a base de suas Filosofias Morais:

    Hume defende uma Filosofia Moral baseada nos Sentimentos, tendo a razão a função única e não confiável de estimular nossas afecções (sentimentos que implicam uma ação) e nos mostrar a existência de um objeto que nos causem prazer/conforto ou dor/desconforto.
    Para ele, julgamos as ações como boas ou más através da percepção.

    Kant, ao contrário de Hume, defende uma Filosofia Moral baseada da razão. A moralidade para ele é derivada da noção de Dever (“ a necessidade de cumprir uma ação pelo respeito à lei”) e das Leis. Uma ação moral é uma ação práticada “por dever”, ou seja, por respeito à lei moral.
    Kant diz que os instintos naturais guiam nossas vontades de forma a que sejamos egoístas. Dessa forma a Razão tem como função produzir vontades boas, nos fazendo de agir de acordo como gostaríamos que as outras pessoas agissem, ou seja, de acordo com uma máxima que se desejaria que fosse universal.

    Além dessas distinções, há ainda uma outra importante: Para Hume a moralidade busca um fim (a saber: buscar o que nos dá prazer/conforto e evitar o que nos causa dor/desconforto), já para Kant o valor moral não está nos fins da ação, nem em seus meios, mas sim no principio que rege a ação, na representação da própria lei, porque o Dever é um fim em si mesmo.

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  39. Fernando Santiago Moraes da Rocha7 de junho de 2013 às 22:36

    No texto de Eduardo Chavez, ele discute as relações entre David Hume e Immanuel Kant. O texto mostra que Kant fez uso das ideias de Hume para formular as suas, mesmo que muitos acreditem que isso não ocorreu. Isso se confirma através de uma carta escrita por Kant fazendo referência a Hume e outros pensadores. Kant diz: “embora inacabadas e deficientes, são as (teorias) que mais levaram adiante a busca dos primeiros princípios de toda a moralidade”. Eduardo Chavez questionou em texto se Kant fez algo mais além de negar o que Hume afirmava, e pode concluir que o que Kant fez, na verdade, foi refutar o pensamento de Hume para criar o seu próprio. Acredito que Kant não teria formulado suas ideias se Hume não tivesse escrito as suas antes, pois a ideia de Kant parte do questionamento da ideia de Hume. Portanto, Kant e Hume não são “opostos” como muitos dizem, mas sim complementares um ao outro.

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  40. Os principais aspectos abordados por Hume foram:
    - os problemas de ordem epistemológica, ou seja, os problemas que se relacionam com o conhecimento humano, refletindo sobre a sua natureza e validade;
    - os problemas filosófico-morais;
    - os problemas filosófico-religiosos;
    A filosofia Humeana fazia graves críticas aos princípios da ciência, da ética e da religião vigentes. Kant foi profundamente influenciado pelas ideias de Hume,fazendo com que muitas de suas obras baseassem-se no pensamento do filósofo escocês. Foi inclusive Hume quem introduziu o problema básico da primeira Crítica ao prussiano. Contudo, o pensamento de Kant divergiu do de Hume em alguns aspectos. Sob a ótica de Hume, a nossa moralidade e as nossas ações não se derivam da razão mas sim dos nossos sentimentos, das nossas paixões. Kant discordava desse ponto de vista e, para expor seus pensamentos, escreveu "A Crítica da Razão Prática".
    A questão principal debatida era se o conhecimento é obtido ou se ele já vem conosco. A principal discordância que Kant faz à Hume é com relação à produção do conhecimento. Para Hume o conhecimento é originado através das experiências vividas por nós. Embora não negasse a importância do empirismo no desenvolvimento do conhecimento, Kant não acreditava que a origem de tudo o que sabemos tivesse como fonte somente as experiências. O que mais diferenciava Hume de Kant era o fato de que o primeiro era ateu, não permitindo soluções através de dogmas. Kant, pelo contrário, foi em busca de explicações dogmáticas, que afirmavam o mundo como completo e inalterável. Para tanto, era necessário que Kant acreditasse em algum tipo de divindade superior que tornasse a existência desse mundo possível.

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  41. Eduardo Chavez descreve a relação entre Hume e Kant, mostrando que Hume serviu como base para Kant em seus pensamentos.
    O autor coloca em seu texto que Kant estava em uma “sonolência dogmática”, e que foi despertado dessa sonolência por conta do Tratado da Natureza Humana, de Hume. Esse despertar teria levado Kant a escrever a Crítica da Razão Pura. Embora haja a ideia de que Kant não tinha conhecimento dos escritos de Hume, o próprio Kant desmente isso pois ele declarou que as teorias de Hume, mesmo estando inacabadas e deficientes, são aquelas que mais levaram adiante a busca pelos primeiros princípios da moralidade.
    O que Kant fez foi argumentar contra as ideias de Hume, e fez isso afirmando tudo o que Hume negava e depois disso ele desenvolveu sua teoria sob o pressuposto de que a razão pura pode ser prática e não é só um instrumento, como dizia Hume.

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  42. O texto demonstra a influência do trabalho de Hume no de Kant, sendo que este último vem tentar refutar as ideias do primeiro.
    Hume critica autores que defendem a razão como principal objeto na formação de conduta moral, sabendo que a moralidade é fortemente influenciada pelas paixões e ações pessoais de que o faz, e não é quem os influencia, tendo a percepção como instrumento de julgamento sobre o que é bom ou mal. Da mesma forma, a razão está presente apenas para nos estipular quais são nossos objetos de afecção. Portanto, a moralidade não pode ser algo concreto nem tão pouco ligado à razão. Além disso, Hume defende que sempre praticaremos ações morais com o intuito de buscar, nessas atitudes, um fim em si próprio.
    De forma contrária, Kant defende uma filosofia moral com seus fundamentos na razão. Essa razão é resultado da sensação de dever, principal responsável por nossa busca por moralidade. Caso contrário, não tomaríamos a moral como algo que não afeta negativamente o outro, mas sim o resultado de nossos desejos e caprichos. Ele também contradiz Hume ao defender que cometemos ações moralmente corretas não buscando seu fim, nem respostas em seu meio, mas no início delas. Para o filósofo, o que causa essa ação (seu início) já pode ser considerado um fim em si mesmo, como a um cumprimento de lei.

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  43. Fazer uma oposição teórica sobre esse dois filósofos é opor o "bem" e o "certo" no sentido de qual vem primeiro, ou qual é mais determinante e indepedendente sobre a moralidade. Em Hume, as ações que terminam sendo boas através de impulsos derivados dos sentimentos são a meta, enquanto que em Kant as ações ditas "corretas", originadas do dever e das máximas morais, são o alvo a ser atingido.

    Tratando sobre o que Kant entende por "bem", pode -se afirmar que existem dois tipos ações possíveis envolvendo essa palavra: o primeiro é fazer o bem através de inclinações ou desejos com a finalidade de se alcançar a felicidade e realizar isso se torna possível através das razões empíricas de cada um, sendo importante colocar que a felicidade de uma pessoa nem sempre corresponderá a de outra, logo essa maneira de se praticar o que talvez possa ser bom não é a maneira mais adequada; o segundo tipo é algo que representa o bem em si mesmo, puro e universal dos seres racionais, com esse bem sendo impulsionado por imperativos categóricos, ou seja, que não ordenam ações para atingir certos fins particulares de cada um, mas ordenam ações morais que estão acima de todos e que são corretas ou certas, não considerando o que cada ser humano entende por bem ou mau a priori.

    Hume, seguindo um abordagem totalmente diferente da de Kant, diz que é possível as pessoas realizarem distinções do que é moral ou imoral, não sendo isso ligado à máxima alguma ou algo puramente racional a priori. A razão para ele não tem a capacidade de criar juízos morais, pois estes são frutos das ações humanas derivadas da emoção, da intensidade do momento ou da situação, de um "calor" que envolve alguém defendendo seu ponto de vista sobre algo, e a razão é inerte, inativa, formal demais para lidar com esse sentimentos no sentido de ser a mestra deles. Isso não quer dizer que razão não tenha espaço nas ações em torno da moralidade em Hume. O ponto aqui é que sua participação só se dá em um segundo momento, onde as ações já ocorreram, e o que as racionalizações vão tentar compreender são as relações de causa e efeito que podem vir a ajudar alguém lidar melhor com situações desconfortáveis ou prazerosas.

    Ainda em Hume, este filósofo procurou esclarecer a sua opinião sobre o trivial combate entre razão e emoção(sentimentos) no sentido de qual tem mais capacidade de influenciar as nossas ações: para ele, de fato, este confronto direto não existe, o que acontece é uma batalha somente entre "paixões violentas" e "paixões calmas", sendo errado confundir estas como sendo racionalizações. Seguindo essa lógica, Hume derrubaria a existência da razão pura, já que no que tange a nossa capacidade de tomar decisões, a razão não teria papel algum. Kant também lida com esse confronto entre razão e emoção e nesse caso a demarcação conflituosa entre essas duas formas de agir é muito mais proeminente e com certeza existe em essência, pois para ele há uma dualidade exclusivamente humana que é caracterizada pela existência de um lado "animal", impulsivo e pré-determinado naturalmente, e de um lado racional, inteligível, que coloca os homens em uma posição mais elevada, próxima de Deus, os tornando, a partir de sua existência com pitadas de razão, cidadãos de uma sociedade ou um grupo que buscam agir moralmente através do dever.

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    1. Um ponto onde os pensadores convergem é na finalidade de muitas das nossas ações, sendo que para ambos temos a obrigação ou propensão de buscar a felicidade ou o prazer através do que realizamos seja pelo sentimenos, seja pela razão. É importante colocar aqui que para Kant agimos racionalmente em busca da felicidade, o que não quer dizer que nossas ações dentro desse processo de busca sejam atreladas ao dever, pelo contrário.

      O ponto princial que Kant utilizou para confrontar os argumentos de David Hume é tentar mostrar que sua Razão Pura pode ser prática também, já que para os humeanos nossa moralidade está completamente associada a noções empíricas, de alguma forma isso precisaria ser aplicado à teoria kantiana. Isso é feito a partir da constatação que nós, como humanos, logo, racionais, somos condicionados, ainda que minimamente em alguns casos, a realizar ações atreladas ao dever e as máximas morais. Isso por si só já mostra o ser humano realizando ações ligadas à razão pura através da razão prática(moldando e lidando com o espaço em sua volta), o que acaba por criar a razão pura prática.

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  44. Jessica Raissa Oliveira Laureano8 de junho de 2013 às 00:06

    Kant afirma que foi Hume que o despertou de seu ‘sono dogmático’. O que os distingue são as bases de suas filosofias morais.
    Hume em sua filosofia moral defende que somos movidos pelas nossas paixões. Nossas ações buscam o fim e, a boa ação é aquela que nos leva a um fim satisfatório. Só julgaremos uma ação boa ou ruim através de nossas percepções de tal ato.
    Já Kant, defende a filosofia moral baseada na racionalidade. Agimos de maneira correta ou boa, pois devemos agir assim e, também, para cumprir as leis impostas na sociedade. A moralidade não está no fim e sim no principio, pois o cumprimento de leis é um fim em si próprio. Para Kant, agir de acordo com nossas paixões é agir de forma egoísta e agir pela racionalidade é agir de forma correta, é agir como você gostaria que todos agissem para uma sociedade melhor.

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  45. No texto, Eduardo O. C. Chaves analisa as teorias de Hume e Kant, procurando observar se a teoria de Kant foi desenvolvida com a intenção de responder algumas questões deixadas “em aberto” na teoria de Hume.

    Para Hume, são as nossas paixões que guiam nossas ações, e todas as nossas atitudes são realizadas buscando a felicidade, o prazer e evitando a dor. A razão serve apenas para nos mostrar se as consequências são boas ou más, não tendo nenhuma influência nas nossas ações.

    Kant, ao contrário de Hume, acreditava que a razão faz parte da formação do homem e que é ela que guia as nossas ações. A nossa natureza é cruel, por isso utilizamos a razão para contê-la. Kant afirma que, por não sermos guiados pela natureza, temos liberdade. Porém ele não estabelece nenhuma condição para essa liberdade, o que acaba gerando uma circularidade.

    Dessa forma, Kant, ao afirmar o que Hume negava, não conseguiu provar sua própria teoria.

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  46. O autor trabalha com as teorias de Kant e Hume, e nos mostra que Kant, apesar de ter ideias muitas vezes antagônicas às do primeiro, teve-o como base na formulação de suas próprias teorias sobre moral. Não só usou como base, mas como incentivo para entender melhor e refutar as teorias do anterior.
    Hume e Kant tem diferentes concepções sobre a natureza humana e a origem de nossa moral. Como destacado nos dois temas anteriores, temos que Kant tem o pensamento centrado na razão, na artificialidade da bondade do homem, necessitando a razão pra que a primeira exista. Hume, ao contrário, coloca em primeiro lugar o sentimento e as emoções como definidores da moral.
    Não creio, apesar da sequência temporal das teorias, que Kant refute a teoria de Hume. Ela surge como um outro ponto de vista, levantando diversas outras questões. Ambos servem como combustível para novas, e provavelmente intermináveis, discussões sobre as origens da moral.

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  47. Kant e Hume são contemporâneos, até por isso um influencia o outro durante a produção de suas obras e formulação de conceitos, pensamentos. Hume acredita que a moralidade está baseada nas paixões, nas afecções, de modo que a razão não seria uma variável considerável na questão e os humanos guiados pela ações certas levariam ao caminho do que é bom. Kant, que tinha pensamento contrastante ao de Hume, e que para muitos escreveu algumas de suas obras como forma de resposta ao pensamento de Hume, acreditava em um ser humano mal e egoísta por natureza e no sentimento do dever e a razão como norte (imperativos) para as ações corretas e a busca pela almejada felicidade.

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  48. Os pontos de vista dos pensadores retratados no texto, Hume e Kant, retratam principalmente a ética e o modo no qual esta se desenvolve. A questão conceitual diverge muito de acordo com cada autor.Para Kant, as ações que cada indivíduo toma, varia de acordo com sua ética pessoal, já para Hume, cada espírito se molda através de suas paixões.
    O autor tenta estabelecer uma ligação entre os textos de ambos, dando a entender que talvez Kant respondendo para Hume através de seus argumentos.Porém, ao final do texto, Eduardo O. Chaves, conclui que Kant não utilizou o texto para refutar Hume, apenas se baseou no texto deste para elaborar sua própria opinião.

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  49. Os trabalhos de Kant e Hume são muito comparados, por apresentarem idéias que se põem em embate umas com as outras. Alguns põe o trabalho de Kant como algum tipo de evolução ou resposta à Hume. Kant teria despertado para a sua obra após se deparar com as questões de Hume e assim tentaria solucionar questões e problemas que encontrou na teoria deste. Enquanto a moral de Kant tem a razão de parte constitutiva e ativa, para Hume a razão é impotente e a moral derivaria das afecções apenas, não sofrendo outras influências. Os papéis exercidos pela razão nas teorias, são inversos e trazem consequências diferentes para as construções que realizam e como influem na vida humana. Fica uma dúvida na análise, se a teoria de Kant não seria apenas uma negação e uma posição exatamente contrária à de Hume. Mas há algo em que ambos mantinham em acordo, que no limite, o objetivo último de toda ação seria a busca do bem.

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  50. O texto se propõe a analisar a relação das ideias de Hume e Kant. É possível notar que Kant leu os trabalhos de Hume e o considerou um autor que merecia ser estudado e debatido.
    Assim sendo, Kant buscou mostrar que Hume estava equivocado em afirmar que eram as paixões as responsáveis pelo pensamento humano, mas tudo que ele conseguiu, conforme o texto foi afirmar a situação contrária sem conseguir prova-la.
    Acredito que por causa dessa falta de prova da teoria Kantiana e a intensa vontade humana de ser essencialmente racional (opinião contraria a Hume) é o que faz o debate entre essas ideias ser tão forte ainda hoje.

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  51. As ideias propostas por Hume influenciaram diretamente a obra de Kant. Pode ser observado em Kant várias referencias a Hume, e também a tentativa de demonstrar que sua teoria estava equivocada.
    O ponto básico que diferencia as ideias de Kant e Hume é a questão da influência da razão nas distinções morais, e consequentemente nas atitudes humanas.
    Hume acreditava que a razão por si só não tinha influência nenhuma sobre os juízos morais, sendo que o que os regia seriam as emoções, as paixões. Quando Hume despreza a razão como mediadora entre as ações humanas não quer dizer que ele acreditava que os seres humanos agissem sempre da maneira correta e sem conflitos. Ele não acreditava que havia um conflito interno entre as paixões e a razão, e sim entre paixões calmas e violentas. A predominância de uma paixão sobre a outra é que nortearia o comportamento humano.
    Kant por sua vez acreditava que a razão tinha influência direta sobre os juízos morais, e que seria a única que poderia impedir que os seres humanos se deixassem comandar pela sua natureza egoísta e má. Dessa forma, a comprovação da influência da razão traria uma liberdade para o ser humano, tal liberdade que permitiria o acesso ao mundo inteligível. Se não houvesse essa liberdade, seríamos escravos de nossas paixões e não poderíamos agir pelo dever.
    Este último pensamento de Kant particularmente me interessou muito, visto que quando pensamos em liberdade atualmente sempre nos vêm à cabeça a ideia de promiscuidade, de uma liberdade que nos deixa agir de acordo com nossos instintos naturais sem a preocupação do dever, mas é realmente interessantíssima essa perspectiva de Kant, e muito verdadeira também, ao meu ver. Afinal, antes de seres racionais, somos animais como quaisquer outros, e se de fato não possuíssemos a razão, continuaríamos sendo escravos, só que não dos deveres morais, e sim de nossos próprios instintos.
    Apesar de todas as diferenças nos pensamentos dos dois filósofos, há um ponto de contato entre eles: o fato de que alcançar a felicidade, o bem, é o objetivo final a ser alcançado pelo ser humano, independentemente se isso se dá principalmente através das emoções ou da razão.

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  52. Para Hume, a razão se submete as paixões, vontades. Quando agimos bem, foi porque a vontade que tivemos foi boa. Já para Kant, as paixões e vontades que se submetem a razão. Só agimos bem porque este é apenas um fim, e decidimos por esse bem de acordo com a razão e o dever de agir bem.
    Na minha opinião, a forma racional da ética kantiana é "melhor", mas ela possui alguns problemas. O primeiro deles é essa forma de pensar é preconceituosa, já que apenas tudo o que foi feito de acordo com a razão é boa ou válida, e que apenas os humanos podem ser éticos.
    O segundo problema é que pensando e agindo dessa maneira, podemos deixar de ser "naturais" e sermos apenas máquinas. Isso me lembra muito um filme, chamado Equilibrium, que conta a história de uma sociedade em um mundo pós-apocalíptico que prega a extinção dos sentimentos para que o homem continue pacífico e "perfeito" - todos os sentimentos (amor, ódio,etc) são proibidos.
    O terceiro problema que eu vejo na ética kantiana é a circularidade, discutida no texto. Kant diz que somos livres porque agimos de acordo com a lei moral, e a lei moral nos tras essa liberdade novamente.
    Portanto, a ética kantiana, embora no meu ponto de vista, é mais aceitável, ela tem que ser seguida com moderação. E também jamais poderemos descartar a teoria de Hume, pois ela explica melhor que a kantiana certos aspectos do comportamento humano.

    Ass: Helder Aires da Silva - RA 21008610

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  53. Hume foi a inspiração para Kant estudar a crítica da razão pura, e até a própria filosofia moral, foi uma tentativa de respostas as ideias céticas de Hume.
    O ponto principal de discordância entre os filósofos é qual seria o papel da razão nas formulações das nossa moral.
    Hume tentou mostrar que a razão nada pode interferir nas ações morais, é que toda ação ou é moral ou não, concluindo dessa maneira que toda moral provem das paixões, sendo a vontade livre da razão.
    As noções de bem e mal também são tomadas como primarias, e as de certo ou errado segundarias e derivadas da primeira. Hume não menciona a ideia do dever. Uma ação ou intenção certa é simplesmente aquela que leva, ou tende a levar, a um bom resultado.
    Para Kant, a noção do dever, ou da obrigação, e as noções do certo e errado, são fundamentais. Um homem bom é aquele que habitualmente age certamente, e uma ação certa é aquela que é realizada por um sentimento de dever. Existindo duas definições para o bem, ‘o bontas naturalis’ e ‘o bonitas moralis’, o primeiro seria condicionado por não ser bom em si próprio, mas sim por interesse e a segunda seria um bem absoluto , que não levaria em considerações inclinações, essa sim sendo o estudo da ética.
    A razão nesse sentido seria o que faz a repartição do que seria bom entre as individualidades do homem, sendo a razão pura uma ordem necessária e determinada e a razão prática, obriga a noção de Deus e a existência da alma como condições para determinação das atitudes.

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  54. O texto “David Hume e a Questão Básica da Crítica da Razão Prática”, de Eduardo Chaves, expõe as diferenças básicas entre as éticas de Hume e Kant, além de expor o fato de que Kant leu as obras de Hume, e inclusive, segundo o próprio Kant admitiu, foi uma dessas obras que levou Kant a iniciar as investigações, que acabarm na Crítica da Razão Pura, além de diversas outras influencias dos trabalhos de Hume a Kant.
    Mas estes dois filósofos tem visões bem diferentes, enquanto para Kant a razão pura (sem a influencia das emoções é fundamental para estabelecer as leis morais e éticas, já para Hume a moral e ética vem dos nossos desejos e movidos por nossas emoções.
    O texto traz a seguinte questão, que Kant não fez nada além de afirmar aquilo que Hume negava.

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  55. Boa tarde, Professor!

    No texto anterior, o autor Eduardo O. Chaves busca mostrar a distinção entre as visões de Hume e Kant sobre as atitudes humanas.

    Hume parte do ideal de o que move a conduta dos seres humanos são as nossas paixões, ou seja, se praticarmos uma ação boa, significa que nossas paixões nos levaram a realiza-la. Já Kant, em todos os seus estudos, demonstra o pensamento que o que direciona as ações humanas é a razão, colocando as obrigações de realizar tal atitude sempre em primeiro lugar para o direcionamento das mesmas.

    No texto dessa semana, o autor sugere a interpretação do famoso Tratado da Natureza Humana de Hume por meio das ideias de Kant. E através dele é possível analisar que ao menos minhas atitudes, não podem ser tabeladas se seguem o ideal de Kant ou Hume, pois em certos momentos posso agir pela razão e em muitas outras, uso como ideal Hume, já que direciono as minhas atitudes através das minhas paixões.

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  56. O texto indicado para leitura mostra logo de início a influência que Hume exerceu em Kant com seus questionamentos sobre os fundamentos da ciência, ética e religião em sua obra filosófica. Kant tenta responder as conclusões céticas e “irracionais” de Hume sobre a moralidade, refutando em certos aspectos a essência Humeana, mostrando os erros deste ponto de vista em sua obra “Crítica da Razão Pura”.
    Hume tenta mostrar que a razão não é a fonte das distinções morais e motivos de nossas ações. Com isso, a base da moralidade se encontraria nas “paixões”, no sentimento. A razão não pode determinar a vontade e nos fazer agir.
    Kant analisa os conceitos de bem e mal, sob um ponto de vista ético que inclui a teoria humeana, mesmo que não concordando totalmente com ela. Segundo Hume as ações de bem e mal são primárias e as de certo e errado são secundárias (derivando das primárias). Uma ação ou intenção certa é aquela que leva a um bom resultado. Deve-se acrescentar que praticamente não considera a ideia do dever nesta formulação. Kant, por outro lado, considera também as noções do certo e errado como fundamentais. Uma ação certa é aquela realizada por um sentimento de dever. A definição de “bem” só pode ocorrer em relação a algum desejo ou sentimento (logo, será sempre relativo de acordo com a satisfação de desejos ou inclinações).
    Kant distingue “bem” em três definições: natural (pragmática), onde algo é bom em função do que se deseja; moral, em que o algo busca o bem por necessidade natural, para a felicidade; e problemática, onde algo é bom se acordo com o fim, propósito que as pessoas tem, mesmo que não reflita em algo benéfico para o indivíduo (como suicídio). Como posteriormente afirma que o bem deve ser realizado de acordo como o que é certo, a ultima concepção de “bem” apresentada não entrou na discussão. Entretanto, o problema de Hume vai mais a fundo, não ficando apenas nas definições de bem, mas se o ser humano consegue fazer distinções entre bem e mal e de onde ele pode teorizar estas distinções. Para ele, algo é bom se recebe a aprovação geral da humanidade e quando esta mesma humanidade tem condições de julgar algo como bom. Questiona se a racionalidade pode ser um instrumento útil para a distinção de bem ou mal, já que ela derivava do meio externo e impressões.
    Hume afirma que a razão não poderia exercer influencia no comportamento humano por ser fria e não originar uma ação e emoção. A razão é dependente da emoção e um meio, se usada corretamente, para escolher os melhores jeitos de se atingir seu objetivo. Kant, se contrapondo novamente, defende que o homem só pode ser feliz, fazendo o bem, se seguir as leis morais e, como elas derivam da razão, esta é de maior importância do que a emoção. O homem deve se dedicar ao racionalismo para fazer o bem e atingir a felicidade.

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  57. Eduardo O. C. Chaves, através de uma análise de “O tratado da natureza humana” de Hume e de “Crítica da Razão Pura” de Kant, realiza uma espécie de “cruzamento” das ideias de ambos autores, explicitando-nos suas essências argumentativas bem como seus pontos fracos e fortes. Começando por Hume, Chaves diz que a teoria ética central deste autor apoia-se na noção de que as bases racionais da ciência, da moralidade e da razão não são capazes de estabelecer as distinções que fazemos dentro do campo da moral e da ética, bem como de estimular determinadas ações – classificadas como virtudes ou vícios. Kant, por sua vez, defende exatamente o argumento oposto: aquele que diz que a razão, ou a razão pura prática, é a única capaz de fazer-nos escolher por ações que serão verdadeiramente boas, ou “bens absolutos”, “bens-em-si-próprios”, como ele mesmo diz. De qualquer forma, Chaves nos diz que foi Hume quem serviu como “inspiração” inicial para Kant; que Kant, após ler sua obra principal, teria “despertado de seu sono dogmático” e finalmente encontrado meios para refletir melhor acerca da essência e motivações da ética e da moral; muito embora Kant tenha chegado a conclusões opostas às de Hume – o que faz alguns críticos, tais como o próprio Chaves, a dizerem que Kant meramente utilizou os argumentos refutados por Hume como base da criação e desenvolvimento de sua filosofia ética – não tendo sido capaz de “ir além” de tais argumentos, ou quando foi, de explicar suas correlações, tendo ficado preso em argumentos circulares.

    De qualquer forma, Kant tentou incessantemente responder às conclusões céticas e "irracionalistas" de Hume a respeito da moralidade. Hume defendia que, na realidade, ao invés da razão, seriam as “paixões”, os desejos, sentimentos e os instintos animais que nos motivariam a agir, escolher e realizar distinções entre as ações. No entanto, Kant, embora refute o argumento central de Hume, admite que "embora inacabadas e deficientes, são as que mais levaram adiante a busca dos primeiros princípios de toda a moralidade". Sendo assim Kant aperfeiçoaria a teoria ética, baseando-se nas já desenvolvidas por Hume e outros autores.

    Talvez uma das principais distinções entre Hume e Kant seja a noção do dever: Hume sequer mencionou o dever em suas obras, considerando que qualquer ação ou intenção de ação certa é aquela que levará a um bom resultado; ao passo que Kant, por sua vez, coloca a noção de dever como princípio básico da ética: seria o dever, criado através da razão – e portanto através de um princípio inteligível – o responsável pelas deliberações de ações verdadeiramente corretas, verdadeiramente “bens absolutos”; desprovidas e “livres” dos impulsos que os instintos e desejos podem causar nos seres humanos, impulsos esses os quais somente os levariam a realizar ações por mero prazer – e portanto imorais, longe do domínio da ética.

    Kant vai além: diz que as ações determinadas pelos impulsos “naturais” – e consequentemente imorais – dos seres humanos consistem em meramente meios para outros fins, o que transforma justamente essas ações em “relativas”, em bens parciais, não-absolutos, aqueles que levam a felicidades momentâneas e egoístas, as quais muitas vezes não representam a felicidade de todos (podendo realizar-se uma analogia à Ética à Nicômaco de Aristóteles, quando este fala dos bens absolutos que conduzem à felicidade absoluta).

    (continua)

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    1. ... Segundo Kant, a única ação moral é aquela que é determinada pela razão pura prática (que torna a razão pura em prática), e que portanto é guiada pelos deveres criados por ela. A separação entre as ações motivadas pelos “desejos”, ou pela “razão empírica” é separada em dois tipos de bem: “bonitas naturalis” – as movidas pelos instintos e portanto imorais – e “bonitas moralis” – aquelas movidas pela razão prática, estabelecidas através do deveres ao invés dos prazeres. Chaves expõe: “[...] Há, além da bonitas naturalis, um bem que é ainda mais elevado: o bem moral, a bonitas moralis, que é o bem absoluto, ou o bem que não leva em consideração desejos ou inclinações, o bem que não é instrumental a algum outro tipo de propósito, mas é intrinsicamente bom. Segundo Kant, a ética tem a haver tão somente com a bonitas moralis.”

      Para Kant, como explicitado nos comentários do tema 6, todas as ações que são movidas pela razão pura prática, pela “bonitas moralis”, ou seja, pelo dever, consistem em “Imperativos categóricos”, enquanto as ações movidas pela razão empírica, pela “bonitas naturalis”, através dos desejos e instintos – defendidos por Hume como únicos determinadores das ações e distinções morais – consistem em “imperativos hipotéticos”. A razão pura prática (a relacionada aos deveres, e às leis realmente MORAIS) seria a real propulsora das nossas ações absolutamente boas, e portanto a determinadora de nossas melhores vontades. Mostrar, portanto, que a razão pura pode ser prática consiste no problema central que Kant tenta demonstrar.

      De volta a Hume, este estuda e tenta definir o que queremos dizer quando dizemos que algo ou alguém é bom virtuoso. De início, para ele, tudo o que é bom ou o virtuoso necessariamente deriva de tudo aquilo que recebe aprovação geral da humanidade; ou ainda por tudo o que nos atrai quase que como “magneticamente”, ou seja: segundo Hume nós seríamos atraídos por tudo que chamamos de bom, assim como repelidos pelas coisas ruins; teríamos algo como um “radar interno”, inerente a nós para deliberarmos acerca do bem e do mal. Baseado nesses princípios, Hume ainda tentou investigar quais seriam os princípios universais comuns à todos nós que determinariam a moralidade ou não das ações.
      Hume ainda expõe que há duas formas de distinguir entre vício e virtude: a primeira através das ideias, que consistem justamente em uma posição racionalista; e a segunda – a posição que defende – através de impressões originais, ou seja, inerentes à essência (instintos) humana. Para ele, a razão nunca pode exercee influência alguma sobre a conduta, pois "a razão, é fria e desengajada", ou seja, inerte. Colocando isto em termos kantianos, Hume defende que a razão pura não pode ser prática, que as regras da moralidade não podem ser conclusões de nossa razão – Kant veio então a escrever a Crítica da Razão Prática para mostrar que Hume estava errado.

      Hume ainda continua dizendo que a razão pode existir nas deliberações, mas não quanto às distinções em si, mas somente quanto aos meios que levarão às ações, aos fins; ela somente estabelece as relações causais, mas ainda assim seria “escrava” de nossas emoções: “A aprovação ou culpa que resulta não é realização do entendimento, mas do coração; também não é uma proposição ou afirmação especulativa, mas sim um sentimento ativo". Hume ainda diz que o a essência do conflito central jaz não entre a razão com a paixão, mas sim entre as "paixões calmas" e as "paixões violentas": as calmas consistiriam a na luta contra nossos interesses internos ( a “força de contade”), no entato “não há pessoa alguma que seja capaz de fazer com que estas paixões calmas sempre prevaleçam, e que nunca tenha aquiecido às solicitações das paixões violentas". As ações virtuosas ou viciosas seriam fruto dos sentimentos que são gerados por ela, ou seja, do sentimento de culpa ou desprazer, e o de prazer de cada uma; algo como as sensações de frio e calor: frutos de “percepções na mente" .

      (continua)

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    2. ... Sendo assim, frente aos argumentos centrais da ética humeana, Kant desenvolve sua principal obra acerca da ética, “Crítica da razão Pura”, tentando provar que a razão pura prática é uma realidade sim, e que é determinadora das nossas ações realmente boas e corretas, uma vez que estas são construídas através do dever: e que seria justamente essa capacidade de “dominação” de nossos desejos e impulsos “animais” que nos trariam “liberdade” de escolha de nossas ações; libertando-nos da suposta “propensão” viciosa a agir instintivamente; permitindo-nos agir por imperativos “categóricos” – verdadeiramente pela “lei moral”, de maneira virtuosa – em detrimento dos imperativos “hipotéticos”, considerados “aprisionadores” por Kant.

      Um exemplo esclarecedor da diferença básica de ambos autores seria justamente a situação hipotética abordada pelo Prof. Peluso em suas aulas: seria correto “entregar” o nome do dono do automóvel ao ladrão, sabendo que este poderia matá-lo? Para Kant, assim como para os Deontólogos, agir de acordo com um dever seria não mentir e entregar o nome do proprietário, pois, para ele, mesmo sentindo-nos mal, devemos sempre agir de acordo com aquilo que estabelecemos como correto, como “deveres universais de conduta”, independentemente das circunstâncias: “Todo homem razoavelmente honesto sabe que ele, às vezes, desiste mesmo de uma mentira inofensiva, que o tiraria de uma situação difícil, a que seria até benéfica a um amigo querido, simplesmente para que depois não venha, secretamente, a se desprezar a si próprio"

      Frente à esses dois pontos de vista centrais acerca da ética, resta-nos somente criar nossas próprias críticas acerca dos argumentos de ambos os autores, questionando, por exemplo, se realmente somos capazes e “livres” para deliberar e escolher racionalmente, de acordo com nossos princípios e deveres – e pela razão prática, pelo imperativo categórico -, ou se estamos “involuntariamente” presos aos nossos instintos, aos nossos impulsos; ou, ainda, de acordo com Hume, se realmente esses impulsos nos direcionam “magneticamente” às ações boas assim como supostamente nos induzem a repelir as ações más. E, quem sabe, eventualmente, podemos descobrir novas conclusões, possivelmente mais “claras”, acerca da origem e das motivações de nossas ações e escolhas, sejam elas boas ou ruins, morais ou imorais.


      kamila.star.p@hotmail.com

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  58. Bárbara da Silva Miranda9 de junho de 2013 às 02:39

    Primeiramente, vale a pena lembrar que Kant afirma ter sido “despertado” por Hume, e também procura responder aos problemas e conclusões à respeito da moralidade. Vem da ética Kantiana uma oposição àquilo que é defendido por Hume.

    Em suas teorias éticas existe um desacordo considerado como “fundamental”, pois temos Hume colocando as noções de bem e mau como fundamentais, mas não levando muito em conta o dever.
    Contrariamente temos Kant colocando a ideia de dever que é o que irá classificar as ações como sendo certas se forem realizadas por esse dever.

    Kant, ao falar sobre o que é o bem o considera como algo para as satisfações de desejos e daqui vemos a bifurcação(principal) entre os tipos de bem. Um seria bonita naturalis que tem relação com um fim que todo ser humano tem, a felicidade. O outro tipo de bem é o bonita moralis que se considera por bem moral e que não considera desejos e inclinações que possam ocorrer. E continuando a abordagem do bem para Kant, ele avalia que “o bem deve ser definido em termos daquilo que deve, incondicionalmente, ser feito, ou, em outras palavras, em termos do que é certo”.

    Para compreender os passos seguintes é preciso entender que existem “ordens” que são dadas, e elas são consideradas imperativos. O imperativo para buscar as bonitas moralis é o categórico e vem da razão pura, enquanto que para a busca do bonita naturalis é o imperativo hipotético que é visto por meio da razão empírica.

    Vemos que Hume e Kant, mesmo com discordâncias, ambos têm mais ou menos a mesma crença sobre como a razão empírica opera. Essa maneira seria tentando descobrir quais são os melhores meios em que se pode alcançar um determinado fim. Mais um ponto que é colocado por Eduardo Chaves como “parecido” entre os dois, seria o interesse em explicar o porque as pessoas agem contra seus próprios interesses. Porém Hume não considera uma necessidade da lei moral e a razão prática para explicar ao ocorrido, e Kant procura responde-lo mostrando que a razão pura pode ser prática e consequentemente influenciar em nossas vontades.

    Devemos lembrar que Hume acreditava nas paixões e não na razão, porém exponho aqui um trecho que me pareceu interessante do porque precisamos da razão: “Não resta dúvida de que o homem precisa da razão (desde que é parte do mundo sensual) para considerar o que lhe é, e não lhe é, bom. Mas ele tem a sua razão para um propósito ainda mais elevado, a saber, para considerar aquilo que é, intrinsecamente, bom ou mau”. Não somos possuidores de razão para simplesmente avaliarmos o que é ou não para nossa pessoa, sua utilidade e finalidade ultrapassa este ponto e analisa o bom e o mau não só para mim, em uma relação “egoísta”.

    Há um último ponto de distinção entre Hume e Kant que colocarei e que é considerado por Eduardo como o ponto básico. Hume considera que somente a natureza passional pode mover a vontade do homem, a razão é escrava das paixões e por consequência não pode haver conflito entre ambas. Kant se opõe à opinião anterior dizendo que a razão pura pode causar ações e é exatamente por esse motivo que existe conflito entre paixões e a razão.

    De forma a concluir o pensamento e análise do texto, precisamos recordar que este se inicia com a proposta de uma resposta de Kant aos problemas e conclusões morais dadas por Hume. O problema é que ele parece somente ter afirmado sua posição sobre aquilo que Hume não acredita e na verdade precisaria comprovar sua teoria.

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  59. Independente da possibilidade de Kant ter tentado ou não refutar a teoria de David Hume, suas teorias sobre a natureza das relações humanas são opostas a dele.
    A proposta básica da teoria de Hume provém da pergunta: "Da onde vêm as nossas distinções morais?" Hume conclui que a conduta não é influenciada pela razão e sim pela moralidade, isso porque "a razão é, e somente deve ser, a escrava das paixões, e nunca pode pretender a nenhuma outra função, a não ser servir e obedecer as paixões". Ou melhor, não há como a conduta ser influenciada pela razão, ela é apenas escrava da moral, pois ela não pode impedir as nossas paixões. Ele também procurou mostrar que, quando se fala filosoficamente,"[a razão] nunca pode produzir ação alguma, nem fazer surgir volições, concluo que esta faculdade é também incapaz de impedir volições, ou de competir com qualquer paixão ou emoção". Mas Hume completa seu raciocínio com a ideia posta no Tratado da Natureza Humana, onde esclarece que o ser humano não detém a visão completa do mundo, o homem possui apenas as impressões que é capaz de captar do mundo. Portanto todas as virtudes e todos os vícios dos homens são apenas impressões sobre a moral deles próprios.
    Kant tenta refutar a ideia de que a razão não influencia na lei moral, "É a sua razão que o "eleva, em dignidade, acima da mera animalidade". Na medida em que ele é razão, contudo, o homem quase que participa do mundo divino. O que o impede de vir a ter uma "vontade santa" i.e., uma vontade que sempre, e necessariamente, concorde com a lei moral"; onde ele tenta mostrar o dualismo razão vs emoção,bonitas naturalis vs. bonitas moralis; imperativo hipotético vs. imperativo categórico; agir por interesse vs. agir por dever; prudência vs. moralidade.

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  60. Na leitura do texto de Eduardo Chaves nos deparamos com o seguinte trecho entre outras afirmações de mesma natureza: “É fato conhecido de todos que o próprio Kant admitiu ter sido Hume que, através de sua obra epistemológica, o despertou de sua "sonolência dogmática" e que o levou a fazer as investigações que culminaram na Crítica da Razão Pura.” Logo, entende-se que Kant conhecia a filosofia de David Hume.

    As teorias destes filósofos se diferenciavam no aspecto das distinções morais. Para Hume ela provém da moralidade e “deve ser escrava das paixões”, enquanto para Kant, que refuta esse pensamento, é influenciada pela razão pura. O que nos é apresentado por Chaves, após a análise desses autores, é a ideia de que Kant construiu seu legado a partir da refutação da teoria de David Hume, já que se baseava em críticas e na tentativa de oferecer novas respostas aos “dilemas” deste.

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  61. Eduardo O. C. Chaves em seu texto “David Hume e a Questão Básica da Crítica da Razão Prática” faz a analise da ética de Kant e Hume, procurando as diferenças entre ambos.

    Mesmo tendo visões filosóficas diferentes, David Hume tinha um bom conhecimento do trabalho de Kant, o que eu acredito que não era do conhecimento de muito, nem do meu. Para David Hume a ética estava nos desejos, nos sentimentos, nas emoções. Para Kant a chave da ética era a razão e era independente dos sentimentos.

    É difícil dizer quais dos autores tinha razão, não podemos dizer com certeza se a ética está completamente ligada a razão ou as emoções, talvez esteja ligada aos dois. Acredito que algumas decisões tomamos pela razão e outras simplesmente pelas emoções. Ao saber que algo pode ser realmente prejudicial, mesmo querendo fazer o contrario, tomamos a decisão de fazer o que é correto, o que é ético. E as vezes com decisões relacionadas as emoções, aos sentimentos, principalmente decisões amorosas, o ser humano se deixa, em grande parte dos casos, se levar “pelo coração”.

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  62. Perdoe o atraso professor.

    São claras as divergências entre Hume e Kant a respeito da ética, o desenvolvimento da mesma e também do moral ou imoral. Kant discorre sobre a razão atuando em ações humanas buscando a perfeição. Já Hume foca no que nos leva a agir emocionalmente, buscando sempre a realização da paixão. Eduardo O. C. Chaves nos mostra estas divergências, opondo por exemplo a razão e paixão.O texto também analisa o Tratado da Natureza Humana de Hume na visão Kantiana.A conclusão que chego apesar de tudo , é que não é possível escolher "um lado".Estamos constantemente sob distintas situações, e nem sempre é possível seguir uma linha de pensamento, ou até mesmo raciocinar antes de agir.

    Diogo P. Prando

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  63. Apesar de Kant ter admitido que a leitura do Tratado da Natureza Humana de Hume o fez despertar do seu “sono dogmático”, existem muitas diferenças na compreensão de moral entre os dois filósfos. Kant vê a teoria de Hume como “inacabada e deficiente”, mas também uma das que levou “mais adiante a busca dos primeiros princípios de toda a moralidade”, como escreveu em um esboço do seu curso de ética e que podemos observar no texto de Eduardo O. Chaves. Os dois diferem, por exemplo, na visão que possuem do ser humano: enquanto o homem é naturalmente cruel para Kant, e quando age moralmente é porque age por dever (contra sua natureza), Hume acredita que o ser humano busca sempre o bem, e é por conta deste que age moralmente.

    A discussão sobre o papel da moral talvez seja a principal diferença entre os dois filósofos. Hume acredita que, embora a razão interfira no senso moral, ela não as cria. As informações proporcionadas pela razão podem modificar nosso sentimento, nossa percepção em certa ação, mas são os nossos sentimentos que criam nosso senso moral, uma vez que “um princípio ativo (moral) não pode fundamentar-se em um inativo (razão)”. Desta forma, a razão por si só, para Hume, não é suficiente quando tratamos de moralidade. Já Kant divide o mundo em dois, o físico e o moral, e para ele a razão por si só consegue “dar conta” de explicar estes dois mundos (a razão pura cuida do mundo físico, gerando a ciência, e a razão prática é responsável pela moralidade e pelo mundo moral), não há influência dos sentimentos na moral kantiana. Na verdade, o ser humano só agirá de forma moral quando agir de forma contrária aos seus instintos naturais ou preferências, e desta forma mesmo que esteja agindo conforme o bem, se esta ação for movida pelos sentimentos ela não será de todo moral, mas também não será contrária a esta.

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  64. Hume apresenta seu ponto de vista sobre as percepções da mente humana, separadas em dois gêneros: impressões e idéias. A diferença entre as percepções e idéias são o grau de força e a vivacidade que impactam na mente. As imagens mais fortes e violentas são as impressões. As mais fracas são as idéias. Tanto as idéias como as impressões podem ser classificadas em complexas ou simples: se pode ser distinta em varias partes é complexa; se é indissolúvel: simples,já Kant começa por apresentar os conceitos de simples e mundo, o primeiro sendo uma parte, o segundo um todo. Uma vez dadas as partes, torna-se necessário conceber a composição do todo por meio de uma noção abstrata do conhecimento. Em seguida, tratasse de elaborar essa noção geral, mediante a faculdade de conhecer sensitiva, como um certo problema da razão, ou seja, trata-se de representá-lo concretamente para si por meio de uma intuição distinta.Assim conclui que Kant estabelece criticas a Hume principalmente por sua forma de posicionar-se ao conhecimento. Para o prussiano, não era possível que o conhecimento se originasse na experiência.

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  65. Em seu texto 'David Hume e a Questão Básica da Crítica da Razão Prática', Eduardo Chaves resume a teoria ética kantiana a uma tentativa de refutação da teoria ética humiana.

    Kant mesmo afirma que foi Hume quem o despertou de seu 'sono dogmático' e o instigou a formulações das teorias que seriam expostas futuramente em suas obras.

    E a diferença entre os dois autores fica clara ao analisar as duas teorias:

    Hume, em seu Tratado da Natureza Humana, defende que as paixões humanas seriam os grandes guias e motivações de nossas ações. A moralidade dessas ações baseariam-se nos fins os quais elas nos levariam: o homem anseia pelo prazer e as ações que nele resultassem poderiam ser consideradas moralmente boas. Para ele, razão seria somente uma forma de entender e encontrar meios para que essas ações pudessem ser bem-sucedidas.

    Por sua vez, Kant coloca a razão como ponto central para a moralidade. Agir moralmente é agir da maneira que se deve agir: o dever é a única força capaz de conter a natureza cruel e má do homem, que age instintivamente guiado por suas emoções e desejos, e é a razão que determinará a vontade humana, visto que não basta agir de acordo com o dever se sua intenção não for, como fim último dessa ação, o próprio dever.

    Em Hume, o conceito de bem será sempre relativo; nossas ações serão boas em relação às nossas próprias inclinações, ao prazer por elas proporcionado - e isso varia de pessoa para pessoa (apesar de Hume acreditar numa certa homogeneidade nos conceitos de bom e mau entre as pessoas). Já para Kant, há um bem-em-si-próprio, pois ao estabelecer o dever com um imperativo categórico, faz com que o conceito de bem seja algo universal, não podendo variar entre os indivíduos e situações.

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    1. *e é a razão que determinará a vontade humana de agir corretamente

      Danielle C. Bello de Carvalho
      danielle.bello@live.com

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  66. Ambos os autores viveram praticamente na mesma época (embora em países diferentes), e foram parte responsáveis da grande produção de conhecimento que ocorreu no século XVIII. Apesar disso, observamos disparidades e discordâncias entre os princípios da filosofia kantiana e humeana.

    Hume considera que o homem é bom, possui um instinto natural intrínseco de bondade. Afirma que o ser humano é guiado por suas paixões. E essas ações e condutas que são norteadas por esse lado emocional, não-racional, teriam como fim o bem, o prazer, a satisfação dessas vontades, o constrangimento das paixões. As concepções sobre o que é bom ou mau vêm antes das que dizem respeito ao que é certo ou errado.

    A razão então, diria Hume, 'filtra' nossas vontades de modo a evitar que sejam tomadas medidas extremas para obtenção do prazer. Essa racionalidade busca impedir que sejamos cegados pelas paixões.

    Já Kant estabelece a razão como alicerce da sua filosofia moral. A moral vem da imposição interna que fazemos a nós mesmos (o "dever"): não devemos agir visando o fim, as consequências do nossos atos - isso porque o dever tem sua finalidade em si mesmo. Devemos agir de acordo com os princípios da moral.

    Difere de Hume pelo fato de considerar o homem um ser egoísta e ambicioso por natureza. Por isso a necessidade da imposição do dever: somos seres morais, mas acima disso, somos seres naturais, e nossas emoções e paixões são a expressão dessa 'parcela natural' do nosso ser.

    Para Kant, o papel da razão seria conduzir nossas condutas de modo que nosso comportamento seja um modelo que serviria como exemplo para todos os outros seres racionais do planeta, uma máxima universal.

    Sendo assim, o primeiro afirma que a moralidade dos nossos atos têm em visto uma finalidade (a busca do prazer, e a precaução contra a dor) e o segundo afirma que essa moralidade está não no finalidade, nem no meio, mas sim no seu princípio primeiro.

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  67. O texto de Eduardo O. C. Chaves retoma as diferenças entre a filosofia de Hume e Kant, como visto nos textos e aulas anteriores. O autor afirma que a obra de Kant foi feita para refutar as teorias irracionalistas de Hume baseadas na moralidade natural. Os pensamentos dos dois filósofos divergem claramente quando tentam explanar a origem conceitual de bem e mal. Para Hume, como citado no texto “[...] as noções de bem e mal são primárias.” Ao contrário de Kant, que afirma: “a lei moral é que define o conceito de bem.” Essa é uma das divergências entre os dois filósofos, é necessário considerar que a obra kantiana se originou após o pensamento de Hume, e o resultado é a clara diferenças na busca pelo que se entende por distinção moral.

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  68. Foi em resposta à filosofia moral de Hume que Kant propõe a "Crítica da Razão Pura", despertando de seu "sono dogmático", e apresentando uma nova filosofia moral. Ambos os autores procuraram refletir sobre a motivação do agir ético. O texto de Eduardo O. Chaves cruza as duas teorias, explicitando as respostas de Kant à Hume, de forma a apresentar detalhada e sinteticamente, em minha opinião, ambas as teorias, sendo um dos melhores textos lidos até agora.

    Primeiramente, para entender Kant, é preciso que se tenha ideia da filosofia moral de Hume. Para ele, nossas ações morais são impulsionadas pelas nossas paixões, nossos instintos, e a razão seria apenas uma subordinada das paixões, permanecendo inerte, sendo útil apenas para dirigir uma ação, mostrando que algo pode nos causar prazer/dor/conforto, o que levaria à um sentimento de aversão ou propensão, que então se tornaria uma ação. Portanto, para este autor, a razão nunca seria o que a teoria kantiana virá a chamar de "razão pura prática", pois esta nunca seria a responsável pela realização de uma ação. Quando uma ação é realizada contra a nossa vontade, não seguindo nossas paixões, Hume explica pelo fato de que estaríamos tendo uma "paixão calma" (ao contrário de "paixões violentas").

    Kant escreverá a "Crítica da Razão Pura" para rebater ao proposto por Hume. Para esse autor, o homem é mau e egoísta, o que nos faz agir por interesse e utilizar pessoas como meios e não fins. Uma vez que os desejos são mais fortes do que a razão, é preciso que esta seja "dobrada" pela razão prática. Este é o principal ponto de divergencia entre as teorias abordadas. Enquanto para Hume a razão será mera escrava das paixões e nunca será ator propulsor das ações, Kant formula que a razão pura é prática, isto é, ela serve não apenas para guiar, mas estimular nosso agir moral.

    Segundo ele, uma ação será moral se seguir as 3 máximas propostas, sendo estas não uma lista do que fazer, mas uma forma que deve valer para toda ação moral. Estas máximas não variam de situação para situação e valem sem exceções para todas as circunstancias. Ademais, o agir será verdadeiramente moral apenas se for realizado com o senso de dever, ou seja, se for realizado tendo em vista que este é o seu dever. Portanto um ato pode seguir as máximas morais, mas uma vez que não é realizado com o senso de dever, não pode ser considerado moral.

    É importante ressaltar também que, para Hume, as noções de bem e mal são primárias, sendo as noções de certo e errado secundárias. Já para Kant, a noção de dever é o que caracterizará o agir moral, sendo a lei moral definidora do conceito de bem.

    Após a discorrer e discutir sobre os argumentos de Kant contra a ética de Hume, Chaves conclui que "para responder a Hume, Kant teria que ter provado que aquilo que se opõe aos nossos desejos e interesses é a razão, através da lei moral, (...). Não tendo feito isto, somos forçados a concluir que ele não respondeu a Hume, mas simplesmente afirmou aquilo que Hume negava, pressupondo que aquilo que afirmava era verdadeiro e construindo toda a sua filosofia moral naquele pressuposto."

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  69. Jessica Mayumi Tomigawa10 de junho de 2013 às 18:14

    Há uma distinção entre Hume e Kant que se dá por diversas linhas de pensamento:

    - Hume afirma que a base da nossa moralidade encontra-se em nossas paixões, sentimentos, assim, ele exclui a razão pura de exercer influência em nossa moralidade. A única coisa que move a vontade do homem é sua natureza passional. Há uma inércia da razão. Kant, então, escreve “A Crítica da Razão Prática” para esclarecer ou iluminar os pensamentos humeanos. Pois também achava bastante óbvio que a razão pura pudesse ser prática. Ele acredita que a razão livre de influências de desejos pode determinar vontades e causar ações. Isso implica que somos livres para seguir ações que não se relacionam com nossa natureza passional.

    - Segundo Hume, “as noções de bem e mal são primárias, as de certo e errado secundárias, e derivadas das primeiras. Hume mal menciona a idéia do dever. Uma ação ou intenção certa é simplesmente aquela que leva, ou tende a levar, a um bom resultado. Para Kant, a noção do dever, ou da obrigação, e as noções do certo e errado, são fundamentais. Um homem bom é aquele que habitualmente age certamente, e uma ação certa é aquela que é realizada por um sentimento de dever"

    - Ambos autores tentam descobrir qual a melhor forma de se chegar a um fim. Para Kant, esse fim é a felicidade. Para Hume o fim relaciona-se com a busca por um sentimento e a melhor maneira de alcançá-lo. A razão nos mostra quais sentimentos/objetos são propensos ao prazer ou a dor e nos instrui o melhor jeito de chegar nesse determinado fim.

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  70. João Lucas M. Pires10 de junho de 2013 às 18:56

    Os ensaios filosóficos de kant e hume sobre ética são em grande parte se não total muito diferentes, cada um estrutura e mostra o mecanismo de uma forma.
    Kant vai dizer " o dever é a necessidade de cumprir uma ação por respeito moral"
    Hume vai dizer " Pela estrutura original de nosso temperamento, podemos sentir um desejo da felicidade ou do bem de outrem, o qual, pela via desta inclinação, se torna nosso própio bem"
    Com as sentenças acima dos filósofos vemos uma grande divergencia de idéias e exatamente isso que Eduardo O. C. Chaves apresenta e como ainda hoje não conseguimos ter uma resposta final e permanece a luta de idéias.

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  71. Em seu texto Eduardo Chaves faz uma analise das teorias kantianas e humiana. Neste ele escreve que mesmo Kant admitia a importância das teorias de Hume embora elas fossem deficientes em alguns aspectos e inacabadas. Essa deficiência o levou a fazer formulações de teorias que mais tarde ficam conhecidas em suas obras. No entanto essas teorias teriam como propósito refutar o que Hume defendia. Para Hume o bem e mal são noções primárias enquanto o certo e errado são secundários. Em Kant a noção de “dever” é quem adestra nossas condições naturais perversas, a qual não é boa e por consequente não gerará algo bom. Para Kant, dever e as noções de certo e errado que passam pela razão, são fundamentais. Hume acreditava que a ação moral não derivaria da razão, pois a razão é inerte e como a moralidade é pratica ela não pode se derivar da razão, Kant dizia que isso não fazia nenhum sentido, pois acreditava que sem uma razão não pode haver moralidade.

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  72. Alguns autores afirmam que as teorias kantianas são uma 'resposta' à, ou uma 'conversa' com Hume.
    Chavez, eu seu texto, afirma isso ao dizer que Kant estaria sob uma 'sonolência dogmática', induzindo-o a seguir um caminho diferente ao de seu grande 'motivador'.
    Hume afirma que, em âmbito de decisões morais, a razão nao pode ser colocada como garantia, ou mesmo provedora desta.
    Teríamos, na verdade, uma pre-disposição - uma natureza - moral.
    Essa índole em nós impregnada, nos induziria ao agir de forma ética, ou, ao menos, agiríamos motivados por isso.
    Kant contra-argumentará isso, ao afirmar que o nosso agir é motivado por uma razão, livre de qualquer sentimento - a razão pura.
    Esse, sim, seria o motor que nos leva à determinada ação - pensada -. O ser humano é regido por inúmeras leis, e sabe que as deve seguir para que haja harmonia social. Seguir sua natureza seria algo terrível, uma vez que somos seres perversos.
    Entre outros fatores, o autor levanta a questão sobre a motivação de Kant em apenas refutar a teoria Humeniana. Talvez, sim. Kant se preocupa grandemente em mostrar os contrapontos em relação à Hume.
    A grande problemática que temos visto ao longo do curso, também é vista aqui: independentemente de a ação ser, ou não, premeditada; ter sua moral a priori ou a posteriori, ainda nos perguntamos sobre o que ela está fundamentada. Afinal, o que é certo e o que é errado?
    Após duas grandes e bem fundadas teorias, ainda continuamos a nos perguntar.

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  73. Victor Pinho de Souza10 de junho de 2013 às 20:08

    Kant, em resposta à teoria de Hume, escreve uma de suas obras principais sobre a crítica da razão. O ponto principal que diferencia os pensamentos dos dois filósofos é que, segundo as teorias humeanas, o homem é levado e influenciado apenas pela suas vontades, natureza passional. A razão não interfere, não move essas paixões. “A razão só participa da vida moral de um modo instrumental, procurando encontrar os melhores meios para a realização de propósitos que são sempre condicionados empiricamente.” Kant, por sua vez, nega essa linha de pensamento. Para ele, a razão pura, livre de influências de desejos e emoções pode interferir e determinar nossa vontade que, por sua vez, pode causar nossa ação. “Dizer, pois, que a razão pura pode mover a vontade e opor-se às paixões, é dizer que a razão pode dar-se a si própria fins e propósitos, contrário ao que Hume pensava.”

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  74. Thirza Hidemi P. Nakayama RA 2106581210 de junho de 2013 às 22:46

    Somos seres racionais e possuímos livre arbítrio, assim podendo agir pela nossa natureza humana, e seguindo esta, somos maus, somos corpos ávidos de prazeres que nunca nos saciam.E para Kant a inexistência dessa bondade natural dá grande importância à razão para o descobrimento da moralidade, pois apenas seres racionais são capazes de agir pela lei.
    As obrigações incondicionais independem das nossas vontades e desejos naturais, e essas ações morais nos distanciam do nosso interesse próprio, pois passamos a seguir as regras de condutas como um dever, em busca de moral e ética. Mas estes deveres não nos são impostos constitucionalmente, a nossa consciência natural é que nos induz a segui-lo, seguindo a ideia de Hume: pode a razão ter influência na nossa conduta quando excita uma paixão ou por relação de causa e efeito -mas não quer dizer que determine as vontades humanas - logo tod ação do individuo é baseada na busca do prazer, felicidade e satisfação com atos morais para a fuga da dor.

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  75. O texto de Eduardo O. C. Chaves exões as diferenças entra as filosofias de Hume e Kant com relação ao tema moral e ética. Segundo Chaves, a filosofia Kantiana refuta as teorias irracionalistas baseadas na moralidade natural que Hume aborda.
    O grande ponto de divergência está nos antagônicos pontos de vistas dos autores, que buscam a origem do bem e do mal, visto que, enquanto Kant assume que tais definições são uma "consequecia" das leis morais, Hume aposta na primariedade destes conceitos, isentando-os, de certa forma, de uma relação com a racionalidade humana.

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  76. A filosofia moral de Kant pode ser uma resposta às questões levantadas por Hume, tanto que, a obra Crítica da Razão Prática mostra o papel da razão na moralidade humana, para alguns autores isso é uma tentativa de Kant em mostrar os erros da moral de Hume.
    Um ponto de discordância entre Hume e Kant é que, para Hume as noções de bem e mal são primárias, a noção de certo e errado é derivada do bem e do mal, assim uma ação certa tende a levar a um resultado bom. Para Kant, o dever, o bem e o mal são noções fundamentais, assim a ação certa é aquela que é realizada por um sentimento de dever.
    Kant acredita num bem absoluto, o bem que não leva em consideração os desejos, segundo ele a ética se baseia nessa concepção de bem. A concepção de “felicidade” para Kant está fora da esfera da moralidade, na verdade diz respeito à razão empírica.
    O imperativo categórico é derivado da razão pura, segundo Eduardo O. C. Chaves “o imperativo “ordena” uma certa conduta sem fazê-la instrumental a algum outro propósito ou fim”.
    Hume defende que a moralidade é construída através da experiência, de acordo com ele, a vontade humana é sempre de agir em busca do bem. Para Hume há duas alternativas para se lidar com a moralidade: uma deriva das idéias (racionalismo) e a outra deriva das impressões, Kant estaria inserido na primeira dela. Para Hume, a razão não pode ser a base da moralidade porque a razão não é capaz de influenciar uma conduta.
    Acredito que não se pode classificar a moralidade como derivada unicamente da experiência (impressões) e nem unicamente da razão, pode-se dizer que ambas tem papel importante para a moralidade. O mérito de Kant está em construir um argumento sólido que em minha opinião, complementa a teoria ética de Hume.

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  77. Bruno Euzébio Cont

    O texto de Eduardo O. Chaves busca apresentar os sistemas filosóficos de Hume e Kant como se este estivesse dando uma resposta àquele a respeito do lugar que a razão ocupa na nossa moralidade. Hume, partindo da concepção de que nós podemos experimentar diferentes sensações ligadas à moral, até chegar a conclusão de que esta está estritamente ligada às nossas paixões, concede à razão apenas o papel de "volante" de nossa vontade, não podendo derivar dela a nossa moralidade, pois um princípio ativo (ação e afecção) não pode ser derivado de um princípio inativo (razão).
    Vindo de encontro a Hume, Kant reafirma o papel da razão na moralidade a partir do fato de as pessoas negarem seus impulsos relativos à vontade por influência do dever. Utilizando o conceito de liberdade, a moral kantiana afirma que a razão pura, a qual precede toda e qualquer contingência do mundo empírico, é capaz de influenciar a nossa vontade por coação graças aos chamados imperativos da razão, sendo portanto prática. Mas a liberdade, a qual possibilita uma dualidade entre mundo natural e mundo das ideias, mostra-se apenas como um conceito forjado por Kant para justificar o papel proposto à moral, apenas explicando a relação dela com a nossa vontade, não o que ela é de fato. Isso é palpável a partir da análise do argumento circular utilizado para justificar a possiblidade de existência de um imperativo categórico. Nesse argumento, Kant diz que graças à nossa noção de dever, percebemos que temos liberdade, enquanto é graças a esta que podemos ter o dever. Dessa forma, parece que Kant não respondeu de forma satisfatória a questão da influência da razão sobre a moral, sendo necessária como ponto de partida para tal empresa uma definição de liberdade que seja sufciente para legitimar a existência de uma razão pura prática.

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  78. Os filósofos Kant e Hume estão ligados ao passo que as bases do pensamento sobre moral de Kant estão em oposição aos de Hume, e por isso, parece ser uma réplica aos pensamentos deste. Kant também deixa explícita a influência que Hume dá ao livro “Crítica a Razão Pura”, após tê-lo acordado de um “sono dogmático”. Apesar de haver discrepâncias nos pensamentos dos autores, talvez a teoria kantiana de moralidade não existisse se Hume não tivesse formulado primeiramente as suas. O texto de Eduardo Chavez, se esforçar em mostrar que Kant teria como finalidade refuta as ideias de Hume para a criação da sua própria teoria moral. Ou apenas exprimir uma nova concepção, a fim de melhorar o conhecimento e dar abertura para pensamentos “inovadores”.
    As diferenças são as marcantes. Hume detinha como base do pensamento ético que ações eram baseadas nos sentimentos dando conotação a razão apenas como uma ferramenta de análise das ações já praticadas. Enquanto Kant defende que a razão é o que norteará as ações éticas, por dever as leis morais e não por ser inerente ao homem. Assim, as ideias são antagônicas, uma vez que a razão assume papéis diferenciados em suas teorias.

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  79. Hume e Kant tem uma relação não-desprezível: o próprio filósofo alemão admite que Hume foi um de seus "motivadores" para escrever sobre sua teoria (o que não significou concordar, como vimos).

    Para se entender Kant, é necessário voltar para Hume e ver seus escritos: a razão desempenha papel secundário, nunca sendo o catalisador da moral. Discordando dele, em seguida veio o próprio Kant, afirmando que nossa razão faz parte fundamental da construção da moral, dizendo que só praticamos algo moral quando o fazemos por querer fazer o moral. Porém nunca um conseguiu derrotar a teoria do outro, deixando o espaço aberto.

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  80. Podemos constatar no texto que a filosofia de Hume levou Kant a desenvolver uma linha de pensamento para refutar o primeiro. Apesar de muitos não acreditarem nesse fato, o autor nos traz evidências como registros de carta para provar esse argumento, porém tentar mostrar por outros caminhos que essa prova física não é a única maneira de provar a filosofia contrária a Hume por parte de Kant. O que no fundo importa, diz Hume, é como nos sentimos em relação a determinado comportamento.
    Hume defendia que nossas ações são movidas por paixões, emoção, assim excluindo qualquer participação da razão na nossa vida moral.
    Kant compreendeu o desafio Humeano e assim pode atacar o problema central. Defendeu que a razão era a base para a filosofia moral. Que dela derivava a noção do dever, esta base para criar uma moralidade.
    Por fim pode se observar que Kant não é totalmente contrário a Hume, podendo dizer que Kant corrige certos “equívocos” de Hume, podemos observar o trabalho de Kant como uma complementação do trabalho de Hume.

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  81. No texto de Eduardo O. C. chaves é dito que a intenção de Kant ao escrever “A Crítica da razão pura” era de responder a filosofia cética naturalista de David Hume. É inclusive relatado no texto que foi Hume que propôs o problema básico da primeira Crítica a Kant.

    Tanto Hume quanto Kant foram contemporâneos. Hume acreditava que a base da moralidade se encontrava nas paixões, ou seja, a moralidade deve “supostamente, influenciar as nossas paixões e ações, e ir além dos juízos calmos e indolentes do entendimento”, já Kant, diferentemente de Hume, acreditava que a é a razão que conduz as ações humanas, havendo uma distinção entre a razão – razão pura teórica e a razão pura prática, ambas universais.

    Após a discussão sobre os argumentos de Kant contra a ética Huminiana, Chaves conclui dizendo que para Kant poder responder a Hume ele teria que ter provado que aquilo que se opõe aos nossos desejos e interesses é a razão. Como Kant não o fez, concluímos que ele não respondeu a Hume, mas sim afirmou aquilo que Hume negava.

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  82. Hume era um contestador, para ele a ética não derivava da razão, e, sim, de um "sentimento moral". Kant considerava que os homens são naturalmente egoísta, e por isso precisam do dever para se tornarem morais. Kant utilizou Hume como referência em alguns de seus trabalhos. Os dois pesaram razão e emoção na questão ética. O texto de Eduardo O. C. Chaves compara Hume com Kant, mostrando suas semelhanças e diferenças.
    Para Hume questões de bem e mal são primárias e questões de certo e errado são secundárias e derivadas das primeiras. Para Kant questões de dever e de certo e errado são fundamentais. Mas tanto Hume quanto Kant tentaram responder por que as pessoas agem contras suas vontades. Hume diz "a razão é, e somente deve ser, a escrava das paixões, e nunca pode pretender a nenhuma outra função, a não ser servir e obedecer as paixões". Para Hume, os sentimentos violentos interferem mais do que a razão no julgamento das pessoas. Para Kant, as pessoas agem contra seus interesses, simplesmente porque acham que é o seu dever fazê-lo.
    Em suma, a questão básica entre Hume e Kant é que o primeiro negou, e o segundo afirmou, que a razão pura pode ser prática.

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  83. As teorias éticas de Kant e Hume se divergem a partir de suas concepções distintas sobre a natureza humana, que por si só são suficientes para as tornar incompatíveis.

    Hume é otimista em relação a natureza humana, afirmando que o homem pode fazer distinções morais naturalmente, sem recorrer à razão, sabendo diferenciar e escolher entre o bem e o mal e, portanto, o certo e o errado. Ele desejaria alcançar o bem, e para agir eticamente bastaria seguir esses instintos naturais que o guiam para as ações certas.

    Por outro lado, Kant enfatiza a racionalidade humana. Para ele, a razão torna o ser humano ético, o que o distancia dos demais seres. Existir já nos impõe uma série de deveres e o não cumprimento disso nos coloca no nível dos animais e significa abdicar nossa racionalidade. Kant também tem uma visão muito mais pessimista do que a de Hume.

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  84. A primeira impressão das obras de Hume e Kant é que são teorias ''inimigas'', o homem moral que busca o bem de David Hume, o Homem egoísta e naturalmente malvado de Kant,são as teorias que mais se conflitam entre si quando buscam uma resposta à uma dúvida sobre a epistemologia da moral humana, nascida em busca de um bem, partindo de uma iniciativa sensorial, que ao causar boas sensações é estabelecida como certa para Hume, e a ''coleira'' que seria a moral para Kant, um distanciamento da nossa animalidade e da nossa brutalidade selvagem.
    Porém apesar dessa sensação de ''inimizade'' entre ambos, o próprio Kant disse que a obra de Hume o fez acordar de seu sono dogmático, logo apesar de ter uma teoria que vai de encontro a de Hume, porém no sentido contrário, não se pode negar que a relação entre os dois é de influência nas teorias um do outro, uma vez que escrevem em alguns momentos sobre os mesmos temas e com uma ideia de não desprezo.

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  85. No texto de Eduardo O. C. Chaves, nos é apresentado um pouco do conflito entre a linha de pensamento de Kant e de Hume, uma vez que razão e paixão se opõem. O propósito da filosofia moral de Kant era contestar a posição que as conclusões de Hume defendiam.
    Hume procurou mostrar que a razão não pode ser matriz das nossas distinções morais e das nossas ações. Dessa forma, Hume conclui que as paixões e os sentimentos, são os pilares da moralidade, deixando explícito que a razão pura não determina a vontade. Em contrapartida, Kant afirma que a razão pura tem papel imprescindível na moralidade.
    Concluindo a análise, não há um término entre tal "embate". Para Kant, a ética tem a razão como vertente e, para Hume, são as paixões que guiam a ética. Acredito que os dois pensamentos se interligam, uma vez que certas ações são determinadas pela razão, como quando é necessário agir de acordo com a lei, e outras ações são determinadas pelos sentimentos, como certas decisões referentes a relacionamentos.

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  86. Hume ao elaborar sua filosófica ética talvez nunca pudesse prever que esta levaria a uma outra filosofia ética com distinções aparentes, principalmente no papel da razão em nossa conduta, elaborada por um contemporâneo que viria provocar mudanças significativas na filosofia, Kant, ainda afirmando que foi Hume que lhe despertou de uma suposta sonolência dogmática. Por certo, nunca saberemos quais seriam os rumos de nossa filosofia sem o trabalho de Hume, e por conseguinte, Kant.
    Segundo o texto, Kant procurou compreender e se familiarizar com os pensamentos humeanos afim de lhe propor uma nova visão acerca do que é ético, uma espécie de crítica, uma complementação ao trabalho e as conclusões do cético Hume, porém nunca sem desmerecer o trabalho deste. Hume tinha por visão que o homem era regido por seus sentimentos, paixões, onde por meios de suas ações busca o bem e a felicidade, e a partir da bondade ou maldade em suas ações acabaria por definir o que é o certo e o errado, onde a razão entraria apenas como um instrumento do ser para lhe buscar a compreensão e justificação do certo e do errado no agir e lhe indicar novos caminhos a se seguir a partir de suas paixões.
    Porém Kant ao se deparar com esta visão, vê necessário um novo papel para a razão na conduta humana, ao meu ver um papel mais importante do que se dá na filosofia moral de Hume, ao afirmar uma natureza humana vil e egoísta moldada por uma conduta em busca de satisfazer prazeres que nunca serão saciados completamente. E que somente pelo papel da razão conseguimos estabelecer o dever dentro do reino das ações humanas, e agir pelo dever, seguindo as três máximas que este impõe, é agir moralmente.
    Ou seja, utilizando as palavras de C.D. Broad: "Para Hume, as noções de bem e mal são primárias, as de certo e errado secundárias, e derivadas das primeiras. Hume mal menciona a idéia do dever. Uma ação ou intenção certa é simplesmente aquela que leva, ou tende a levar, a um bom resultado. Para Kant, a noção do dever, ou da obrigação, e as noções do certo e errado, são fundamentais. Um homem bom é aquele que habitualmente age certamente, e uma ação certa é aquela que é realizada por um sentimento de dever".
    Logo, podemos afirmar que Kant procura dialogar com as teorias de Hume dando a razão um papel diferente, não apenas como uma auxiliar, uma simples ferramenta, e sim como uma determinante a nossa visão do certo e errado, do bem agir sobre nossos instintos, nossas paixões.
    De um lado, as paixões como peca principal de uma filosofia ética, de outro a razão. Este embate que durou décadas e mais décadas nunca se dará por encerrado, e talvez, assim como Hume "possibilitou" a Kant, ainda surja toda uma nova e diferente filosofia ética a partir destas obras.

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  87. Jonatas Silveira
    21040912

    Gostaria de começar agradecendo pela indicação do texto de O.C Chaves, que consegue trazer um retrospecto de ambas as teorias morais e consegue trabalhar excelentemente da relação entra a teoria de Hume e a teoria Kantiana.

    Inicialmente é importante enfatizar como a teoria de Hume foi importante para Kant, pois o mesmo apenas acordaria do seu “sono dogmático” após ler Hume. O texto trás claramente as divergências entre as teorias, ou seja, por mias que Hume tenha influenciado Kant, o mesmo tem uma teoria sobre bem diferente da do mesmo. Enquanto Hume se torna cético a respeito Ra ação da razão sobre a moralidade Kant aceita o desafio Humeniano e acaba trazendo inúmeras outras questões para poder responder com maior clareza a origem das nossas ações morais. Enquanto um busca fundamentar a nossa ação moral pelas nossas paixões, o outro busca fundamentar por um argumento mais refinado, usando a Razão Pura Prática e a Razão Pura Teórica, as nossas ações seriam dadas por ambos os lados, mas a ação perfeita, ou a mais moral, seria aquela que seria dada majoritariamente pela razão prática, a qual se embasaria no nosso dever (algo transcendental que seria a nossa ação máxima de liberdade).
    Enquanto um usa argumentos mais filosóficos metafísicos (Kant) outro busca dizer que a moralidade é algo dado mais empiricamente (Hume) e busca “uma tentativa de introduzir o método experimental de raciocínio nas questões morais”.

    Há diferenças básicas em relações aos seus métodos e abordagens. As abordagens são diferentes segunda Kant, pois as questões que ambas tomam como ponte de partida são diferentes.

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  88. Logo no início de seu texto, Eduardo Chaves coloca: “Tentaremos mostrar que a lógica da teoria ética Kantiana demonstra que, ao formular esta teoria, Kant tinha como objetivo refutar a posição defendida por Hume, e que é, portanto, bastante iluminador e instrutivo ver a filosofia moral de Kant como uma tentativa consciente de se responder a Hume”, porém Kant não refuta “linha por linha” as idéias de Hume, Kant se preocupa em atacar o ponto central na teoria da moralidade de Hume e assim afirmar a sua própria.

    A noção de bem é vista de maneira diferente pelos dois autores e é decisiva na diferenciação de suas teorias. Kant faz isso expondo a teoria de Hume: uma das alternativas que se coloca na análise de bem e mal é aquela noção de que nossos desejos precedem nossa vontade pressupondo um objeto de prazer ou desprazer, ou seja, nossas ações são boas somente com referência à nossa inclinação, agimos de certa maneira inclinados pelas conseqüências que nossa ação pode trazer, buscando sempre o bem, o prazer. Porém, em resposta a essa alternativa, Kant afirma que o prazer que buscamos nesse caso não é o bem, mas somente o bem-estar, pois essas ações não são absolutamente boas, mas somente boas em relação ao prazer que elas propiciam.

    O ponto de desacordo mais fundamental entre Hume e Kant em relação à suas teorias ética é, como já foi dito, as noções de bem e mal. Hume mal menciona a idéia de dever, uma ação é certa quando leva ou tende a levar a um fim bom. Em Kant o dever ou a obrigação são fundamentais, pois são esses sentimentos que levam os homens a agirem de maneira certa e não as conseqüências de suas ações. Segundo Kant o bem moral (bonitas moralis) é o bem mais elevado que existe, é aquele que não leva em consideração desejos ou inclinações, mas que é intrinsecamente bom.

    No decorrer do texto são colocados diversos pontos de discordância entre as teorias de Hume e Kant e o que eu acho importante realçar é que Kant, diferente dos utilitaristas que seguem a linha principal da teoria moral de Hume na tentativa de aperfeiçoá-la, tenta afirmar sua teoria fazendo críticas a Hume, porém sem tentar apontar seus erros e corrigi-los, com isso propõe algo novo e que também está aberto a outras críticas.

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  89. No texto de Eduardo Chaves , “David Hume e a Questão Básica da Crítica da Razão Prática, tratará não apenas de mostrar superficialmente as diferenças básicas entre as diferença da ética de Kant e Hume. Kant irá acredita que a razão pura tem a capacidade de ser praticada, enquanto Hume acredita que a razão só poderá ser totalmente escrava das paixões ou pode ser coordenadora das mesmas. O texto irá analisar a construção do pensamento filosófico de Hume e Kant.
    Logo de início pode ver que o Tratado da Natureza Humana despertou Immanuel Kant de seu "sono dogmático", culminando assim na tentativa de Kant de aperfeiçoamento das ideia de Hume no livro Crítica da Razão Pura.
    Para elucidar melhor levaremos em consideração o que cada filósofo traz em seu pensamento sobre a ética.
    Começaremos por Kant. O filósofo tem como sua primeira posição que as atitudes humanas são totalmente más. Porém, possuímos a razão, a razão prática nos dá o senso de dever, que seria a forma moral que nos é apresentada. Tendo em vista que dever nos é imposto automaticamente, dele derivará toda a nossa liberdade.
    Já Hume tem uma posição oposta a Kantiana. Hume acredita que todas as nossas ações são regidas pela emoção (paixão moral). E estas serviriam para modelar as nossas ações para que possamos chegar a um caráter benéfico. Sendo assim, atos que não são prazerosos seriam analisados pela racionalidade (a qual seria sua única finalidade), sendo que a racionalização na iria influenciar na determinação do que é moral ou imoral. Hume defende basicamente a experiência como percepção primeira que é motivada por desejos e vontades.
    Além destas diferenciações, há outra não menos importante: Hume, a moralidade irá buscar uma finalidade, a busca pelo que nos é prazerosos e evitar tudo aquilo que nos pode proporcionar a dor e sofrimento (desconforto), e para Kant, o valor moral não está nos fins das ações, e nem nos seus meios, mas sim no princípio a qual está sendo regida, segundo a representação da lei, porque o dever é um fim em si mesmo.
    Concluindo este é um amplo campo de debate, no qual os enfoques que são dados são diferentes devido ao prisma de observação. E neste debate, na minha opinião cairemos sempre no ajuste e conveniência das ações, dependendo da singularidade do caso.

    Att,
    Fernanda A. Nascimento.
    RA: 21071312
    E-mail: fernanda.nascimento.btk@gmail.com

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  90. O próprio Kant admitiu ter sido Hume que, através de sua obra epistemológica, o despertou de sua "sonolência dogmática" e que o levou a fazer as investigações que culminaram na Crítica da Razão Pura, sendo iluminador e instrutivo ver a filosofia moral de Kant como uma tentativa consciente de se responder a Hume.No segundo capítulo da "Analítica" da segunda Crítica, Kant discute, um ponto de vista ético que inclui a teoria Humeana, nos conceitos de bem e mal.O contraste entre a posição de Kant e a posição que ele está discutindo é bastante iluminador. Kant apresenta as duas posições na forma de uma alternativa: Ou: um princípio da razão é visto como sendo determinativo da vontade, sem referência a possíveis objetos da faculdade do desejo, neste caso aquele princípio é uma lei prática a priori, e a razão pura terá que ser considerada prática. Ou: um determinante oriundo da faculdade do desejo precede a máxima da vontade e pressupõe um objeto de prazer ou disprazer, e, consequentemente, algo que causa prazer ou sofrimento; No segundo desses dois casos, o fim, o prazer que buscamos, não é o bem, mas somente o bem-estar, não é um conceito da razão, mas sim um conceito empírico de um objeto sensorial. O ponto de desacordo mais fundamental entre Hume e Kant, no que diz respeito às suas teorias éticas, é o seguinte: Para Hume, as noções de bem e mal são primárias, as de certo e errado secundárias. Hume mal menciona a idéia do dever. Uma ação ou intenção certa é simplesmente aquela que leva, ou tende a levar, a um bom resultado. Para Kant, a noção do dever, ou da obrigação, e as noções do certo e errado, são fundamentais. Um homem bom é aquele que habitualmente age certamente, e uma ação certa é aquela que é realizada por um sentimento de dever. Alem de Hume acreditar que a moral é instrumental e só pode ser escrava ou coordenadora das paixões, e Kant afirmar que a razão pura pode ser prátrica.
    Contudo, para responder a Hume Kant deveria ter provado que aquilo que se opõe aos nossos interesses e desejos é a razão, através da lei moral, e que somos livres para não seguir as determinações de nossa natureza sensual, nos momentos em que obedecemos à razão. Não tendo feito isto, concluímos que ele não respondeu a Hume, mas simplesmente afirmou aquilo que Hume negava, pressupondo que aquilo que afirmava era verdadeiro e construindo toda a sua filosofia moral naquele pressuposto. A conclusão oferece que a seriedade moral de Kant, que é bastante admirável, é muito superior à sua lógica, que, em alguns pontos, deixa muito a desejar.

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  91. Hume e Kant examinam a origem da motivação humana em realizar ações morais ou ter uma lei moral.
    Hume é essencialmente subjetivista e baseia suas crenças na afirmativa de que: Ações são guiadas pela emoção. O alicerce da moralidade humana é a paixão que está por trás da ação. O comprovante para que todos os seres humanos sejam éticos está em fazer aquilo que cada ser ajuíza ser ético. Mais do que determinar apenas como emoção as ações morais, "Hume tentou mostrar que a razão não pode ser a fonte de nossas distinções morais e o motivo de nossas ações".
    Kant, por sua vez, era objetivista e ao “examinar” Hume, faz a divisão do ser humano em duas dimensões: física e moral. A moralidade ele define não residir apenas na necessidade momentânea, mas ser também obra da liberdade de escolha conferida pela razão. Um fato é a atuação dos indivíduos. Outro é o pensamento que esses indivíduos têm sobre as ações. “A razão pura é prática em si própria, e ela dá ao homem uma lei universal, a qual chamamos de lei moral".
    Mesmo sendo pensamentos desenvolvidos em momentos próximos, Hume e Kant abordam a moral humana por ângulos diferentes, dado que Hume tentou privar-se de incluir a razão em seu discurso considerando-a “perfeitamente inerte”, permitindo que o desejo determine à ação e todo aquele que sente é capaz de avaliar suas condutas. Kant delimita a potencialidade de avaliação da conduta humana a algo externo que o indivíduo é incapaz de fazer por si só, a racionalidade é quem detém o poder de qualificar e avaliar as condutas humanas.
    Contudo é interessante perceber que durante todo o texto de Eduardo Chavez, o contraponto entre os autores é permeados por pensamentos, compreendidos e respeitados, aparentemente. Em muitos trechos Kant parece respeitar e compreender o ponto de vista de Hume.

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  92. Perdoe o atraso professor, vivo uma falta de tempo crônica...

    Kant, assumidamente, foi desperto para a filosofia moral pelas teorias de Hume. De modo que a sua própria teoria pode ser interpretada como uma espécie de “critica” ao que Hume defendia, exposta de modo a dar resposta às suas conclusões. Isso é evidente em alguns trechos da obra de Kant, como esse: "embora inacabadas e deficientes, são as que mais levaram adiante a busca dos primeiros princípios de toda a moralidade".
    A teoria de Hume defende que a racionalidade não é a responsável por nossas ações, mas sim nossos sentimentos e gostos, nossa afecção. Para Kant essa afirmação está errada e sua resposta para tal é apresentada em “A Critica da Razão Prática”. Essa seria a divergência fundamental entre Hume e Kant, o primeiro defende que as noções de bem e mal são primárias, as de certo e errado secundárias, e derivadas das primeiras. Hume mal menciona a idéia do dever. Uma ação ou intenção certa é simplesmente aquela que leva, ou tende a levar, a um bom resultado. Enquanto Kant define que a noção do dever, ou da obrigação, e as noções do certo e errado, são fundamentais. Um homem bom é aquele que habitualmente age certamente, e uma ação certa é aquela que é realizada por um sentimento de dever.
    Esse diálogo entre as teorias Humeanas e Kanteanas é bastante proveitoso levando em conta que ele acaba expondo os lados bons e ruins de cada teoria, quando Kant discorda de Hume ele mostra outro ponto de vista para explicar um mesmo assunto, enriquecendo o debate. Não cabe provar por A+B quem estava certo e quem estava errado, dessa discussão devemos aproveitar o melhor de cada autor para fundamentar nossos próprios conceitos, mantendo-os em constante melhoria, visando aproximá-los ao máximo da perfeição.

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  93. Gustavo de Campos Pinheiro da Silveira
    RA: 21055812

    A diferença mais geral entre o projeto moral de Kant e o de Hume se encontra no princípio da ação ética. Em seu projeto epistemológico, Hume desmitifica a lei da causalidade, e com isso, resulta-se um irracionalismo. A partir dessa sua conclusão, Hume desenvolve diversos argumentos para mostrar que as ações humanas não são frutos da razão, mas sim, de um sentimento moral universal que faz com que todos os seres humanos busquem sempre o bem. Dessa maneira, a razão exerce influência nas ações de maneira secundária, mediando os meios pelos quais se torna possível atingir a finalidade de uma ação - produto das afecções humanas. Todos os seres ao agir, visam o bem, e só cometem um erro quando faz um mal uso da razão para obtenção dessa finalidade.
    Em face a esse ceticismo de Hume, Kant se sentiu estimulado para tentar fundamentar o conhecimento racional. Aplicou a lógica de Copérnico, e inverteu a relação entre sujeito e objeto, acrescentando princípios a priori da sensibilidade humana: o espaço e o tempo. Dessa maneira, ele estabelece dois princípios a priori necessários para o conhecimento do mundo sensível, mundo de fenômenos. Em vista desse reestabelecimento da fundamentação da razão humana, Kant terá como um de seus principais empreendimentos, o embasamento da ação moral como produto da razão.
    Tanto na Ética de Hume como na de Kant, a ação moral está assentada num principal não fundamentado, e abstrato. Hume recorre a um sentimental moral por conta do qual se possível dizer que todos os seres naturalmente buscam o bem. Já Kant fundamenta sua Ética racional assumindo o pressuposto da liberdade. Me parece que tanto aquele como este, frente ao problema epistemológico, socorrem-se de um princípio, em certa medida, dogmático. Portanto, os preceitos morais desses dois filósofos, em parte, são expressões da maneira como eles concebem e contornam as limitações epistemológicas.

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  94. O texto "David Hume e a Questão Básica da Crítica da Razão Prática", de Eduardo O. C. Chaves, compara as teorias sobre ética e moral de Hume e Kant; mostra como Kant reagiu às teorias de Hume, indicando os supostos erros da teoria de Hume em sua obra "Crítica da Razão Prática". Considerei esse um ótimo texto, que reforça e complementa o que aprendemos até então sobre Hume e Kant.

    Hume, depois de suas teóricas sobre ética onde a razão entra como escrava dos desejos, foi considerado ameaçador das bases morais, religiosas e científicas e visto como cético naturalista. Kant, a partir da linha epistemológica de Hume, cria "Crítica da Razão Pura", onde discute a legitimidade das teorias de Hume.
    Para Kant, a razão pura era também prática porque a lei determina a vontade - o contrário do pensamento de Hume, que alega que a Razão Pura não tem influência sobre as decisões humanas. Então, para provar sua teoria, Kant tem que provar que a razão é, sim, prática.
    Kant introduz essa prova alegando a "coação moral" - muitas vezes, tomamos ações que não queremos, não desejamos. Logo, estaríamos aí sendo movidos pela razão. Mas sua prova principal está na seguinte divergência entre seu pensamento e o de Hume:
    Hume declarava que a razão não competia, de forma alguma, com as paixões. A tomada de uma decisão vinha do confronto entre desejos e vontades. A atitude que causa melhor sensação é a escolhida. A razão é apenas um agente que indica empiricamente quais serão essas sensações.
    Kant, por sua vez, vê a razão como competidora dos sentimentos. Para ele, a escolha de uma ação é feita entre sentimentos e racionalidade. Assim, a razão pura tem papel prático nas atitudes humanas.
    É, inclusive, essa racionalidade que torna o homem livre de ser dependente das suas vontades; que o difere de ser um mero animal. Para Kant, a liberdade de fugirmos de nossas vontades por meio da razão é o passaporte de acesso ao mundo inteligível.

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  95. Ana Jacqueline O. R. Nunes - 2106791217 de junho de 2013 às 19:47

    No texto de Eduardo Chaves , “David Hume e a Questão Básica da Crítica da Razão Prática", tem se o intuito de construir e descrever as diferenças principais entre as teorias de David Hume e Immanuel Kant. Logo de início, fica claro que as teorias expostas por Kant foram originadas em "crítica" à teoria "ceticista-naturalista"de David Hume, no que Kant afirma ter "despertado do sono dogmático", levando-o a produzir a Crítica da Razão Pura, em negação à teoria de Hume.
    Para entendermos melhor esta diferença, é necessário explicar o principal embate entre elas: Hume afirmava que nossas ações morais não podem derivar de nossa razão, mas sim de nossas paixões, onde cada sentimento ou conclusão deveria estar baseada na experiência, já que só assim poderiamos ter a noção das coisas, e que qualquer coisa que ultrapassasse este "conhecimento sensível" não era pertencente ao conhecimento humano. Já Kant, todos os homens nascem maus, cruéis, impiedosos, etc. e há necessidade da razão, baseada no "dever", para orientação de nossos atos, tais quais devem também obedecer as máximas kantianas. Esta é a principal diferença entre os célebres autores.
    Por fim, depois de esmiuçar ambas as teorias, o autor conclui que as teorias kantianas - críticas das razões práticas e teóricas - "não respondeu a Hume, mas simplesmente afirmou aquilo que Hume negava, pressupondo que aquilo que afirmava era verdadeiro e construindo toda a sua filosofia moral naquele pressuposto."
    Acredito que assim como em diversos campos, este momento da filosofia obedece a ordem natural da "evolução de ideias", onde novas descobertas (ou, neste caso teorias) surgem para afirmar ou negar uma antiga e substituí-la, se assim for melhor aceito. Kant tentou, portanto, assumir uma nova postura em relação à adotada por Hume.

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  96. Victor Milani RA: 21044012

    A diferença entre as teorias éticas de Kant e a de Hume tem entre suas origens concepções completamente distintas acerca da natureza humana, que por si só são suficientes para as tornar inconciliáveis,porém em certos pontos ambos autores concordam parcialmente como por exemplo na questão que os homens são movidos pela paixão:"O homem é um ser que tem necessidades, na medida em que ele pertence ao mundo dos sentidos. Por causa disto, sua razão certamente tem uma responsabilidade inescapável, para com sua natureza sensual, de atender aos seus interesses e de formular máximas práticas que visem à sua felicidade" (CRPr, p. 63)” Emanuel Kant
    “É óbvio que quando antecipamos a possibilidade de que dor ou prazer possam advir de um certo objeto, sentimos uma conseqüente emoção de aversão ou propensão e somos levados a evitar ou buscar aquilo que nos dá este desconforto ou esta satisfação. Também é verdade que esta emoção não para aqui, mas fazendo-nos lançar a vista em todas as direções, compreende quais objetos estão ligados com o objeto original através da relação de causa e efeito. Aqui, portanto, o raciocínio tem lugar, pois procura descobrir esta relação, e nossas ações variarão segundo a variação de nosso raciocínio” David Hume.
    Vontando as diferenças entre os autores fica evidente que para Hume que tem o empirismo ligado à moralidade, sendo assim, a razão seria uma fonte de determinação das vontades humanas. Para ele, as ações humanas são determinadas pelos sentimentos que nos afetam após a práticas destas ações, sentimentos que podem ser bons ou não.
    Já Kant, propõe três máximas morais, que indicam o dever como condutor das ações morais humanas. Propõe também que o dever é essencial para a moralidade dos seres humanos, pois somos seres egoístas, cruéis e etc., assim necessitando do dever como ele é para cumprir nossas necessidades éticas.

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  97. No texto “David Hume e a questão básica da crítica da razão prática”, o autor Eduardo Chaves procura mostrar o debate entre os filósofos David Hume e Immanuel Kant, e que embora tenham vivido a mesma época, os dois tinham conceitos e posições muito diferentes.
    Primeiramente, para Hume a razão seria inerte e apenas as emoções e as paixões seriam os motores das ações e que entender a noção do bem e do mal seria essencial, pois a noção de saber o que está certo ou errado derivaria da noção de bem e mal, e a ação seria considerada certa caso levasse a um bom resultado. Já para Kant, é essencial entender a noção do dever, do certo e do errado porque para uma ação ser considerada certa ela necessariamente deve ser realizada por um sentimento de dever, e que a razão pura prática exprime a moralidade do ser humano.
    Para o autor, Kant apenas refutou Hume para chegar à sua própria teoria, no entanto, Kant confessa que conseguiu chegar em suas teorias a partir das idéias de Hume.

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  98. Sinto pelo atraso, postei meu comentário na data mas ele desapareceu. Estou repostando.

    Arthur El Reda Martins
    RA 11002610

    Destacando os pontos de discordância entre Hume e Kant acredito que seja interessante citar principalmente a diferença entre o bom e o mau para ambos. Na visão kantiana temos fortemente trabalhado o conceito do ‘dever’. De acordo com ele os homens se baseiam no dever para cumprir o que é considerado bom. Lembrando que para Kant o homem é naturalmente cruel, mas é guiado por razão, e é esta razão que deriva o sentimento do dever, que é um fim por si mesmo. Já Hume trabalha a ideia da definição do ato pelos fins da ação. Se o final é bom, a ação é correta, e vice versa. O homem de Hume é emocional, movido por suas paixões. Busca o que é bom e evita o que é ruim, daí sua moralidade.

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  99. Observa-se uma clara distinção entre as éticas Kantiana e Humeana. Especialmente no que concerne ao modo como se determina o que é o moral.

    Hume se preocupará com sentimentos e afecções, que determinam a nossa aprovação moral. Dessa forma a moralidade está relacionada não tanto a ação, mas a aprovação que temos de determinadas ações, e dessa forma, priorizam-se certas ações, por estas estarem costumeiramente associadas a um bom sentimento. Esse bom sentimento é o moral e as ações deveriam se dirigir a ele. E aqui a razão assume um papel puramente mecânico, de auxiliar as pessoas a encontrarem ações que sejam úteis, ou seja, que causem o bem, e de auxiliar e esclarecer o sentimento sobre o que é de fato melhor e útil para as pessoas.

    Kant já se preocupará muito mais com a intenção e a vontade do agente. Que ele se guia por uma máxima e que esta máxima possa ser tomada por todos, ou seja, que ela possa ser tida como universal. A ação humana aqui deve se orientar por essa lei e é exatamente a ação que, não só se conforma, mas que se guia por causa dessa lei, que será considerada moral.

    Aquela teoria peca por se preocupar muito pouco com as razões que levam as pessoas a agirem de determinadas formas, pois ela se guia muito mais pelo sentimento de aprovação das pessoas por aquilo. Esta, por sua vez, resolve muitos problemas, mas encontra problemas na hora de determinar o que é moral, pois o agir por causa de um dever e o agir em conformidade com um dever tem pouca diferença entre si.

    É interessante comparar e ver que ambas as teorias, apesar de serem opostas no que diz respeito ao uso da razão, podem convergir para um mesmo objetivo, que é o do bem. Uma se guiando pelas ações que causam o bem e que recebem essa aprovação do senso moral humano e a outra se guiando por algo que possa ser tido sempre e por todos como o bem, pois uma ação que se guia por uma máxima universal só pode produzir consequências (no plano prático) boas para todos, pois não prejudica de maneira alguma qualquer outro ser que quisesse tomá-la como regra.

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  100. Desculpe o atraso professor, tinha feito o comentário em um rascunho e esqueci de passar para o Blog.

    Conforme apresentado em aula, a respeitos de Hume E Kant, creio que o caminho de seus pensamentos e reflexões é divergente. Pelo texto lido ““David Hume e a Questão Básica da Crítica da Razão Prática” pude observar que, através de Hume, que Kant desenvolveu investigações que culminaram na Crítica da Razão Pura, ele conhecia os pensamentos de Hume.

    O texto apresenta as diferenças entre Kant e Hume, dentre elas o juízo moral, na qual é a expressão do sentimento de aprovação de uma conduta, aprovada pelo seu bom senso. Hume confronta os juízos morais ( as afecções e sentimentos), e seu ponto de partida é de que todo mundo está querendo o bem, que nos podemos errar , mas tentando praticar o bem.
    Já Kant introduz a ideia de que não existe a bondade natural, que somos desvirtuosos naturalmente e que os deveres são necessários para nos tornarmos morais. Ele define dois caminhos: A razão pura, que é caracterizada pela ordem das necessidades, produz a ciência, e a razão prática, que produz a moral e tem uma máxima universal. São por esses dois mundos diferentes que se pode explicar a conduta, sendo a razão a faculdade das ideias.

    As teorias dos autores são controversas, e Kant estabelece criticas a Hume a forma de caracterizar o conhecimento. Kant não descartava a importância do empírico para a formação do conhecimento, apenas não sustentava que o conhecimento tivesse sua origem apenas daí. Já Hume procurou manter esse assunto no nível empírico, escapando assim de explicações que estivessem fora do ser humano e de uma realidade pré-existente.

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  101. Kant sempre afirmou que foi Hume que o fez despertar de seu “sonho dogmático” e o inspirou a começar suas investigações que findaram da Crítica da Razão Pura. Portanto, a influência da filosofia de David Hume na filosofia de Kant é clara, visto que a teoria ética kantiana é uma tentativa de refutar o posicionamento de Hume.
    A diferença fundamental entre os dois pensamentos é que, para Hume, as noções de bem e mal são primárias e as de certo e errado são secundárias, além disso, Hume não teoriza muito sobre a ideia do dever. Já para Kant, as ideias do dever e do certo ou errado são fundamentais.
    Kant considera que ser feliz é o desejo de toda criatura racional e entende por felicidade o contentamento de nossos desejos. Isso relaciona-se com o que chama de bonitas naturalis que não diz respeito a moralidade, pois o que faz um indivíduo feliz não faz, necessariamente, outro individuo feliz. Portanto, a única maneira de saber qual o melhor caminho para se atingir a felicidade, ou o que ela é em si é a experiência.
    Uma vez que a razão determina quais são os meios para se alcançar este fim universal, as pessoas passam a agir de acordo com as “ordens” da razão empírica. Tais ordens são denominadas de “imperativos categóricos” (no caso da bonitas naturalis).
    Para Hume, a realidade das diferenciações morais que fazemos é o fato básico de nossa experiência moral e vai constituir o ponto de partida para a sua teoria ética.
    Segundo Hume, as ações boas seriam aquelas aceitas por um grande número de indivíduos e o juízo moral seria constituído pelo sentimento e pela razão, sendo que a razão afetaria o sentimento. Nosso senso moral poderia ser readequado com o auxílio da razão, mas esta não seria a única guia de tal mudança, uma vez que a razão é inativa por si mesma.
    Kant concorda com Hume no ponto em que afirma que a divisão moral que baseia a razão como influencia sobre o sentimento moral não faz sentido. De acordo com Kant, os seres humanos só podem se tornarem-se seres morais a partir do momento em que passam a agir pelo dever e a obedecê-lo, e não de acordo com a sua natureza.
    As duas teorias possuem pontos em comum e pontos divergentes. São duas versões que debatem o que é moralmente correto, o que é “bom”, o que é “mau”. Buscamos a moralidade nas nossas ações, mas o debate acerca com que é o certo está longe de alcançar a universalidade.

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  102. Chaves faz uma análise interessante entre as filosofias de Hume e Kant.

    O modo como constrói seu argumento, primeiro mostrando que Kant conhecia e muito bem a teoria Humeana sobre moral, o que credibilizaria essa comparação. O fato de Kant conhecer a teoria de Hume e muito mais, o fato da teoria de Hume servir como base pra construção da moral Kantiana, permite que se faça a comparação procurando contradições.

    Pois, se Kant parte da teoria de Hume para mostrar que a razão tem muito mais valor do que aparenta, isto significa que dentro da argumentação kantiana existem provas que refutam o argumento da moralidade ser passional.

    A leitura que Chaves faz da moral kantiana demonstra que Kant apenas faz um contraponto, uma forma diferente de se enxergar a moral, mas não refuta o argumento Humeano. Algo como, uma nova forma de se enxergar a questão e não uma forma "melhorada", partindo de algo já construído.

    Mas é importante lembrar que a contribuição de Kant para a filosofia moral é substantiva, pois, entender a razão como a voz da moral, abre brecha para inserir o conceito de liberdade.

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  103. O texto de Chaves mostra que a Crítica da Razão Pura, de Kant, surge como "resposta" à obra de David Hume sobre a moralidade das condutas e aponta as divergências existentes entre os dois pensadores a respeito do tema.

    Uma das divergências está no questionamento de qual seria a origem de nosso julgamento moral. Para Kant, é a racionalidade humana (razão pura prática) que nos torna capazes de julgar a moralidade de uma ação; já David Hume defende que são as impressões de prazer e dor que nos torna capazes de conhecer e distinguir o bem e o mal morais.

    Uma segunda divergência está propriamente no julgamento moral das condutas. Kant defende a teoria deontológica, na qual uma ação só pode ser considerada boa se for realizada pelo imperativo categórico, ou seja, pelo dever de ser praticada. David Hume, no entanto, pertence à linha consequencialista, na qual uma ação só pode ser considerada moralmente boa caso as consequências dela sucedidas sejam boas.

    Camila Almeida A. de Souza
    almeidap.camila@gmail.com; ccamila@aluno.ufabc.edu.br

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  104. De fato, é notável como Kant usa da influência do trabalho de Hume para criar o seu, apesar de descrever as ideias de Hume como sendo irracionalistas e céticas a respeito da moralidade, este chega a concluir, por fim sobre o assunt que "embora inacabadas e deficientes "(as ideias)", são as que mais levaram adiante a busca dos primeiros princípios de toda a moralidade".
    Quando se é dito isso Kant assume, apesar de menosprezar, a importância das ideias de Hume e como elas, por fim afetaram diretamente ou indiretamente em suas próprias ideias.
    Em suma, podemos definir como um aprimoramento, as ideias de Kant ou ainda como pura refutação as de Hume, entretanto essas discussões sempre existirão, assim como pessoas que defenderão fielmente uma posição á outra, porém podemos evidentemente notar que ambas as ideias acabam por se integrar em vários pontos e que ambas são relevantes pra um estudo fundamentado na moralidade.

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  105. A obra de Chaves se propõe a abordar a filosofia moral de Kant em face dos escritos de David Hume, evidenciando que a lógica da teoria ética do primeiro tinha por objetivo refutar a posição defendida pelo segundo. De modo a evitar a perspectiva do leitor de que Kant tenha tomado os argumentos da filosofia moral humeana um a um apresentando suas contraposições, Chaves apresenta a ressalva que dá conta da compreensão essencial do desafio humeano para, enfim, atacar esse problema central.

    De saída, o autor apresenta a distinção entre as posições éticas de Hume e Lant como ponto de partida. Esta, consiste na diferença entre os conceitos éticos fundamentais que norteiam a filosofia moral de ambos os autores. Em linhas gerais, é correto afirmar que para David Hume as noções de certo e errado são secundárias e derivam daquilo que se conceitua como "bem" e "mal". Para Kant, contudo, noções de "certo" e "errado" são fundamentais e estão ancoradas no conceito de dever. Isso significa dizer que um homem bom age corretamente e a sua correção deriva da motivação dada pelo sentimento de dever refletida na sua ação.

    O ponto fundamental que distingue a filosofia moral em Hume e Kant, todavia, é realmente o papel da razão. Enquanto que para Hume as concepções de "certo" e "errado" não derivam exclusivamente da razão (mas sim por razão e sentimentos), Kant assegura que os homens são seres morais submetidos á causalidade da natureza. Em outras palavras, enquanto que a natureza impinge sentimentos ao homem, o que o levaria a praticar várias ações que não seriam desejáveis do ponto de vista da moralidade, a racionalidade deve se expressar sobre a natureza, levando à correção das ações praticadas por dever.

    Em síntese, o que fica evidente na obra de Chaves é o diálogo estabelecido entre a filosofia moral de Hume e Kant, no qual a refutação das ideias de Hume por parte de Kant é o grande mote para a discussão filosófica.

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    Respostas
    1. ERRATA - onde verifica-se:

      "De saída, o autor apresenta a distinção entre as posições éticas de Hume e Lant como ponto de partida."

      leia-se:

      "De saída, o autor apresenta a distinção entre as posições éticas de Hume e Kant como ponto de partida."

      Excluir
  106. O texto de Eduardo Chaves é elucidador para diferenciar as teorias destes dois filósofos.
    Kant a partir da epistemologia de Hume iniciou suas investigações à respeito da razão e da influência desta na moral. Kant reconhece as teorias de Hume como as teorias que o levaram a buscar os primeiros princípios de moralidade, mas ainda assim sua teoria propõe-se a refutar a teoria de Hume.
    Para Hume as noções de bem e mal são primárias e as de certo e errado subsidiárias, já Kant focaliza o “dever” pois para ele é o dever que condiciona o homem. Hume não vê a moral como advinda da razão, a moralidade é prática. O que motivaria nossa ação seriam nossos sentimentos, que definem se um ato é bom ou ruim e por conseqüência quais são éticos ou não. Para Kant o dever é determinante nas questões morais, a felicidade advém de realizações praticadas com motivação no dever. Hume defende que a felicidade é encontrada através da realização de ações que os sentimentos levam a realizar.

    Rosangela RA 21069412

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  107. Através da leitura dos textos estudados é possível notar claramente o conhecimento prévio de Kant sobre o pensamento de Hume e sua busca por refutar a posição por ele defendida. Hume não apresenta em seus pensamentos quaisquer menções à virtude ou ao dever no sentido de direcionar a prática do bem nas condutas humanas. Porém, Kant tem como base de sua filosofia moral a noção de que obedecer ao dever (as três máximas por ele estabelecidas) é fundamental para realizar ações de bem e, portanto, ser um indivíduo moral. Para Hume, o que influencia a vontade do homem é tão somente sua natureza, de forma que a razão apenas influencia a moral no sentido de encontrar meios que viabilizem o alcance do conhecimento ou a realização dos desejos e das paixões humanas. Kant, porém, afirma que a razão pura (não guiada pelas emoções) de fato pode motivar ações e ser um determinante da moralidade.

    No texto de Eduardo Chaves, vemos que Kant fez mais do que afirmar o que Hume negava; Kant refutou as ideias de Hume e foi através dessa refutação de pensamentos que deu base a construção de sua própria teoria ética.

    Andrezza Gonçalves

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  108. A obra de Hume serviu de incentivo para parte da obra de Kant, como o autor usa no texto, ele despertou da sua “sonolência dogmática”. Hume fala que a razão não é o motivo por trás de nossas distinções morais ou do motivo de nossas praticas de ações e que o verdadeiro motivo por trás dessa tomada de decisões seria o que ele chama de “paixões”.
    Pode-se notar como uma das principais discrepâncias entre as teorias de Hume e Kant são como ambos levam em consideração a noção do certo e errado, e a do bem e do mal. Para o primeiro autor, o bem e o mal são primários,e as noções de certo e errado derivam delas,sendo a idéia de dever pouco citada.Já em contraponto, o segundo autor diz que as noções de dever e de certo e errado são fundamentais.
    O ponto básico que separa ambos os autores é o de que primeiramente segundo Hume é que a natureza passional do homem é a única coisa capaz de mover sua vontade, assim sendo não haveria um embate entre as paixões e a razão. Deste modo Kant vai totalmente contra isso, ele diz que a razão pura, que não é influenciada pelas paixões, desejos ou emoções, e essa é um determinante direto para a tomada de ações, porém isso não significa que não haja um embate entre razão e paixão.
    Observando deste modo, se tem uma idéia de que Kant usa em sua teoria pontos nos quais ele nega na teoria de Hume,porém a brecha na qual Kant abre para a inserção do conceito de liberdade.

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  109. O texto de Eduardo Chavez discorre sobre a relação entre Kant e Hume, colocando que após ler a obra Tratado da Natureza Humana de Hume, Kant foi despertado de um estado de "sonolência dogmática", o que o levou a escrever a Crítica da Razão Pura. Ainda que tenha servido como base, Kant discorda veementemente das teorias de Hume, dizendo que estas estariam inacabadas e deficientes, embora assuma que as ideias de Hume foram, até então, as que mais discutiram a temática da moralidade.
    As obras de Hume e Kant concordam no ponto em que colocam a felicidade como alvo máximo do homem, sendo que para Hume o homem é bom e deseja a felicidade a ponto de se incomodar com a injustiça e para Kant a felicidade seria a satisfação de desejos próprios. Outra distinção fundamental entre as obras de Hume e Kant é aquela que diz respeito à influência da razão nas ações morais. Hume apresenta a razão como algo sem influência sobre as ações morais, dizendo que as paixões que moveriam nosso juízo moral. Para Hume, não existem antagonismos entre razão e emoções, mas existem paixões mais calmas e mais fortes. Dessa forma, a preeminência de uma paixão sobre outra é o que define o comportamento humano.
    Já Kant coloca a razão como fator de influência direta sobre os juízos morais, de forma que a razão seria a única capaz de impedir o homem de agir unicamente em nome de seus desejos. A razão nos liberta de nossa natureza egoísta, nos dando acesso ao mundo inteligível e nos capacitando de agir segundo o dever. A argumentação de Kant foi baseada em contrariar as ideias de Hume, desenvolvendo sua teoria a partir de tal negação, Kant apresentou o pressuposto de que a razão pura não é um mero instrumento, como dizia Hume, e sim uma ferramenta aplicável na prática.

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  110. As teorias éticas de Hume e Kant se mostram opostas em vários aspectos, pois uma parte do princípio que a moral não pode ser produto da razão e a outra que somente a razão verdadeira levará a uma ação ética. Para Hume, que define o "bem" como noção primária e o "certo" como noção derivada dessa, todos os seres humanos buscam o bem em suas ações, e assim, mesmo que as noções de bem variem, uma ação visando o bem tende a levar a um bom resultado. Já para Kant, que defende que a noção de "certo" se dá através da racionalidade e é mais sólida e superior à noção de "bem", a noção de "certo" se verifica uma melhor alternativa, pois a noção de "bem" é sempre relativa e parte de nossos impulsos naturais, sendo um péssimo norteador para as ações morais.
    A grande questão a meu ver, e que coloca Hume como um pensador não tão "ingênuo" como alguns acham, é que, segundo a sua teoria, a racionalidade jamais leva necessariamente ao EMPREGO de uma ação e portanto, jamais é CAUSA de uma ação.
    Em minha opinião, a Filosofia de Kant é mais palpável, algo mais definido e universal, que acaba tendo um argumento prático mais convincente. Mas não ainda não discordo totalmente da teoria de Hume, pois acredito, como ele, que a racionalidade, sozinha, não leva a ação alguma.

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  111. Após a leitura do texto é possível notar-se as relações de convergência e distanciamento entra a teoria moral de Kant e Hume.
    Primeiramente devemos lembrar que Kant, para a construção de todo seu sistema filosófico, faz uma referencia a Hume, dizendo que este teria o "despertado de um sono dogmático". Nota-se então que Kant estava ciente dos pensamento humenianos sobre a moral. A principal diferença entre Kant e Hume são os princípios motores quais compreendem a ação moral e o limite e importância que estes dão a razão. Hume restringe a atuação da razão colocando-a de forma muito restrita, afirmando que esta é passiva e não poderia ser o agente para colocar aquilo que é moral ou imoral, ou seja, a moral sozinha, de toda forma, não é passível de criar julgo moral e que este derivaria dos sentimentos, das afecções que se tem frente a uma tal conduta, a razão só teria o papel de apontar o caminho, o ato, qual levaria a realização de tal ímpeto. Já Kant refuta(de certa forma) essa posição colocada por Hume de que a moralidade em si é irracional, mas para Kant, que também em certa instancia impõe um limite a razão pura prática, porem ao limitar a razão pura especulativa coloca o papel desta de forma ampliada em relação a Hume, a razão seria o cerne de toda a questão ética e moral. Toda e qualquer ação moral deve ser aquele que guia-se apenas, pura e incondicionalmente pela razão pura prática e não é sujeitada de qualquer forma pela razão especulativa derivativa do mundo empírico. Kant assume que para podermos pensar em ética é necessário que possamos pensar em liberdade, pois caso não exista uma seria contraditório pensarmos a outra, parece ficar redundante, mas em suma faz sentido. Então expressaríamos nossa liberdade sujeitando-nos ao dever que é o DEVER do imperativo categórico ao invés de obedecermos as leis da causalidade impostas em nós como nossa vontade, pelo mundo físico. A ética Kantiana diverge totalmente a de Hume no que se diz a princípio ativo da moral, mas a estrutura filosófica dos dois autores (como toda) parece convergir em certos momentos.

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  112. Thaís Alves Villalobos26 de junho de 2013 às 00:59

    Da leitura do texto “David Hume e a Questão Básica da Crítica da Razão”, de Eduardo Chaves, é possível analisar o debate ético entre os conceitos de Hume e os de Kant, através da vinculação da moral de Kant e a de Hume. O autor se propõe a observar se a teoria proposta por Kant tem o intuito de responder questões pendentes da teoria de Hume ou se o apenas visa nega-la.

    Para Hume, os juízos morais da razão não são determinantes da vontade. O que nos leva a agir é a busca pela felicidade, que vem do nosso desejo pelo prazer e fuga da dor. A razão, para ele, serve apenas para diferenciar o que nos causaria prazer ou sofrimento.

    Para Kant, a moral está vinculada à razão, porém admite a área do ser humano responsável por paixões e desejos, submetidos à razão. Para ele, nossa liberdade só existe por não sermos dominados pela nossa natureza, mas sim regidos pela razão, que define nossas ações de acordo com a moral.

    Assim, pode-se afirmar que, por se basearem em fundamentos opostos, as teorias de Kant e Hume são contrárias uma a outra, apesar de haver, em certa medida, uma tentativa de Kant em responder as questões propostas por Hume.

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  113. Guilherme Bocalini
    RA: 21033512

    O texto trata das teorias de Hume e Kant, é extremamente interessante observar como as teorias são opostas ao mesmo tempo em que possuem algumas convergências, além disso, também são interessantes as evidências apresentadas de que Kant escreveu sua teoria como resposta aos desafios propostos por Hume.

    Ambos buscam explicar como executamos nossos julgamentos morais, Hume centraliza sua discussão nos resultados das ações, o bom versus o mal, ou seja, nossos juízos são pautados por nossos interesses, a busca de aumentar o prazer e minimizar o desprazer. Para Hume a razão pura não pode desempenhar este papel, pois ela é inerte e, um princípio inativo não pode influenciar um principio ativa- nossa conduta moral.

    Já Kant se baseia no princípio oposto, que o bom e mal é mal não é uma questão da razão pura, é uma questão da razão prática e por isso não cabe na discussão de moralidade. A discussão da moralidade busca o bem universal, do certo e errado, que é determinado pela razão.

    O ponto mais interessante do texto é como as duas teorias explicam uma ação que supostamente é contraria ao interesse do individuo. Hume vai além dos egoístas éticos, e divide as paixões em paixões calmas e violentas, sendo essas paixões calmas que as vezes nos levam a agir de maneira “contraditória”.

    Kant explica essa contradição pelo dever determinado pela razão pura, e daí sustenta toda sua teoria. Desse pressuposto kantiano que também surge o conceito de liberdade, onde só podemos ser livres quando nos guiamos pela razão e não nos submetemos a nossa natureza e impulsos.

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  114. No texto proposto para leitura, podemos ver que o autor procura principalmente entender se Kant veio por meio de seus textos, responder as questões propostas por Hume, ou se seu intuito era apenas negar o que Hume afirmar.
    Hume como saber diz que as distinções morais não podem ser derivadas da razão, porque essa não exerce influência alguma. Não se exclui a razão, mas ela não é determinante. O que nos faz agir são as paixões.
    Já para Kant a moral está totalmente vinculada a razão. Apesar de todos terem a "razão e a natureza", é a razão que é a responsável por nossos então juízos morais. E a esse juízo moral é dado pelo nosso dever moral.
    O autor julga por fim algumas falhas na teoria de Kant, dizendo que ele se importou demais em responder as questões propostas por Hume e também afirmar o que este negou, que acabou por se esquecer de defender sua própria teoria que é a razão.r

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  115. Caroline den Hartog Batagini26 de junho de 2013 às 17:40

    RA: 21024712

    No texto proposto acima, de autoria de Chaves, há uma análise do pensamento kantiano, onde à filosofia da epistemologia e moral de Hume, Kant parece apresentar a sua de modo a refutar o primeiro e apresentar respostas às questões pendentes da teoria do filósofo empirista.
    Grosso modo, parece-me que,a primeiro momento, há um embate de ordem "razão versus emoção" ao comparar a filosofia moral e epistemológica humeniana com a kantiana: enquanto Hume propõe as paixões e a experimentação como pilares do conhecimento humano e fundamentais para o estabelecimento do senso moral, Kant invoca a razão como algo que dignifica o homem, já que é por meio dela que ele consegue dobrar sua natureza – que é, por sua vez, egoísta, mesquinha e má –, se emancipar de seus instintos e agir moralmente.
    O empirismo de Hume, no entanto, não convence meu entendimento sobre o estabelecimento do senso moral, já que o filósofo não admite a relação necessária de causa e efeito, logo não há conhecimento, de fato, mas sim crenças e ideias inferidas das experiências vividas e percebidas pelos sentidos. Portanto, não se pode também estabelecer verdades universais.
    Dessa forma, a filosofia moral de Hume parece demasiadamente suscetível de incorrer em um relativismo, visto que, se não há uma fixação do conhecimento, a mesma pode divergir de indivíduo para indivíduo. Dito de outra forma, se não há uma síntese concreta de conhecimento em Hume, ou seja, se o indivíduo não é capaz de ligar logicamente uma ação a seu resultado (isto é, quando não há uma relação de causa e efeito), torna-se também impossível estabelecer quais são as ações imorais e quais são ações morais.
    Já em Kant, também não há uma receita pronta de quais ações são boas ou más, mas o filósofo, ao recorrer à razão para estabelecer as ações morais, nos apresenta uma maneira de universalizar o julgamento das condutas humanas e estabelece uma âncora na qual o “barco” do juízo moral de todo homem, em qualquer tempo, pode se apoiar: o DEVER.

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  116. Primeiramente, Eduardo O. Chaves, inicia seus escritos expondo uma das principais motivações de Kant para a elaboração da Crítica da Razão Pura. Segundo o autor, Kant tomou como base a teoria moral Humeana para refutá-la, fazendo novas considerações e oferecendo soluções acerca dos conflitos não explorados por Hume.

    Sendo assim, para sustentar a sua teoria, Kant toma como base da moralidade a razão, de forma que as questões emocionais defendidas por Hume se encontram em segundo plano. Ou seja, enquanto Kant defende a racionalidade como principal elemento impulsionante das nossas ações, David acredita que são as paixões que determinam e influenciam as mesmas.

    Fernanda Sue Komatsu Facundo

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  117. Ao analisar o texto fornecido, conseguimos enxergar o embate proposto por Chaves entre Hume e Kant. Hume constrói sua teoria em cima das paixões e experiência, negligenciando em boa parte a razão no âmbito moral. Chaves afirma Kant ser um profundo conhecedor das teorias Humeanas, podendo assim construir sua própria teoria moral partindo de críticas ao modo de pensar de Hume, e o fez em sua “Crítica da Razão Pura”. Kant não quis de maneira alguma impor uma teoria moral melhor que a de Hume, somente expôs uma maneira diferente de se classificar os atos morais.

    O autor coloca em pauta o debate entre a emoção e a razão. As afecções de Hume se mostram passionais de maneira que o homem não usa da razão para classificar a moralidade de um ato, e sim da suas sensações sobre o mesmo; as impressões pessoais originam o julgamento moral. O dever de Kant, por outro lado, se justifica pelo imperativo categórico, ou seja, praticar o ato para além dos interesses pessoais; a universalidade da classificação dos atos em morais ou não é que justifica a racionalidade da teoria.

    Creio que uma teoria complementa a outra no âmbito o julgamento moral. Na minha opinião, Hume preparou o terreno para que o utilitarismo nascesse, com sua máxima de que o sentimento moral busca sempre a benevolência, porém pecou ao não atribuir valor à razão no âmbito moral. Já Kant acerta ao colocar a razão em primeiro plano, com suas razões puras teóricas e práticas; e erra ao universalizar a classificação da moralidade, pois o julgamento moral é relativo e circunstancial.

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  118. Após a leitura do texto de Eduardo Chaves, evidenciamos as diferenças das ideias entre os autores David Hume e Emanuel Kant. Tais ideias centrais de Hume e Kant se divergem, porém nao são opostas.
    Kant sustenta a ideia de que as condutas morais são regidas por uma razão suprema. Para Kant, não existe a ideia de bondade natural dos seres humanos, sendo estes movidos por suas paixões e dotados de características imorais como crueldade, egoísmo, ambição e etc. Dado tais premissas do comportamento humano, Kant então impõe a necessidade de cumprimento das normas morais sendo estas pautadas pela razão, pois sem ela, viveríamos no estado de natureza.
    Já para Hume, a moral, é a conduta aprovada pela maioria
    dos indivíduos, sendo essa a que proporciona maior prazer ao indivíduo. Então, torna-se evidente,
    que a moral precede a razão humana.

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  119. A partir da filosofia de Hume - consistida em três principais problemáticas (epistemologia, moralidade e religião) -, Kant acaba encontrando uma base argumentativa para poder refutar essa posição adotada por Hume.
    Naturalmente cético, Hume conseguiu retirar a moralidade do meio racional , passando-a para o campo das ‘sensações’, deixando completamente de lado o “dever”, tão prezado por Kant. Este passou a investigar questões que indagavam acerca da razão e a sua função na moralidade, que se mostra mais importantemente presente em Kant do que em Hume.
    Não é como se Kant desprezasse a teoria de Hume, muito pelo contrário, admite a sua importância e reconhece que a mesma se fez pioneira na busca dos primeiros princípios acerca da moralidade, porém, o que Kant de fato tenta fazer, é refutar esse fundamento humeniano.
    Hume defende que uma ação boa é simplesmente aquilo que tem um bom resultado final, enquanto Kant diz que a boa ação é uma consequência do dever, além de não acreditar em um “bem absoluto” justamente pelo fato dele estar ligado a algum desejo ou sentimento.
    Hume traz a tona a moralidade estudada através da observação, mas ele não exclui completamente a razão empírica em nosso juízo moral, simplesmente afirma que eles não podem ser seu princípio. E com isso se propagam uma série de teorias na obra de Kant. que se mostram verdadeiras refutações dos pensamentos Humanos.
    De um lado, enxerga-se com naturalidade as forças propulsoras da moral com paixões e sentimentos , e de outro, enxerga-se isso na razão criando sempre assim, uma contradição.
    De acordo com Kant , ser totalmente livre é viver no mundo onde a razão predomina acima de tudo , mas em nenhuma de nossas ações se é capaz de agir com cem por cento de racionalidade. O nosso lado irracional acaba sempre se fazendo presente de alguma maneira, mostrando que somos também seres que pertencem à natureza , podendo ser seres racionais que também se rendem as paixões que possuem.
    No geral, pode-se dizer que para Hume, a ação moral não deriva da razão, enquanto para Kant, a moralidade não pode existir sem a mesma.

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  120. Kant tem influencias de David Hume embora a sua teoria como Eduardo Chaves propõe no texto é uma forma de responder algumas lacunas ou conclusões céticas deixadas pelo Hume. Hume afirma que a moralidade é guiada pelas paixões e exclui a moral da esfera da razão o que para Kant isso é um erro e ele tenta resolver isso na Critica da Razão Prática.

    A diferença básica entre as posições éticas entre Kant e Hume pode ser tratada como uma diferença de abordagem, Hume trata o bem e o mal diferente do certo e o errado e nem trabalha com a noção de dever já Kant coloca como fundamental a noção de certo e errado e a de dever, uma pessoa está moralmente certa quando age por um sentimento de dever.

    Kant também distingue dois tipos de bem, a bonitas naturalis, que não é o bom em si mesmo mas sim relativo a algo que deseja e tem a ver com a felicidade, a busca pela felicidade e a bonitas moralis que é o bem absoluto, que é bom em si mesmo que não se trata de desejos ou paixões.

    A ética está dentro da bonitas moralis. Como um imperativo que ordena qual é a conduta mais adequada a ser tomada.

    A questão deixada pelo Kant que não ficou resolvida é quando ele introduz o conceito de liberdade como pressuposto para demonstrar que a razão pura pode ser prática, porém torna o problema, segundo o próprio Kant insolúvel, pois segundo o texto: "a introdução da liberdade na discussão é útil porque nos ajuda a definir mais exatamente os princípios envolvidos, mas admite que, 'com respeito à validade da lei moral e à necessidade prática de sujeição a ela, não nos levará um só passo adiante'"

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  121. O texto de Chaves expõe as divergentes perspectivas de pensamento entre Kant e Hume. Ao contrario do que se pensa, Kant não produziu sua obra baseado puramente em suas concepções, este leu anteriormente as teorias de Hutcheson e Hume e, a partir delas propôs sua crítica como uma correção aos pontos de vistas dos autores citados.

    Ambos buscam analisar o princípio da moralidade exercido pelo comportamento humano. Hume toma partida ao concluir que a sustentação para a moralidade humana é regida pelas “paixões”, ou seja, as emoções. Assim, admite que a razão não seja o que realmente ocasiona a vontade do homem, a prática do bem seria o sentido a priori que levaria ao agir.

    Kant, entretanto, possui outra mentalidade sobre a questão; como um belo exemplo de um racionalista, sua base primordial estaria centrada na razão e que esta nos orientaria perante o nosso agir. Para Kant, o ser humano era naturalmente mau e egoísta, os juízos morais, direcionados pela razão, seriam os meios para que não nos deixássemos levar por nossa natureza, portanto, encaminhando-nos em face ao dever, pois o certo e o errado eram essenciais para conduta humana.

    Apesar de residirem praticamente à mesma época, é incrível a disparidade entre suas teorias, o que exemplifica muito bem a dificuldade em se tratar da origem a moralidade. Apesar das discussões se prolongarem até os dias atuais, com outros pensadores e outras teorias filosóficas, Hume e Kant ainda exercem grande importância com relação ao tema, uma vez que ainda não se há chegado em uma verdade absoluta, o que não descarta nenhum dos pensamentos.

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  122. O autor afirma ser notável nas obras de Kant que este estava familiarizado com as obras de Hume, e que construiu sua filosofia moral como uma resposta ao ceticismo naturalista deste. Como foi vimos brevemente nos trechos do “Tratado da Natureza Humana” indicados pelo professor nesse curso, Hume procura fundamentar a moralidade na experiência, pois para ele, somente as paixões e afecções humanas tem o poder de nos levar a ação. A razão seria inativa, tendo apenas o papel de nos ajudar a entender nossas ações.

    O que Kant procura fazer em sua Critica da Razão Prática é mostrar de que forma a Razão pura pode ter efeito sobre nossas ações. Ao contrário de Hume, que pensava ser nossas ações impulsionadas apenas pelo desejo de satisfazer nossas paixões, Kant queria demonstrar que os seres racionais também podem praticar uma ação segundo a determinação da Razão. Compreende assim que existem dois tipos de bens, o que denomina “bonitas naturalis”: aquilo que é bom em relação a um determinado fim, e “bonitas moralis”: o que é bom em si mesmo. A moralidade diz respeito a este segundo tipo, pois as ações moralmente corretas são aquelas que podem ser consideradas boas em si mesmas, independente de suas consequências. O que determinaria se uma ação é boa ou não, é a própria Razão, que ao estabelece os princípios morais, os impõe à Razão Prática.

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  123. Lívia Maria Cianciulli
    RA: 21012612

    É um texto interessante, mas, na minha humilde opinião, um pouco tendencioso. Falam de ambos os autores, Kant e Hume, mas é evidente que o último tem prestígio e credibilidade maiores do que o primeiro. É bem provável que o autor simpatize mais, ache mais convincente as teorias de Hume. Não obstante, achei um texto esclarecedor por fazer comparações e discutir o legados destes filósofos. É certo que Kant não seria o pensador que foi sem a influencia da obra de Hume. Há quem diga que Kant tenha tentado refutar Hume em toda sua obra. Se verdade ou não, o fato é que a Humanidade saiu ganhando nessa disputa/relação, independente de quem é ‘’melhor’’ ou ‘’pior’’ dentre os dois.

    Inicialmente há uma divisão dos objetos estudados. Kant tem como objetos principais de seu estudo os problemas epistemológicos; filosófico-morais e filosófico-religiosos. Ele é um divisor de águas no que se referem às questões Científicas, éticas e religiosas por ter abalado profundamente os fundamentos que as erguiam até então. Partindo para Hume, reforçada é a ideia de que a razão não é a responsável pelas nossas distinções morais, sendo as paixões ou emoções as bases de nossa moralidade. Seguindo esse ponto, as noções de Bem e Mal para Hume são secundárias, diferentemente de Kant, que aponta as noções de Bem e Mal; Certo e Errado, Dever e Prudência como fundamentais.

    ‘’A Felicidade é a condição de um ser racional, em cuja existência inteira tudo caminha segundo o que ele deseja e quer. A Felicidade se baseia, pois, na harmonia da natureza com os desejos e fins desse ser, bem como a força motivadora de sua vontade’’. Nesse trecho, Kant expressa o fato de que se é feliz ao passo que se é moral( ‘’[...]harmonia da natureza com os desejos e fins desse ser[...]’’). A moralidade Humana é o trabalho de reflexão, é um resultado da racionalidade intrínseca ao Ser Humano. É categórico o dever de se fazer o Bem. Bem e Mal são definidos por leis morais, são impostos, dados de forma objetiva.

    Tratando, agora, de Hume, existem SIM distinções morais. A Moral é SIM relativa, e para ele, quem não acredita ‘’[...]devem ser classificados como disputantes não engenhosos, que realmente não acreditam nas opiniões que defendem, mas que entram em controvérsias porque são afetados, têm espírito de contradição ou porque desejam exibir espirituosidade e esperteza maiores que o restante da Humanidade.’’

    O ponto de partida para Hume é de onde provém nossas distinções entre o Bem e o Mal. Nós sabemos o que é bom e o que é ruim, mas, por quê achamos que tal coisa é boa e tal coisa é ruim? Para sabermos a origem das distinções. Segundo o autor, a noção de ‘’Bem’’ é aquela que tem a aprovação geral da Humanidade quando consciente e em condições de opinar. A Moralidade não é discernida apenas através da justaposição ou comparação. A Moral, que é um princípio ‘’ativo’’ não pode derivar da Razão, um princípio ‘’Inativo’’. O fato de ser um animal racional não garante que todas as suas ações sejam guiadas pela racionalidade. Hume não excluí toda a presença da Razão em nossos juízos morais, ele a exclui apenas como a FONTE desses juízos , como a influência deles.

    Tanto para Kant, quanto para Hume a Razão empírica é uma ferramente usada de forma muito semelhante para descobrir os melhores meios para se atingir um fim.

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  124. Após a leitura podemos notar que Kant possui uma forma de raciocínio diferente a de Hume. Kant acredita que a razão pode influenciar na moral, desde que ela não esteja envolvida pelas emoções, enquanto Hume afirma que somente a natureza de nossos sentimentos pode influenciar nossas vontades.
    Para Hume o objetivo de nossas escolhas são visando o bem estar, o prazer e afastando o que há de ruim. De outro lado, para Kant o homem possui vontades ruins e é a razão a responsável por direcionar o homem até as boas escolhas.
    Com a conclusão da leitura vemos que no texto de Eduardo Chaves ele diz que Kant não consegue responder as ideias de Hume, pois ele não conseguiu “provar que aquilo que se opõe aos nossos desejos e interesses é a razão, através da lei moral”. Assim, Kant não respondeu Hume, mas afirmou as teorias que Hume negava em suas ideias.

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  125. O texto "David Hume e a Questão Básica da Crítica da Razão Prática" de Eduardo Chaves nos expõem as principais diferenças e as ligações entre as teorias de Kant e Hume.
    Como Kant mesmo diz, a teoria de Hume o despertou de seu sono dogmático, o que fez ele escrever a "Crítica da Razão Pura".
    Chaves analisa a construção do pensamento dos dois autores, mas mostra também as diferenças entre as éticas.
    Para Hume a moralidade é instrumental e coordenada pelas paixões, para ele uma ação considerada ética é aquela onde se tem a intenção de praticar o bem, o conceito de bem e mal. Hume irá relacionar a moralidade aos sentimentos e as vontades, onde a razão não é a responsável por nossas ações. Para o filósofo, a ética é baseada nos sentimentos morais e nas afecções.
    Apesar de Hume ter sido fundamental para a construção da filosofia kantiana, Kant critica e discorda de Hume em diversos pontos. Para Kant a razão pura é prática, onde o agir correto que torna um homem bom é aquele que segue o sentimento de dever, o conceito de dever a priori. Para o filósofo, a ética é baseada na razão, onde a moralidade irá derivar da noção de dever, da necessidade de agir segundo as leis.
    As diferenças entre os dois filósofos está na fundamentação do conceito ético.

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  126. O texto de Chaves faz uma interpretação interessante quando apresenta a visão de Kant e Hume do modo a deixar evidente as suas características opostas. Hume tem em suas obras uma posição da qual Kant discorda, e a partir da visão de Hume, Kant elabora a crítica da razão prática para mostrar justamente o quanto e como discorda de Hume.
    Como já visto em comentários anteriores particulares de cada autor, Hume é da posição de que a moralidade humana não pode ser influenciada pela razão, que por suas próprias palavras a define como fria e desengajada, não sendo então motivadora da ação.Sendo assim o que motiva a ação em Hume são as paixões, motivadas pelo que é considerado Bom em si, e que inclusive colocam a razão num estado de escravidão por ela, a razão é em torno da paixão e nunca o contrário.

    O que é o oposto Kantiano, que defende a racionalidade como força impulsionadora das ações, colocando como se existisse uma obrigação que executa as ordens dos deveres, como em exemplo colocado por ele mesmo : como quando nos desviamos de uma mentira que nos tiraria de uma situação difícil e até poderia beneficiar a alguém próximo querido, somente para que depois não passemos a secretamente nos culpar e desprezar pelo ato.

    O que mais chama a atenção é de que maneira um mesmo tema foi colocado sob visões tão divergentes, proprondo a tese de um pela explicação do outro - Kant respondendo a Hume - , o texto de modo curioso aproxima os dois e ao aproximá-los é perceptível suas diferenças que nos faz entrar em um ponto de reflexão acerca de onde parte a moralidade, mesmo com discussões em torno do assunto esta é uma questão que se estende até os dias de hoje.

    Raquel Ribeiro Rios

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  127. Gustavo de Souza Bruschi2 de julho de 2013 às 13:22

    Analisando o texto de Chaves temos um embate entre as teorias éticas de Hume e Kant aonde pode notar uma diferença básica entre eles pelo fato de Hume propor uma teoria em cima das afecções e do empirismo e Kant propor uma teoria aonde a razão a força que impulsiona os atos.

    A busca pelo prazer é algo comum nas teorias dos dois autores, porém Kant diferentemente de Hume diz que a razão é responsável por direcionar o homem até as boas escolhas e que a emoção faz o homem ser egoísta e cruel ao buscar seus desejos.

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  128. A abordagem desse tema é interessante por utilizar de um texto que coloca em contato, dois filósofos com pensamentos tão distintos como, Hume e Kant.

    Na minha opinião as ações humanas são fortemente movidas tanto pela razão quanto pela emoção. Hume propõe que nossas ações, que nos levam a sermos seres moralmente corretos, provém apenas de nossas emoções. Kant em um contexto diferente, diz que a razão é a única motivadora de nossas ações, sendo a razão a responsável pelo bem e a moralidade.

    Como havia dito, em minha opinião, o ser humano inúmeras vezes, em suas ações diárias, em seu ciclo social e relações pessoais, utiliza fortemente das emoções para tomada de atitudes, a diferenciação necessária para que nossas atitudes fossem um equílibrio entre razão e emoção é algo extraordinariamente difícil. Sendo que ao meu ver, com o uso da emoção nas ações humanas as torna algo de grande incerteza e inconstância, e as emoções na maioria das vezes são uma "arma" mais poderosa que a razão para basearmos nossas ações.

    Seguindo esse raciocínio, penso que seria então algo realmente mais benéfico que as ações humanas, fossem baseadas na razão. Pois vejo que as emoções realmente podem muitas vezes "cegar" indivíduos, tornando ações amorais e incertas.

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  129. JOSIAS ADÃO

    A citando a simplificação de que as principais diferenças nas filosofias
    morais de Hume e Kant estão na forma que enfocam a questão moral a
    sendo que o primeiro, se coloca partindo do ponto de vista dos sentimentos e emoções que determinam as condutas e as buscas dos seres aceitando que na busca pela felicidade e pelo bem estar os seres são conduzidos a tomada de posições que visam causar a satisfação íntima. Assim Hume parte da percepção
    natural do individuo, somado ao seu senso de entender que suas rasões
    são similares a de seus semelhantes para definir o bem e o mal como
    atitudes prioritárias e intrínsecas da condição humana. Em suas
    definições éticas Hume não faz menção ao dever e a razão por entender
    que os componentes básicos dos com´portamentos éticos não derivam de
    posições definidas pelo conjunto dos comportamentos racionais mas sim
    pelas buscas das boas realizações que são próprias e naturais para os
    seres. Kant introduz o conceitos da racionalidade a gerencia e os
    comportamentos éticos colocando assim como componente principal das
    condutas o preceito do dever que torna as ações éticas como um fim em
    si mesmo, assim para Kant os comportamentos julgados éticos não podem
    ser assim considerados se estiverem condicionados a outros interesses
    que não seja o bem em si mesmo. O que ao meu ver unifica estas posições
    e o entendimento de que para ser considerado eticamente correto
    qualquer atitude tem necessariamente de buscar estar em acordo com o
    que seja bom para todas as partes envolvidas , ou seja, a ação tem
    necessariamente que ser universalizada.

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  130. A princípio, é valido mencionar que o autor do texto citado, nos mostra que Kant construiu seu texto e suas ideias baseando-se de maneira oposta as ideias de Hume. Chaves então dispõe as ideias de maneira que as de Kant fossem colocadas a prova, tomando como questionamento as ideias de Hume.
    Quando pensamos sobre a moral, de acordo com Kant, tratamos da racionalidade humana e não uma moral que é derivada de uma “moral maior”, ou seja, que não se deriva de fatores externos, ou seja, de um deus ou alguma divindade.
    Já olhando a visão de Hume, sabemos que somos seres movidos pura e simplesmente pelas emoções, o que pode vir a causar problemas, pois, por sermos puramente instintivos, cada um faria algo que fosse à própria vontade. Daí, que surge a ideia de que devemos ser regidos por normas morais, para que possamos reger a humanidade de maneira ética.

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  131. “O que devo fazer?” – a motivação (se é que podemos chamar assim) que se encontra na ação seria um dos maiores diferenciais das ideias de Kant e Hume.
    Enquanto Hume afirmaria que as emoções, paixões, são as “motivações” a certas ações, retirando qualquer papel que a razão poderia apresentar nesse contexto (pelo menos não apresenta um papel tão significante quanto a moralidade); já Kant coloca em pauta o fato da razão possuir um papel essencial em relação as ações e, desde o início, considera o homem (e sua natureza) como corrompido e ruim.
    Outro ponto que os diferencia é que Kant aponta o fundamento da ética como sendo a racionalidade humana, divergindo as ações humanas das animais; Hume, por outro lado, os aproxima, afinal, tais ações são realizadas por paixões.
    Kant e Hume nos levam, ainda, ao dilema do saber sobre a objetividade e/ou subjetividade acerca da moralidade e ética das ações.

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  132. Eduardo Chaves analisa tanto Hume quanto Kant procurando os antagonismos entre ambos. Hume parece ter sido uma das grandes influências de Kant, mesmo tendo visões filosóficas tão diferentes. Inclusive relata que o próprio Hume propôs o problema básico da primeira Crítica a Kant. Para Hume, “a razão é, e somente deve ser, a escrava das paixões, e nunca pode pretender a nenhuma outra função, a não ser servir e obedecer as paixões”, enquanto que para Kant, “a razão pura pode ser prática, pode influenciar diretamente a vontade e mover-nos a agir”.
    O texto mostra, também, o quão difícil é para nós escolher qual das duas visões é a correta, pois há ações em que nós executamos pela paixão, ou seja, não raciocinamos, é quase por instinto, e outras em que antes de praticá-las pensamos, calculamos e até refletimos sobre as futuras consequências que elas poderão nos trazer.

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  133. Marcus Vinicius Innocenti Oscar
    Sua principal questão era se o conhecimento era obtido ou se ele já está inerte nas pessoas, o conhecimento seria então aprendido através de experiências, ou seja, empiricamente discordando totalmente de Kant que considera conhecimento concebido com base em empirismo “com menor valor” que a priori.
    Kant define o “bem” por ações que almejam alcançar a felicidade, Hume seguindo uma abordagem totalmente difusa diz que as pessoas conseguem distinguir o que é moral e imoral, não estando ligada essa distinção a máxima ou a algo puramente racional a priori.
    Um ponto de ligação entre ambos é na finalidade das ações, para ambos temos a tendência de buscar a felicidade ou o prazer através nas nossas ações, é importante frisar que para Kant agimos em busca da felicidade, o que não indica que nossas ações não serão pautadas pelo dever.

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  134. O texto expõe diferenças básicas que há, entre Hume e Kant, em suas respectivas concepções sobre a moral, e como o segundo construiu pontos fundamentais de sua teoria sobre a moral criticando alguns aspectos, não menos importantes, da teoria do primeiro.

    Para Hume, nossas afecções seriam os indicadores da moralidade dos atos, ou seja, uma conduta é correta quando sentimos que ela satisfaz os nossos desejos e corresponde às nossas paixões, que almejam, naturalmente, o bem. Sendo assim, a razão não teria quase nenhuma importância na definição da conduta do homem, e a moralidade desta seria determinada em função de sua capacidade de satisfazer nossos quereres. O conceito de "bem", neste caso, seria relativo.

    Já para Kant, refutando a importância demasiada que Hume dava às afecções e ao sentimento e ressaltando, por sua vez, o papel da razão na moralidade, o conceito de "bem" é incondicional e universal. A ação boa é boa em si mesma. O ser humano, naturalmente, ao contrário do que Hume afirmava, é um ser, em parte, como qualquer outro animal: vive interessado somente na satisfação de suas necessidades, podendo praticar qualquer ato que esteja ao seu alcance para atingir seu objetivo. Porém, o que o difere dos demais animais é justamente a razão, que o faz considerar não só aquilo que é bom ou mau para determinado objetivo (a razão não é só um mero instrumento das necessidades - contrariando, mais uma vez, Hume), mas também, e principalmente, o que é intrínsecamente bom ou mau (razão pura prática).

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  135. Muito interessante a influência de Hume da construção da crítica da razão pura de Kant. Fato que Kant era muito dogmático antes de beber um gole do empirismo de Hume, embora não muito, sendo capaz de criar uma resposta ao sistema ético dele. O que eu percebo que apesar de Hume ter tirado a teologia do seu trono dentro da discussão sobre a moralidade, não a retirou dentro de suas pressuposições de idéias iniciais para a construção de sua teoria, dentro dos conceitos de mau e bom, certo e errado, apesar do ataque direto aos fundamentos religiosos de suas época.
    mas a principal diferença, que entra no ponto que eu questionei no último comentário, é como Hume modifica as relações de espaço-tempo contidas em Kant, para lidar com a relação de causalidade defendidas em sua teoria. Sendo a noção do dever primária na elaboração da ética de Kant, está posta antes do julgamento do bom ou mau, o que acaba bom julgar a pessoa que pratica a ação como alguém que age certamente independente de seu "efeito", que na teoria de Hume não existe.

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  136. Matheus de Almeida Rodrigues4 de julho de 2013 às 01:35

    Avessas uma à outra, as teorias de Kant e Hume, embora elaboradas contemporaneamente, apresentam discrepâncias acerca de seus princípios fundamentais, principalmente pelo fato de Kant ter redigido sua obra “A Crítica da Razão Prática” para refutar as ideias defendidas por Hume.
    Primeiramente, a teoria humeana admite que os seres humanos são fundamentalmente bons, e desconsidera a razão como instrumento para agirmos moralmente diante de certa ocasião, ou seja, a racionalidade nunca será determinante para a execução de alguma ação, sendo apenas as paixões responsáveis por determinar a ética dos atos humanos. Em contra-partida, a teoria desenvolvida por Kant defende que a razão é a chave para que possamos nos tornar seres morais, de forma a reprimirmos e dobrarmos “paixões” humanas -que segundo a teoria kantiana são corrompidas e egoístas- em prol da moralidade.
    Em segundo lugar, Hume pouco aborda sobre a questão do dever e, ao discorrer acerca das noções de certo e errado, é perceptível que estas são coadjuvantes ante das noções de bem e de mal, para Kant as noções de obrigação (visto que, segundo o filósofo prussiano, devemos realizar ações éticas porque elas devem ser realizadas) e de diferir o certo do errado se tratam de preceitos protagonistas e de extrema importância.
    Além disso, outra terceira discrepância perceptível acerca do confronto entre Kant e Hume diz respeito à felicidade que um ato moral remete ao ser humano.
    Ao passo que Hume defende que a felicidade é um desejo natural dos seres humanos por sempre procurarem maximizar o prazer e minimizar a dor; Kant defende que a felicidade máxima é oriunda e é alcançada através da vontade livre de realizar os deveres sugeridos pela razão pura teórica.
    Em suma, considero que a teoria kantiana desemaranhou a teoria humeana de forma a explorar com maior clareza alguns dos conceitos deixados em aberto pelo filósofo escocês.

    Matheus de Almeida Rodrigues - 21039712

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  137. O texto “David Hume e a Questão Básica da Crítica da Razão Prática”, escrito por Eduardo Chaves, analisa as teorias relacionadas à ética de Hume e Kant, procurando apontar pontos de divergência entre ambos. Pode-se notar que Kant defende a tese de que a razão pura tem fundamentos práticos, ao passo que Hume acredita que a moral tem fundamento instrumental, sendo apenas coordenada por paixões.

    Hume aponta a instrumentalização da razão como algo inerte, incapaz de estabelecer a moral. Então a moral decorre de desejos, que tem capacidade de se converter em ações, diferenciando-se da razão pura, que não incorpora a forma prática.

    A partir disso, Kant tenta argumentar sobre a praticidade da razão pura, que para ser validada, depende do estabelecimento de alguma teoria ética e de leis morais. O texto busca, em sua essência, analisar se Kant tentou refutar a tese apresenta por Hume, e ao fim do texto, pode-se perceber que não houve uma resposta, Kant apenas criou um pressuposto central e tomou aquilo como verdadeiro, teoria que afirma que a razão não é apenas um instrumento, podendo ter fundamento prático. Com isso, Kant abriu margem para que outros cientistas refutassem sua tese, visto que se apresentava suscetível a falhas.

    Apesar das ideias de Kant serem interessantes, pois tentou refutar as teorias de Hume ou aperfeiçoá-las, nota-se uma confusão ao tentar desenvolver sua teoria. Isso induziu outros filósofos a desenvolverem as ideias de Hume e, posteriormente, ajudaram a estruturar a tese utilitarista.

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  138. Carolina Carinhato Sampaio4 de julho de 2013 às 20:31

    Apesar de terem sido contemporâneos, Emanuel Kant e David Hume não eram adeptos das mesmas teorias. A livro de Kant, “Crítica da Razão Pura”, teria sido uma consequência da leitura que o mesmo fez do “Tratado da Natureza Humana”, livro de Hume – este o teria despertado de uma espécie de sono dogmático. No texto de Chaves, entende-se que mesmo tendo ideias sobre a filosofia tão diferentes, Kant foi sim bastante influenciado por Hume (negando, deste modo, que Kant desconhecia a teoria humeana), sendo que aquele tentou, ao rebater as teorias deste, aperfeiçoá-la. Na minha experiência ao ler os dois e compará-los, achei mais difícil ler e entender Kant do que absorver a teoria de Hume. E suas visões sobre a ética e a moralidade são divergentes

    Para Kant, a moralidade deve ser baseada sobretudo na razão, no dever e na vontade de agir – o qual chama de imperativo categórico e onde a razão tem uma importância quase central - e Hume acredita que a moralidade provém das nossas afecções e sentimentos, não tratando a razão como algo relevante na determinação da moralidade ou não de uma determinada ação. No primeiro caso, o conceito da moral é mais claro, universal; ele pode ser visto como um algo comum por todos. Já no segundo, é complicado falar disso – já que os sentimentos não são iguais para todas as pessoas. Logo, neste caso, existe mais empecilhos para que se possa definir se uma ação é ou não moral.

    Apesar de diferentes, ambas as teorias visam o bem – tendo, enfim algo em comum. O que as diferencia são as maneiras de atingir este ideal.

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  139. A relação em Kant e Hume envolve paradigmas entre suas teorias sobre a razão, experiência e alguns outros pontos. Hume faz em seu discurso sobre o conhecimento empírico e o relaciona com a moral, também argumenta em seus escrito sobre a existência de Deus, tudo isso de modo cético. Por isso na ética kantiana parece a haver uma réplica dos argumentos exposto por Hume em seus escritos, e é sabido que Kant observava as teorias humenianas, talvez tenham partido delas algumas observações da ética de Kant, não necessariamente num embate que no fim o vitorioso sairia como dono das teorias e conceitos mais bem escritos. Kant pareceu de fato intrigado com as considerações de Hume acerca da moralidade, sua proximidade com as paixões e distanciamento da razão, Hume queria mostrar que a razão não tinha a menor relação com as escolhas morais, e não nos levaria a agir ou tomar atiudes. Kant, então escreve a ética da razão prática como forma de reavaliar as visões de Hume.

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  140. Marina Müller Gonçalves5 de julho de 2013 às 14:54

    Hume e Kant são filósofos que elaboraram teorias a respeito das questões morais do homem e da natureza de suas atitudes. No texto de Eduardo Chaves são traçadas as principais diferenças entre as duas teorias, e é mostrada a importância do primeiro na elaboração das teorias de Kant.
    Essa importância se dá, a partir do momento em que Kant afirma que as teorias de Hume tivessem o despertado de sua “sonolência dogmática”, e isso fez com que ele iniciasse seus estudos e buscasse novas teorias que, para ele, definissem melhor os princípios de nossas ações.
    Para Hume, nossas atitudes eram originadas e motivadas por nossas paixões (emoções), sendo assim, buscávamos a obtenção de prazer e a fuga de qualquer coisa que nos pudesse causar dores, ou sensações desagradáveis.
    Como uma “resposta” para Hume, a teoria kantiana busca elaborar uma moral que seja regida pela razão, e que tente nos afastar de nossa natureza egoísta e ambiciosa. Para Kant, nós devemos nos libertar dos nossos impulsos e nos guiarmos pela racionalidade.
    Tendo visto as principais divergências entre os dois filósofos, notamos que a teoria de Kant, não tem como intuito desmerecer e nem criticar a teoria humeana, mas apresentar uma idéia diferente acerca do assunto e criar uma teoria, que em sua visão fizesse mais sentido.
    R.A.: 21082512

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  141. No texto "David Hume e a Questão Básica da Crítica da Razão Prática", de Eduardo O. Chaves, ele começa construindo o texto explicando que Kant, foi influenciado por Hume, e mostra que a problemática de Kant, responde a certa altura as criticas de Hume a ética, (apesar de Kant não responder argumento por argumento) ele pauta o seu estudo centralmente sobre a teoria de Hume, o texto não só mostra a diferença entre as visões dos dois filósofos, mas também mostra a construção dos dois argumento segundo a visão de cada um. Hume, em não achar que que ser totalmente racional muito importante, quanto Kant, por achar que tudo deve ser racional a priori.

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  142. Hume vai apesentar seu ponto de vista referente as percepções da mente humana, onde irá separar em dois gêneros, as impressões e as idéias. A dierenciação entre esas duas vai estar n grau de vivacidade que elas possuem.

    As que marcam pela força e pela violência são as impressões. Já as outras (mais fracas) derão as ideias. Também vai afirmar que o ser humano é movido por paixões, e suas ações são norteadas por um lado emocional, não racional onde teriam por fim o bem.

    Kant vai estabelecer a razão como base de sua filosofia. Vai dizr que a moral vem da imposição interna que nos fazemos. Vai dizer que devemos agir conforme o princípio da moral.

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  143. Luis Alfredo da Silva5 de julho de 2013 às 18:10

    Kant tenta em sua obra realizar uma abordagem diferente do pensamento de Hume expresso em sua obra de um ceticismo em relação aos temas morais serem racionais. Hume considera que a moralidade é fruto dos vícios e paixões.
    A grosso modo, Hume prega que existem noções primarias( ligadas ao bem e ao mal) e as secundárias de certo e errado, sedo que nossas ações são boas quando levam a um bom resultado sem levar em consideração variáveis como o dever. O ser Humeano é movido em ultima instância pelas emoções que lhe dizem o que é certo e errado ou o que são as ações boas ou más.
    Já Kant divide melhor sua teoria e o que ele considera como ações éticas. Kant considera que nós buscamos as realizações de nossas vontades e desejos, contudo esta busca seria racionalizada por meio de códigos morais impostos a nós e não naturalmente como Hume propusera, nisto, surge que o sujeito ético é aquele que suprime sua tendência natural egoísta para adotar um código moral que exprime máximas que são consideradas como ações que promovem o bem universalmente.

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  144. Há a clara divergência de pensamentos entre David Hume e Kant. O primeiro baseou toda sua teoria ética defendendo que as emoções e sentimentos são principais responsáveis pela moralidade presente nos seres racionais, sendo a razão nada além de um instrumento para a realização do que mandam as percepções. O segundo refuta totalmente essa ideia dizendo que a fundamentação da moralidade racional humana partia pura e simplesmente da razão, e que o homem não é de uma natureza tão boa quanto defendia Hume, sendo a moralidade sempre presidida por algum interesse.
    É basicamente essa a diferença que nos é exposta através desse texto. Apesar de não ser tão conclusivo a respeito de uma posições sobre o debate ético estabelecido entre os autores, há a intenção do autor em dizer que a refutação a teoria Humeana de Kant foi a base para a a construção de sua teoria ética, apesar de muitos dizerem que isso não é verdade.

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  145. O autor em questão apresenta os argumentos contrastantes e próximos dos pensamentos de Hume e Kant.
    Diz que Kant partiu do conhecimento exposto por Hume em suas obras, para teorizar sobre a razão prática pura, confrontando argumentos que ele suponha como inacabados na obra de Hume. Uma tentativa de resposta ao ceticismo naturalista do autor dos tratados.
    Hume acredita que o homem é guiado por suas paixões e interesses, e que o bem e mal já estão estabelecidos a ele devido às ideias e pensamentos passados que constituem seu consciente e inconsciente. A razão não é a motivadora dos atos, afinal o que é bom ou ruim já está esclarecido nos juízos morais expressos pelos nossos sentimentos. A razão tem como o papel secundário avaliar as consequências das ações tomadas pelos impulsos.
    Kant percebe que o Homem é guiado por seus interesses, pelo egoísmo, e que devido a isso se assemelha aos animais irracionais. Para ele, o Homem não tem noção do bom ou ruim antes dos juízos morais aplicados pelo dever. O dever é contido como máximas que devem ser seguidas universalmente e sem exceções. O dever é uma lei moral interior, a liberdade do indivíduo é completa quando guiado pelo dever.
    De maneira simples com o que foi dito acima nota-se as diferenças e semelhanças dos pensamentos de Hume e Kant.

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  146. O texto apresenta as contradições entre os argumentos de Kant e Hume. Diz ter sido Kant, influenciado pelo pensamento de Hume para criar sua teoria de razão prática pura, com a exposição de argumentos que considerou não estarem finalizados na obra de Hume.
    Kant admite ser o homem mal por natureza, portanto, necessita do dever para atingir a moral. Hume admite ser o homem movido por seus sentimentos, paixões e emoções e que são tais sentimentos que o conduz, buscando enfatizar que a moralidade de nada tem a ver com a racionalidade tão exposta por Kant.

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  147. AQUI TEM INÍCIO OS COMENTÁRIOS DOS ALUNOS DO PRIMEIRO QUADRIMESTRE DE 2014.

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  148. Luize Gonçalves Fernandes27 de abril de 2014 às 00:42

    A filosofia de David Hume é conhecida como "ceticismo naturalista" e focou em três conjuntos de problemas: epistemológicos, filosófico-morais, e filosófico-religiosos. Ele é responsável pela crítica filosófia feita à religião e à teologia, influenciando a filosofia da religião de Kant. Hume mostraria que a razão não pode ser a fonte de nossas distinções morais e o motivo de nossas ações, que seriam causadas, aí sim, pelas paixões e sentimentos. Entretanto, apesar de Hume acreditar em uma moralidade estudada através da observação, ele não exclui por completo a razão empírica em nosso juízo moral. A lógica da teoria de Kant pretendia refutar a posição defendida por Hume. Para isso, o texto de Eduardo O. Chaves diz que Kant tentou primeiramente entender a essência do pensamento Humeano para depois poder confrontá-lo.

    O ponto de divergência entre Hume e Kant encontra-se no momento em que para o primeiro, as noções de bem e mal são primárias, as de certo e errado secundárias, e derivadas das primeiras. Mais que isso, Hume não as relaciona com a ideia de dever.Já para o segundo, a noção do dever aparece e torna-se fundamental. Uma ação é certa se é realizada por um sentimento de dever.

    Contudo, como mostra o texto de Chaves, "para responder a Hume, Kant teria que ter provado que aquilo que se opõe aos nossos desejos e interesses é a razão, através da lei moral, e que somos livres para não seguir as determinações de nossa natureza sensual, a saber, nos momentos em que obedecemos à voz da razão." Kant, todavia, não fez isso, ele apenas afirmou o que Hume não acreditava como sendo verdadeiro.

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  149. Kant foi muito influenciado por Hume, e talvez sem as ideias formadas por Hume, Kant não teria formado as suas, ou seja, foi muito influenciado pelas ideias de Hume, ele tinha conhecimento das ideias humeanas e tentou rebate-las. Ambos os autores eram contemporâneos, porem não dividiam um mesmo ponto de vista, embora concordassem em alguns pontos. O trabalho feito por Kant pode ser visto como uma critica a linha de raciocínio de Hume e seus trabalhos levaram ao fundamento da “Critica da Razão Pura”.
    O texto apresentado não evidencia só as diferenças entre os dois pensamentos, ele mostra também como são formados cada linha de pensamento, sendo que Hume afirmava que a razão, ou seja, ser um ser totalmente racional não era o fator mais importante para definir a moralidade, já Kant afirmava que a razão era o principal ponto da moralidade.
    Kant destaca o papel da razão na ética. Para Kant não existe bondade natural, as pessoas são egoístas, ambiciosas, destrutivas, agressivas..... e justamente por este motivo é necessário que o dever torne os seres morais. Resumidamente Kant não vê a humanidade com bons olhos, por não sermos essencialmente bons a razão é necessária para que possamos agir da forma correta(boa), sendo assim a razão impõe um certo tipo de “dever” que deve ser seguido e levará a pessoa agir moralmente.
    Para David Hume a moralidade não deve ser tratada como objeto da razão, a moral por si só visa diferenciar o “bem” e o “mal”, mas essa diferenciação do que é certo e do que é errado é influenciada por nossas ações e, portanto não pode ser explicada pela razão.Hume afirmava que as ações humanas eram movidas pela paixão (sentimentos) e essas ações seriam responsáveis pela moralidade de nossos atos, embora a razão pudesse readequar nosso conceito de certo ou errado, mas estes conceitos não seriam baseados somente na razão. Consequentemente, a moral como já foi dito não poderia ser explicada pela razão e seria explicada pelas emoções.
    Um ponto de destaque é que Hume mal menciona o dever, já Kant torna a importância do dever como fundamental, ou seja, para ele o dever leva uma pessoa a agir moralmente. Embora ambos autores tenham pontos de vista divergentes e Kant até mesmo critique as ideias de Hume, ambos tem como objetivo final explicar a moralidade e tentam definir como uma pessoa deve agir para que a mesma esteja agindo de forma boa (correta).

    Guilherme Allan I. C. da Fonseca - RA: 11131211

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  150. O autor da obra tem como intuito mostrar as contradições entre as teorias expostas por Kant e Hume.
    Apesar de Kant ter sido influenciado pelos conceitos criados por Hume, este o dirigiu várias críticas relacionadas a Razão Pura (conceito elaborado por Hume). Kant não acreditava na bondade do ser humano, por isso tinha como preceitos o quesito do "dever", para que a pessoa pudesse agir moralmente em uma sociedade. Isto contrasta com o que Hume apresenta, por sua teoria da Razão Pura, que é formulada na forma de que o ser humano age de acordo com seus sentimentos, ou seja, suas paixões, e estas são responsáveis por coordenar o quesito moral das ações realizadas por ele.

    João Luiz Calisto Perin - RA: 21025213

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  151. É possível notar uma diferença entre os pensamentos de Hume e Kant: Hume, no que tange à moralidade, acredita que esta é fruto da afecção e sentimentos, desconsiderando a razão, além de acreditar que os seres humanos são naturalmente bons. Contrapondo esta concepção, Kant vê na razão a explicação para a construção do ser moral, acreditando que os sentimentos devem ser reprimidos em prol da moralidade.

    Apesar de Hume dar ênfase aos sentimentos, a questão do dever não entra em seu discurso. Para ele, as noções de bem e de mal são mais relevantes quando se define o que é certo e o que é errado. Já para Kant, as noções de obrigação são bem claras.

    Apesar das diferenças, Kant teve como influência Hume na construção da obra "A Crítica da Razão Prática", refutando as ideias defendidas por Hume. Como semelhança, os dois concordam na finalidade das ações, pois, para ambos, o ser humano tende a buscar a felicidade por meio das ações.

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  152. O texto "David Hume e a Questão Básica da Crítica da Razão Prática" procura analisar os antagonismos entre Kant e Hume e a veracidade do fato de que Kant tentou refutar a posição defendida por Hume por meio de ataques ao problema central de sua tese. E chegasse à conclusão de que Kant apenas afirmou o que Hume negava, e teceu sua teoria sobre um pressuposto central considerado por ele verdadeiro, o que tornou sua teoria passível de falhas.
    Tem-se dois pontos, a de Hume que defende uma razão instrumental não definidora da moral, e que esta é formada a partir dos desejos que gerariam ações, diferente da razão pura que não possui forma prática. E a de Kant, que defende uma razão pura pode ser prática, e por isso, é fundamental para o estabelecimento de leis morais e uma teoria ética. Ou seja, para o primeiro a razão é movida pelas emoções e para o segundo a razão é independente.
    Kant defende a ideia de que a razão pura também pode ser prática através da liberdade, mas a falha encontrada por ele mesmo é a de que seus argumentos são circulares, não tem como provar na prática o que ele quer dizer. E que a única solução a esta falha seria a separação entre homens membros do mundo dos sentidos e homens membros de um mundo inteligível.
    O que Kant fez é considerável apesar de haver falhas em suas argumentações, pois ele tentou negar uma tese de Hume e tentou aperfeiçoá-la.

    Danielle Satie Yonamine Yamaguti
    21080813

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  153. O texto “David Hume e a questão básica da crítica da razão pratica” de Eduardo O.C. Chaves expõe as divergências entre Hume e Kant. Enquanto um baseava-se nas afecções dos sentimentos para encontrar as razões morais, o outro dizia ser a razão sobreposta as vontades ser a chave para um ser agir eticamente. O primeiro priorizava o bem e o mal e deixava em segundo plano o certo e errado, já o segundo dizia que bem e mal se relacionava com as vontades do individuo e não com o seu dever (questão primordial para Kant), assim esta classificação deveria ser considerada depois de analisar as leis morais.
    Assim, durante a leitura do texto fazendo um paralelo com as filosofias éticas aprendidas, me parece que Kant não refuta as argumentações de Hume completamente, pois, para ele, o homem segue sua parte sentimental e por isso é caracterizado de forma pessimista, entretanto não é dessa forma que se deve julgar a moralidade de uma ação ou individuo.
    Enfim, para Chaves, Kant negou o que Hume dizia, assumindo a dualidade das conceituações e a circularidade de seus argumentos, ou seja, o raciocínio de Kant não chega a lugar nenhum.
    Marina Molognoni
    RA: 21071313

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  154. Hume acredita que levamos em conta na formulação do juízo moral o que queremos ou desejamos, e esse impulso sentimental está presente em todos os nossos atos, nossas afecções ditam o que devemos fazer ou sentir, paixão é uma força incontrolável (não só o amor e o desejo, mas também o ódio, o heroísmo etc.). A razão não se comunica com o desejo da ação, ela não gera o desejo o sentimento, a razão é fria despida de subjetividades, e não podemos nos conceber separadamente do nosso desejo.
    Ele também crítica veementemente às relações de causalidade que propomos sem nenhum embasamento lógico, a relação é de sucessão e não de causalidade. Estabeleceu o sentimento como ligação, por que percebeu que a razão não fazia necessariamente as ligações corretas, a razão para ele não poderia estabelecer nossos juízos morais.
    Kant teve acesso às obras de Hume e foi extremamente influenciado por seus postulados, chegando a dizer: “Hume me despertou do meu sonho dogmático”, porém, ao contrario de Hume ele acreditava que existem duas razões, a razão de causalidade e a razão pratica:
    - A primeira possui uma serie de condicionantes, um exemplo é que não podemos pensar em algo que não esteja contido em nosso espaço ou algo que não possua determinado valor numérico, consequentemente, essa perspectiva tem diversos pré-requisitos. Condições que tornam possível o próprio pensamento, os juízos inferidos a partir dessa razão serão hipotéticos (já que a relação de causalidade não é sempre necessária). As coisas acontecem de forma determinada (reino da natureza).
    - A segunda, é a razão que vai olhar pela perspectiva do eu que pensa e do eu que atua, e para me conceber como tal ser também preciso de determinados requisitos. Exemplo: não posso crer que sou um ser que age sem me conceber como indivíduo livre, os fins são resultados dos objetivos que previamente determinei, e é o fim que devemos escolher, pois, a partir que estabelecemos um fim estabelecemos por consequência uma noção de dever. Ou seja, a partir de um fim organizamos nossa conduta para alcançá-lo. Existem ações necessárias que se impõe a nós, esse é o juízo moral para Kant.
    Então, viver de acordo com a razão é se enxergar como um ser que pensa e age, e deve agir de acordo com seus deveres, as ações tem uma finalidade que é escolhida pela liberdade do agente. Ser livre, então, é estabelecer os próprios parâmetros de ação, o que irá guiar os nossos juízos morais. Ao agirmos de acordo com os nossos deveres deixamos para trás nossas facções (as relações de causalidade), escapamos da ordem natural das coisas. E ele considera que se a ação não foi tomada de acordo com a sua liberdade é uma ação imoral, mesmo que tenha sido uma ordem não justifica eticamente a ação.
    Kant ainda ressalta três máximas morais que ilustram a o conceito geral das ações morais:
    1. Agir como se sua ação devesse ser construída por sua vontade em lei universal da natureza;
    2. Agir de forma a tratar a humanidade, você e os outros, como um fim e nunca como um meio;
    3. Agir como se a ética da sua ação devesse servir como lei universal para todos os seres racionais.
    Naara Campos RA 21050313

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  155. No texto de Eduardo O. C. chaves é dito que a intenção de Kant ao escrever “A Crítica da razão pura” era de responder a filosofia de David Hume.
    Para Hume, a razão humana é impotente para a prática do bem, possui papel secundário, pois a razão humana tem função meramente passiva e não pode determinar nossos desejos. Para ele, a vontade humana é necessária para a mudança de comportamento. Hume parte das ideias postas na Razão Pura Teórica, que diz que é a partir dela que se conhece a realidade exterior, composta de objetos, e vê-se a ocorrência da causalidade. Além disso, é nessa razão que domina os desejos, paixões, e se escolhe as ações pela ordem natural perversa. Para ele, as noções de bem e de mal são primárias, as de certo e errado secundarias. Ele mal menciona sobre escolhas por dever, e fala que uma ação correta é aquela que leva a um bom resultado, independente de como se chegou a ela. Ele também conclui que a razão pura não pode ser prática, pois a moralidade não pode ser concluída através da razão.
    Já Kant, parte das ideias da Razão Pura Prática, em que diz que se conhece a realidade através de seu interior, sem ocorrência da causalidade, e as ações humanas acontecem em virtude de uma finalidade escolhida livremente. Para ele, quando agimos por dever, abandonamos nossos interesses. Além disso, Kant acredita que a razão pura pode ser determinante de vontades e causar assim ações.
    Kant, com isso tenta refutar as alegações de Hume, as quais considera equivocadas, e os faz através do livro.

    Dayane Gonçalves Costa RA: 21044313

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  156. Hume acreditava que a razão não pode ser a fonte de nossas distinções morais e o motivo de nossas ações e que a base da moralidade se encontra nas paixões, no sentimento. Hume excluiu a moralidade da esfera da razão e excluiu a participação da razão pura na vida moral. Kant tinha como objetivo refutar a posição defendida por Hume.

    Diferentemente de Kant, Hume pouco menciona a ideia do dever. Para Kant, um homem bom é aquele que habitualmente age certamente, e uma ação certa é aquela que é realizada por um sentimento de dever. Ainda no pensamento kantiano, a lei moral é que define o conceito do bem e que o torna possível.

    Hume não exclui toda e qualquer participação da razão empírica em nossos juízos morais, o que ele exclui é a sua participação como fonte de juízos morais, como motivo influenciador da vontade. Para Hume, as paixões e desejos são o que move a vontade. Por outro lado, Kant acredita que o homem precisa da razão para considerar o que é ou não bom e tomar suas atitudes morais.

    Resumindo o que foi dito, para Hume a única coisa que é capaz de mover a vontade do homem é a sua natureza passional. A razão não pode mover a vontade, não pode propor fins e objetivos à vontade. Porém, para Kant, a razão pura pode ser um determinante direto da vontade e pode causar ações.

    Lara Rodrigues Alves – RA: 21059213

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  157. O texto tenta nos mostrar uma discussao entre Hume e Kaant à respeito da razão.
    Porém oque seria uma negaçao ao argumento de Hume, no qual acredita que a razão não tem utilidade prática nas ações humanas, Kaant usa essa negação como base em um novo pensamento, a utilidade da liberdade para a razão.
    Lendo o texto, percebo visões diferentes entre esses 2 filósofos, sobre a razão. Hume considera, no meu entendimento, a razão concreta, literal, inflexível, que nao tem chance contra a moral, sentimentos(fortes ou brandos).
    Já Kaant, tenta rebater essa idéia, considerando a razão, mais flexível, encrustada na sociedade, podendo classificar a razão de uma forma diferente com que pensam, talvez um exemplo do que Kaant tenta explicar: Uma pessoa, age de uma forma diferente quando sozinha, pega metro, nao causa confusao, pois sabe que é errado, aos olhos da sociedade(que seria a razao), mas quando em seu grupo, o olhar da sociedade já nao importa, pois o grupo é sua sociedade(emoção, pois a emoçao do indivíduo impera sobre a razão)
    Kaant nao tenta dizer que a razão é fraca em relaçao à moral, mas que ela tem uma utilidade pratica, leis da sociedade, pode ser considerada razão.
    Porém o ponto que gostaria de atingir, rebater Humes, nao acontece, pelo fato de que ele imprime outro formato de pensamento, pois nao consegue provas, demonstrações contundentes contra o argumento de Hume
    Luis Gustavo
    RA:21081713

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  158. __________

    Andréa Aline de Faria R.A.: 210391713

    Muito mais que simplesmente comparar Kant a Hume, o texto de Eduardo O.C. Chaves visa justificar porque Kant não respondeu a Hume quanto às questões deste a respeito da moralidade.
    Da maneira como é apresentada no texto, entende-se que Kant formulou a sua perspectiva sobre moralidade para rebater a visão de Hume, parecendo uma espécie de disputa.
    O ponto básico que separa os dois filósofos é o papel da razão. Para Hume, a razão é escrava das paixões e apenas um instrumento para encontrar os melhores meios para a realização de propósitos que são condicionados por experiências. Como a razão não move a vontade, não há como ocorrer conflitos entre as duas.
    Essa visão é negada por Kant, que enxerga a razão pura (a razão não influenciada por desejos) pode ser um determinante direto da vontade e pode causar ações. Portanto, pode haver conflitos entre razão e paixão. Para ele, este conflito é a condição de existência da moralidade. Pois, dizer que a razão pode mover vontades e opor-se a paixões é dizer a razão pode dar fins a si própria, o que é contrário ao que Hume pensava.
    A meu ver, o deslize que Kant comete e acreditar que os seres humanos praticariam suas ações de forma integralmente racional, sem considerar suas reais vontades e, além disso, que essas últimas não teriam qualquer influência. No entanto, é interessante a consideração dele quando diz que a verdadeira liberdade é poder obedecer às leis que o próprio ser humano construiu e que sem a liberdade, nunca poderíamos ter experiências daquele sentido de dever, que nos coage a agir contra as nossas inclinações.
    Essa consideração parece ter um caráter um tanto idealista, ainda mais porque a ideia de obediência à leis parece mais aprisionadora que libertadora.
    Porém, segundo Chaves, Kant não leva adiante sua discussão com a introdução da ideia de liberdade, pois ele esbarra em argumento circular, expondo a fraqueza de sua lógica.

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  159. O problema da filosofia moral de Kant é uma tentativa de responder às conclusões céticas de Hume sobre a moralidade. Hume mostrou que a razão não pode ser fonte de nossas distinções morais e motivo de ações, levando-o a concluir que a base da moral são as paixões; também exclui a moralidade da esfera da razão e exclui a razão pura de qualquer participação na vida moral.
    Kant analisa os conceitos de bem e mal, abordando um ponto de vista ético que envolve a teoria de Hume, e apresenta duas posições: ou princípio da razão, visto como sendo determinado pela vontade, sem interferência do desejo, e a razão pura sendo considerada prática, concluindo que a ação que conforma a esta lei é, em si, boa, como a vontade, em todos os seus aspectos; ou um determinante vindo do desejo precede a vontade e pressupõe prazer ou desprazer, concluindo que, neste caso, a razão determina que ações são boas somente com nossa inclinação: as ações são boas, mas somente como meios para certos fins, e as máximas que as dirigem não devem ser tomadas como leis, pois são preceitos práticos.
    Para Hume, as noções de bem e mal são primárias; as de certo e errado, secundárias, e derivadas das primeiras. Uma ação certa é a que leva a um bom resultado, e não menciona o dever. Para Kant, a noção de dever, de certo e errado, são fundamentais; um homem bom é o que age certo por hábito, e a ação certa é aquela realizada pelo sentimento de dever.
    Hume acredita que há distinções morais. A realidade das distinções morais que fazemos é o fator básico para a experiência moral de qualquer ser. Diz que a moralidade deve influenciar nossas paixões e ações, indo além do entendimento; mas se isso for verdade, as distinções morais não podem ser derivadas da razão, porque esta última não exerce influência sobre a conduta. Ele acredita que a razão pura não pode ser prática, e que as regras da moralidade não podem ser conclusões de nossa razão, já que um princípio ativo não pode ser derivado de um princípio inativo.
    A razão empírica opera, segundo Hume, mais ou menos da mesma maneira que para Kant: tentando descobrir os melhores meios de se atingir um dado fim.
    Hume, como Kant, está interessado em explicar porque as pessoas agem contra seus próprios interesses. A diferença entre Hume e Kant é que Hume não acredita ser necessário introduzir aqui a lei moral e a razão prática pura para explicar este fenômeno. Hume acredita que frequentemente suprimimos nossos interesses inteiramente, por benevolência ou por um sentimento humanitário, em favor dos interesses dos outros. Nesse caso, o comentário de Beck é inteiramente correto: "O juízo moral de cada pessoa é o verdadeiro ponto de partida da filosofia moral de Kant".
    O ponto principal que separa Hume e Kant é que, segundo Hume, a única coisa que é capaz de mover a vontade do homem é a sua natureza passional. A razão só pode ser coordenadora das paixões. Ela é inerte: não pode mover a vontade, nem propor fins e objetivos à vontade. Não pode haver um conflito entre a razão e as paixões, porque a razão não pode mover a vontade, ou resisti-la, quando esta for movida pelas paixões. A razão só participa da vida moral de um modo instrumental, procurando encontrar os melhores meios para a realização de propósitos. Kant nega isto: ele acha que a razão pura pode ser um determinante direto da vontade e pode causar ações. Logo, há um conflito entre a razão e as paixões, entre o dever e o interesse. Na verdade, a moralidade, que envolve obrigação, depende deste conflito para existir. Dizer que a razão pura pode mover a vontade e opor-se às paixões, é dizer que a razão pode dar-se a si própria fins e propósitos, contrário ao que Hume pensava.
    Então, para responder a Hume, Kant teria que ter provado que aquilo que se opõe aos nossos desejos e interesses é a razão, por meio da lei moral, e que podemos não seguir quando ouvirmos à razão. Kant, porém, não respondeu a Hume, mas afirmou aquilo que Hume negava, pressupondo que aquilo que afirmava era verdadeiro e construindo toda a sua filosofia moral naquele pressuposto.
    RA: 21019613

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  160. Victor Fleming de M. Pereira28 de abril de 2014 às 18:45

    Victor Fleming de Menezes Pereira RA: 21081413
    Hume tentou mostrar que a razão não pode ser a fonte de nossas distinções morais e o motivo de nossas ações, para ele a base da moralidade se encontra nos nossos sentimentos e a razão nunca pode determinar a vontade ou fazer com que as pessoas se movam, com isso Hume excluiu a moralidade da esfera da razão e excluiu a razão pura de toda e qualquer participação na vida moral.
    Kant tinha como objetivo refutar a posição defendida por Hume. Para Hume, as noções de bem e mal são primarias, as de certo e errado secundarias, e derivadas das primeiras. Já para Kant, a lei moral é que define o conceito do bem. O bem para Kant sempre será definido em relação a algum sentimento. Kant divide bem em dois tipos: bonitas naturalis (ou pragmatica) e bonitas moralis. O primeiro é um bem condicionado ou relativo, um bem que não é "bom-em-si-próprio", mas simplesmente bom em função de algo que se deseja. A segunda é o bem absoluto, ou o bem que não leva em consideração desejos ou inclinações, o bem que não é instrumental a algum outro tipo de propósito, mas é intrinsicamente bom. Segundo Kant, a ética tem a haver tão somente com a bonitas moralis.

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  161. O que essencialmente diferencia Hume e Kant é, sem dúvidas, o papel da "razão" ao emitirmos um juízo moral.
    Para Hume, a razão não faz parte da moralidade, uma vez que são nossos impulsos, desejos, paixões que nos movem para o que achamos ser o mais correto a ser feito. A razão não pode nos mover porque ela é fria de sentimento, vazia em si, não pode ser concebida separadamente do desejo.
    As relações, então, são de sucessão, e não de causalidade, tendo o sentimento como a ligação entre as relações sucessivas.
    Já Kant, inspirado por Hume, mas crítico da essência Humeana, acredita que há dois tipos de Razões pelas quais nossos juízos morais são emitidos: a Razão Teórica e a Razão Prática. Para pensarmos o que pensamos, há pré-requisitos que precisam ser satisfeitos, se não, não somos, de fato, pensantes racionais. Quando estabelecemos um fim, a ideia de "dever", que são os passos pra chegarmos a esse fim, é obrigatória.
    -Razão Pura Teórica (hipotética): Relações de causa e efeito, é o mundo dos objetos que acontecem de forma determinada.
    -Razão Pura Prática: É o mundo das relações cujos agentes determinam uma finalidade, sendo esta determinada com liberdade.
    Para Kant, a liberdade só é encontrada quando estabelecemos um fim, uma meta. Quando estamos à mercê de nossas paixões, não podemos ser livres, porque estaríamos agindo como seres selvagens.
    Ser livre é estabelecer uma conduta para que nós emitamos livremente nossos juízos morais a partir dela. Assim, se somos obrigados ou fazemos algo contra nossa vontade, estamos sendo imorais pela perspectiva do que determinamos ser moral para nós.
    Há algumas máximas que Kant determina para expressar a forma geral das ações morais:
    1- Agir como se sua ação devesse ser construída por sua vontade em lei universal da natureza;
    2- Agir de forma a tratar a humanidade, você e os outros, como um fim e nunca como um meio (não se pode "usar" uma pessoa para qualquer interesse);
    3- Agir como se a ética da sua ação devesse servir como lei universal para todos os seres racionais.

    Andréia Carletti - RA: 21080913

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  162. Tatiane dos Santos Moura28 de abril de 2014 às 19:12

    A filosofia de David Hume (ceticismo naturalista) ameaçou as bases da ciência Newtoniana, da moralidade, e da religião. Isso está relacionado com a sua filosofia ter se focalizado em três conjuntos de problemas: epistemológicos, filosófico-morais, e filosófico-religiosos.
    O problema básico da filosofia moral de Kant pode ser visto como uma tentativa consciente de responder às conclusões céticas e "irracionalistas" de Hume a respeito da moralidade.
    Hume concluiu que a base da moralidade se encontra nas paixões e nos sentimentos (sendo que são eles que definem o que é bom, ruim, ético ou não), excluindo a moralidade da esfera da razão e excluindo também a razão pura de toda e qualquer participação na vida moral. De acordo com Hume, apenas a natureza passional do homem seria capaz de mover a vontade do mesmo. A razão só pode ser a escrava, ou a coordenadora, destas paixões. Ela é inerte.
    E é por isso que a filosofia moral de Kant é considerada uma tentativa consciente de se responder a Hume. Pois para Kant, é a razão que conduz as ações humanas, é através dela que o ser moral é construído. Dessa maneira, a razão possui um papel secundário na teoria ética de Hume, e na teoria Kantiana, assume o papel principal da atividade ética humana. Kant aborda também o dever como um ponto de grande importância, pois “Um homem bom é aquele que habitualmente age certamente, e uma ação certa é aquela que é realizada por um sentimento de dever”. Para ele, a noção do dever, ou da obrigação, e as noções do certo e errado, são fundamentais. Já para Hume, as noções de bem e mal são primárias, as de certo e errado, secundárias, e derivadas das primeiras.
    É exposto também por Eduardo Chaves que Hume coloca o problema da moralidade em termos de uma alternativa. A primeira é essencialmente a posição racionalista, e a segunda é a sua própria posição (“Hume está convencido de que a razão pura não pode ser prática, e que, por tanto, as regras da moralidade não podem ser conclusões de nossa razão (TNH, III:i:1). A Crítica da Razão Prática foi escrita para mostrar que Hume estava errado nesta sua conclusão.”).
    Apesar dessas diferenças, um ponto semelhante que se nota é que tanto Hume como Kant estão interessados em explicar o porquê das pessoas agirem contra os seus próprios interesses.

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  163. Ana Caroline Coutinho28 de abril de 2014 às 20:04

    O texto de Eduardo O. C. Chaves aponta como fato conhecido por todos a influência da obra de Hume sobre Kant, afinal o próprio Kant admitiu ter sido a obra epistemológica de Hume eu o despertou de sua “sonolência dogmática” e o que levou a fazer investigações que resultaram na Crítica da Razão Pura. O próprio problema central da Crítica teria sido proposto por Hume.
    Porém, o que não é certo é que o problema básico da filosofia moral de Kant pode ter sido uma forma consciente de responder as conclusões descrentes de Hume sobre a filosofia moral. “O que Kant fez foi compreender a essência do desafio Humeano, tentando, então, atacar este problema central.”
    Assim, o texto também trata de certas divergências entre Hume e Kant. Uma delas é que Hume tenta provar que a razão não pode ser o motivo de nossas distinções morais e que a base da moralidade se encontra nas paixões e desejos. Ele excluiu a razão pura da participação da vida moral. Por outro lado, Kant tenta provar que “a razão pura pode ser prática, pode influenciar diretamente à vontade e mover-nos a agir”.
    Dessa forma, Eduardo Chaves considera que A Crítica da Razão Prática foi escrita para mostrar o erro de pontos de vista Humeanos.

    Ana Caroline de A. Coutinho RA:21048113

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  164. Sara A. de Paula RA: 21041713

    Hume e Kant têm conceitos opostos, para o primeiro a razão não pode ser a fonte de nossas distinções morais, então, a base moral encontra-se nos sentimentos e paixões, já para Kant, a razão é determinante na vontade, e a lei determina a vontade. Hume não coloca a importância do dever que se vê em Kant, ou seja, mais uma oposição. Isso se remete à prática do bem, pois para cada um possui um significado diferente, partindo de desejos ou do dever.
    O texto mostra que Kant conhecia as teorias de Hume, e isso foi importante na tentativa de respondê-las, refutá-las. Faz-se uma síntese da ideia Humeana para poder compreender as questões colocadas por Kant, a fim de mostrar suas oposições. A pergunta básica de Hume é de onde provêm as distinções de bem e mal, certo e errado, virtude e vício? Para ele, a razão é “escrava das paixões”.
    Kant ao fazer sua crítica coloca “se e como a razão pode ser prática, como ela diretamente determina a vontade”. Para ele devemos executar as ordens do dever, e um exemplo é o fato de que Às vezes temos que fazer algo de que não gostamos.
    Kant também coloca o fato que naturalmente o homem está preocupado com sua felicidade, já na dimensão racional o homem está preocupado com a virtude. Obedecendo à lei moral, ele pode ser capaz de alcançar a felicidade.

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  165. Tanto Hume quanto Kant são filósofos que elaboraram teorias a respeito das questões morais do homem e da natureza de suas atitudes. No texto proposto, de Eduardo Chaves são traçadas as principais diferenças entre as duas teorias, e é mostrada também a importância do primeiro na elaboração das teorias de Kant.
    Tal importância se dá, a partir do momento em que Kant afirma que, as teorias de Hume o tivessem despertado de sua “sonolência dogmática”, e isso fez com que ele iniciasse seus estudos e buscasse novas teorias que, para ele, definissem melhor os princípios de nossas ações. Para Hume, nossas atitudes eram originadas e motivadas por nossas paixões (emoções), sendo assim, buscávamos a obtenção de prazer e a fuga de qualquer coisa que nos pudesse causar dores, ou sensações desagradáveis. Como uma “resposta” para Hume, a teoria kantiana busca elaborar uma moral que seja regida pela razão, e que tente nos afastar de nossa natureza egoísta e ambiciosa. Para Kant, nós devemos nos libertar dos nossos impulsos e nos guiarmos pela racionalidade. Tendo visto as principais divergências entre os dois filósofos, pude notar que a teoria de Kant, não tem como intuito desmerecer e nem criticar a teoria humeana, mas apresentar uma idéia diferente acerca do assunto e criar uma teoria, que em sua visão fizesse mais sentido e fosse mais efetiva.

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  166. No texto de Eduardo Chaves ele compara as ideias de Hume e Kant.
    Hume inspirou Kant e o "despertou de seu sonho dogmático" a partir de suas ideias sobre a ética.Para ele o juízo moral é composto pelo sentimento moral (paixão/desejo) que tem relação com a ação; e a razão, a qual seria impotente, pois, é fria e não gera desejo, não produz relações de necessidade. Segundo Hume, o mundo da razão seria hipotético.
    A partir dessa concepção, Kant elaborou uma teoria a qual complementaria e melhoraria a de Hume.
    De acordo com Kant, não há um sentimento moral, mas sim, duas razões. A razão pura baseada na hipótese (a mesma de Hume, baseada em relações de causalidade) e a razão prática, relacionada com o dever, baseada na ideia de que somos livres para escolher, relação do penso e atuo.
    Essa seria, para Kant, a natureza transcendental.

    Cinthia Fernandes Martins Cicilio.

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  167. O autor Eduardo Chaves analisa as teorias de Kant e Hume relacionadas a Ética em seu texto, tendo sua intenção de mostrar que as análises de Kant levaram a Crítica da Razão Pura para responder a filosofia de Hume. Assim, para Hume, a razão é algo instrumental e o homem age por impulso, desejos e paixões. Já Kant entende que o homem age por dever, sendo que o homem considerado moral é aquele que a vontade se baseia na prática do bem; em sua visão, existem dois tipos de bem: bonita naturalis e bonita moralis. Baseado nestas, agimos conforme a nossa razão.
    Toda teoria de Hume tenta provar que a razão não pode ser pratica, diferente que Kant, que diz que a razão pura pode ser prática. Logo, as diferenças entre as teorias e ideias a cerca da Ética de Kant e Hume tem origem na natureza humana.
    Porém no texto o autor diz que para provar que o texto de Hume estava errado, Kant deveria ter provado aquilo que se opõe aos nosso desejos e interesse é a razão, porém Kant não fez isso, apenas afirmou que Hume não acreditava nisso como verdade.

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  168. No julgamento de uma ação, ela pode ser MORAL e então devem ser analisados os motivos dela ser considerada moral, e ela pode ser IMORAL e também devem ser analisados os motivos de ser imoral. Hume e Kant se atentam exatamente nos motivos, nos porquês de agir de tal forma. Hume considera os sentimentos, a afecção, como aquilo que impulsiona a ação e a razão não determina de forma alguma a ação.
    Logo percebe-se uma diferença crucial entre Hume e Kant já que o segundo considera a razão como responsável pela ação moral dos humanos, e ainda que dessa forma é possível reprimir as paixões, o que é essencial já que Kant considera os humanos naturalmente agressivos, cruéis e ávidos de prazeres, portanto nunca agiriam de forma moral se seguissem suas vontades naturais.
    Hume não menciona ao dever, porque os seres agem de acordo com suas vontades, suas paixões. Kant além de dar enfoque à razão, da ao dever e a distinção entre o bem e o mal um papel de suma importância. A felicidade também é divergente entre Hume e Kant, Hume diz que a felicidade é um desejo natural dos homens, e para Kant a felicidade só é obtida através da liberdade em escolher seguir os deveres ditados pela razão pura teórica.
    As duas teorias visam de certa forma o bem e a moralidade. Importante destacar que nenhuma delas procura ditar o que se deve fazer e o que não se deve, elas apenas tentam nortear, talvez nos fazer pensar como agir.

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  169. Nathaly Z. Ramazzini28 de abril de 2014 às 22:23

    Nathaly Zenerato Ramazzini RA 21034713

    O texto aponta as diferenças entre os conceitos de Hume e Kant.Kant foi de certa maneira influenciado por Hume,ele mesmo -Kant- afirma que Hume o despertou de seu sonho dogmático.Kant tenta responder a filosofia de Hume através da Crítica da Razão Pura.

    Uma das diferenças entre eles que é apontada no texto de Eduardo Chaves é em relação ao fato de Hume acreditar que a razão não é motivo das distinções morais humanas,para ele os desejos,paixões e vontades são a base da moralidade,excluindo assim a razão em relação à vida moral.Por outro lado Kant mostra que a razão pode ser prática e pode,dessa maneira,influenciar a vontade e a forma humana de agir.

    Eduardo Chaves mostra no final que Kant,no entanto,não consegue responder Hume pois não consegue provar que aquilo que se opõe aos nossos desejos e interesses é a razão através da lei moral.

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  170. As bases teóricas dos autores têm suas merecidas diferenças: David Hume defende o juízo moral como incompatível com a razão: Somos seres movidos por paixões. Lembrando que paixão no caso não se refere ao conceito exclusivo de amor, mas sim paixão no sentido de desejo e sentimento. Ao mesmo tempo em que se realiza uma ação em virtude do que sinto, posso não fazê-la pelo mesmo motivo. No que diz respeito a Kant, cai-se no debate que este, sucessor de Hume, seria um refutador das teorias do último. Interessante pensar não que Kant o refutou, mas sim “afirmou o que Hume negou”. Destaca-se além das noções de razão pura (aquela que age sobre o mundo fenomênico) e razão prática uma argumentação sustentada pela liberdade: A liberdade é o passaporte para um mundo inteligível (inteligível na medida em que vai além do mundo sensível) e neste, minhas ações estão em conformidade com minha autonomia. Como dito em sala, “você faz porque você quer”. O homem é doutrinário e ao mesmo tempo, súdito.
    Kant estabelece para as ações morais aquilo que chamou de “máximas morais”, onde:
    1-) Deve-se pensar antes do realizar de uma ação, a adoção desta como universal;
    2-) A humanidade é finalidade, não meio.
    3-) Refere-se à autonomia: Somente se é legislador ao seguir as próprias leis.
    Acredito que no âmbito prático, Kant enriquece o debate a partir do momento que leva o leitor para uma argumentação sobre moralidade mais forte que o senso comum e mais relevante do que um caso específico, particular ou não.

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  171. A influência de Hume levou Kant a aderir uma posição crítica ante a relação entre conhecimento e realidade, afirmada pelo racionalismo. Ele influenciou Kant a partir de suas análises, especialmente do conceito de causalidade (que é um convite à descoberta para Kant), que demoliam as pretensões do dogmatismo metafísico de afirmar verdades eternas a respeito da essência última de todas as coisas – despertando em Kant o desejo de querer descobrir se havia mais algum tipo de conhecimento além do empírico e do matemático, únicos aceitos por Hume. Isso levou Kant a escrever uma das obras citadas por Eduardo O. C. Chaves, no texto sugerido.
    Kant parte do princípio de que a ética de nossa conduta vem do uso da razão, e concorda com os racionalistas ao dizer que a diferenciação entre o certo e o errado é inerente à razão humana, e não ao conhecimento ou à ciência.
    Ele iniciou uma nova era no desenvolvimento do pensamento filosófico. Seu trabalho abrangente e sistemático em teoria do conhecimento, ética e estética, influenciou toda a filosofia conseguinte. Com sua teoria do conhecimento, Kant abre um novo período para a filosofia, que é o período do desenvolvimento do Idealismo Transcendental (como ficou conhecida a sua filosofia).
    Kant critica Hume no que diz respeito à sua forma de se posicionar ao conhecimento. Para Kant, não era possível que o conhecimento se originasse na experiência. Ele não deixava de lado o aspecto empírico para a formação do conhecimento, só não corroborava com a ideia de que o conhecimento se originasse apenas disso. Ele ainda claramente via uma necessidade de remeter o ser humano para uma explicação dogmática, onde existe um mundo imutável. Consequentemente, é necessária a recorrência a uma divindade para que se possa justificar este posicionamento. Hume, ateu, não podia recorrer a este tipo de explicação - manteve a discussão num nível empírico, sem se valer de argumentos que estivessem fora do ser humano.

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  172. No texto, o autor analisa as conclusões filosóficas a respeito da moralidade entre Kant e Hume, salientando as divergências entre eles.
    Temos que, Hume, exclui a moralidade do âmbito da razão, pois no decorrer da sua argumentação ele conclui que as nossas tomadas de decisões tem sua fonte nas paixões e desejos, que nos levam a agir, e estas ações são totalmente destituída de razão pois seguem os sentimentos. Já Kant se volta para a razão/intenção de quem pratica as ações, pois uma ação realizada por dever, será considerada moral se guiada pelas máximas universais.
    Em síntese, a diferença básica é a respeito da motivação que leva os indivíduos a praticar determinadas ações, os levando a ser éticos ou não. Ou seja, a questão apresentada faz referência à possibilidade de a razão pura poder ser prática, tendo assim as divergências entre as teorias, pois Hume refuta essa possibilidade mas Kant a pressupõe como verdadeira.

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  173. Dimitria Alexia do Nascimento29 de abril de 2014 às 05:55

    A filosofia de Hume se focou em 3 conjuntos de problemas: epistemológicos, filosófico-morais, e filosófico-religiosos. E é bem conhecida a participação de Hume na filosofia de Kant, onde a filosofia de Kant passa a ser uma crítica a de Hume. Algo que não é conhecido é que Kant já tinha conhecimento da filosofia de Hume quando propôs a sua. Kant vê que as leis morais devem ser buscadas pela razão, e não pelos sentimentos e experiência como defende Hume. Kant até diz que “embora inacabadas e deficientes, são as que mais levaram adiante a busca dos primeiros princípios de toda a moralidade”. E o texto por inteiro se baseia em provar que, na verdade, a filosofia moral de Kant é uma resposta a de Hume.
    O autor começa pelo básico de ambos os pensamentos filosóficos da moral, a definição de bem e mal, depois das distinções morais e por assim vai, colocando cada ponto de cada um dos filósofos. Mas Kant é pego quando o autor vê que ele cai num circulo que não consegue sair, envolvendo liberdade e lei moral. E no texto fica claro a crítica que o próprio autor faz a Kant nesse quesito.
    Se pararmos para pensar bem na ideia proposta por ambos os filósofos, na realidade, eu acredito num equilíbrio do homem entre o sentimento e a razão. Por que mesmo que nossas vontades pareçam prevalecer em nossas ações, essas não o seriam se não fosse pela razão que toma nosso ser. E é por isso que ambos, em minha opinião, encontram tantas dificuldades em suas teorias. Essas duas realidades, a da razão e a da emoção, andam juntas. Por isso não se tem como definir com exatidão a moral que deve ser seguida, e se pensarmos bem, a conclusão disso não mudaria a forma com que agimos ou não. Mas tenho que admitir que esse debate seja fundamental para a elaboração de leis e de julgamentos dos homens.

    ra:21025613

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  174. Em seu texto, Eduardo O. Chaves menciona o autor C.D Broad, que assegura que a oposição existente entre Hume e Kant é baseada no seguinte: Hume não tem preocupação alguma com o dever, a noção de dever. Para ele, o bem e o mal são noções primárias, e o certo e errado aparecem como noções secundárias. Para Immanuel Kant, um homem é passível de ser considerado bom ao agir de forma correta; e agir corretamente é quando tal ação vem a ser realizada por uma sensação de dever.

    Em tal aspecto, Kant aparenta zelar pelo bem da sociedade: quanto mais contente for uma sociedade, claramente cada cidadão contido em tal sociedade será mais feliz. Para que essa sociedade seja capaz de ser plenamente alegre, cada cidadão deve agir de forma correta.

    Para David Hume, o conceito de bom se relaciona com o bem estar particular de cada indivíduo. Ele não considera a sociedade no geral, muito menos no efeito que determinada ação pode causar nas vidas alheias.

    Por fim, a distinção entre os conceitos “bonitas naturalis” e “bonitas moralis”, Kant separa a razão em duas diferentes áreas: razão empírica e razão pura. Ele afirma que o estudo da ética abrange apenas a segunda (razão pura). Para Kant, a razão empírica não engloba o que ele considera como moral.

    Aline B. Silva - RA: 21080413

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  175. Kant expõe sua argumentação em resposta a Hume, tentando trabalhar em cima de ampliar o papel da razão na conduta humana, papel esse relativizado por Hume, que dá uma maior importância ao juízo moral, o desejo.
    Segundo Hume, o juizo moral diz algo sobre nossa conduta (o que é eticamente correto, o que se deve adotar). A razão é algo secundário, especulativa, na construção da moralidade.
    Estabelecendo a distinção de razão pura e razão prática, Kant procura trazer para a razão um papel de agente principal, criticando HUme por não considerar a razão dita como prática, na qual as pessoas são capazes de estabelecer motivos para a sua conduta. O homem pode se guiar por relações de causa e efeito, mas se ele resolver se assumir como um ser que pensa, a sua conduta vai ser devedora da sua razão prática. A moral surge com pessoas minimamente esclarecidas que decidem agir como seres racionais.
    Contudo, Kant se preocupa com o estabelecimento de um método para a análise de conduta, estabelecendo as máximas morais, condições necessárias em sua teoria, citando a necessidade de universalidade das ações, tratar o ser como um fim e não um meio, etc. Neste debate Kant argumenta de maneira interessante e faz o leitor pensar, mesmo vários séculos depois da criação do debate, sobre a sua conduta e uma forma de analisá-la.

    21056212

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  176. Mesmo Hume tendo inspirado Kant a produzir sua teoria e formular seu conhecimento, Kant com a lógica da teoria ética tenta demonstrar que Hume estava errado, atacando o problema central defendido por Hume- razão não pode ser a fonte de nossas distinções morais e o motivo de nossas ações, levando a concluir que a base da moralidade se encontra nas “paixões”. Hume exclui da razão pura a participação na vida moral.

    Kant defenderá que mesmo que a razão pura seja uma hipótese, existe a razão prática (categórica) que originará o dever e que levará a conduta necessária da ação e desejo. Mas diferentemente de Hume, que defende que a razão pura não pode ser prática, Kant afirma o contrário, além de que para Kant, aquele que age de maneira correta é tido como um homem bom, sendo essa maneira de agir corretamente, uma ação determinada pelo dever.

    Para pensar o problema da negação de Kant à Hume é necessário introduzir a idéia de liberdade: se não houvesse liberdade a lei moral não poderia existir, se não tivessemos tido a experiência da lei moral, não saberíamos que éramos livres para agir contra as nossas vontades e desejos.

    Um dos problemas ao introuduzir esse pensamento é o problema da circularidade: a razão pura poder ser prática. Kant afirmar que não consegue provar o que deseja demonstrar, e passa a considerar que a razão pura pode ser prática atravês da liberdade (agir contra as nossas vontades e desejos).

    A única forma de evitarmos a circularidade, seria distinguir o homem do mundo sensível do homem do mundo inteligível, mas para que isso ocorra termos de pressupor que somos livres, mas nós temos o direito de nos considerarmos livres? A questão como demostrada pelo Eduardo Chaves não é ‘consideramo-nos’ livres’ e sim ‘sermos livres’ e para esse problema Kant não oferece argumentos.

    Mesmo Kant negando a teoria de Hume, não consegue provar que as razões opõem-se aos desejos, além de cair no problema da circularidade dos argumentos, o que enfraquece sua teoria, mesmo que o pensamento de Hume possa ser contrariado e também enfraquecido.

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  177. Chaves inicia o texto dizendo que a filosofia de Hume ameaçou as bases, supostamente racionais, da ciência Newtoniana, da moralidade e da religião. Diz também que o problema básico da filosofia moral de Kant pode ser visto como uma tentativa consciente de responder às conclusões céticas e “irracionais” de Hume a respeito da moralidade.
    Hume procurou mostrar que a razão não pode ser a fonte de nossas distinções morais e motivo de nossas ações. Isto o levou a concluir que a base da moralidade se encontra nas paixões, no sentimento, e ao fazer isso, excluiu a moralidade da esfera da razão (dizia que as nossas ações eram impulsionadas pelos desejos, e a razão era impotente nesse sentido).
    Já Kant diz que existem dois tipos de razão, a pura e a prática. A razão pura seria equivalente à razão para Hume, sempre de acordo com juízos hipotéticos, uma vez que era dependente de relações de causalidade (que não é necessária). Já a razão prática está relacionada com o dever, ou seja, as pessoas tem a liberdade de decidir agir de acordo com o dever, que impõe a forma necessária de viver. Esse modo de agir aparece na forma de imperativos categóricos, e dela decorrem três máximas morais que devem ser seguidas para qualquer ação moral.
    Para Kant, pela sua própria natureza, os seres humanos são egoístas, ambiciosos, destrutivos, agressivos, etc., e somente se tornam seres morais a partir do momento que obedecem o dever, ou seja, que agem de acordo com a razão prática. Porém, se o homem fosse apenas natural, não passaria de mero animal, portanto a moralidade não se aplicaria a ele; mas também se fosse somente racional, segundo o filósofo, seria como Deus, e, aqui também, a moralidade não se aplicaria ele. Kant então diz que o homem é constituído pela dualidade entre natureza e a razão.
    Entretanto, segundo Chaves, para realmente responder a Hume, Kant deveria ter provado que aquilo que se opõe aos desejos é a razão, através da lei moral. “Não tendo feito isto, somos forçados a concluir que ele não respondeu a Hume, mas simplesmente afirmou aquilo que Hume negava, pressupondo que aquilo que afirmava era verdadeiro e construindo toda a sua filosofia moral naquele pressuposto”.

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  178. Patrícia Gabriela S. Arcanjo RA: 21036813
    E-mail: patty.gaby@uol.com.br

    Analisando o texto e o que foi discutido em aula, temos que Kant analisou a obra de Hume, e não concordou com a parte em que Hume diz que possuímos um sentimento moral, uma afecção, mas que estava certo ao dizer que possuímos uma razão, razão essa que Kant irá chamar de razão pura. Ele argumenta que Hume não percebeu que haviam duas razões, a razão pura, e a razão prática.
    A razão pura, segundo Kant, conhece a realidade exterior, composta de objetos que se relacionam segundo leis necessárias de causa e efeito. É o mundo dos objetos que acontecem de forma determinada, é o reino da natureza. Já a razão prática, conhece a realidade interior, criada pelo próprio sujeito, onde tudo ocorre sem relação de causalidade. É o mundo das ações humanas que acontecem por causa de uma finalidade escolhida com liberdade pelo agente, é o que ele vai chamar de dever, que é a conduta necessária que gera o desejo e causa a ação.
    A razão humana tem uma função meramente passiva e não pode determinar nossos desejos, nesse sentido a razão é impotente para nos levar a praticar o bem, isso na visão de Hume, que tentou mostrar que a razão não pode ser a fonte de nossas distinções morais e o motivo de nossas ações.
    Então, Kant tenta resolver o problema da impotência da razão em Hume com o seguinte argumento:
    "Ou um princípio da razão determina uma vontade ou ele não determina, mas que tem uma relação de causalidade pra conduta." E neste caso há uma lei prática a priori, e assim a razão terá que ser prática.
    "Ou um determinante oriundo da faculdade do desejo precede a máxima da vontade e pressupõe um objeto de prazer ou desprazer, e, consequentemente, algo que causa prazer ou sofrimento." Neste caso, a razão, determina que ações são boas somente com referência à nossa propensão.
    Para Hume, as noções de mal e bem são primárias, as de errado e certo são secundárias, ele nem menciona a ideia do dever, uma intenção ou uma ação é simplesmente aquela que leva, ou tenta levar, a um bom resultado. Já para Kant, a noção do dever, ou da obrigação, e as noções de errado ou certo, são fundamentais. Aquele que habitualmente age certamente, e uma ação certa é aquela que é realizada por um sentimento de dever, é um homem bom. Quando agimos por interesse, estamos agindo movidos pela razão pura teórica. Agimos por impulsos, desejos, paixões. Estamos agindo regidos pela ordem natural perversa. Quando agimos por dever, estamos agindo pela razão prática e sua natureza transcendental, nós abandonamos os nossos interesses e realizamos a nossa liberdade de escapar da determinação da ordem natural.
    Kant tenta afirmar que não há um sentimento moral, mas sim uma razão prática, mas acaba por não conseguir concluir o seu próprio pensamento, pois há um conflito entre a razão e as paixões.

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  179. Após a leitura do texto proposto, “David Hume e a Questão Básica da Crítica da Razão Prática”, de Eduardo O. Chaves, e as exposições do professor Peluso, venho fazer algumas considerações.
    O texto de Chaves afirma que Kant tinha conhecimento das ideias de David Hume e com isso, elabora um texto argumentando e relacionando as ideias de ambos os autores, em que busca conferir se Kant consegue responder à filosofia cética naturalista de Hume, se consegue compreender a essência do desafio de Hume.
    O texto coloca que na filosofia de Hume há o foco em três problemas, os epistemológicos, os filósofos-morais e os filósofos-religiosos. Kant diz que a filosofia de Hume foi o seu “despertar” que o levou a suas considerações e escritos.
    Hume mostra que a razão não pode ser fonte de distinções morais e com isso, motivo para as ações, ou seja, a base da moralidade está no sentimento, nas paixões. Outro conceito muito importante abordado no texto de Chaves é o da felicidade, que para Kant é a satisfação dos desejos.
    Chaves traz algumas outras ideias presentes nos escritos de Hume. Uma delas é que Hume argumenta que há somente dois tipos de raciocínio, o sobre as relações entre ideias e o sobre questões de fato e existência, ou seja, a razão aqui é pura, empírica. Vale lembrar que Hume identificou apenas a razão pura, mas não a prática. O autor afirma que esta razão empírica se dá da mesma maneira que em Kant, buscando meios para se atingir um fim. Hume argumenta que a razão é “fria e desengajada”, não produzindo emoções, que as únicas forças propulsoras da vontade são as paixões e não a razão. O que Kant tenta argumentar e encontrar é que há uma maneira de provar que a razão pura pode ser prática, que ela pode influenciar as vontades e as ações.
    Kant acreditava que o homem era um cidadão de “um mundo melhor” e não apenas parte da natureza. Diz ser a razão prática pura que tira o homem da animalidade e o leva para a cidadania, esta razão não é escrava da paixão, mas uma espécie de condutora. Ao contrário de Hume que falava que a única coisa capaz de mover a vontade do homem seria sua natureza passional.
    E novamente a ideia de liberdade em Kant, vista como “via” que dá acesso ao esclarecimento, ao mundo inteligível, sem ela seríamos sempre determinados pelos desejos e paixões.
    Por fim, o autor conclui que Kant não responde a Hume, mas somente afirmou o que Hume negava, pois não conseguiu provar que o que se opõe aos desejos era a razão.

    Lothar Schlagenhaufer

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  180. O fato que é amplamente reconhecido por todos é o de que a filosofia de Kant foi influenciada pelas ideias de Hume, as quais teriam abertos seus olhos diante de uma sonolência dogmática.
    Kant tinha o objetivo de refutar as ideias de Hume, mas não de uma maneira a analisar argumento por argumento e criticá-los. O que ele fez foi compreender a essência do pensamento humeano e criticá-lo.
    Para Hume, as noções de bem e de mal são primárias , enquanto as de certo e errado são conseguintes. Já para Kant, a ideia de um dever e as noções de certo e errado têm uma noção mais importante. Portanto, o homem bom seria aquele que quase sempre age corretamente e a ação correta é aquela guiada pelo dever.
    Kant divide a ideia de bem em duas vertentes: o bem que não é considerado um fim em si mesmo, mas é relativo de acordo com aquilo que se deseja. O segundo tipo tem haver com os princípios e propósitos que as pessoas podem ter, apesar de existir uma aspiração que é encontrada em todos os seres racionais: a felicidade. Para Kant, a felicidade é a satisfação plena de nossos desejos e vontades. Segundo ele, existe um tipo de bem moral, que não leva em consideração as paixões e inclinações. Dado que o que é a felicidade para um indivíduo pode não ser para outro, a decisão do que é ser feliz e dos meios de alcançar tal felicidade só podem ser discutidas no campo da razão pura. Dessa forma, a razão determina os meios para alcançar essa aspiração fundamental e obriga a pessoa a agir em conformidade com as ordens das leis morais. Essas ordens se manifestam por meio de imperativos hipotéticos (no caso de o objetivo ser relativo) e categóricos (guiados por fins em si mesmos). O bem e o mal para Kant devem ser definidos depois e por meio das leis morais. Deve-se entender o que é bom em um sentido moral em relação àquilo que é ordenado pela lei moral, por meio de imperativos categóricos.
    Kant não busca criticar as ideias de Hume, apesar de parecerem tão contraditórias, mas de certa forma complementá-las. O que diferencia esses dois grandes pensadores é o tamanho da influência da razão no ato de emitir juízos morais. Dessa maneira, Kant criou suas máximas não para dizer o que exatamente deve ser feito em cada situação, mas como um método para avaliar a conduta independente da situação. Em outras palavras, deve-se analisar: se a conduta pode ser extrapolada e se tornar lei universal para todo os seres, se estamos utilizando os indivíduos como meios e não fins de nossas ações (não devemos usar pessoas para atingir objetivos) e, por fim, se a ação pode ser considerada uma lei para todos os seres racionais.

    Kevin Rossi Freitas, RA: 21071613

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  181. Amanda Sachi Patricio29 de abril de 2014 às 22:24

    A proposta do texto de Eduardo O. C. Chaves é de analisar os antagonismos entre a filosofia de Hume e de Kant. Sendo Hume uma grande influência para Kant, pois apesar disso sua análise sobre a moral é totalmente diferente, uma vez que para Hume a moral são as paixões, sendo a razão puramente instrumental, não podendo estabelecer a moral, pois era algo inerte. Já para Kant, a razão pura pode sim ser prática, sendo, então, fundamental para estabelecer leis morais e teoria ética.
    Um ponto a se destacar no texto é que segundo Hume, o bem e o mal são noções primárias e o certo e o errado são derivados da primeira, sendo assim, uma boa ação vai ser aquela que trará um bom resultado. Já Kant fala muito no dever, como a noção fundamental falando que um bom homem age corretamente sempre e essa ação surge através de um sentimento de dever.
    O texto apresenta a dificuldade de reconhecer qual das duas visões é a correta, pois há situações em que agimos pelo sentimento, ou seja, não raciocinamos para realizá-la, e há outras em que pensamos criticamente, refletimos e racionalizamos sobre as consequências futuras que ela pode nos causar.

    Amanda Sachi Patricio 21072213

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  182. Luana Alice Forlini RA: 21046313

    No texto de Eduardo Chaves "David Hume e a Questão Básica da Crítica da Razão Prática", percebemos as divergências entre Hume e Kant. O primeiro é empirista e argumenta veementemente contra o racionalismo presente em Descartes, por exemplo. Já Kant absorve ideias de ambas correntes e afirma que tanto a razão quanto a experiência são necessárias para entendermos o mundo.
    Na questão acerca da Ética, Hume apresenta a concepção de que a moral é movida por nossas emoções, sendo a razão utilizada apenas para compreender se fatos são verdadeiros ou falsos. Entretanto, para Kant, a razão é inerente à ética e, só ao praticarmos deveres práticos sem fins pessoais, estamos realizando uma ação moral.
    Por fim, para o autor, Kant não conseguiu provar a prioridade da razão sobre os desejos e apenas afirmou o contrário do que Hume defendia.

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  183. Brenda Dantas Lopes Bela - RA: 21036513

    Eduardo O. C. Chaves inicia seu texto falando que a filosofia de David Hume (ceticismo naturalista) ameaçou e pode ter chegado a destruir as bases supostamente racionais da ciência de Newton em relação à moralidade e religião. Chaves observa que a filosofia de Hume tem o seu foco em três problemas que são: epistemológicos, filosófico-morais e filosófico-religiosos, porém a acusação dita anteriormente é baseada principalmente na sua obra filosófica.
    Kant já havia dito que foi Hume que o despertou de sua ‘sonolência dogmática’ e levou-o a fazer a Crítica da Razão Pura além da influência causada pela crítica filosófica que Hume fez à religião e à teologia. O autor mostra que Hume tentou mostrar que ‘a razão não pode ser fonte de nossas distinções morais e o motivo de nossas ações’ levando-o a concluir que a moralidade se encontra nas paixões, ou pelo menos sua base. Ao fazer as distinções morais, Hume excluiu a moralidade da esfera da razão e assim, excluindo a razão pura de toda participação na vida moral
    Para o autor, A Crítica da Razão Prática foi escrita para mostrar os erros de Hume. Chaves afirma que de um ponto de vista histórico, há pouca dúvida de que Kant estivesse familiarizado com as teorias de Hume, para isso o autor dá inúmeros exemplos de outros autores que também possuem o mesmo ponto de vista, entre eles Paul Arthur Schilpp. Mas Chaves não baseia seus argumentos apenas em considerações históricas, ele tenta mostrar a lógica da teoria ética de Kant demonstra que Kant tinha como objetivo refutar Hume, um tentativa consciente.
    . O autor deixa claro que neste trabalho será esboçado apenas o ponto de vista de sua relação com a filosofia moral de Hume destacando a natureza do desafio filosófico-ético de Hume a Kant. A principal dúvida que o autor tenta analisar é se Kant tentou refutar a posição de Hume atacando o problema central principalmente em sua tese. Partindo para a parte do texto em que Chaves faz comparações entre Hume e Kant, uma das mais notáveis diferenças é que para Hume quando se tem a intenção de praticar o bem, a ação é certa consequentemente esse conceito de bem ou mal vem em primeiro lugar, já na visão Kantiana uma ação boa segue o dever, ou seja, o conceito de dever e correto vêm em primeiro lugar.
    Continuando com as comparações, Kant acredita que as boas ações são aquelas que levam ao homem à felicidade, deduzida como a realização de desejos e vontades, seguindo sempre um imperativo categórico. Já Hume, apenas o que é aprovado pela maior parte da sociedade é considerado bom e em seus estudos ele tenta achar um padrão para essas boas ações além de que ele acreditava que a razão não poderia influenciar as nossas ações, portanto, seria impossível que a moralidade dependesse da razão. Neste aspecto de estudos, Hume pesquisa a origem das distinções morais, aquilo que é certo ou errado ou o que é considerado vício e o que é considerado virtude. A análise empírica de Hume teoriza que os conceitos de vícios e virtudes são condenados e aceitos pela sociedade a partir de julgamentos morais em que se estabelecem essas regras. O autor salienta que a razão empírica tem certa influência sobre nossas atitudes, estabelecendo relações de causalidades.
    Por fim, Eduardo O.C. Chaves chega a conclusão da pergunta a qual o intriga o texto inteiro, para que fosse possível Kant responder a Hume, ele deveria ter provado que o que se opões aos nossos desejos e interesses é a razão, através da lei moral e que possuímos o livre arbítrio para não ceder as determinações da nossa natureza humana. Porém Kant não fez isso e de acordo com o autor, somos forçados a concluir que ele não respondeu a Hume, mas apenas afirmou o que Hume negava e construiu toda a sua filosofia moral naquele pressuposto entretanto a conclusão mostra que a seriedade moral de Kant é muito superior à sua lógica.

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  184. No texto de Eduardo O. Chaves “David Hume e a questão básica da crítica da razão prática” encontramos a afirmação da oposição entre Hume e Kant, quem faz essa informação é o autor C.D. Broad, o qual é mencionado por Chaves em sua obra. Onde semelhante com o que vi e anotei em sala, há a explicação dessa oposição que seria: Para Hume não há preocupação com o DEVER, ou seja, em sua visão bem e mal tornam-se noções primárias e o certo ou errado ficam no segundo plano. Em contra partida, para Kant a sensação de DEVER, como dito no tema da postagem de tema 6, deve ser algo sem segundas intenções, ou seja, sem querer usar de outras pessoas para tal, não necessariamente exigida a verdade por todo o sempre. Como dito tanto no comentário do tema 6, como em aula, a busca pela felicidade quando deixada de lado é algo imoral. Já para David Hume, a ideia de bom se associa com cada individuo, ou seja, pode ser uma sensação comum entre todos, porém, cada um a percebe e a vive de um modo diferente.
    Mais adiante em sua obra, ele trata da razão empírica e pura, onde na razão pura temos a seguinte descrição: “CONHECE A REALIDADE EXTERIOR, COMPOSTA DE OBJETOS QUE SE RELACIONAM SEGUNDO LEIS NECESSÁRIAS DE CAUSA E EFEITO. É O MUNDO DOS OBJETOS QUE ACONTECEM DE FORMA DETERMINADA. É O REINO DA NATUREZA.” e na razão empírica temos: “ CONHECE A REALIDADE INTERIOR, CRIADA PELO PRÓPRIO SUJEITO, ONDE TUDO OCORRE SEM RELAÇÃO DE CAUSALIDADE. É O MUNDO DAS AÇÕES HUMANAS QUE ACONTECEM POR CAUSA DE UMA FINALIDADE ESCOLHIDA COM LIBERDADE PELO AGENTE.” E portanto, ele afirma que no estudo da Ética a única razão utilizada seria a PURA e ele justifica dizendo que isso corre porque o que ele considera Moral não é tratado na RAZÃO EMPÍRICA (prática).

    Nome: Lucas do Vale Moura R.A. 21078813

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  185. O texto de Eduardo Chaves, “David Hume e a Questão Básica da Crítica da Razão Prática” evidencia a tentativa de Kant de responder às conclusões céticas e "irracionalistas" de Hume a respeito da moralidade. São-nos apresentadas as principais ideias acerca das teorias éticas de Hume e Kant, para assim, o autor concluir se, de fato, Kant alcançou o seu objetivo. Uma concepção importante contida no texto é de que Hume não exclui toda e qualquer participação da razão empírica em nossos juízos morais: o que ele exclui é a sua participação como fonte de juízos morais, como motivo influenciador da vontade. Isto não me era claro, sempre pensei que, para Hume, a razão não deveria ser utilizada na moralidade. A principal distinção entre Hume e Kant está nisto, na fonte de juízos morais. Para o primeiro, estes juízos são sempre ditados pelas nossas paixões e inclinações. Já para o outro, os juízos morais são ditados pela razão ao obedecermos às ordens do dever. Para Kant, a razão certamente tem uma responsabilidade inescapável. As ações morais para ele, portanto, são aquelas que são executadas por dever e não por mera vontade. Sendo assim, temos É a razão prática pura que eleva o homem acima da mera animalidade e que o credencia para a cidadania de um mundo melhor. Esta razão não é a escrava, mas sim a mestra, das paixões. Ponto que, claramente, discorda da teoria de Hume, pois para ele, a razão é inerte, no limite que não pode mover a vontade. Kant tinha consciência de que nossos interesses são eminentes e para ele o conflito entre paixões e razão era necessário para a existência da moral. Mas para Kant afirmar, diferentemente de Hume, que a razão que fundamenta os nossos juízos morais, ele introduz a ideia de “liberdade”. Porém, tal ideia não consegue fazer a critica que Kant objetivava fazer à Hume, na media que Kant não consegue provar que o fato de sermos livres nos torna capaz de não seguir as determinações de nossas paixões, a saber, nos momentos em que obedecemos à voz da razão. Deste modo, pode-se concluir que Kant não respondeu Hume, mas apenas afirmou aquilo que Hume negava, ou seja, Kant afirma que a razão pura pode ditar nossos juízos morais independentemente de nossas paixões.

    Matheus Nunes de Freitas RA 21031213

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  186. Após estudarmos as teorias de Kant e Hume a respeito da ética e da moralidade humana, nesta semana, através dos textos e das aulas, fizemos uma análise entre os dois filósofos, que possuíam concepções diferentes sobre os assuntos levantados.

    Chaves afirma que Kant conhecia as ideias de Hume, e que a partir disso constrói suas ideias, respondendo (ou não), criticando os conceitos propostos pelo segundo filósofo. Assim, as ideias de ambos os autores eram contrárias no seu fundamento, ou seja, na moralidade e consequentemente nos motivos das ações do Homem.

    Para Kant, o Homem é um ser egoísta, pois é movido por suas vontades e desejos, o que torna necessário um DEVER para sermos seres morais. Para isso precisamos de nossa RAZÃO! A razão nos levaria a uma conduta é ética, logo ela é a base da filosofia kantiana.

    Hume também buscou os princípios da moralidade, mas para ele, ao contrário de Kant, a razão seria um princípio inativo, sendo as paixões a verdadeira influência de nossas ações e de nossos juízos morais. As paixões procuram o que nos dá prazer, logo o que é moral é o que é bom, o que dá prazer para a maioria das pessoas, sendo a razão algo secundário, “escrava” das paixões para encontrar algo para realiza-la.

    Assim, Chaves demonstra que o princípio que move as atitudes morais do Homem seria a principal diferença entre os autores, pois enquanto Kant afirma que é a razão o que pauta as condutas morais do homem, sendo o Dever fundamental, Hume diz que são as paixões que nos movem ao bem moral, sendo que a ideia do Dever nem é mencionada em sua tese

    O ator conclui que Kant reconheceu as ideias de Hume e que fez sua tese refutando estas ideias e elaborando sua argumentação.

    Apesar dos autores tecerem sua tese por vias diferentes, ambos querem discutir a conduta moral e ética do homem e como alcançar um bem maior, sendo ambas válidas por isto.

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  187. Alexandre S.M Pereira30 de abril de 2014 às 11:17

    Tanto Hume quanto Kant procuram compreender e esclarecer o que motiva as ações humanas e os julgamentos morais feitos a partir destas, porém suas filosofias são distintas em pontos cruciais.

    Para Hume, o que motiva as ações são os sentimentos, paixões dos homens. Em sua filosofia, a razão tem um papel secundário e não exerce influencia alguma sobre as ações e os julgamentos morais. Ela serve apenas para identificar tais paixões que impulsionam as ações.

    Já na filosofia kantiana, observa-se o contrário. Sendo considerada por muitos como uma resposta à inatividade da razão que Hume propôs, a filosofia de Kant atribui à razão um papel primordial. Para ele, é a razão que nos impulsiona a exercer determinadas ações que so podem ser consideradas morais se estiverem respeitando a noção de Dever inerente ao ser humano. Por exemplo, se eu decido me tornar um exímio pianista, é meu dever seguir um caminho que me levaria à perfeição. A moralidade para ele consiste em seguir esse caminho e a razão é o que nos coage a exercer determinadas ações para chegar ao seu fim.

    RA:21070513

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  188. Ana Carolina Liberato

    Kant, após o contato com textos de Hume que o fez despertar de seu sono dogmático, escreveu o livro " Crítica da Razão Pura" publicado em 1781 com o intuito de fazer investigações que pudessem responder ao ceticismo de David Hume. Para Hume, a razão é influenciada pelas nossas paixões, pelos nossos desejos, nos fazendo agir .Enquanto que para Kant, a razão pode influenciar diretamente a vontade e nos faz agir. Kant, em seu livro, distingue dois tipos de bem: o bonita naturalis e o bonita moralis. Neste, o bem é um bem absoluto que não leva em consideração os desejos do individuo e a ordem provém de um imperativo categórico que não tem uma finalidade. Já aquele, é o bem que leva em consideração o desejo e relaciona-se com o imperativo da razão empírica em que não há uma determinada finalidade.

    RA: 21012013

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  189. As teorias sobre ética de Hume e Kant são totalmente opostas. Hume acredita que a moral é movida a paixões, toda ação ética/moral é proveniente de nossos sentimentos, primeiramente você sente e após isso você usa a razão para construir regras que as previnam, já Kant acredita que utilizamos a razão para domar nossos instintos e exercer todas as ações morais para chegar à "perfeição".

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  190. A diferenças entre Hume e Kant se encontra no papel que cada um deles atribuiu à razão. Hume acreditava que os julgamentos morais derivam de nossas inclinações àquilo que é bom. Já Kant acreditava que a razão pura determinava o que era certo ou errado. Para o primeiro, os julgamentos morais baseavam-se em bem e mal. Kant, por outro lado, acreditava que os juízos morais se baseavam naquilo que era certo ou errado. Logo, existia uma noção de dever para Kant.

    Hume acreditava que o bem atrai o ser humano e que a razão não influencia nossas ações de maneira prática. O papel da razão seria o de mostrar as relações de causa e efeito entre os objetos. Ou seja, a razão mostraria quais objetos nos proporcionam dor e quais nos proporcionam prazer. Hume, diferentemente de Kant, não acreditava na oposição entre razão e paixão. Para ele, paixões violentas confrontam as paixões calmas, estas que muitas vezes são confundidas com a razão.

    Para Kant existia a ideia de coação moral. Muitas vezes, o ser humano faria coisas que iriam contra seus próprios interesses. A liberdade seria o fundamento do dever. Todos os seres racionais poderiam escolher entre ser bom ou mau. Uma vez que escolhe ser bom, existe o dever de sempre fazer o bem. Daí surge a sensação de coação moral.

    Desse modo, Kant acredita que a ação pode ser influenciada diretamente pela razão. Já Hume acreditava que a razão se situava numa esfera totalmente diferente do mundo empírico, de modo que seria impossível para a razão ser prática.

    Jacqueline Mendes 11038112

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  191. Mais do que apresentar as proposições dos filósofos Hume e Kant, o texto de Eduardo O. C. Chaves relaciona os pensamentos de ambos.
    Hume focou sua filosofia em três conjuntos de problemas: epistemológicos, filosófico-morais, e filosófico-religiosos. Sua obra epistemológica influenciou Kant de modo com que ele investigasse e criasse a Crítica da Razão Pura. Além disso, o problema básico da filosofia moral de Kant é uma resposta às conclusões de Hume sobre a moralidade.
    Hume excluiu a moralidade do campo de ação da razão e afirmava que as "paixões" humanas são a base da mesma. Para ele, as distinções morais dependiam dos sentimentos de cada um e que a razão não determina nossas vontades.
    Por outro lado, Kant acreditava que a razão influenciava diretamente a ação humana e determinado o que era certo e errado. Se uma pessoa escolhesse ser racional e fazer o bem, o dever de fazer o bem a seria imposto. Isso ele chamou de coação moral.
    RA: 21036213

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  192. Segundo o texto, Kant afirmou que através de obra de Hume, ele se despertou do “Sono Dogmático”, isto de fato aconteceu. O autor coloca que não é amplamente difundido que a obrade Kant foi uma resposta a um tal “ceticismo naturalista” de Hume. Hume suprimiu completamente o papel da razão (pura e prática) quando se faz juízos morais. De acordo com Hume, a base dos juízos morais se estriba nas afecções.
    No entanto, esta ideia de que Kant tenha dado uma resposta a Kant pode não ser a mais provável, uma vez que há evidências de que ele tenha bebido de outras fontes, além da fonte de Hume. No livro de PaulArthur Schillp  Kant's Pre-Critical Ethics, garante Paul que Kant teria tido contato com as obras de Kant e Hutcheson. Em algumas cartas, é possível observar o que Kant dizia acerca das obras de Hume e Hutcheson: conquanto elas estejam inacabadas, elas cumprem bem seu papel no que diz respeito aos princípios da moralidade.
    Parece-me que Kant não tinha intenção de refutar Hume. Mas sim de fazer sua teoria um desafio. Tal como Hume, Kant rejeita a razão, que no caso, segundo Kant, é a razão pura. Mas adiciona uma outra razão que Hume não adota: a razão prática. Kant apresenta as duas alternativas: aquela na qual o desejo, isto é, as inclinações são a base do reconhecimento de maldade ou bondade de uma ação, a qual é boa somente como meio para qualquer outro objetivo. E também aquela, na qual a ação é boa em si mesma, em conformidade à razão. Neste caso, age-se com puro respeito à lei prática, neste momento lança-se o conceito de dever e da boa vontade. A ação certa, portanto, é aquela realizada com o sentimento de dever.
    Logo, Hume deposita na afecção a capacidade de mover vontades. Ademais, não é possível haver conflito entre a razão e a paixão, visto que a razão não pode mover a vontade. A razão para Hume tem somente o papel de dar significado à ação de modo empírico. Kant nega esta visão de Hume, introduzindo-nos o conceito de razão pura prática. Outro ponto divergente é que pode, de fato, haver conflitos entre a razão e paixã, isto é, entre o dever e o interesse.

    Gustavo de Lima Escudeiro
    RA:21050613

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  193. O texto expõe a ponderação de dois autores que contemplam o mesmo assunto a razão. Hume inicia suas ponderações falando das "paixões" humanas que seriam desejos incontroláveis, mas não incontroláveis para Kant, Immanuel Kant acreditava que esses anseios poderiam ser controlados por via da razão, razão esta que nos levar a conduzir determinadas ações que so podem ser consideradas morais se estiverem respeitando a noção de dever inerente ao ser humano e sua busca a perfeição. Ou seja se o ser decide ser racional para se-lo ele deve contemplar requisitos éticos para ser, caso contrário ele não o é. Mesmo se faz para o bem se o homem escolhe exercer o bem, ele o deve exercer de maneira perfeita e impositiva.

    Felipe Trevisan 21041013

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  194. Caroline Aguiar de Siqueira
    RA 21055413

    No texto, Eduardo O. C. Chaves mostra as divergências entre Hume e Kant com relação aos conceitos da conduta humana.
    Hume trata dos princípios intuitivos dos seres humanos, que estão sempre à procura da realização de suas paixões. Todas as nossas atitudes são resultado da busca pela felicidade e fuga da dor e sofrimento. A razão possui um papel secundário.

    Já Kant defende que a razão comanda as ações humanas, e isso faz de nós, seres éticos. Para ele, é a racionalidade, que nos leva a ética, e isso é o que nos difere dos demais seres. Para Kant, a razão nos impõe deveres, e o descumprimento desses deveres nos coloca ao nível dos animais.

    Logo, as teorias de Hume e Kant são completamente inconciliáveis. Hume tem uma visão otimista da natureza humana, pois acredita que os humanos são capazes de distinguir o que é moral ou não, sem recorrer à razão. Para Kant, o homem é guiado por instintos cruéis, e apenas a razão pode mostrá-lo o caminho para uma conduta ética.

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